GioGiostuck escrita por Strider


Capítulo 11
Jade e Jade 2




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Giovana Diamond entrava na sala 11, que abrigava a turma F do segundo ano do ensino médio. O prédio do segundo ano fazia parte, obviamente, dos prédios do Ensino Médio, os 3 que davam direto para a Praia da Sereia. A melhor vista de toda a escola. Dave Schuldiner disse um dia que trocaria todas as suas aventuras pela vista da Sereia, mas sempre desmentia-se depois. Mas também pudera. A vista era realmente linda. As águas azuis do nordeste do Brasil eram de encher os olhos, mesmo que estivessem um pouco radioativas. E no horizonte, via-se Erebor, a Montanha Solitária. Falaremos mais desta no decorrer da história.

Como aquele era o primeiro dia, havia muitos alunos novos, porém, como sempre pensava, “nenhum garoto bonito”. Porém, a única coisa que passava na sua cabeça era a explosão da sua casa. No que estava metida agora? Vai morar para sempre de favor na própria escola?

Seus ferimentos ainda doíam. Havia dezenas de pedaços de madeira no seu corpo, que foram removidos rapidamente, mas a dor continuava. Não fazia ideia de como tinha se ferido, e só se lembrava de Dave saindo do seu quarto depois de oferecê-lo para que se abrigasse.

A primeira aula (do primeiro dia) era do professor preferido dos garotos. Seu visual era de um cowboy andarilho, daqueles que carregam um caixão com um monte de bosta pelo deserto. Usava um chapéu clássico e portava um espada japonesa na cintura. Entrou na sala com uma garrafa de uísque escocês treze anos, embora ela já tivesse treze anos a muito tempo. O que mais chamava atenção era os pedaços de metal que possuía no seu corpo. O seu passado foi difícil e obscuro, por isso não ousava contar a origem daquilo. Porém, contava que podia beber o quanto quiser sem ficar bêbado.

Entrava e avaliou com o olhar os novos alunos. Enquanto avaliava, viu aqueles que já conhecia. Até podia-se dizer que tinha amizade com eles.

– Dave, você ficou mais gordo.

– E você está mais velho.

– Ha, bom pra mim. Sou como uísque. – falou enquanto mostrava a garrafa. – Servido?

– Claro. – Dave agarrou uma garrafa jogada pelo professor. Tomou um gole e compartilhou com Junior e Pedro. Giovana não quis beber.

– Giovana?

– Dia, professor. – respondeu.

– Algo aconteceu?

– Nada importante.

– Oh, tudo bem.

Então, colocou sua bolsa na mesa, e falou a todos,em bom som:

– Então, olá aos que ficaram nas férias de final de ano, porque não tem parentes ou não gostam de vê-los. – Um grupo o saudou com um “SALVE!” – Salve. Olá aos que moram nesse lugar e provavelmente morarão até que a morte os leve. – Dave o saudou com a mão, e o professor assentiu. – Olá aos que voltaram das suas casas, na favela ou nos Jardins. – A maior parte da sala o saudou. – E, por último, porém de maior importância, olá aos que entraram hoje, pela primeira vez nessa escola. Saibam que aqui é terra santa. (Dave o saudou de novo nessa parte.) Bem vindos! – Nenhum dos novatos falou algo. – Ok. Vossa timidez é normal. Meu nome é Louis Melchior. Eu sou professor de física, química, sobrevivência e de kendo, isto é, luta com espadas. É de gratidão que a vossa primeira aula do ano seja minha. Bem vindos ao Colégio Belle-Mèse.

– Alguma pergunta? – Houve silêncio.

– Não? Tudo bem. Como a primeira aula é de Física, começaremos com o primeiro conteúdo, escalas termométricas.

A aula seguiu, mas nem Giovana nem Dave prestaram muita atenção. Giovana ficou apenas olhando para a Montanha, em busca de esperança nas nuvens radioativas que a sobrevoavam.

Dave, entretanto, olhava pra outra coisa. Para uma novata em especial.

Ele sabia seu nome sem ao menos perguntar. Analisou e confirmou todos os aspectos da garota. Em seu caderno, já havia feito um desenho dela em perfil, e uma lista destes aspectos, em comparação com os de alguém que já conhecia. Ficou assim:

1 – As duas são gostosas, porém a que conheço é mais velha, consequentemente mais gostosa;

2 – Os mesmos olhos grandes. Lindos, também;

3 – Cabelo liso, ok;

4 – São gostosas. Pra caralho. Tinha que ressaltar isso.

4.1 – As melhores coxas que já vi na vida;

5. – Parecem ser inteligentes.

Dave estava rindo sozinho do que tinha feito. Tomou um gole do uísque, e continuou a desenhá-la.

– Ela tá olhando pra você – disse o Junior. Dave virou rapidamente e a viu o fazendo, porém logo ela voltou ao seu livro, tentando disfarçar. Dave aproveitou e desenhou os olhos. Admirava seu desenho e apenas aquilo. Arrancou a folha do caderno e a guardou no bolso.

– Professor, posso sair? – disse Dave.

– Vá e não volte – respondeu. A sala riu.

– Haha, ok. – riu também, e foi.

Ao sair, Jade o aguardava na porta

– Você está me seguindo?

– Sim – deu uma piscadela. – Ela tá aí?

Em vez de responder, Dave tirou do bolso a folha do desenho e jogou pra ela. – Isso responde?

– Acho que o tempo não muda tanto em outras linhas do tempo. – Ela tirou uma folha de papel do bolso e deu a ele. Os desenhos eram muito parecidos, pra não dizer completamente iguais.

– Puta merda. Vem guardando isso faz quanto tempo?

– Uns 4 anos, eu acho – respondeu.

– Nossa, quanto tempo. Eu achava que não conseguiria ficar tanto tempo assim com uma mulher.

– Bem, você pôde. – e riu. – Mas não é pra isso que eu vim aqui.

– Então fale. – Seguiu andando, e Jade o acompanhou. Era incrível como ela atraía olhares enquanto passava pelos corredores.

– Eu a vi quando chegou no colégio. Foi bem parecida com a minha primeira vez aqui. Mas nela existe algo a mais.

– Tipo...?

– Ela está transbordando energia temporal.

Dave parou súbitamente – ELA O QUÊ?!

– É, isso mesmo.

– Mas como?

– É simples. Aquela quantidade de energia temporal é imensa. Apenas quem mexeu com o tempo inúmeras vezes pode ter aquilo. Então temos duas opções. A primeira: Ela é acompanhante do Doutor.

– De quem?

– Meu Deus, você não o conhece?

– Devia conhecer?

– Mais ou menos. Enfim, isto é impossível.

– E a segunda opção?

– Ela pode estar perto de alguém que tenha viajado no tempo. E muitas vezes, por sinal.

– E isso é possível? Você esteve?

– Bem... digamos que sim. Mas não nessa época. Mas sim, com certeza ela está perto de alguém assim.

– Mas quem?

– Energias temporais vêm com uma assinatura, Dave. E a assinatura que está nesta é bem clara.

– Então...?

– Você possui a mesma energia temporal que ela.

– Então...isso quer dizer que... se ela esteve comigo...

– Sim. Ele está vivo.


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Notas finais do capítulo

Eu não plagiei Tolkien.



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