Pov. Lídia

Dois meses. Faziam dois meses que tudo aquilo havia terminado, dois meses que eu salvei o amor da minha vida.

Bom, segui minha vida no acampamento como ela era antes de tudo acontecer.

Estava treinando, quando algo, ou melhor, alguém me abraça por trás.

– Você quer me matar de susto? – eu disse ao ver que me abraçou – quer ter uma espada na garganta?

Tony sorriu.

– Nossa, fazem dois meses que me salvou e já quer me matar de novo? – ele disse fazendo beicinho – assim eu fico triste, além disso, eu sei me proteger. – ele mostrou a espada que segurava.

Eu dei língua.

– Quem dá a língua é porque quer beijo sabia? – ele disse com um sorriso maroto nos lábios.

Revirei os olhos.

– Bobo. – eu disse

– Seu bobo.

– Convencido.

– Só com o que eu tenho certeza que é verdade – ele disse antes de me dar um beijo, aproveitei e roubei a espada de sua mão.

– Não deve se aproveitar de damas indefesas não sabia? – eu disse.

Ele riu.

– Pensa que vai ganhar de mim? – ele disse

– Tenho certeza – eu disse sorrindo e devolvendo a espada.

– Então vamos ver – ele disse

Tony veio em minha direção com a espada e eu bloqueei o golpe, eu havia melhorado desde que cheguei ao acampamento, ele me fez um corte na perna e eu lhe fiz um no rosto e chutei sua barriga, ele se encolheu e eu dei uma cotovelada nas suas costas e ele caiu de barriga no chão.

– Desculpa, o que disse mesmo? – eu disse apontando a espada para ele.

Ele revirou os olhos.

– Posso levantar agora? – ele perguntou.

Eu recuei a espada e ele se levantou.

– Espero não ser subestimada mais – eu disse.

– Vai sonhando – ele disse rindo.

– Idiota – eu disse cruzando os braços.

– Ah agora você está emburradinha? – ele disse me abraçando por trás.

Eu me virei e o encarei.

– Não, mas você é um idiota mesmo assim – eu disse e o puxei para um beijo.

– Um idiota que você gosta eu imagino – ele disse quando nos separamos.

Revirei os olhos.

– Vamos ver o que Percy e Annabeth estão fazendo. – eu disse o puxando pela gola da blusa.

Pov. Percy

– Annabeth, volte aqui! - gritei tentando alcançar Annie que corria gargalhando pela areia branca da praia.

– Hey, o que foi que você disse cabeça de algas? - ela perguntou sorrindo e depois repetiu a frase que eu falei á alguns minutos atrás fazendo uma péssima imitação da minha voz - “Eu sempre vou conseguir te alcançar, Annabeth”.

Eu sorri e a puxei pelo pulso, a colocando de frente a mim.

– O que foi que eu disse sabidinha? ­- perguntei com um sorriso debochado no rosto e a prendendo ainda mais em meus braços.

– Já te falei que você é muito convencido? - perguntou, não conseguindo esconder os risos.

Eu a puxei novamente eliminando todo o resto da pouca distância que existia entre nós.

– Tenho a filha de Atena mais linda do mundo como namorada - eu encostei meus lábios no dela - vou sempre ser convencido, então.

E então nos beijamos, um beijo apaixonado, mas mesmo assim calmo.

– Eu te amo, sabia? - perguntei ainda segurando sua cintura.

Ela sorriu.

– Sabia - ela disse se soltando e segurando minha mão - mas, agora é a hora da aula de grego antigo.

Bufei e a puxei novamente para que ela parasse de caminhar - você vai ser minha professora? - perguntei.

Ela sorriu.

– Se você não inventar de fazer gracinhas na aula.

Eu exibi um sorriso brincalhão a segurei sua cintura mais firme.

– E o que acontece se a professora não comparecer para aula? - questionei - os alunos vão ser liberados?

Ela arqueou as sobrancelhas.

– Percy...

Antes mesmo de ela terminar a frase eu a peguei nos braços e corri em direção à floresta.

– Aonde você vai me levar? - perguntou Annie desconfiada e já desistindo das tentativas de se soltar.

– Vamos comemorar junto com a Lí e o Tony, os dois meses de paz - falei.

– E essa comemoração vai ser... Agora? - perguntou ela meio incrédula.

Eu assenti.

Pov. Lídia

Estava tentando achar Percy e Annabeth, mas não os achava de jeito nenhum.

Tony segurou meu pulso e passou a mão nos cabelos.

– Vamos na floresta? – ele perguntou.

– Floresta? Por quê? – eu perguntei desconfiada.

– Não posso dizer por que, mas se não for por bem vai por mal – ele disse sorrindo malicioso.

– Mas eu tenho que procurar Percy e... – não consegui terminar, pois alguém me pegou pelas pernas e me pendurou nos ombros.

– Eu avisei – ele disse.

– Me solta! Socorro! Meu namorado ficou louco! – eu gritava enquanto me debatia, em vão, pois ele era muito forte, acabei desistindo, chegamos na floresta.

– Pronto estressada, você é forte sabia? – ele disse me soltando.

Eu cruzei os braços.

– Agora vai me dizer por que me trouxe aqui? – eu perguntei, ele me disse para olhar para trás, eu virei e dei de cara com uma Annabeth espantada e Percy sorrindo atrás dela, e uma toalha de piquenique, com todos os tipos de comidas.

– Errr... Surpresa? – Tony disse atrás de mim, eu me virei e o beijei.

– E eu que tinha pensado que meu namorado estava louco. – eu disse rindo e Annabeth ria também.

– Olha, eu sei que vocês não são gordas, mas não comam tudo sozinhas ok? – Percy disse recebendo um tapa na cabeça meu e da Annabeth, Tony riu.

– Cara, você não aprende mesmo – ele disse rindo da cara do Percy.

Nos sentamos e comemos, conversamos e rimos, se passou muito tempo, quando acabamos já havia anoitecido.

Pov. Annabeth

O piquenique havia acabado, já era noite e as estrelas iluminavam e reluziam o pequeno lago que estava um pouco próximo a nós. Estávamos deitados na grama verde, Lí abraçada a Tony e eu deitada no peito de Percy. Talvez, só talvez , valeu a pena ter largado a aula de grego antigo por um dia, o que eu não faço pelo meu cabeça de algas?

Vocês devem está nos achando loucos por está deitados na maior calma, enquanto algum monstro poderia sim aparecer inesperadamente pela floresta e nos atacar. Mas não somos loucos, pelo menos eu estou completamente sã que eu poderia lutar se algum monstro aparecesse. Mas , pelo acaso , Ártemis estava abençoando a noite e talvez Afrodite quisesse nos ver curtindo nossos namoros.

Mas, semideuses nunca têm sorte mesmo. Eu estava mesmo completamente enganada.

Uma luz branca incandescente desceu por entre as árvores nos surpreendendo. E agora sim nossa paz estava completamente arruinada.

– Hermes? – Percy perguntou – o que faz aqui?

– Sinto atrapalhar vocês, mas tenho más notícias. – ele disse

Nos entreolhamos, até que ele disse por fim:

– Luke voltou.

Agora sim, nossa paz está definitivamente arruinada.