Eu estava indo embora de Beauxbatons, tinha terminado meus testes e meu padrinho havia mandado um comunicado a Madame Maxine para que eu fosse para casa imediatamente. Eu corria feito uma louca, fiz minhas roupas voarem para meu malão com um feitiço e no momento exato eu havia entrado correndo na sala de Madame Maxine.

- Pardon – falei – Madame já liberou a aparatação?

- Sim mademoiselle D'Angello.

- Então até próximo ano – aparatei antes de dizer qualquer coisa a mais.

Surgi no meio da sala de minha casa dando de cara com meu padrinho. Ele estava mais serio que o normal e isso, assim como ele mandar que eu viesse para casa era um mau sinal.

- O que houve Sev? - perguntei.

- Potter e seus amigos estão no Ministério. Os comensais foram para lá. A ordem precisará de ajuda.

- Estou indo. - desaparatei no Ministério e logo vi Tonks que parecia esperar por alguém.

- Vamos – foi a única coisa que ela disse quando me viu chegar perto e correu porta a dentro sendo seguida de perto por mim.

A cada corredor que passava eu ficava mais incrédula. Ele não podia estar atrás daquilo. Nós poderíamos estar indo para outro lugar final. Mas assim que paramos em frente a uma sala em que varias pessoas nos esperavam eu perdi as esperanças. Departamento de Mistérios, era o que estava escrito.

- Alastor – acenei com a cabeça para ele que acenou de volta – Remus, Kingsley – olhei curiosamente para o ultimo presente e pelas descrições que já havia escutado deduzi quem era – Black...

- Mas quem... - ele começou.

- Sem tempo para apresentações – Tonks cortou e se posicionou a porta. Havia um porta idêntica logo ao lado a qual Alastor postou-se a frente. Sem falar mais nada eles abriram a porta e entraram sendo seguidos por mim e pelos que restaram.

Lá dentro estava um pandemônio, não houve tempo para pensar em nada, entramos em uma luta com os comensais imediatamente. Eram feitiços para todo lado.

Eu duelava com um dos comensais e o estuporei a tempo de olhar para o lado e ver um garoto enfiando uma varinha no olho de um comensal que segurava Harry Potter. Não esperei que o comensal reagisse.

- ESTUPEFAÇA – girtei.

- Obrigado – Harry disse para mim e para o garoto. Não me importei em responder e voltei a lutar.

- Harry, reúna os outros e saia – ouvi Remus falar após um tempo.

Aquilo estava demorando, eu sabia que podia acabar com tudo rapidamente, mas estaria me expondo demais, o jeito era continuar.

- DUMBLEDORE! - gritaram e eu olhei na direção. Acontece que os comensal também olharam e percebendo sua chegada começaram a desaparecer.

- Vamos lá! Você pode fazer melhor que isso – essas palavras chamaram minha atenção.

Era o Black, ele despertava ainda mais a fúria de Belatrix, mas estava tão distraído em sua infantilidade que não percebeu que ela se preparava para lançar outro feitiço, outra maldição, a da morte.

Não sei porque, mas aquilo me desesperou mais que o normal. Larguei a varinha, sem ela seria mais rápido. Com um simples, mas eficaz gesto com as mãos desviei a maldição de seu curso e joguei Bellatrix longe de Black. Logo em seguida, como em um surto, fiz uma coisa que me surpreendeu ainda mais. Corri até ele o apalpando atrás de sinais que algum outro feitiço da bruxa o houvesse afetado.

- Oh Meu Merlin, Oh Meu Merlin. Você está bem? - perguntei procurando seus olhos para saber se ele falaria a verdade.

- Estou – ele falou um pouco atordoado, mas parecia ser verdade.

Aproveite que ele estava bem e dei-lhe um belo tapa.

- Ei. - reclamou.

- SEU IDIOTA - esbravejei – Ela poderia ter lhe matado por sua atitude infantil.

- Mas ela não matou – ele agora parecia irritado por ser tratado como criança.

- Porque eu não deixei – retruquei.

- O que foi aquilo que você fez sem a varinha?

- Não é hora para perguntas Black – repreendi – tenho que me acertar com Bella. - me virei na direção em que ela deveria estar do lado oposto ao que estávamos, mas ela já não estava ali. - ONDE ESTÁ BELLATRIX? - gritei para que todos pudessem ouvir, mas ninguém me respondeu – Droga, ela é mais poderosa que eu imaginava. - resmunguei, afinal meu feitiço deveria ter deixado-a paralisada. Olhando ao redor, procurando alguma pista de que ela havia aparatado ou estava escondendo-se percebi que faltava alguém ali – HARRY – gritei ficando desesperada – HARRY? ONDE ESTÁ O POTTER? - olhei para a única porta que não era a saída. Corri para lá.

Eu corri desesperadamente. Tinha que que encontrá-lo, tinha que encontrá-lo. Minhas pernas estavam cansadas, mas eu continuei correndo, até que o encontrei, mas ele não estava sozinho. Voldemort estava ali com ele.

Aproximei-me sorrateiramente. Ele falava algo, mas eu não me importava, precisava tirar Harry de lá. Já estava próxima deles e eles não haviam sequer percebido minha presença, mas algo me fez agir. Voldemort levantou sua varinha e gritou:

- AVADA KEDAVRA!

Pulei entre os dois, de frente para Harry e a maldição bateu com toda a força em minhas costas. Meu corpo se curvou com o impacto. Fechei os olhos. Voltei a posição normal e abri meus olhos vendo a minha frente um Harry assustado. Eu sabia que isso não se devia apenas ao fato de ter sobrevivido a uma maldição da morte direta, mas também por causa dos meus olhos. Eu tinha certeza, eles estavam vermelhos, um vermelho que parecia sangue.

Não dei muita importância a reação de Harry naquela hora, havia algo mais urgente. Virei-me lentamente na direção de Voldemort.

- Agatha – ele sibilou.

- Olá... papai.