[CANCELADO] Pokémon Universe escrita por Pedro Verri Barboza


Capítulo 7
Um Pesadelo!


Notas iniciais do capítulo

O que posso dizer? Desculpem pela demora.Mas esse capítulo chega bem a tempo do Dia das Bruxas!



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Dormi feito um Geodude aquela manhã, nos quartos do Centro Pokémon. Acordei com David me balançando, parecendo chateado. Coitado, já duas vezes eu o fizera ficar me esperando cochilar, sem nada para fazer.

David: Vamos, Apolo! Nós temos que partir, ou não chegaremos em Zeon a tempo!

Apolo: Só mais uns minutinhos....

David: Sem essa, acorda agora! A Enfemeira Joy preparou comida para nós e partiremos logo em seguida.

“Comida”. Aquela palavra ecoou na minha cabeça como nada havia o feito antes. Eu tinha acabado de perceber que eu estava sem comer uma coisa sequer desde que saira de Hestia. Me levantei, ainda zonzo de sono.

Apolo: Uh... Que horas são?

David: Meio-dia, cabeção.

Apolo: Meio-dia!? Essa não, perdemos muito tempo de viagem!

David: É, pois é.

A Enfemeira Joy havia nos preparado comida. Coisas simplês, como arroz e bife, mas quando se está a tanto tempo sem comer, aquilo é mais do que perfeito! Eu fiquei pensando se o que aconteceu ontem a noite, meu lapse de tempo, havia sido uma alucinação causada pela falta de comida? Tentei não pensar muito no assunto.

Terminamos de comer, nos despedimos da Enfemeira Joy e partimos em direção a Zeon. Se a cidade estava tão longe o quanto parecia quando a vira ontem a noite, teríamos que andar durante muito tempo.

Aproveitei o tempo de viagem para contar a David sobre o que aconteceu comigo. Já havia falado um pouco para ele quando cheguei no Centro Pokémon de manhãzinha, mas agora eu contei em todos os detalhes. Pelo menos do que eu ainda conseguia me lembrar, tudo parecia distante como um sonho. Minha única certeza de que aquilo não fora um sonho de fato, era aquela pokébola carregando Zangoose.

David: Isso é muito esquisito, Apolo. Tem certeza de que você não desmaiou de cansaço só para acordar ali ao lado de Zangoose?

Apolo: Tenho! Bom... não. Mas se fosse o caso, como Zangoose teria aparecido magicamente em minha pokébola?

David: Hm... Sei lá. Mas o que mais me estranha é aquela criatura que você falou. Que pokémon será que era?

Apolo: Não sei. Mas acho que ele ainda está por aí, nessa floresta.

David: Você não está pensando em sair por aí no meio da noite procurando por ele de novo, não é?

Apolo: O quê?! Não! Hahaha!

David: Você não devia ter feito aquilo ontem, pelo menos não sem me chamar pra ir com você primeiro.

Apolo: Sinto muito, não queria preocupar ninguém...

David: Eu sei, mas estamos juntos nessa jornada. Da próxima vez me avise antes de fazer outra estupidez dessas!

Apolo: Pode deixar! Haha!

Continuamos andando, não sei por quanto tempo, meus pés queimavam de dor. Concordamos em parar um pouco a sombra das ávores. A Pokédex apontava que eram 16:00h e o Sol queimava.

Pegamos umas frutas nas ávores que ficavam próximas as estrada. Se tinha uma coisa que eu não queria era voltar para o meio da floresta. Estavamos conversando sobre assuntos casuais, como Qual gostariamos que fosse nosso próximo pokémon, ou Se venceríamos o Líder de Ginásio da cidade de Zeon, quando David fez uma pergunta que me pegou de surpresa.

David: Você acha que Kyle já chegou à Cidade de Zeon?

Apolo: Uh... Bom, tenho quase certeza de que sim. Atrasamos muito tentando ajudar Zangoose. Ele deve ter chego à cidade ontem.

David: Você não acha que a essa hora ele já possa ter ganho a insígnia do ginásio?

Apolo: Acho que sim... É, provavelmente.

Eu não havia parado para pensar nisso. Kyle devia estar com uma tremenda vantagem na jornada dele uma hora dessas, enquanto eu ainda estava saindo de Hestia. Tentei deixar o pensamento sair de minha cabeça, mas não consegui.

