Quando raiaram os primeiros raios de sol, Dave já havia se levantado. Ele foi à sua cozinha e fez seu café da manhã. A casa dele, ou melhor dizendo, a parte do colégio onde ele habitava não era tão grande. Ou pelo menos em proporção ao tamanho do prédio inteiro. Duas suítes (pra ele e seu irmão), banheiro, e a cozinha. A cozinha era grande, e limpa, pois também era a cozinha geral do colégio. Seu quarto era normal, onde só guardava seus bens e dormia. Porém Dave agora estava indo ao melhor lugar do colégio.

O dojo central era imenso, do tamanho de uma quadra de futsal. Ali, todos os alunos matriculados em alguma luta podiam treinar livremente. O tatami era vermelho, e no final do dojo existia um grande monumento a Buda, e embaixo deste, um sarcófago, esculpido na forma de um samurai. Ali, Dave se ajoelhou, mostrando respeito a seu avô, que ali jazia.

– Não é porque você é gostosa que você pode ficar aí em cima - Dave falou.

– Achei que você não perceberia.

Jade estava em cima do buda, observando o dojo. Ela não estava mais com as roupas pretas, agora estava apenas um short jeans, meia calça e top - o que a fez ficar ainda mais gostosa.

– Olhe. Eu sei que você quer olhar. - Ela o provocava.

– Ok, só para, tá. Desce daí - Ele não olhava.

– Olhe.

Então ele olhou. A visão dela lhe causava as melhores reações possíveis. Ela realmente era tudo aquilo.

– Como se sente? - Ela falou.

– Como se o capeta fosse uma puta duma gostosa.

– Hah, não era bem isso que eu esperava mas tudo bem.

– O que você esperava? Você é uma gostosa com superpoderes que apareceu na minha casa, o que eu devo sentir?

– Ah, eu não lhe culpo. Você, na prática, não é ele.

– Quer dizer que se surpreende com eu não ter me apaixonado por você?

– Como você...?

– Não importa. Desce logo daí.

Ela desceu.

– É, ele se apaixonou por mim. Provavelmente você irá se apaixonar pela minha versão dessa linha do tempo. Nah, você com certeza irá.

– Como pode ter tanta certeza? Eu já tenho alguém.

– A loirinha?

– Você sabe isso também?

– Passei 4 anos com você, guri. Você me contou tudo, e eu aprendi essas coisas. - Ela deu um leve sorriso. - Eu me lembro quando você me contou o que se passava na época, no começo... - Dave percebeu uma lágrima em seu rosto, e rapidamente a enxugou.

– Tá bom, tá bom. Deixa acontecer comigo e eu te conto, ok?

– Eu vou chorar mais nesse dia.

Ele se afastou.

– Ele vai voltar?

Silêncio.

– Quem sabe? Ele é imprevisível, às vezes. Talvez você também seja.

Silêncio novamente.

– Quer que eu tente imaginar o que eu faria? O que ele faria?

– Nah, não vai dar. Vocês não passaram pelas mesmas coisas ainda.

– Ok. Só tentando ajudar. - Ele se afastou, e se dirigiu aos sacos de areia. - deixe o Dojo limpo.

Ele pendurou um dos sacos, e começou a socar. Enquanto socava, se lembrou de como foi humilhado na noite anterior, por uma garota. POR UMA GAROTA QUE SABE TUDO SOBRE MIM, ele pensou. "E ainda é bonita." Ele socava mais forte, seus punhos estava cheios de raiva e afinco. Ele se lembrava que não tinha um stand, e socava mais forte.

Dentre várias lembranças ruins, mas que motivavam bastante, seus socos ficavam cada vez mais fortes, e eventualmente o saco de pancadas explodiu no dojo.

Durou aproximadamente dois minutos. No seu golpe final, viu-se alguns raios circulando seu corpo. Isso continuou até aproximadamente 7 horas da manhã. Jade permaneceu lá durante esse tempo.

– Deixa eu perguntar uma coisa - ele falou.

– Fala.

– Como o meu outro eu liberou o stand?

Silêncio.

– Então? - perguntou novamente.

– Bem... quando eu o conheci, ele já tinha.

– E isso foi...?

– Bem... teoricamente, hoje.

Silêncio novamente.

– Merda.

Ele então deu apenas um soco no saco de pancadas. Foi o suficiente para explodí-lo em uma pequena tempestade de raios.