Olhos Estreitos escrita por ericalopes


Capítulo 13
13. Azul como os seus olhod




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- Daryl está ótimo e disse obrigado pela ajuda. – eu encaixava os peixes no espeto quando Shane se aproximou.

Tentei fugir, procurei uma resposta boa, mas ele não estava para brincadeira. A frase havia sido curta e reta.

- Eu fiz o que tinha que fazer. – retruquei.

- Você fez o que o seu coração mandou.

Eu sabia que era verdade, mas não queria causar mais confusões a minha cabeça.

- Eu tenho um conselho, aceite se quiser. Acho melhor você aceitar as ordens do Rick do que seguir seu coração. Rick é mais sensato.

Infelizmente verdade. Qualquer coisa provida de raciocínio faria escolhas melhores que as minhas.

- Eu não estou arrependida. – se eu não pudesse contar mentiras, então contaria verdades.

- Só pare enquanto ainda tiver tempo. Não se afogue nesse sentimento. – Shane arregalou um pouco os olhos como quem diz “entendeu?”. Eu cravei a madeira na boca de um peixe gordo aposentando toda a minha raiva e confusão ali.

Falando em Daryl, onde ele estaria? Por algumas horas ele tinha sumido da minha cabeça e também do acampamento. A preocupação sempre é imediata quando a ausência dele é notada.

O Cheiro do animal me entorpecia os sentidos e embrulhava meu estomago. Costumo piscar freneticamente quando estou nervosa e assim eu fazia naquele momento.

- Estão prontos? – perguntou Petterson ao lado da fogueira.

- Sim, estamos indo. – eu ergui o espeto com enormes peixes pendurados e os carreguei até o fogo. Todos os créditos a Glenn.

Petterson e Shane colocaram o jantar no fogo. Me sentei ao lado de Glenn na mesma minúscula cadeira de praia em que eu havia me apresentado a todos eles naquele infame dia. Ele me abraçou, seus braços me tomaram com facilidade. Senti os olhares ao redor nos penetrando.

Andrea deu uma tossida maliciosa. Me escondi entre os braços de Glenn tanto pela timidez quanto pela sensação macia reservada ali.

- São as chamas ou você está mesmo vermelha? – brincou Andrea. Senti mesmo que todos queriam rir, alguns até riram. Petterson, Ruy, Rick. Mas Shane não havia encontrado a graça no comentário de Brenda e me fitava no fundo dos olhos. Hanna estava ao lado dele, com os braços cruzados, me olhando através das labaredas. Reprovando tudo aquilo.

- Eu estou ansioso. E otimista. Não é uma falsa esperança, dessa vez eu tenho certeza. – Petterson observou a cada um de nós com um sorriso iluminado. Seus olhos brilhavam e não era culpa do fogo ou das estrelas. Seu coração estava mesmo alegre.

- É inacreditável. Totalmente. – afirmou Andrea. – É como um sonho dentro de um pesadelo. Sabe, de repente existe vida aonde nós só achávamos que existiam apenas nós. É maravilhoso, é inexplicável.

- Seria um recomeço? – questionou Dog. Todos se olharam com sorrisos evidentes.

- Com certeza. – afirmou um convicto Rick Grimmes.

Entretanto Carl não compartilhava daqueles sorrisos fartos nem daqueles corações esperançosos. Nossos olhares se encontraram e ele me confessou um vazio enorme e nada, nenhum respingo de esperança ali.

- Disfarça. – eu movimentei os lábios exclusivamente para ele e mais ninguém. Só ele notou. Formou um sorriso falso no rosto escondendo a dor e o desânimo.

- Claro. – ele concordou com o pai. Rick o abraçou um abraço forte e apertado. Carl se entregou em questão de segundos.