David e eu continuavamos andando, agora já anoitecia e a cidade aparecia no horizonte, muito mais próximo do que eu a vira quando deixei o Centro Pokémon ontem a noite, mas iria levar algumas horas para chegar lá ainda.

Horas se passaram. Olhei a Pokédex, que marcava serem 19:00. A Cidade agora estava a poucos quilometros dali, mas eu estava tão cansado de caminhar a tarde inteira, que tudo que eu queria era me deitar e cochilar, mesmo no chão de terra. David parecia compartilhar deste sentimento.

Estávamos literalmente caindo de sono, quando David teve uma ideia... chocante, digamos assim.

David: Pichu, saia da Pokébola!

Pichu obedeceu e se materializou ali perto de nós.

Apolo: O que você pretende fazer?

David: Nos manter acordados! Pichu, use Thundershock em nós!

Apolo: O quê?!

A princípio Pichu estranhou a ordem, mas logo obedeceu seu treinador, descarregando um choque médio em nós dois. Tenho que admitir que foi uma ideia meio ousada por parte de David, mas serviu muito bem para nos deixar eletrizados. Eu me sentia recarregado e com energia suficiente para chegar a Zeon ainda hoje!

David: Vamos continuar! Não é seguro ficar parado pela rota enquanto escurece.

Não podia concordar mais. David chamou Pichu de volta para a Pokédex e voltamos ao nosso caminho em direção a Cidade de Zeon.

Finalmente haviamos chegado em Zeon, mas já era tarde da noite e a Pokédex marcava 22:00h e estávamos cansados. A parte mais exterior da cidade concentrava casas mais simplês e domésticas, o verdadeiro fervo devia ficar ao centro da cidade, junto com o Ginásio.

As ruas ainda eram de terra batida naquela parte da cidade pela qual havíamos chego, com várias moradias antigas bem espaçadas entre si. Avistamos um Hotel logo ali na frente e David e eu compartilhamos um pensamento: cama!

Não vou dizer que a aparência do hotel não me deixou desconfiado a princípio, mas do que importava? Ele tinha a frente toda pixada, janelas cobertas com tábuas e a estrutura parecia que ia cair a qualquer momento, porém a luz amarela que brilhava lá dentro me chamava para o conforto do seu interior.

A primeira coisa que se via ao entrar no hotel era um lobby largo com um balcão no centro, onde havia um senhor idoso, provavelmente aguardando clientes para passar a noite. Ele nos viu e nos convidou para entrar com uma voz inocente.

Idoso: Então, garotos, precisam de um quarto?

David: Uh, sim... Algum disponível?

Idoso: Oh, deixei me ver.... Sim, há um quarto disponível no primeiro andar. Vão querer?

Apolo: Quanto é por noite?

Idoso: Como vocês estão cansados e parecem ser bons garotos, essa noite vai ser por conta da casa para vocês!

David: Puxa, sério?! Obrigado, moço!

Apolo: Tem certeza que não tem problema não precisarmos pagar nada?

Idoso: Não se preocupem com isso. Aqui está a chave do seu quarto, número 13.

Eu estava meio desconfiado, mas Apolo parecia estar contente com a noite de graça que havia ganhado. Aliás, ele devia estar bem mais cansado do que eu, afinal eu havia dormido das 6:00h até meio-dia!

A escada que levava ao primeiro andar fazia rangidos que pareciam gritos a cada passo. Enfim chegamos ao quarto número 13, que por sinal não estava trancado, um simplês empurrar da porta nos revelou o seu interior sombrio. Haviam duas camas com um criado mudo faltando uma perna e uma luminária separando-as. O carpete no chão cheirava a mofo e era meio grudendo conforme se pisava nele.

David jogou sua mochila do lado da cama esquerda e deitou, em poucos minutos começou a roncar. Por qualquer motivo que fosse, eu não conseguia dormir, pûs minha mochila do lado da minha cama fiquei sentado, apenas com a luminária acesa, lendo o que a Pokédex dizia sobre alguns Pokémons, tentado descobrir quem era aquele Pokémon com cabeça de cebola de ontem.

Após cerca de meia-hora, a luz da luminária começou a oscilar até se apagar. De repente me vi em uma completa escuridão, apenas com a luz emitida do visor da Pokédex iluminando pouca coisa a minha frente. O sono começou a tomar conta de mim, mas me forcei a levantar da cama e andar até o balcão no térreo para verificar com o velho o que havia acontecido com a força.

