Natural Disaster escrita por Thaís C


Capítulo 24
Capítulo 24 - Três coisas


Notas iniciais do capítulo

EEU DISSE QUE NUNCA IRIA PARAR DE POSTAR ESSA FIC E ESTOU AQUI!!! *-* depois de MESES sem atualizar, espero que não tenham me esquecido ç.ç Acreditem, tive bons motivos para dar essa pausa, bons mesmo e senti falta de tudo isso aqui :/ Enfim... Boa leitura! Foi árduo escrever esse capítulo (eu vs. falta de tempo feat. branco criativo), mas fiz com carinho e espero que gostem!! Bjss e COMEEEEEEENTEM pfvr, isso realmente motiva :B



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374017/chapter/24

A garota colocou o interfone de volta no gancho com as mãos tremendo, mal conseguia respirar. Abaixou a cabeça e encostou seu rosto na parede enquanto as lágrimas escorriam em sua face. “Você de novo não. Você de novo não. Você de novo não. Você de novo não. Você de novo não...” ela sussurrava a mesma frase, queria ter paz, precisava de paz, não conseguia mais viver daquela forma.
Enquanto repetia sua pequena oração, passado menos de um minuto o interfone tocou novamente. Sentiu um pânico imensurável e fechou os olhos expremendo-os. Colocou o interfone no ouvido, mas não falou, apenas aguardava. Ninguém dizia nada e o desespero dela foi aumentando, no entanto, quando já ia desistir, eis que surge uma voz:
– Por favor, me responde. Sou o entregador da Drogaria Express, me pediram que entregasse com urgência os remédios da dona Gilda, mas me deram o endereço errado, não há oitavo andar nesse prédio e eu já liguei para todos os apartamentos. É a dona Gilda? Me responde! – A voz do homem era grossa, muito grossa, realmente condizia com a voz do pai de Catherine.
– Oi, me desculpa ter demorado a atender. – Ela fingiu ser natural, obviamente estava blefando, pois não sabia o que fazer. – Não, aqui não mora nenhuma Gilda, mas tente nesse prédio azul aqui em frente, lá mora uma senhora chamada Gilda, talvez seja lá. – A garota não sabia o que pensar, estava confusa demais. Não sabia se desconfiava ou se era sua mente lhe pregando peças.
– Ahh sim, muito obrigado! – O homem se despediu e Cath enfim pôde respirar.
– Ei, metida, vem cá... – Derick apareceu na porta da cozinha de um jeito dengoso, seu olhar era amável, nem parecia o baderneiro de outrora. Ela entendia por que todas as garotas daquela universidade se derretiam por ele. Quando ele abriu aquele sorriso, ela realmente derreteu. Aquele sorriso dilacerou com todo seu medo, e, agora bem mais confiante, ela deu as mãos para o namorado e ambos se dirigiram para a janela da sala, bem de frente para a rua.
– Ei, o que tanto você quer olhar aqui na janela? – Derick brincou. – Veio com uma pressa, ta com medo da mamãe chegar?
– Besta! – Ela sorriu envolvendo os braços do garoto em si. Observando um homem de aparência completamente diferente da de seu pai saindo do prédio. Agora sim podia dizer que estava aliviada. – Sabe aquele entregador gordinho de bicicleta?
– Sim, sim...Que que tem?
– Foi ele que interfonou, mas estava no prédio errado, era para uma senhora do prédio azul aqui em frente.
– Ah sim, mas por que você correu pra janela? – Ele contraiu a testa, a olhando, como se estivesse achando que a namorada havia pirado.

– É... – Catherine abaixou o olhar tristemente, sua voz estava bem baixa, quase inaudível. – Pensei que fosse outra pessoa. – Derick pôde ver o quanto os fantasmas do passado de Cath ainda a assombravam, e muito.

