"magnus" escrita por Lord Byron


Capítulo 2
"Desmorto"


Notas iniciais do capítulo

Trata-se de um conto "levemente" inspirado no universo de jogo da NC-Soft: Line Age II.



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Segundo Tomo
"Desmorto"

Olhos perscrutavam seu corpo, mas no lugar de seus sorrisos maliciosos, existia decepção. Mãos tateavam seu corpo e toda a sorte de magia e encantamentos lhe eram direcionados em vão...

Magnus pode sentir quando seu coração deixou de bater e ele fora lançado em um abismo de trevas infinito. O brilho de seus olhos desaparecera levando com ele a saga do homem que lutou por sua vida por longos três anos. Morreu o menino que durante uma noite de inverno, ousou erguer sua espada e ferir a face um lendário batedor elfo negro que espionava sua terra natal Floran.

Mas... Se realmente estava morto, porque sua alma torturada não encontrou a paz?

Pesadelos povoavam novamente sua mente, o abismo nunca mais teria fim? Será que este era o destino dos que morriam sem ter alguém para por eles velar? Magnus era um garoto quando perdera os pais. A mãe faleceu em seu parto, e o pai vitimado pela lepra. Havia se tornado um especialista no tratamento de seu pai, nunca se cansando de trocar as bandagens repletas de pus e sangue por limpas, toda a manhã e noite em uma sina interminável. Tal função era dolorosa para ele, não por qualquer forma de nojo, e sim pela visão de seu pai definhando dia a dia. Por fim a morte furtara o único ente que ainda lhe restara nesse mundo. A fama da doença de seu pai fez do menino um excluído entre os habitantes da vila, mesmo não denotando ele qualquer sinal da doença.

Uma luz arrancou-o do torpor em que se encontrava, lufadas de oxigênio invadiram seus pulmões, vida?

Dor, confusão...

A letargia de seu corpo experimentou novamente um batimento cardíaco forte bombeando sangue... Vida! O cheiro de terra invadira suas narinas, o corpo trêmulo com músculos repletos de câimbras reclamava o repentino despertar. Deixara o abismo de trevas e morte para um mundo de luz e vida.

Retirado de uma cova, a primeira coisa que viu foi um rosto que lhe sorria ao ver que existiam resquícios de vida em seu corpo mutilado. Era Cibele, a anã auxiliar de Lâmia. Permaneceu quatro dias recuperando-se até que pudesse falar e raciocinar com perfeição. Estivera em um estado muito próximo da morte, por três dias, fruto de uma poção que bebera ofertada por Cibele um dia antes do princípio dos festejos quando estava pregado na cruz. A mesma havia sido instruída para lhe dar uma poção entorpecente para que resistisse melhor à dor por Lâmia, ao que, apaixonada por Magnus, trocou a mesma por uma raríssima e complexa, pouco conhecida feita com ossos de cadáveres, que tem o poder de deixar um corpo vivo em um estado de letargia semelhante à morte. A poção mata a uma proporção de oito em dez, os que tentam por motivo que for se beneficiar de seus efeitos. Apenas os mais constituídos tem chances maiores. Conhecedora do vigor de Magnus, e acreditando que na pior das hipóteses a morte seria um descanso para o amado, Cibele resolveu arriscar.

Magnus resistira bem aos efeitos, sua musculatura sequer atrofiou e ao cabo de duas semanas, ele já podia responder bem aos cuidados e mimos que lhe eram dispensados pela pequenina. Estavam residindo sigilosamente na cidade de Glúdio. Iniciaram uma vida simples, como a qual havia deixado ainda quando um rapaz em Floran. O amor de Cibele, a princípio recebido com indiferença e estranheza, foi penetrando os poucos seu coração frio. Viveram quatro anos de felicidade mútua, era espantoso como apesar dos dissabores, Magnus conseguia retribuir carinho aquela que por ele sempre velou, alimentando-o às escondidas, ou ainda lhe fornecendo poções para curar seus ferimentos.

Ingressou na vida militar onde demonstrou aptidão espantosa. Serviu lealmente ao reino por quinze anos combatendo pela honra e glória de Glúdio sempre sendo afortunado pela sorte quando envolvido em alguma batalha mais séria. Determinado dia, durante o turno da tarde, Magnus sentiu um grande aperto no coração e lágrimas começaram a brotar de sua face. Acudido por companheiros de vigília, caiu ao solo de joelhos, tornando a se erguer em uma explosão de fúria, correndo como um insano em direção a sua casa. Era tarde, caída sobre uma poça de sangue estava Cibele ainda com trajes do lar já sem vida. Ele a tomou em seus braços, apertou-a de contra o peito, sentindo ainda o resquício de calor de seu corpo pequenino. Olhou-a em seus olhos vazios demoradamente e colheu com os lábios seu último beijo.

Pode sentir perfeitamente o cheiro da mesma fragrância usada por lâmia inpregnando o local e teve certeza de que seu destino ali em Glúdio estaria com os dias contados...


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