Ao abrir a porta do meu quarto, arrepios percorram toda minha coluna: O hotel todo estava na mais completa escuridão, parecia ainda mais mal-cuidado do que antes, como se aquelas luzes no saquão não tivessem sido ligadas há um bom tempo. Mesmo assim fui adiante, usando a luz da Pokédex para guiar meu caminho através do corredor e das escadas.

Como eu já esperava a esse ponto, o velho que nos recebeu assim que chegamos no hotel, não estava mais ali. Ouvi um barulho e olhei para trás, mas era apenas a porta de entrada batendo por causa do vento, naquele instante a única coisa que eu queria fazer era sair correndo dali, mas David -- e minhas coisas -- ainda estavam no quarto 13. Então ouvi um grito vindo do primeiro andar, e certamente era a voz de David! Corri de volta ao quarto só para me esbarrar com David no corredor. Ele suava frio e estava com um olhar espantado.

David: Apolo, onde você estava?!

Apolo: Acabou a força no nosso quarto e eu desci até a recepção para ver o que tinha acontecido. O que aconteceu?

David: Um pesadelo!

Apolo: Só iss-

David: E quando eu acordei assustado, eu vi. Parado na minha frente havia um sorriso sem rosto que me olhava!

Apolo: O quê?

David: Um fantasma, Apolo! Eu o afastei para longe e levantei correndo atrás de você! Eu acho que ele ainda está no quarto, com nossas coisas.

Apolo: Então vamos ter que voltar lá.

David engoliu em seco e eu não estava menos apavorado que ele, mas tinha que ser corajoso por nós dois. Usando a Pokédex para guiar nosso caminho pelo corredor escuro, davámos passos curtos e com cuidado. Estava tudo tão silencioso que não se escutava nada além do ruído do chão rangendo abaixo de nós a cada passo; até que a Pokédex soltou um beep tão alto que eu sem querer a deixei cair no chão. Então que ela começou a falar do chão.

Pokédex: Feitos de gás, dizem que esse Pokémon aparece em prédios e casas abandonadas, se misturando com o escuro e se tornando praticamente invisível. Gastly usa seu poder hipnótico para por seu alvo em um sono profundo.

Peguei a Pokédex do chão com cuidado e observei o que havia na tela.

David: Gastly?

Apolo: Aqui diz que é um Pokémon tipo Fantasma. Será que foi o que você viu quando acordou?

David: Pensando bem, esse sorriso é igualzinho ao que eu vi!

Como se tivessem sido descobertos, vários Gastlys começaram a se materializar ao nosso redor. Deveria ter pelo menos duas dúzias deles ali, nos cercando.

David: Apolo, corre para o quarto!

Apolo: Mas eles estão para todo o lado!

David: São feitos de gás, você pode atravessá-los!

Passando de sua posição de medroso para herói, David tomou a dianteira e seguiu correndo para o quarto 13, que ficava no fim do corredor. Eu fui logo atrás, desfazendo alguns Gastlys no caminho com uma chacoalhada de mão.

Quando chegamos no quarto, a porta bateu atrás de nós, nos trancando ali dentro. Os Gastlys começaram a sair por todos os cantos das paredes, haviam ainda mais agora do que no corredor. Quando eu achava que as coisas não poderiam piorar, o ar ficou mais gélido e eu senti minha temperatura cair, uma criatura muito maior que os Gastlys -- e que nós -- começou a se formar a partir das sombras que tomavam conta do quarto. Supus que fosse outro Pokémon, então saquei a Pokédex.

Pokédex: Gengar é a forma final de Gastly. Usando as sombras para se esconder e se movimentar sem que seja percebido, ele se alimenta do calor da pessoas e dos seus sonhos, fazendo com que tenham pesadelos horríveis.

Só a informação que a Pokédex havia me dado sobre aquele monstro, foi suficiente para me deixar com mais medo ainda. Não perdi tempo, peguei a primeira Pokébola no meu cinto e chamei um dos meus Pokémons para me ajudar. David teve a mesma ideia e depois de uma luz que cortava a escuridão do quarto 13, Pichu e Zangoose apareceram diante de nós.

Só que eles pareciam estar tão apavorados quanto nós, demorou um certo tempo até que tomassem coragem e obedecessem nossos comandos.

Apolo: Zangoose, use Crush Claw!

David: Pichu, Quick Attack!

Assim como os Gastlys, Gengar parecia não ter matéria, pois quando Zangoose e Pichu partiram para cima dele, ambos atravessaram seu corpo, sem deixar nenhuma sequela no Pokémon.