- Eu realmente estou maluca para ver Romero. Preparem-se, ele vai ter milhões de histórias. Se estão pensando que a melhor parte de chegar a Portland será dormir e descansar, esqueçam. Passaremos os primeiros 7 dias ouvindo longas histórias. – Shane tirou da cara o ar pesado e soltou um riso alto seguido das outras bocas. Até Glenn soltou uma bela gargalhada.

- Quantas “bonitas” ele encontrou depois que nos deixou? – questionou Silvya. Andrea, Brenda e Hanna se olharam e gargalharam juntas.

- Quantidade suficiente para uma semana de histórias. – disse Rick.- Você vai gostar de conhece-lo, Romero tem um humor atípico. Você vai simplesmente adora-lo.

- Ele é espanhol ou algo assim? – perguntei.

- Mexicano. Hermoso. – respondeu Andrea. Um coro de vaias maliciosas rodearam a fogueira. Andrea foi posta sob suspeita devido ao comentário. Eu sorri pra ela e ela sorriu pra mim. Grandes confissões eram feitas assim.

- Acho que alguém vai ficar bem mais feliz que eu em ver Romero. – devolvi a provocação a Andrea por ter exposto a mim e Glenn momentos antes. Ela não ruborizou assim como eu, só exibiu um sorriso mais largo e completamente sem vergonha. Das “hermosas” e “bonitas” que o tal de Romero havia encontrado na vida, tinha certeza que Andrea teria sido a mais bela delas.

Conversávamos alegremente quando Shane nos lembrou que deveríamos nos preparar. Por hora deixamos nossas histórias e planos de lado para nos programar para a viagem.

- Carl vai treinar o resto dos garotos amanha. – Carl parecia mais atento agora do que antes.

- Brenda e Lucy preparam armadilhas, está bem para vocês? – embora Rick a maioria do tempo parecesse um grande ditador, sabia que se preocupava com os outros. Lucy e Brenda concordaram.

- Glenn, Dog, Shane e eu, vamos no primeiro carro abrindo caminho. Ruy, Pet e Jonnas varrem atrás. Lara, Andrea e Hanna fazem a guarda para os dois grupos.

- Tá querendo dizer que a gente vai atravessar a cidade? No meio de todos eles? Não é um pouco extremamente suicida? Digo, não há outro jeito? Outro trajeto?

- Haveria se conseguíssemos contato com a CCD de Portland, mas os rádios estão falhando. Quer dizer, nós temos armas o suficiente pra isso. Não vai ser tão difícil.

- Está se esforçando pra acreditar nisso ou você acredita mesmo? Porque se acredita você é totalmente louco. – não fiz esforço nenhum para conter as palavras. A missão impossível de Rick parecia um plano feito por algum doente mental. Totalmente arriscado e suicida. Precisávamos ir, evidentemente. Mas não daquele jeito, não nos colocando num gaiola de papel cercada de andantes. A pressa de Rick era totalmente visível naquela conversa.

- Vai dar tudo certo. – disse pausadamente encarando meus olhos.

- Não, não vai. – eu encarei de volta.

Rick passou as mãos pelos cabelos e depois as esfregou na testa. Buscou a respiração dentro dos pulmões e soltou sobre os joelhos.

- Temos que fazer isso. – sua forma era suplicante e insolúvel. Desesperadora.

- Eu sei. Eu compreendo plenamente. Mas não assim Rick, são centenas, vão nos cercar, vão se aglomerar em cima dos carros. Não vamos conseguir andar 10 metros em Portland. Não podemos atravessar a cidade. Precisamos de outro percurso.

- Dentro da floresta por exemplo? Nus, visíveis e ainda mais cercados? Essa é sua opção?

- Nenhuma opção é boa, não julgue a minha. – afirmei.

Rostos tensos, olhos girando para todos os lados. Os pulsos de Glenn estavam sendo esmagados pelas minhas mãos. Todo o clima alegre foi absorvido. De repente, e eu podia ver. Todos nós imaginávamos como não deixar o pior acontecer. Voltamos ao presente, voltamos a ficar presos em cima da ponte sem soluções.