– Me escuta... – Ele levantou o rosto da garota, fazendo com que os olhos dos dois ficassem na mesma direção, ela realmente estava tensa. – Ninguém vai tocar em você. – O garoto afirmou com firmeza.

– Tudo bem, a gente não transa mais. – Cath falou provocativamente, mordendo os lábios e descontraindo a situação. – Nem se beija mais... – Ela se virou, ficando de costas para Derick. – Ninguém vai me tocar... – A garota deu de ombros, falando como se lamentasse a situação.
O garoto então resolveu entrar no jogo, a pegou no colo e começou a rodá-la, enchendo-a de beijos, fazendo com que ela risse descontroladamente.
– Vai fazer pirracinha, é? – Ele disse brincalhão, enquanto a jogava no sofá.

– Você está me tocando, você disse que ninguém ia me tocar, ta vendo? – Disse Catherine, ofegante de tanto rir.

Derick ficou por cima dela, enchendo-a de cócegas, bagunçando-lhe os cabelos. Cath não conseguia se controlar, ria tanto que lágrimas começaram a sair dos seus olhos e a barriga já estava doendo:

– Amor... – Ela disse entre risadas. – Para amor!!! – E o garoto realmente parou, mas com certeza não foi porque a namorada o mandara.
“Amor, amor, amor, amor.” Era isso mesmo. Parecia que o mundo havia parado, mas era só ele mesmo, paralisado ao ouvir aquela simples palavra, que podia ser simples, mas significava algo tão intenso e tão complexo.

– Derick? – Cath, já mais calma, acariciou o rosto do garoto, preocupada.

– Eu. – Derick então voltou a si, abrindo um sorriso. – Eu te amo... Te amo mesmo. – Disse serenamente enquanto acariciava o rosto de Catherine. – Você não tem ideia do quanto me fez feliz ontem.

– Foi só uma noite... Quantas você já teve? Nem deve saber... – Os rostos estavam tão perto que era impossível amenizar a tensão criada por aqueles olhares, estar tão perto de Derick sempre deixava Cath nervosa. – Uma noite com uma garota completamente inexperiente não deve ter sido nem de longe a melhor. – Falou com descaso.

– E é isso que você pensa de mim? – Ele disse com o olhar triste. – Então é isso? Eu pensei que tivesse ficado comigo porque confiava em mim, porque eu talvez fosse especial ao ponto de te fazer esquecer um pouco tudo que você passou... Aí eu digo que te amo... – Derick a encarava com aqueles olhos negros, estava serio. – E você fala como se eu não estivesse nem aí... – Decepcionado, o garoto saiu de cima de Catherine indo em direção à sua mochila, ia embora.

A garota então se levantou, se sentando no sofá, realmente chocada com a reação dele, parecia apenas assistir a tudo aquilo. Derick tirou sua chave de dentro da mochila, que pendurou em apenas um dos ombros. Estava abalado, visivelmente abalado:
– Se quer saber, eu confesso que não sei com quantas garotas eu já dormi. – Ele fechou os olhos por um segundo, abriu novamente, e fixou seus olhos nos dela. – Mas eu tenho certeza de outro número... O número de vezes que eu me apaixonei... Foi só uma. - Derick parecia querer fugir dali, pegou suas coisas, virou e foi andando em direção à porta.

A mente de Catherine estava uma bagunça. Se por um lado seria melhor deixá-lo pensar o que quisesse, esquecer esse sentimento de uma vez por todas, estando assim segura e menos vulnerável, por outro lado... De onde arrancaria forças para deixá-lo partir?
Derick a amava, Derick a fazia feliz, Derick a compreendia, Derick a protegia, Derick havia a esperado e se esforçado para não decepcioná-la. Derick a tratara como uma princesa na noite anterior, fazendo com que ela se sentisse a vontade e que ela pudesse lembrar de sua primeira vez como um momento bonito.

