Tudo que Vai Volta Ii escrita por kaka_cristin


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Apareçam leitores fantasmas !!! kkkk um bando de gasparzinhos! He he he, eu sei, eu sou retardada. Mas se quiserem mandar um review é bom, pelo menos dizendo "Oi" só pra eu saber se devo continuar postando. Vlw ninas. Bjs



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Me olhei no espelho e respirei fundo. Minha maquiagem estava completamente borrada depois que molhei o rosto com água. Maquiagem vagabunda, pensei. Retoquei a maquiagem com o que eu havia trago dentro da minha bolsa. Ajeitei minha roupa antes de voltar à festa. Eu não podia passar a festa inteira dentro do banheiro chorando pelo Gerard. Eu precisava estar presente na festa que eu organizei, na festa da minha empresa. Eu devia estar do lado de fora do banheiro, na entrada do salão, recebendo os convidados. Era isso que eu devia estar fazendo ao invés de estar derramando todas aquelas lágrimas inúteis. Assim que saí do banheiro dei de cara com a Kate que me olhou preocupada perguntando como eu estava.

 - Estou bem. Não precisa se preocupar.

 - Não fica assim, Natasha. Hoje não é o melhor dia pra isso e eu odeio te ver assim.

 - Tudo bem. Eu estou bem. – Sorri tentando convencê-la daquilo. – Vou cumprimentar o restante dos convidados.

 - Está bom. Qualquer coisa eu estarei no bar. – Ela sorriu apontando pro copo em sua mão. – Faz tempo que não bebo uma dessa ainda mais de graça. Aí já viu né? – Eu ri também e me distanciei cumprimentando outros convidados.

 Passeei por quase todo o salão cumprimentando um a um, mas o Gerard parecia me evitar. Ele sempre escapava de minhas vistas e eu não conseguia falar com ele. Acho que estava sendo melhor assim. Não sei se conseguiria cumprimentá-lo e olhar ao mesmo tempo nos olhos daquela garota que o acompanhava.

Passaram-se alguns minutos até a Claudia me avisar que era pra eu fazer um discurso dentro de alguns minutos. Um dos organizadores da festa subiu ao palco e começou a falar sobre os dez anos da revista, então chegou à vez de eu falar algo quando ele me chamou no palco.

 

- Obrigada. Muito obrigada. – Eu dizia enquanto me aplaudiam. – Bom, eu nem sei muito bem o que dizer já que todas às vezes quem fazia isso era o Sr. Banks. – Fiquei emocionada ao mencionar o nome dele. – Ele era um grande homem. E fez um ótimo trabalho todos esses anos, não é a toa que somos a revista que mais cresce em todo o país. E todo o esforço dele merece todo esse sucesso. - Todos aplaudiram mais uma vez. Quando os aplausos cessaram-se eu voltei a falar: - Hoje é com muita emoção e satisfação que eu digo que são dez anos de sucesso, dez anos de batalha, dez anos de trabalho árduo, de inteligência, companheirismo, confiança e dedicação, sem isso não chegaríamos onde conseguimos chegar. Quero agradecer a toda equipe da empresa, todos os funcionários que são os componentes principais para nos mantermos sólidos a cada dia. Eu quero agradecer também a todos os presentes aqui hoje. Muito obrigada mesmo por terem vindo à esta magnífica comemoração e... – Estendi a taça em minha mão no alto - Divirtam-se!

 Então a banda My chemical romance subiu no palco e com ela o Gerard também, óbvio. Fiquei imóvel, Gerard tirou o microfone com cuidado da minha mão olhando diretamente para mim. Eu estava boquiaberta fazendo papel de patética admirada por sua beleza e sua aproximação. Sorri sem graça para o público e desci do palco deixando eles lá que fariam uma apresentação de meia hora. Kate me encontrou no final da escada que dava para o palco e me abraçou.

 - Você foi ótima.

 - Obrigada. – Tentei sorrir.

 - Falou com ele?

 - Eu nem o cumprimentei. E nem ele a mim. – Sem contar meu momento patético sem largar o microfone.

 - Eu achei que o que você falou foi legal. Principalmente a parte do Sr. Banks. Foi bastante tocante. Você foi muito bem.

 - Eu morria de medo de falar alguma coisa idiota. Eu detesto falar em público se é que você se lembra da época de escola. – Continuamos andando até pararmos próximas ao bar.

 - Com certeza me lembro de cada momento. E sabe do que mais me lembro? – Eu balancei a cabeça que não. – Daquele dia em que o Gerard te tirou para dançar na sua festa de dezesseis anos.

 - Ah! – Eu gargalhei com ela me lembrando daquele momento.

 - Eu devia ter uma máquina em minhas mãos só pra registrar aquele momento. Você parecia que ia ter um ataque do coração.

 - Nem me lembre. Eu era tão boba.

 - Continua. – Ela sorriu de canto.

 - Nossa! Muito obrigada pelas verdades. Acho que a bebida já está fazendo efeito.

 - Pare de bobagem que eu nem bebi o quinto copo ainda. – Eu ri sem graça e olhei para ela que sorria para mim. – Você é magnífica, Natasha. Só não sabe disso. Como não sabia quando ainda era uma pirralhinha de dezesseis anos.

 - Por que está me dizendo essas coisas?

 - Eu não quero ver minha amiga morrendo por aquele cara lá no palco. Eu quero que ela veja como é linda e poderosa agora como sempre foi e que siga em frente. Quero que ela viva!

 - Falar é fácil... – Eu disse magoada pelas palavras dela. – Se você soubesse como é viver minha vida.