Eu parecia ter me tornado um grande problema para Rick desde que chegara ao grupo. Não era proposital contraria-lo, era natural. É a reação que se têm diante de coisas estúpidas como aquilo. Eu podia ser obediente como faz um cachorro e deixar que ele me trancasse dentro da minha casinha e me colocasse de ração a centenas de zumbis esfomeados, mas meu instinto de sobrevivência me fizera abrir a boca e cuspir toda a minha indignação. Eu estava suficientemente determinada a não deixar Rick fazer aquilo. Não daquele jeito.

- Eu vou fumar um cigarro. – me levantei sem dizer mais nada e caminhei até o porta-luvas do trailer. Glenn me acompanhou.

- O que? – ele parecia bem confuso.

- Vou fumar um cigarro Glenn. – expliquei um pouco exaltada. Saquei da pequena gaveta um maço de Kansas amassado e passei um para a boca. Glenn me olhava com uma expressão frágil e olhos tristonhos.

- Não faça isso. – suplicou uma última vez o que já fazia com os olhos.

- Preciso disso. Nicotina e a minha presença, só a minha. – Glenn parou de suplicar. Tanto com os olhos como com a voz. Deu meia volta e voltou para onde estava.

Eu sentei ao lado trailer. Apoiei minhas costas no ferro gelado e senti um arrepio tomar todo o meu corpo. Poucas estrelas no céu, mas em compensação, um vasto campo negro de nuvens azuis marinho escondendo a lua. Em pouco tempo o sangue não circulava mais pela ponta dos meus dedos, adormecendo-os. O frio estava cada dia mais cruel. Assim como as decisões. Malditas decisões.

Soltei a fumaça do cigarro sobre a palma das mãos. Eu mentira sobre nunca ter usado drogas, eu tinha começado com aquilo em Londres. Devia ter uns 13, ou 14 anos. Os EUA é o cenário de filmes adolescentes e de séries sobre garotas loucas, mas as ruas de Londres são a inspiração dos americanos. Eu posso garantir. Mas sabe, agora eu não minto. Foi mesmo só o cigarro e nada mais. Era mais pelo status do que pelo vício, não sei exatamente quando houve a troca definitiva da ordem, mas depois se tornou mais pelo vício do que pelo status.

Parei quando voltei a Etowah. Ninguém podia nem sonhar que um negócio daqueles havia passado pela minha boca um dia. Seria ruim pra mim e ainda pior para tia Margareth e sua educação inglesa respeitável. Eu nunca fui de desobedecer a  regras por birras. Eu fazia o que queria e se queria.

Eu era lenta no negócio. Cada tragada durava uma eternidade. Eu amava o cheiro que a maioria considerava horroroso. Fumaça na cabeça, cada tragada me livrava de pensar alguma coisa. 1, 2, 3 cigarros. Começava a me faltar oxigênio.

O barulho de galhos se quebrando pôs meu coração sob vigilância. Alcancei uma pedra junto ao meu pé esquerdo e a segurei firmemente sobre a mão. Essas horas o coração bate tão forte que chega a doer. Eu estava preparada para crava-la sobre a cabeça dele. Um corpo branco e saudável saltou dentre as árvores para o espaço de terra a minha frente. Carregava nas costas aquela mesma arma que eu reconheceria a distância.

Jogou seus olhos sobre mim e caminhou até aonde eu estava. Abaixei a mão e enterrei a pedra sobre a terra. Respirei fundo mas meu coração não havia parado de bater. Parecia mais quente e rápido quando Daryl se aproximou.

- É uma Rosa de Todas as Cores. Muda de cor com o passar do tempo. – Daryl estendeu para mim uma garrafa de vidro com uma pequena flor branca em sua boca. A flor não pendia, estava viva e olhava para o céu. Branca como a neve.