Derick a deixava louca, e cheia de sentimentos os quais não conseguia controlar, ela o amava também, teria de se acostumar com o fato, era tarde demais para mudar isso. A garota então correu e segurou o namorado, que já estava quase há um metro da porta, envolvendo-o e encostando a cabeça nas costas dele.
– Não vai falar nada? – Ele disse com frieza por conta da mágoa.

– Só três coisas. – Cath sussurrou.

– O que? – Permaneceram sem se olhar.

– Eu te amo muito. – A garota o segurou ainda com mais força. - Me desculpa. – Derick se soltou dos braços de Catherine para poder se virar e olhar para ela.
– E a terceira coisa? – Ele disse carinhoso, sorrindo de lado.
– Ontem foi perfeito, você também me fez muito feliz. – Ela sorriu, mostrando sinceridade.

Ele a encostou na parede do corredor, e beijaram-se com muita paixão. Um barulho de repente os interrompeu, a porta se abriu rapidamente, e lá estava Helena:

– Ops, acho que vou voltar. – Ela disse rindo e os dois se soltaram sem graça, com os rostos corados pela vergonha de terem sido flagrados.
– Mãe, não... – Catherine estava aparentemente nervosa, não sabia mesmo o que dizer.

– O que foi, minha filha!? – A mulher permaneceu rindo do desespero dos dois, enquanto colocou sua bolsa em cima da mesa. – Ai ai, é o amor!!! – Helena brincava.

– Para mãe, assim to ficando com vergonha! – A garota não sabia onde esconder a cara e mal conseguia olhar para Derick.
– Vergonha do que? – A mãe deu um beijo na bochecha de Cath e outro na do garoto, que ficou ainda mais envergonhado.
O casal se entreolhava sem falar nada, apenas observando Helena andar pela casa de um lado para o outro falando exaustivamente sobre o dia anterior e tudo que fizera. O salão de beleza, apesar de pequeno, era bem movimentado e a mulher sabia da vida de toda a vizinhança. Não que fosse uma fofoqueira, era na verdade uma mulher realmente extrovertida e simpática.

Derick cada vez mais simpatizava com sua sogra, e resolveu participar da conversa. Catherine ficou observando a sincronia dos dois e estava bem chocada, eles se davam bem demais, riam e conversavam como se se conhecessem há anos. A garota ficou muito feliz, pelo visto sua mãe o aprovara.
– Dona Helena...
– Nãão, dona não, Helena por favor! - A mulher o interrompeu.
– Então, é.. – Derick gaguejou. – Enfim.. Helena... Já que eu já te conheço, e a Cath conhece meus pais, será que não seria bom que você e os meus pais se conhecessem também? Assim, só uma coisa formal mesmo...
– Sim, é claro! Já tem alguma data prevista?
– Poderia ser hora à noite, eles não têm compromissos, que eu saiba. Posso ligar e perguntar.
– Já estava mesmo na hora, pra falar a verdade, estou bem curiosa, só não sei se saberei como me comportar, o que vestir e coisas do tipo...
– É um jantar normal, meus pais são pessoas normais. – Disse Derick de forma divertida. – Até aonde eu sei!
– Ah, sei lá né? Os ricaços tem cada uma! – Os três então riram.
O garoto então pegou o celular e ligou para os pais. Após poucos minutos já estava tudo confirmado, hoje à noite jantariam todos na mansão dos Becker. Derick se lembrou de que havia ensaio marcado durante a tarde com sua banda, teria de ir embora. Despediu-se das duas, mesmo querendo ficar.

De qualquer forma estava em êxtase, havia tido a melhor noite de sua vida. Sabia que aquela madrugada não sairia de sua cabeça, não importa quanto tempo e quantas coisas ainda vivesse. Estava com um sorriso bobo no rosto, como se houvesse descoberto o significado de todas as coisas, como se fosse o dono do mundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não saiam daqui sem comentar ç.ç KKKKKKKKKKK



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Natural Disaster" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.