GioGiostuck escrita por Strider


Capítulo 19
O Poder de um Guardião 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374441/chapter/19

Antes dos Dia das Bombas, a Ilha de São Luís não era a capital do Brasil. A cidade era capital do estado do Maranhão, que era o mais pobre da nação. Cerca de 60% da população era pobre e analfabeto, e controlado pela família Sarney. Hoje, a Casa Sarney governa o Império e salvou a nação, e controlam mais que só o estado.

Algumas famílias que ajudaram os Sarney a implantar o governo imperial futuramente ganharam título de nobreza, e têm o privilégio de morar dentro da Ilha, extremamente próximos à sede do governo, o Palácio de Sant’Ana. Em um dos palácios nobres, ou melhor, no mais próximo ao Palácio Imperial, reside a casa Narseille.

O Palácio do Dragão era, de longe, o mais rico e bonito das moradias nobres. Embora não fosse o maior, sempre era percebido antes dos outros devido a sua fachada exótica. Possuia um quilômetro quadrado de extensão detalhadamente decorados no estilo barroco. Mas isso não era o melhor.

A cereja do bolo era a Torre Principal. Com 50 metros e altura, era toda banhada a ouro branco e reluzia como o próprio Sol. No cume, uma grande esfera de metal, externamente decorada por mármore branco, repousava sobre o topo do cone. De dia, parecia só uma bola branca equilibrada, mas a noite, a luz da Primeira Lua iluminava de tal forma que se tornava a própria Lua, do jeito que aparecia no céu, porém menor.

Na Torre, havia também o Dragão Vermelho. O símbolo da casa era claramente mostrado: Um dragão vermelho (como diz o nome) feito de aço, titânio e resina fora acoplado à Torre, de tal forma que parecia estar tentando escalá-la.

A Torre possuía um quarto no último andar, que não tinha objetivo específico. Lá havia centenas de estudos de astronomia e um sistema de telescópios, que eram ligados diretamente na esfera, chamada de Lua. Porém, hoje o quarto não era um observatório, e sim uma prisão.

Por um pequeno telescópio, em uma das janelas gradeadas, em cima da boca do Dragão, olhava uma garota de cabelos vermelhos, como sangue derramado.

E como sangue, os cabelos escorriam pelas costas até o quadril. Usava um shorts mais ou menos curto, mas mostravam sem pudor suas belas e grandes pernas. Dave disse que eram as pernas mais bonitas que uma mulher podia ter.

O telescópio apontava para a constelação de Orion, especificamente para o cinturão, as Três Marias. Ainda mais longe, para específicos meteoros que aparentemente estavam vindo na sua direção, embora estivessem muito longe. Mas isso não importava. Ela sabia que a barreira era muito forte.

O que importava era o fato de que ela estava presa ali. Suas aulas começariam no dia seguinte, e ela sabia que só saíria dali se colaborasse com seu pai. O que não ia acontecer de jeito nenhum.

Seu nome era Luísa Narseille. E ela era bonita. Era como o cabelo desse um gosto a mais no seu olhos pequenos. Tinha uma leve ascendência sul-coreana, mas pouco se importava, pois a Ilha da Coreia havia sido varrida do mapa. Na hora, usava uma blusa cigana amarela, sem sutiã. Não havia necessidade, porque seus seios eram pequenos, mas adequados.

Ela saiu do telescópio e se jogou na cama que havia ali de qualquer jeito. Porém, o qualquer jeito daquela garota era uma posição tão bonita que era como se ela não tivesse feito aquilo.

Fechou os olhos e concentrou-se. Havia aprendido uma técnica de meditação onde seus sentidos se extendiam, mas aquilo precisava de completa inércia corporal. Em outras palavras, ela não podia se mexer. Ao conseguir, tentou alcançar as partes mais baixas do palácio, mas alguma energia forte a impediu. Uma outra fonte chamou sua atenção, e ela estava ali perto, bem do seu lado.