Eu engoli a saliva amarga em minha boca. Os olhos presos as mãos segurando o objeto em minha frente. Ouvidos surdos. Eu me aproximei lentamente delas e tomei a garrafa sutilmente.

Daryl me deu um rascunho de sorriso.

- Ela ainda é bebe, por isso é branca. Passei a tarde inteira procurando. Sabia que encontraria por aqui.

- É linda. – a flor era pequenina, assim como Daryl descrevera, como um bebe. Branca e macia como a pele de um recém nascido. Exalava um perfume particular, doce, mas nunca sentido antes. Eu olhei para Daryl que ainda me olhava em pé.

- Obrigada por isso. – ele deu mais uma vez aquele rascunho de sorriso. Nossos olhos começavam a se prender novamente e as lembranças da noite passada ressurgiam.

- Eu acho que a primeira cor vai ser verde. – disse ele.

- Não. Azul. – eu respondi involuntariamente.

- Porque acha isso? – perguntou.

- Seus olhos. Quero que seja da cor deles.

Daryl desviou o olhar. Por pouco pareceu com vergonha.

- Porque?

- Porque você pergunta tanto? – eu questionei curiosa. – Seus olhos são lindos.

Por incrível que pareça, não senti medo de dizer aquilo. Se eu não pudesse dizer todas as mentiras, nem todas as verdades, eu poderia dizer só algumas de cada uma. E aquela era uma verdade incontestável. Eu deixei minha pequena flor aos toques do meus dedos, enquanto examinava os olhos de Daryl a me encarar. Não me senti ameaçada, apenas senti-me encantada e privilegiada por estar mergulhando ali.

- Seus pulsos ainda doem? – Daryl cortou meu mergulho com delicadeza. Sua voz rouca era um som particularmente maravilhoso de escutar.

Eu avaliei os pulsos torcendo-os e me fazendo lembrar do porque eles poderiam ainda estar doendo. Não consegui evitar, ruborizei lembrando da cena.

- É, ok. – relutei quando ouvi o primeiro estalo dos nervos machucados. Daryl pousou sua alma no chão e se aproximou de mim. Tirou a garrafa das minhas mãos e encaixou meus pulsos sobre suas palmas quentes. Senti minha pele se camuflar completamente com aquele calor. Um forte arrepio tomou meu corpo inteiro. Daryl usava seus dedos sobre meus ossos, massageava-os lentamente, com uma delicadeza que eu jamais imaginaria que ele pudesse ser capaz. Daryl tomava cuidado, como se meus pulsos fossem feitos de vidro e pudessem se quebrar a qualquer momento. Na verdade eu não notara a dor durante todo o dia, mas de repente ela estava ali.

Observei seu cabelo de perto, mechas queimadas num tom de loiro bronze. Encostei meu rosto sobre os joelhos e me deixei admirar. Nem sequer tentei me impedir. Era um erro maravilhoso estar ali.

Respirei devagar para ouvi-lo respirando. Notei sua respiração levemente descompassada.

- Está melhor? – Daryl franziu o olho direito como que formando uma interrogação. Eu ainda estava mergulhada em todo seu formato, sua respiração, seu cabelo, e principalmente em seus olhos. Não consegui me desligar disso, não consegui me recuperar. Estava presa a ele, com olhos atentos aos dele. Pronta para dizer tudo que pensava.

- Eu não sei porque. Não sei. Mas não preciso que você goste de mim para que eu goste de você. Você pode ficar a 100 metros, eu posso fico a 200. Eu vou estar olhando para você de qualquer maneira. Não me culpe por isso, eu só não consigo evitar. – Daryl estreitou ainda mais aqueles olhos miúdos. Quase não se podia ver o azul de sua íris, mas ele estava lá, eu podia ver um pouco do brilho queimando no centro da sua pupila.

As vezes dizemos coisas e não esperamos respostas. Embora tivesse passado os últimos dias criando diálogos, naquele momento eu joguei fora toda cena que eu havia imaginado. Desliguei o som e o telão, deixei que as coisas acontecessem. Não esperei nada. Se ele se levantasse e fosse embora, ainda sim eu estaria feliz.

