Bonnie continuava na defensiva, ela sentia medo de Damon. O rapaz por sua vez não conseguia dizer ao menos uma palavra.

–Quem é você? –Ela repetia diversas vezes.

–Eu?! –As lágrimas estavam nos olhos dele. –Bonnie você tá de brincadeira né?

–Bonnie? Quem é Bonnie?

–Você é Bonnie. –Damon estava chorando de angústia. –Eu sou Damon Salvatore, o pai da sua filha.

–Nós somos casados? –A moça ficou com a expressão confusa. –Espera ai, eu tenho uma filha?

–Tem. O nome dela é Débora. E não... Nós não somos casados. –Damon saiu do quarto aos prantos.

–O que aconteceu Damon? –Gabriel encontrou Damon no corredor.

–Bonnie acordou. –Gabriel abiu um grande sorriso e saiu andando. –Espera ai. –Damon o puxou pelo braço. –Ela se esqueceu de tudo.

–Como assim esqueceu-se de tudo? –Gabriel assustou-se com a revelação. –Vamos chamar um médico.

Os dois foram falar com o médico que se preocupou intensamente com Bonnie, não era para ela ter perdido a memória.

–Bonnie você lembra o que aconteceu para chegar aqui? –O médico começou a conversar com ela, enquanto Damon e Gabriel observavam.

–Não.

–Você consegue se lembrar do seu namorado? –O médico apontou para Gabriel e Bonnie examinou-o minuciosamente.

–Namorado?

–Próxima pergunta... Você consegue se lembrar do Sr. Salvatore? –Dessa vez o médico apontou para Damon e Bonnie ficou pensativa e com a respiração acelerada. –Você está bem? –O médico perguntou e Bonnie começou a chorar morrendo de dor de cabeça.

–Bonnie fala comigo. –Damon encostou-se a Bonnie que o empurrou.

–Sai de perto de mim. –A moça gritou e se encolheu novamente.

–Vamos dar um tempo para Bonnie descansar. –O médico deu sinal para que todos saíssem do quarto.

–Ela se esqueceu de mim, mas não esqueceu o ódio que ela sentia de mim. –Damon se sentou no chão do corredor, ele estava arrasado.

-Não é bem assim Damon. Ela só est... –Gabriel tentou falar.

–Deixa para lá. –Damon saiu.

O Soldado saiu andando pelas ruas de Mystic Falls, ele estava triste e as lágrimas inundavam o rosto do rapaz.

Ele se dirigiu ao Mystic Grill e bebeu tudo o que tinha direito e muito mais, Damon bebeu tanto que não conseguia ficar em pé. Ele conseguiu chegar até o lado de fora do bar e continuou sentado no chão.

–Ah meu Deus. –A voz feminina soou perto de Damon. –O que aconteceu para você ficar assim? –Hayley se abaixou.

–Bonnie acordou.

–Isso é ótimo. –Hayley abriu um grande sorriso.

–Não é não, porque ela não se lembra de nada. Amnésia. –Damon mal conseguia falar de tão bêbado.

–O que vamos falar para Débora?

–É por isso que eu estou assim. A minha vida inteira vai entrar num pesadelo sem fim. Como eu vou conseguir criar uma criança? Diga-me Hayley. –Damon estava nervoso.

–A gente vai dar um jeito e infelizmente você vai contar para Débora o que aconteceu. Vamos. Eu te ajudo, vou vai ter que curar esse porre para depois falar com a menina. –Hayley estendeu a mão para ajudar Damon.

Gabriel entrou no quarto de Bonnie e respirou fundo antes de tentar falar com ela, ele estava com medo.

–Então Bonnie... –Gabriel estava tentando formar frases corretas.

–Não precisa ter medo.

–Por que você ficou com medo dele? Digo... De Damon. –Gabriel procurou não encara-la para não amedrontar a moça.

–Eu não sei, tive uma sensação ruim. Eu poderia mata-lo, só que tenho a impressão de que sofreria com a morte dele. Eu gostava muito dele? –Gabriel abaixou a cabeça ao ouvir a pergunta. –Ah me desculpe, eu não queria te magoar.

–Gostava. Amava. Eu fui o substituto. –Gabriel sorriu fracamente.

–Eu sinto muito. Eu era má? –A moça se sentiu culpada.

–Jamais Bonnie, você sempre foi uma ótima pessoa.

–Se eu o amava, por que eu namoro você? –Ela respirou fundo tentando entender.

–É melhor você descansar, você terá alta amanhã e nós vamos para a sua casa em New York. O Doutor disse que você pode recuperar sua memória.

–É melhor eu descansar mesmo. Obrigada e boa noite. –Bonnie se virou e em pouco tempo conseguiu dormir.

Então a Bonnie começou a sonhar.

Ela estava em um quarto e escrevia algo em um diário. Ela conseguia ver alguns trechos do diário em que ela mesma escrevia.

“Sou Bonnie Bennett tenho 17 anos”

“Tenho alguns amigos, mas tem um em especial que eu gosto muito mais o nome dele é Damon”

“Estou de férias na casa do meu pai, é meio distante de Mystic Falls eu moro lá com a minha mãe e minha avó. Amanhã eu volto para casa, segunda-feira começam as aulas eu fico feliz com isso.”

“Beijos... Bonnie”

Ela acordou assustada e as imagens do diário insistiam em rondar na sua mente, não era um sonho e sim uma lembrança.

–Moça? –Ela estranhou ver a figura de uma mulher no lugar em que Gabriel estava.

–Bonnie ainda bem que você está bem. –A mulher foi até ela e a abraçou. –Eu sou Hayley, morro com você á sete anos.

–Me falaram sobre você. Eu tenho um diário não é?

–Tem. Vários. –Hayley fez até uma caretinha.

–Onde eles estão, se eu lê-los eu com certeza vou lembrar. –Ela sorriu esperançosa.

–Eu sinto muito Bonnie, mas você os escondeu em um lugar que ninguém sabe. Só você, e agora nem você.

–Tudo bem, eu vou achar.

–Tenho certeza que sim. –Hayley sorriu para ele.

–Hayley eu posso te fazer uma pergunta? -Bonnie perguntou e Hayley assentou positivamente. –Por que eu só consigo sentir “alguma coisa” quando eu olho para aquele rapaz o Damon?

–Você o amava mais do que qualquer outra coisa Bonnie, ele foi o amor da sua vida. –Hayley deu de ombros.

–Eu acho que ainda sinto algo por ele, porque eu senti coisas estranhas quando olhei para ele.

–Que coisas? –Hayley sorriu criando um pouco de esperança.

–Meu coração acelerou, minha boca parecia querer tocar na dele, minhas mãos ansiavam poder tocar nas mãos dele, meu estomago ficou com uma sensação estranha e eu tremi.

–E Gabriel?

–Eu não senti nada dessas coisas, não senti nada. –Bonnie confessou e Hayley abaixou a cabeça.

O que Bonnie e Hayley não sabiam era que Gabriel estava do lado de fora do quarto e havia ouvido todas as palavras de Bonnie. O rapaz estava devastado. Logo ele... O namorado.