Seus instintos foram imediatos. Ao mesmo tempo que parava a meditação, levantou-se de uma vez e ficou de pé na cama. Meio segundo após, levantou a perna e deu um chute alto na direção da fonte de energia.

A fonte de energia segurou seu chute com um dedo.

O antigo bairro do Centro, na Ilha de São Luís, era basicamente composto de casas de moradia e comércio. Quase todos os que podiam se mudaram para bairros novos, como o São Francisco (que encontra-se alagado permanentemente) e Renascença. Ali viveram muitos escritores, como Aluísio de Azevedo e Gonçalves Dias. Também possuía um patrimônio histórico dos séculos XVII-XIX inestimável, mas antes, tudo estava praticamente em ruínas.

Hoje, o Centro é um bairro de diversão. Os casarões de outrora foram restaurados, mas não servem mais como moradia, e sim como cassinos, hotéis e bordéis. A noite, era um local muito iluminado, e no dia, ainda era bastante movimentado, pois havia bastante comércio.

Andando pela Rua da Estrela, uma garota morena observava o céu. Havia tantas coisas pra ver ali: A Antiga Aliança, A Escola de Música, o Cassino Português; mas não. Ela olhava apenas o céu. Esperava alguma coisa.

Ela não era alta, não mesmo. Provavelmente tinha 1 metro e 55. Podia ter os olhos castanhos e lindos e a pele morena reluzir no sol; uma bela boca que quando ria, mostrava o sorriso mais infantil e inocente do universo (embora ela não fosse nada disso) e curvas belas, nem tão grandes ou tão pequenas; mas não tinha altura. Tinha cabelos negros e lisos, que iam até o meio das costas

Mas toda sua beleza era uma armadilha. As vestes pretas que usava (eram apertadas no busto e quadril, mas folgadas nas pernas) guardavam técnicas milenares de assassinato. Acredite ou não, aquela pequena e jovem garota poderia matar qualquer homem três vezes maior que ela, ainda desarmada.

Mas ali, naquela rua, naquele momento, ela não chamava a mínima atenção. Claro, não é muito natural uma garota andar toda de preto sob o sol das duas horas da tarde (embora o Sol estivesse ofuscado pelas explosões na barreira), ainda mais numa cidade tropical. Mas ninguém olhava pra ela, embora no meio de todo tipo de gente estranha (anunciantes de cassino vestidos de bobo da corte, híbridos afetados pela radiação, pessoas com as pernas no lugar dos braços, entre outras coisas), ela estivesse bem “comum”. Ainda assim, ela podia estar completamente nua (e não seria uma má ideia, cá entre nós), e ainda assim ninguém iria notar.

Ela andava apressadamente, tentando achar o melhor ponto que pudesse para olhar o céu. Quando finalmente concluiu que não conseguiria, ela correu para o prédio mais próximo e o escalou rapidamente, como um macaco que pula os galhos de árvores atrás de alimento.

Ao chegar no topo do prédio, observou com clareza toda a linha do horizonte da cidade. Dali, via a Lua do Palácio do Dragão, e isso a incomodou um pouco. Então continuou a olhar pro céu, até que viu o que queria.

Durante um segundo, todo o céu brilhou em verde. Os que olhavam para cima no momento viram um raio de luz verde rasgar o céu flamejante, em direção ao norte da Ilha. Depois do flash, todos olharam pra cima, e viram o rastro de fogo verde, que brilhava muito mais que as explosões na barreira.

Era exatamente daquele jeito.

Na cabeça da garota, as palavras da sua mãe e mentora ecoavam.

Lembre-se, minha filha. Quando eu morrer, você carregará o meu fardo. Quando o céu estiver banhado em fogo, a Cria do Sol brilhará verde em meio ao incêndio. E quando isso acontecer, é hora da tirania acabar.

Aquela com certeza era a hora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "GioGiostuck" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.