Tudo que Vai Volta Ii escrita por kaka_cristin


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap dessa fic loka!!



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Minha mãe abriu a porta do meu quarto e me presenciou naquele estado deplorável. O cabelo bagunçado, suja depois de um dia de trabalho árduo, bêbada com um copo de cachaça na mão e algumas garrafas vazias pelo chão, além de uma pela metade, sentada na janela do quarto com o olhar ao longe.

 

- O que foi que aconteceu aqui? – Perguntou ela desesperada. Saiu em um rápido momento em direção ao seu quarto e ao verificar que estava tudo bem com a Jessy, voltou para meu quarto e se aproximou de mim. – O que houve?

 

- Nada. – Respondi ainda aérea. Tudo o que eu pensava era “Ele voltou pra me assombrar de novo”.

 

- Desça daí, Natasha.

 

- Não se preocupe, eu não vou cometer nenhum tipo de suicídio. Além de que eu não irei morrer se eu me jogar daqui, vou apenas me esborrachar já que a altura não é tão grande, e eu não pretendo fazer isso, não ainda.

 

- Wendy! – Gritou minha mãe pela babá da Jessy.

 

- Ela já foi. – Eu avisei depois de um gole no copo de cachaça. - Deixei ela ir assim que cheguei. Queria ficar a sós com algumas garrafas anti-deprê.

 

- Desce daí, Natasha. – Repetiu ela. Revirei os olhos impaciente e acabei fazendo a vontade dela antes que ela começasse uma crise de choros pela filha problemática. Me deitei na cama sem largar o copo, e quando estava prestes a dar mais um gole na bebida, minha mãe o retirou da minha mão. – Não vai beber isso.

 

- Agora já é tarde. Já estou na terceira garrafa.

 

- O que houve Natasha? Por que está bebendo? Você nunca fez isso. – Reclamava enquanto recolhia as garrafas do chão para que eu não voltasse a beber. Tudo bem, eu nem tinha mais forças para me levantar dali. A cama estava tão atrativa naquele momento.

 

- Nunca é tarde para começar. – Mais uma vez agi com ironia. Ironia é uma das várias características de um bêbedo, só pra constar.

 

- Fala pra mim. O que aconteceu? – Ela tentou mais uma vez, mas eu não estava afim de falar sobre aquilo.

 

- Ah! Não to a fim de falar sobre isso agora. Me deixa em paz. – Reclamei escondendo meu rosto por debaixo do travesseiro. - Eu vou dormir.

Foi só eu me virar pro outro lado para adormecer de imediato. Minha mãe chorou em me ver naquele estado. Estava desesperada, eu estava cada vez mais me afundando e agora ela nem sabia qual era o motivo para me levar àquela bebedeira. E mais uma vez ela pensou no Gerard. E dessa vez ela estava certa.

 

 

< Visão do Gerard>

Era mais um término de ensaio. Joguei o microfone no chão sem me importar se o quebraria. Me joguei no sofá do estúdio onde ensaiávamos em sinal de cansaço. O restante dos integrantes da banda, na qual eu era o vocalista, foram tomar uma cervejinha e só restaram Ray e eu no estúdio.

 

- To morto. – Disse meu amigo Ray desabando na poltrona ao lado.

 

- Nem me fala, cara. Nem me fala. – Eu mal podia esperar pras férias e nem havíamos começado direito os shows, agora que nossa banda começava a estourar pelo mundo, os ensaios eram constantes assim como convites para apresentações.

 

- Ainda bem que depois de amanhã teremos uma festinha pra ir. Vou beber todas. Não quero nem saber.

 

- Não se esqueça que temos show no domingo.

 

- É. Mas eu me recupero rápido. – Ficou um silencio durante alguns segundos e eu esfregava as mãos no rosto para me despertar quando Ray continuou: - E você, ta empolgado com a festa?

 

- Um pouco ansioso.

 

- Com certeza. Capa de uma das revistas mais famosas do mundo. – Ele ri como se não acreditasse no sucesso que estávamos fazendo. - Nossa cara. Nós somos uns filhos da puta de muita sorte mesmo.

 

- É... – Concordei pensativo. Talvez eu não tivesse tanta sorte assim. Se eu realmente fosse um cara sortudo esse dia nunca chegaria e eu não teria que enfrentar a Natasha depois de tanto tempo. Ray me olhou e achou estranho o meu silêncio.

 

- Que foi? Está preocupado com alguma coisa?

 

- Um pouco.

 

- Com o que? Com o show que faremos no domingo?

 

- Não. – Balancei a cabeça. - Com o evento de sábado.

 

- A festa? Mas por quê? Não será você que pagará por um salão caro e chique, e gastará tanto dinheiro em comes, bebes, e música para satisfazer os convidados.

 

- Problemas do passado. – Confessei sem entrar em detalhes.

 

- Você disse uma vez que já trabalhou nessa empresa, não é? – Ele pergunta em dúvida. Eu balanço a minha cabeça confirmando. - Deixou alguém com ódio de você ou coisa do tipo? Algum inimigo? – Brincou ele. E eu balancei a cabeça em afirmação o que o deixou um tanto surpreso.

 

- Provavelmente. – Respondi cabisbaixo.  

 

< Visão de Natasha >

Acordei na manhã seguinte com uma forte ressaca. Olhei em volta em meu quarto me situando.  Assim que me levantei da cama, fui ao banheiro. Depois das minhas necessidades matinais, fui direto pra cozinha comer algo. Estava com o estômago me corroendo. Minha mãe já estava lá preparando um delicioso café. Dei um beijo no rosto dela seguido de um “Bom dia”, mas ela nem se moveu, continuou como se eu não estivesse ali, me ignorando, mas eu nem dei importância, não havia percebido que ela estivesse zangada comigo. Só quando ela colocou a xícara com toda estupidez sobre a mesa quase derramando o café em mim que eu fui perceber.

 

- Nossa! Calma. Quase me molhou. – Olhei para ela assustada. Ela parecia realmente brava com alguma coisa, mas eu não sabia o que até aquele momento.

 

- E era para molhar. Talvez assim você acorde do que está fazendo e para de se prejudicar.

 

- O que foi? – Não estava entendendo nada.

 

- O que aconteceu ontem para eu te encontrar daquele jeito, Natasha? Eu quero saber o que está acontecendo de verdade. – Ela disse séria. Ela não estava pra brincadeira, percebi isso enquanto a encarava. Eu queria desabafar com ela, mas ao mesmo tempo não queria que ela soubesse o que estava preste a acontecer: Eu entraria novamente na maior depressão depois de ver o Gerard na festa de dez anos da revista.


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