Na Estrada escrita por F R Charlie, Isabelle Masen


Capítulo 2
Bônus




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--- Comprou que cor de tinta? – perguntei levantando o short curto de malha preto que usava e ele me olhou com seu típico sorriso que me faz perder o ar.

--- Vermelho, todos os tons de vermelho – ri lembrando da declaração que ele fez há alguns meses.

--- Tudo bem, vamos fazer uma aposta? – perguntei pegando um pincel grosso erguendo uma sobrancelha.

--- Qual?

--- Quem conseguir pintar a maior parede da casa ganha – sorri e ele deu seu famoso sorriso sacana.

--- O que você quer ganhar?

--- Hm – falei colocando um dedo no queixo enquanto ele mordia o lábio inferior sorrindo – um cachorro – seu sorriso congelou e eu gargalhei alto.

--- O que eu não faço pela minha morceguinha – deu de ombros – e eu quero passar a tinta em você.

--- Mas eu vou ficar suja – falei tocando minha blusa cinza larga sem alças e ele sorriu sacana.

--- Não essa tinta, a minha tinta – piscou e dessa vez foi a vez dele de gargalhar.

--- Só não digo nada porque gostei da ideia – fiz uma careta e ergui o pincel no ar.

--- Safadinha – disse rindo e ergueu o seu pincel DAS MÃOS, colando-o no meu.

--- Que a aposta comece – declarei e afastamos os pincéis, nos encarando esperando um correr pra poder atacar a parede. Eu corri primeiro, eu realmente queria aquele cachorro, mas não ficaria triste se perdesse a aposta.

--- Ei, volta aqui – ele chamou e eu virei a cara, parando. Ele abriu os braços e entendi o que ele queria. Corri e enlacei as pernas em sua cintura, o beijando vorazmente. Uma mão dele segurava minha bunda e a outra meus cabelos.

--- SE eu perder a aposta, você vai fazer greve? – sussurrou em meu ouvido e colando os lábios molhados em meu pescoço.

--- Claro que não. E se eu perder vou ganhar meu cachorrinho? – falei e ri quando ele bufou. Saí de seu colo e quando comecei a andar, levei um tapa estalado na bunda.

--- Vou pensar nisso, morceguinha.

--- Se bater na minha bunda denovo eu vou enfiar esse pincel com tinta na sua cara! – falei apontando o pincel em seu rosto e ele riu, andando em direção as latas de tinta.

--- Não seria má ideia – gargalhamos e fomos em direções opostas.

Duas semanas depois...

--- Ah, que lindo amor! – falei segurando o pequeno filhote Golden Retriever em minhas mãos, enquanto ele revirava os olhos.

--- Só não quero que você me substitua por ele – falou fingindo irritação e eu gemi um “Ownt” olhando pro animal, e David me olhou na esperança que fosse pra ele. Quando abracei o animal pela quinquagésima vez ele bufou, minha risada foi inevitável.

--- Que nome vamos dar pra ele?

--- Que tal Morceguinha? – zombou e riu. O animal pareceu se animar, colocando sua língua sedenta pra fora.

--- Tá me zoando?

--- Claro que não, meu amor – riu fraco e eu sorri revirando os olhos.

--- É um macho – falei levantando-o e vendo sua intimidade. David me olhou assustado e eu sorri maliciosa.

--- Vamos chama-lo de pãozinho! – gargalhei e ele riu de leve.

--- Ok, coloca o Pãozinho no chão e vem aqui dar um beijo no seu namorado! – sorriu-me abrindo os braços e eu entendi o que ele queria, mas provoquei-o quando andei em sua direção rebolando mordendo os lábios. Ele sorriu satisfeito e eu passei direto, fazendo ele me olhar com os braços ainda abertos.

--- O bichinho está com sede – falei rindo e ele bufou, correndo atrás de mim. Soltei o Pãozinho que correu pra algum lugar da casa e David me abraçou pela cintura, me carregando e correndo pro quarto.

Alguns dias depois...

--- David, fecha essas cortinas – reclamei de olhos fechados, irritada. Que diabos ele queria me acordando às nove da manhã de sábado?

--- Acorda, preguiçosa – falou abrindo mais uma cortina e eu enfiei a cara no travesseiro, ignorando sua existência. Quando o sono estava me embalando novamente, senti um peso pequenino em minha cintura e deduzi que fosse o Pãozinho. Ele acorda todos os dias na mesma hora pra eu leva-lo pra passear.

--- David, pega o Pãozinho e some daqui – berrei mas ele não respondeu. --- David? – berrei novamente e não ouvi respostas.

Bufando, me chacoalhei e o Pãozinho saiu das minhas costas, indo pra trás de mim balançando o rabinho. Sentei-me sonolenta na cama e estiquei os braços, me espreguiçando.

Cocei o cabelo de leve e bocejei, descendo o olhar pro cachorro que latia balançando o rabinho pra um lado e pro outro.

--- Bom dia, companheiro – sorri, mas meu rosto estava tão inchado pelo sono que acho que o assustei.

Ele colocou sua língua sedenta pra fora, subindo em minhas pernas. Notei que ele usava uma fita vermelha em seu pescoço e estranhei.

--- O que você tem aí? – falei e carreguei-o com as mãos, notando que havia um bilhete de papel em seu pescoço. Uni as sobrancelhas e retirei o papel, abrindo-o.

Um perfume exalou do mesmo e eu comecei a ler.

“ Siga a trilha de pétalas” dizia com letras cortadas de revistas. Sorri abobalhada e passei a mão nas costas do Pãozinho. Ele saiu correndo pra fora do quarto.