- Eu vou estar com você. – percebi que Daryl ainda não havia soltado as minhas mãos. Minhas palmas estavam aquecidas sobre as suas. Eu as observei pequeninas sobre aquelas mãos grandes e quentes. Formavam um encaixe perfeito, entre mim, ele e as palavras que ele acabara de dizer.

- Eu não sou louca. Não pense isso. Não estou perseguindo você. Mas você já viveu algo que não conseguia explicar? Alguma coisa louca totalmente sem nexo? Eu deveria odiar você. Mas não, eu sinto que você não é assim. Não é como as pessoas te pintam ou como você se desenha para os outros. Não é esse o Daryl. Eu sei disso.

- Obrigada. Por ter salvado a minha vida. – Daryl cortou minha frase pela metade.

- Só tem um jeito de me tirar da sua porta antes que eu invada completamente sua vida, porque eu posso dizer que sou totalmente boa nisso. – eu entendera que Daryl não queria continuar com aquilo. Que a conversa havia tomado um rumo diferente do que ele havia proposto no começo. Eu estava com um poço de coragem dentro de mim, e precisava esvazia-lo enquanto a adrenalina não passava.

- Eu estou aqui, agora. Se você não quiser que eu esteja aqui amanha, me manda embora. Porque isso vai ficar feio, eu garanto. Então se você não me quiser por perto, me fala agora. Me mande ficar longe de você. – eu sabia que só assim eu talvez tivesse a oportunidade de emendar meu coração ao de Glenn e de dormir noites de sono mais profundas. Talvez só assim eu parasse de criar cenas na minha cabeça. Talvez só assim eu não me expusesse tanto e pudesse caminhar novamente. “Fique longe” era tudo que eu precisava ouvir.

- Eu não quero ficar longe de você. Mas e você, quer ficar longe de mim? – eu emendei esperando pela resposta. – Eu não sei porque estou aqui, falando essas coisas. Tentando explicar essa conexão invisível que me leva até você e que está me matando. Eu preciso falar. Apenas isso.

- Você é diferente. – resumiu Daryl. Passou os olhos sobre toda a minha face e depois congelou sua íris sobre as minhas. Congelando também todo o meu corpo.

- Eu acho bom ter você por perto. – seus olhos se estreitaram muito mais, quase se fecharam. Fez um careta estranha, franzindo o rosto inteiro. Esperou minha reação pelo que ele acabara de dizer.

 Foi como se um enorme barulho tivesse cessado de repente. Daryl havia desligado o som das confusões e dúvidas na minha cabeça.

Vi um sorriso em seus olhos. Descobri que sempre que quisesse procurar um sorriso de Daryl Dixon eu deveria o fazer ali, na língua d’agua. Sorri de volta enquanto regularizava a respiração interna, e os batimentos já não eram tão altos. Mas em compensação as mãos suavam ferozmente.

- Seu braço, está melhor? – fiquei com extrema pena de tirar as minhas mãos das dele. Apenas olhei para o braço ainda inchado mas que me parecia tão bem quanto meu coração naquele momento.

- Novo. – disse ele.

- Não fuja. – eu implorei uma última vez. – Fique aonde eu possa ver e não tenha medo de mim.

- Você também. – pediu de volta. Eu encarei aqueles olhos mais uma vez e sorri algumas centenas de vezes para ele.

- Boa noite. – ele desejou e se retirou na mesma velocidade. Minhas mãos ficaram ao ar frio, jogadas. Ele pegou sua alma do chão e caminhou para a fogueira. Tão rápido quanto um beija-flor ao vento. Eu fui socada a realidade, como se aquilo tivesse sido um sonho. Mas não havia sido. E aquele cara que saiu de perto de mim como um soco, era Daryl, e ele também era totalmente real.


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