– Você não sabe de nada do que eu passei, garota! Você não sabe NADA. – Ele falou estupidamente enquanto passava as mãos na cabeça, como se estivesse cansado.
– Dá até pena de você, coitadinho. – Catherine disse pausadamente. – Eu não sei de nada? – Respirou fundo. – Você passou esse tempo todo afastado da universidade para se entupir de drogas. As notícias rolam Derick, tudo que se fala pelos corredores é do quanto esteve curtindo a vida, afinal, aquela festa na casa do Rui que acabou em uma delegacia era o que!? Você devia estar por ai dormindo com todas as garotas que apareciam pela frente e cheirando cocaína até dizer chega! É um irresponsável!

– Garota! Você é sempre assim!? Você sempre pega o bonde andando e sai me acusando de mil coisas sem nem procurar saber a minha versão! Você sempre me acusa, mas nunca para pra me ouvir. – O garoto perdeu a cabeça e começou a falar absolutamente tudo que ficara entalado em sua garganta durante aquele tempo todo em que ficaram afastados. – Você me julga tanto, como se se importasse comigo! Você quer me infernizar? Eu escrevi pra você um bilhete dizendo o quanto me importava, você amassou e jogou no chão. – Ele a olhava com lágrimas nos olhos. – Disse que não via a menor graça em ficar comigo, que eu não significava nada... – Derick passou a mão nos olhos para secá-los. Sentia raiva por estar deixando transparecer tudo aquilo para alguém que, para ele, não se importava.
– O que esperava que eu fizesse? – Catherine disse em tom baixo, meio atordoada. – Você tinha dormido com a Carolina e...
– O que!? Surtou!? – Ele a interrompeu.
– Não surtei, me contaram que depois daquela festa, você foi embora no carro dela e ela estava te provocando o tempo inteiro. – Derick a olhava sem entender. – No dia seguinte você ainda veio falar comigo, como se nada tivesse acontecido, e estava com o pescoço todo marcado!
– Eu não fiz NADA com ela. Ela realmente estava se insinuando pra mim e no carro tentou ficar comigo, beijou meu pescoço, mas eu não consegui, eu não queria. Abri a porta e fui embora, porque eu não consigo mais, eu não consigo mais ficar com outra garota, eu não consigo mais tocar em outra garota... Eu só penso em você... – Ele disse olhando nos olhos dela como se estivesse esgotado. - Eu sempre levei jeito com as garotas, você sabe Cath.

– Não mente, Derick, não me enrola... - Disse Catherine corando.

– Não. - Ele foi chegando perto e olhando nos olhos dela, até que seu peito e o dela estivessem colados. - Quando eu tô perto de você eu não sei mais de nada, eu fico nervoso. Eu não sei como agir, não sei o que dizer.

Catherine olhava fixamente nos olhos de Derick e seu lábios tremiam, também estava muito nervosa.

– É porque eu te irrito Derick. - Os rostos estavam cada vez mais perto. Ele pegou a mão de Catherine e pôs sobre seu peito.

– Olha o que você me faz. - O coração de Derick estava acelerado demais. - Desde a primeira vez que eu te vi você não sai da minha cabeça, você é linda demais. - Catherine sorriu.

– Deve ser por isso que fica pensando em mim. - Respondeu ironicamente, como de costume, para tentar camuflar seu nervosismo.

– É por isso também. - Disse Derick sorrindo. - Por que você acha que eu tava bem e do nada voltei a fazer merda?

– Achei que tava me usando só pra se divertir. - Derick deu um sorriso tímido, quase que imperceptível. - Mas eu não gosto de te ver desse jeito... Por que sumiu? O que te fez fugir de tudo? Qual é o problema? - Ele a puxou mais ainda para perto de si, olhou nos olhos de Catherine por alguns instantes, mas logo abaixou a cabeça, fugindo do olhar dela.

– O problema é que eu te amo... - Derick disse num sussurro, estava com vergonha demais para conseguir encarar Catherine. Ele estava sem jeito pela primeira vez na vida, Derick, que antes se sentia seguro para falar com qualquer garota que fosse, sentia-se pela primeira vez vulnerável. A timidez era tanta que ele não conseguia encarar Cath, morria de medo de ouvir um 'não'.