Calcei meus chinelos de dedo e saí do quarto, encontrando uma linha de pétalas de rosas vermelhas que seguiam pelo corredor. Cocei os olhos quando cheguei na sala, era a parte mais iluminada da casa. Quando os abri, vi David sorrindo com um ramalhete de rosas em mãos e me surpreendi quando olhei em volta.

Na parede tinha diversos cartões em tons vermelhos e em cima do sofá haviam caixas e mais caixas de chocolates cacau show, meus favoritos. Havia um carpete vermelho no chão no meio da sala, sem a presença da mesinha de centro. Flores ocupavam todos os cantos da sala, nas paredes e no teto havia um pisca-pisca em forma de estrelas apagado.

--- Feliz dia dos namorados – ele sorriu e só aí eu percebi que estava boquiaberta, com chinelos e uma blusa gigante dele toda descabelada. Merda, era pra eu ter pelo menos escovado os dentes!

--- Dia... dos... – gaguejei incrédula por ter esquecido o maldito dia dos namorados. Mas, para felicidade total da nação, já tinha comprado o presente dele.

--- Gostou? – perguntou sorrindo e vindo me entregar as rosas e eu sorri, mordendo os lábios.

--- Espera um minutinho que eu respondo – falei erguendo um dedo quando ele se aproximava de mim pra tentar me beijar e corri pro quarto.

Fui rápida: coloquei uma langerie vermelha que ganhei de presente, um vestido preto sem mangas decotado que ia até um pouco acima dos joelhos rodado, um scarpin vermelho paixão que David me dera. Voei até o banheiro e escovei os dentes com uma mão enquanto penteava os cabelos com a outra. Fui até debaixo da cama e peguei a caixinha de presente que havia escondido, correndo silenciosamente pra sala.

Ele estava de costas, olhando pela janela e eu sorri, tapando seus olhos por trás.

Ele se virou pra mim e eu tirei a mão de seus olhos, apontando seu presente em minhas mãos.

--- Feliz dia dos namorados – sorri e ele correspondeu, vindo me beijar novamente. Abaixei a cabeça, olhando pra caixa em minhas mãos e seus lábios tocaram minha testa.

--- Abre seu presente! – falei ansiosa entregando-lhe a caixa retangular mediana em minhas mãos. Ele mordeu o lábio inferior enquanto rasgava a caixa, sem paciência pra tirar os durexs que a tampavam. Dava pra ver a curiosidade em seus olhos. Quando ele abriu, ficou surpreso com o relógio prateado da Michael Kors.

--- Sério? – ele falou surpreso e sorrindo como uma criança. Ri e assenti, pegando-o de suas mãos e estendi seu pulso, colocando-o.

--- Agora vai parar de se atrasar pra ir na casa de meus pais – falei e ele revirou os olhos.

--- Eu adorei, morceguinha – disse e me deu um beijo na bochecha. Ergui as sobrancelhas, procurando pelo meu presente.

--- Eu vou dar o seu presente no final.

--- Tem mais? – falei erguendo uma sobrancelha e ele sorriu sacana.

--- Primeiro quero meu beijo de bom dia que ainda não me deu! – exigiu franzindo o cenho e eu revirei os olhos, dando um selinho nele.

--- E agora?

--- Viu o novo carpete? – falou apontando pro chão e eu virei pra encará-lo, e David me abraçou pela cintura.

--- Sim, mas cadê a mesinha de centro? – perguntei e ele tirou as mechas que estavam em volta de meu rosto, colocando os lábios próximos a minha orelha, me fazendo estremecer.

--- Não vamos precisar dela, não acha? – disse e mordeu meu lóbulo. Engoli em seco.

--- David... – falei pronta pra reclamar de sua perversão de manhã cedo. É bom ter um David insaciável, mas temos a noite toda pra isso.

--- Relaxa, você tem uma mente muito poluída morceguinha – gargalhou e eu fiz a maior cara de interrogação do mundo. Ele se afastou da minha cintura e segurou minha mão, parando de me puxar em cima do carpete.

--- Eu falei com seus pais, vamos a um jantar na casa deles amanhã.

--- Você? Marcando um jantar com meus pais? – ergui uma sobrancelha desconfiada e ele assentiu tranquilamente.

--- Achei que seria correto depois de pedir sua mão, sou um homem de família, sabia?

--- Você marcou um jantar com meus pais pra pedir... – faltou-me a voz quando percebi o que ele acabara de falar – pedir... pe-pedir... pedir? – ele riu da minha gagueira e me faltou o ar quando ele colocou um joelho no chão segurando minha mão.

--- Nicole Carrow, eu prometo que irei amá-la e respeitá-la e te dar todo o meu amor pelo resto de nossas vidas – disse e minha boca secou – você me daria a extraordinária honra de se casar comigo?

Uma lágrima desceu de meus olhos e ele sorriu nervoso e um tanto ruborizado. Eu riria da cena, mas estava tão emocionada que meu coração parecia que iria explodir a qualquer momento. Onde está o oxigênio da terra minha gente?

--- É claro que eu aceito casar com você!!! – falei alegre quase pulando em cima dele, mas parei quando vi a pequena caixinha vermelha de veludo em suas mãos. Quando ele a abriu, vi o brilho do anel dourado iluminar a sala inteira, e o pequeno diamante encrustado no meio me fez piscar algumas vezes, atônita. Não desmaie agora, Nicole...

Ele pegou meu pulso e colocou o anel em meu dedo anelar, o qual coube perfeitamente. Levei uma mão à boca, impedindo-me de gritar de felicidade. Eu quero sair pela rua e dar piruetas com os mendigos, quero gritar pro mundo que David Lerman me pediu em casamento!

--- Eu te amo – resumi tudo que queria fazer com as três simples palavras mais verdadeiras e convictas de todo meu coração.

--- Eu também te amo, morceguinha – falou sorrindo e agora sim eu pude voar em seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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