O desespero estava tomando conta de mim e eu não conseguia me mexer, e Gengar parecia estar ciente disso. Ele fez um sinal com a mão e todos os Gastlys começaram a se movimentar de forma hipnotizante pelo quarto.

Além do medo, o sono e o cansaço começaram a me possuir. Quase nem conseguia mais manter meus olhos abertos. Não era apenas comigo, David e nossos Pokémons pareciam estar sob o mesmo efeito.

Apolo: Os Gastlys... estão usando seu poder hipnótico... para nos fazer...

Só de tentar formular uma frase, eu ficava sem fôlego, mas parecia que David tinha entendido o que eu quis dizer, pois o que ele fez a seguir foi uma ideia brilhante!

David: Pichu, use... Thundershock.... em nós...

Dessa Pichu não ficou confuso com a ordem do treinador. Simplesmente tentou juntar as energias que lhe restavam e disparou um clarão por todo o quarto. Por um breve momento, a luminária e as luzes do hotel se reacenderam, só para apagar depois. Mas havia dado certo, o golpe havia nos atingido, nos tirando do efeito da hipnóse dos Gastlys!

Gengar e os outros Gastlys ficaram desnorteados por alguns segundos, talvez por causa do clarão causado por Pichu, talvez por termos escapado do seu poder de hipnóse, ou os dois. Mas eles deram uma brecha suficiente para que pudéssemos pegar nossas coisas e sair correndo pela porta, com Pichu e Zangoose logo atrás.

Já estavamos quase na porta de entrada do hotel, quando Gengar se materializou na nossa frente, bloqueando nossa saída. Logo depois dele, os Gastlys voltaram a aparecer, tomando conta o lobby. Ele não parecia nada contente, estava com um olhar furioso, aparentemente tinhamos irritado ele.

Os Gastlys se aproximavam por todos os lados, se misturando com a noite.

David: Apolo, eu cuido de deixar esses Gastlys longe de nós! Pichu, use Thundershock!

O Thundershock se propagava e parecia não ter efeito contra eles, mas eles recuavam mesmo assim, mantendo distância.

David: Agora, se você puder cuidar do Gengar...

Apolo: Vou tentar.

Acho que Gengar ficou ainda mais irritado. Ele juntou as duas mãos no centro de seu corpo, criando uma esfera que parecia ser feita de nada além de sombras. Então ele atirou aquele esfera de sombras em minha direção.

Antes que eu pudesse reagir, Zangoose pulou na frente da esfera para me defendar.

Apolo: Zangoose!

Passado o susto de que Zangoose havia pulado na frente do golpe de Gengar, percebi que o mesmo não tinha tido efeito nenhum sobre meu Pokémon. Então me lembrei de algo que eu havia lido brevemente na Pokédex na noite em que parti em jornada: de que Pokémons tipo Normal são imunes a golpes tipo Fantasma, e vice-versa.

Pichu afastou os Gastlys com mais um Thundershock e eu reganhei a confiança que eu precisava para derrotar aquele Gengar. Cerrei os punhos e abri um sorriso, afinal eu tinha o que eu precisava para nos tirar dali.

Apolo: Zangoose, use Shadow Claw!

Sendo um golpe tipo Fantasma, Shadow Claw seria super efetivo contra o Gengar. Sentindo minha confiança, Zangoose sacou suas garra, que começaram a brilhar em uma luz negra e partiu correndo em direção a Gengar. Enquanto corria, deixou suas garras rasparem no chão, soltando uma leva de faíscas e quando chegou perto do alvo, o arranhou em cheio, mandando Gengar para longe.

Gengar se levantou não muito contente, parecia que estava ferido com o golpe de Zangoose. Ele fez um sinal para os Gastlys, que desapareceram na escuridão, e seguindo eles, Gengar também desapareceu nas sombras. Agora estavamos só eu, David, Pichu e Zangoose parados no meio de um hotel abandonado.

Saímos correndo pela porta da frente o mais rápido possível, mas precisamos de um tempo para processar tudo que havia acontecido ali, então ficamos parados no mesmo lugar por quase um minuto, do lado de fora, quando David finalmente pensou:

David: Vamos sair daqui!

Segundo a Pokédex, passava pouco das 3:30 da manhã e ainda havia a noite toda pela frente. David e eu concordamos em seguir em frente, para o centro da cidade, a procura de um Centro Pokémon, e nem pensar em parar em outro hotel tão cedo.


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