Catherine estava nervosa e feliz ao mesmo tempo em que também se sentia insegura. E se tudo aquilo fosse uma piada? Se ele só quisesse usá-la como faz com as outras? Não aguentaria, com certeza não. Queria se convencer de que tudo aquilo era uma grande brincadeira, não queria se envolver de jeito nenhum em qualquer história de amor que fosse, mas ao olhar para Derick e ver seu nervosismo só conseguia desejar que ele estivesse sendo sincero, pois apesar de negar para si mesma, estava completamente apaixonada pela primeira vez e queria Derick mais do que tudo.

Ficaram alguns instantes sem dizer nada e sem conseguirem olhar um para o outro.

– Olha pra mim, Derick. - Catherine resolveu arriscar.

– P-p-o-r-r - Derick gaguejou devido ao nervosismo até que conseguiu perguntar. - Por que?

– Olha... - Ele levantou o olhar devagar e fixou seus olhos nos dela.- Você tem certeza do que tá me dizendo?

Derick assentiu com a cabeça e logo em seguida, por se sentir envergonhado, desviou o olhar para baixo de novo. Pelo fato de geralmente ele e Catherine viverem brigando, achava que ela jamais gostaria dele, se sentia um bobo.

– Eu também amo você. - Cath disse baixinho.

– Não brinca comigo assim...

– É serio. Eu te amo. Muito. - Catherine repetiu com firmeza nas palavras.

De repente o coração de Derick se viu em êxtase, estava muito feliz, nunca ficara tão feliz em ouvir 6 palavras na vida. Ele levantou a cabeça e olhou novamente para Catherine.

– Te amo muito, sou louco por você. - Ele disse em alto e bom tom e com uma certeza no olhar que não deixava margem para dúvidas.

Ela sorriu e os dois se beijaram. Ficaram um bom tempo ali, se beijando apaixonadamente, como se o tempo não existisse.

– Quem diria que eu ia ficar assim sabe, tô me sentindo um bobo.

– Por que bobo?

– Ah. - Ele ficou sem graça. - Eu nunca tinha me apaixonado.

– Pra tudo tem uma primeira vez... Eu também nunca tinha me apaixonado.

– Eu tava morrendo de medo de te dizer, nunca senti tanto medo na vida... Se você tivesse dito que não gostava de mim eu acho que ia me trancar no quarto e chorar que nem uma criança de cinco anos, depois não ia conseguir mais olhar pra você de tanta vergonha.

– Catherine começou a rir descontroladamente.

– É isso que me encanta em você. Você sempre me faz rir. Você tem essa pose toda, mas eu sempre soube o quanto seu coração é puro.

– Pensei que você me achasse um convencido, um drogado, um galinha e... - Catherine colocou o dedo indicador nos lábios de Derick o fazendo parar de falar.

– Escuta aqui... - Ela o olhou nos olhos. - Você me irrita quando resolve usar essa máscara pra esconder o cara maravilhoso que você é... me promete uma coisa? - Ele ouvia tudo atentamente.

– Até duas...O que quiser, desde que não seja pra te esquecer porque isso é impossível. - Catherine sorriu.

– Promete que você vai parar de usar essas porcarias? Eu não aguento mais ver você se destruindo, eu quero te ver bem...

– Você é a minha fraqueza, e por isso tudo em relação a você me atinge muito... Mas, ao mesmo tempo, você é a minha força...Com você do meu lado eu me sinto capaz de fazer tudo o que quiser. O seu amor também me fortalece e me faz querer ser um homem melhor, pra merecer uma mulher como você ao meu lado... É claro que eu prometo! - Catherine se emocionou ao ouvir tais palavras. Sentia-se feliz, completa.

– Me promete outra coisa?

– Sim senhora! - Derick sorriu e Cath o abraçou forte.

– Promete que isso nunca vai acabar? Eu quero sentir isso pra sempre, sentir meus pés fora do chão sempre que te vejo...

– Agora olha pra mim você. - Ela o olhou com aqueles lindos olhos verdes, cheios de lágrimas. - Eu prometo, isso nunca vai acabar. Esse tipo de sentimento não se encontra em cada esquina... Mesmo que os anos passem, que as coisas mudem, mesmo que você um dia me esqueça, eu nunca vou te esquecer. Eu realmente SEI disso.

– Nem que eu quisesse Derick, também nunca vou te esquecer. - Os dois se beijaram novamente.