 - Está certa, eu não sei. Eu não fui abandonada grávida. Eu não perdi um filho. Eu não entrei em depressão pós-parto. Mas existe tanta coisa pior que acontecem com outras pessoas que seus problemas não chegam nem aos pés e mesmo assim eu as vejo se reerguerem. Não estou querendo dizer que você já devia estar correndo pela rua atrás de um homem, nada disso. Eu só estou dizendo que deve começar de agora a pensar que você não é mais uma menininha e que você agora tem uma filha que depende da mãe sã. E que se você quiser... – Eu a olhei de canto, e ela fez uma pausa breve. – Se você quiser, eu tenho certeza que vai lá, vai reagir.

 - Eu estou tentando.

 - Está mesmo?

 - Estou. Eu quase não penso mais no Gerard. – Ela me olhou triste.

 - Você não parou de falar nele nem por um segundo enquanto eu estive na sua casa.

 Eu virei meu rosto em direção ao palco e lá estava ele, tão perto e ao mesmo tempo tão distante de mim.

 - Eu só quero que minha amiga fique bem. Isso é exigir demais de você? – Eu balancei a cabeça que não. – Você só ficou assim depois de conhecê-lo e eu não estou dizendo que seja errado, mas agora se ele seguiu a vida dele por que você não tem que fazer o mesmo? Você é livre Natasha.

 - Eu não gosto como isso soa.

 - E nem eu. Mas por mais que doa é a verdade. Por mais que doa, terá que seguir com sua vida sem ele.

 - “Seguir minha vida sem ele...” – Olhei novamente para o palco onde o Gerard agradecia ao público. Pensar em minha vida sem ele me deixava com vontade de chorar. Mas por quê? Já fazia tanto tempo que estávamos separados, mas mesmo assim o amor que eu sentia por ele nunca morreu. A culpa era dela. A coisa chamada esperança que não me deixava esquecê-lo e se alimentava cada vez mais dentro de mim. Eu ainda acreditava num futuro com o Gerard, até agora.

 - Isso. Seguir sua vida sem ele. – Repetiu Kate. – Você vai contar a ele sobre sua filha e depois tudo vai ficar bem e vocês vão ser amigos por causa da criança, mas você não poderá se abater por ter que conviver com isso e vê-lo com outra, você vai olhar pra frente de cabeça erguida e seguir com sua vida.

 Ouvir sobre conviver com Gerard casado com outra pessoa que não seja eu, me irritou.

 - Eu vou contar a ele, Kate. – Ela balançou a cabeça em concordância. – E eu vou fazer isso agora.

 Eu me virei depressa em direção ao palco antes mesmo que Kate dissesse qualquer coisa, tendo ela concordado ou não com minha vontade louca de invadir aquele palco agarrar o braço dele e arrastá-lo até um local onde pudéssemos conversar. E foi o que eu fiz, juntei toda a coragem que eu tinha e subi no palco quando o Gerard já vinha na minha direção para descer dele. Seus olhos se arregalaram ao me ver tão decidida, pisando fundo em sua direção. Ele parou na minha frente e eu respirei fundo.

 - Será que podemos ter aquela conversa?

 - Agora?

 - Sim. – Falei firme. Ele olhou para os lados e depois direto para um de seus amigos da banda. – Diz para a Jasmine... – Ele fez uma pausa para me olhar, acho que por causa do nome da namorada ou mulher dele, seja o que ela for. – Diga que eu já volto, fui resolver algumas coisas.

 - Ta OK. – Respondeu o rapaz alto de cabelos cor de fogo.

 Eu peguei na mão dele e quase que o arrastei pra trás do palco. Atrás das cortinas havia uma espécie de corredor que levava para um pequeno camarim que nem chegamos a usar, pois pensamos que seria desnecessário. Agora aquele local valeria de uma coisa. Eu iria usá-lo para revelar algo realmente bombástico para o meu ex. Eu larguei a mão dele quando atingimos o corredor. Estávamos em sossego ali, não havia ninguém para nos atrapalhar e a enorme cortina vermelha separava o corredor do palco. Ninguém podia nos ver ali nem ao menos escutar por causa da música alta. Gerard me olhou assustado enquanto eu bufava andando de um lado a outro feito uma louca. Foi então que irritado ele me parou com as mãos no meu ombro.

 - Dá pra parar? – Ele disse nervoso, mas não com raiva. Eu estava aumentando o nervosismo dele com todo aquele andar de um lado a outro.

 - Gerard... – Eu olhei nos olhos dele. Os olhos mais lindos que eu já vi em toda minha vida. Tive medo de continuar com aquilo. Tudo o que eu queria naquele momento era implorar para ele voltar pra mim, e dizer que eu tinha medo de perdê-lo pra sempre, pois eu ainda tinha esperanças com ele. Então lembrando disso e de todas as coisas que a Kate havia dito e o que eu prometi que iria fazer, eu comecei a chorar. Seus olhos ficaram tristes a me ver daquele jeito e ele me abraçou.

 - Natasha, o que está acontecendo? Me fala.

 - Eu não suporto mais isso.

 - Isso o que?

 - Você. – Eu me separei dele para encará-lo.

 - O que isso quer dizer exatamente? Quer que eu vá embora? – Ele me olhou confuso apontando para a cortina.

 - Não! – Eu disse em meio ao choro. – Esse é o problema! Eu quero você perto de mim. Você está me entendendo?

 Ele me olhou sem ação e então balançou a cabeça algumas vezes em concordância.

 – Estou. – Respondeu ele. E então quando eu pensei que ele falaria mais, eu recebi seus lábios nos meus, como resposta.

 

 


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Notas finais do capítulo

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Ai gentiii esse capítulo é tão emocionante. Nem parece q eu escrevi, eu acho q eu estava inspirada nesse dia kkkk