Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 39
Ônibus?


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Tô viva, vocês saberiam mais a respeito se estivessem no grupo do whatsapp KKKKKKKKKKKKKKK Desculpa a demora, mas eu estava em provas e tal. Comentemmmmmmmmm, porque estamos quase no fim!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373984/chapter/39

"Oi, Thomas. Eu espero que vc ainda esteja usando o mesmo chip, porque senão eu estaria mandando mensagem à toa, mas queria te pedir desculpas, de qualquer jeito. É Sophie quem está falando, não deve ter mais meu número. Enfim, desculpa pelo que houve ontem na casa da Meredith, não queria ter induzido você a trair sua namorada, ou sei lá. Eu não sei bem o que aconteceu, mas eu prometo que, se houver próxima vez, eu recuo. Eu só não queria que você parasse de falar comigo outra vez logo depois que a gente voltou a se falar. Uau, ficou confuso, mas leia umas três vezes que acho que entende. Podemos ser amigos, não? Posso começar contando um segredo pra você: Eu sinto falta dos seus bilhetinhos idiotas que deixava com Baker. Beijos, e me responda se ler, só pra eu saber se estou mandando mensagem para o nada. Se não quiser papo comigo responda um '.'"
Era a terceira vez que Thomas lia aquela mensagem no seu celular, e pela terceira vez sorriu involuntariamente. Era domingo à noite, e em sua casa, depois do famoso almoço de domingo, restava apenas Olivia. Ela estava no sofá conversando com Anna e Louis, mas Thomas estava em um universo paralelo, com o celular na mão, sozinho numa cadeira.

Ainda bem, porque se estivesse perto de Olivia e ela lesse aquela mensagem as coisas ficariam feias para o lado dele.

"Tudo certo, Sophie. Continuo com o mesmo chip. Você não teve culpa de nada, não me induziu a nada, a iniciativa foi minha. Seremos amigos sim, e gostei de saber do seu segredo kkkkkkk Eu devo te contar um também para recomeço de amizade, certo? Se for em relação a você, eu posso dizer que quase fui até sua casa umas seis vezes com vontade de falar com você. Ou que escrevi e apaguei mensagens pra você todos os dias pelo menos umas duas vezes. Resumindo: Ficar sem falar com você foi complicado pra mim também, Sophie. Senti sua falta."

– Amor, por que você está tão quieto? - Olivia perguntou chegando perto do namorado.

Thomas largou o celular rapidamente, um pouco nervoso. Ah, tem um tempo que os celulares tem sido feitos para estragar relacionamentos, não? Por isso ele havia guardado o aparelho, apenas por isso.

– Eu acho que vou dar uma volta lá pela praça. Tô precisando respirar ar puro. - Thomas falou, já levantando do sofá.

– Tá tudo bem com você, amor? - Ela perguntou, se colocando na frente do garoto e segurando seu rosto, carinhosamente. - Você está estranho. - Ela fez a observação enrugando a testa.

Thomas suspirou e agarrou a namorada pela cintura. A beijou na boca, algo normal entre um casal de namorados. Por culpa, talvez.

Não era igual. O beijo de Sophie, que deve ter durado menos de quarenta segundos, não podia ser ao menos comparado com o de Olivia, que já durava uns três minutos. Não era ruim, era um beijo, afinal. Mas com Sophie não era apenas isso, em hipótese alguma. Ah, estar ao lado de Sophie já tinha um efeito maior do que estar beijando Olivia. Aquilo não deveria ser possível, certo? Era errado.

– Você quer que eu vá com você? - Ela perguntou quando ele desgrudou a boca da dela.

– Não, relaxa. - Ele respondeu. - Sua mãe já deve estar chegando, e eu vou demorar um pouco. Acho que vou pegar um ônibus e ir pra casa do Dan, ele me chamou pra jogar com ele.

Os dois se despediram com beijos, abraços e outras mil carícias, que jamais poderei citar sem ter vontade de vomitar. Thomas estava excessivamente fof... culpado. Vocês sabem bem, quando homens estão carinhosos demais existe alguma coisa errada.

Thomas foi andar pelo bairro, como havia dito a namorada. E sinceramente, não acho que ele não estivesse procurando o pecado.

O pecado. Foi o pecado quem fez seu celular vibrar, bem na frente da mansão dos Montini.

"Ei Thomas, olha pra cima. Agora! - Sophie Montini"

O rapaz sabia bem pra onde ela o estava mandando olhar, e não demorou muito para fazê-lo. Ela estava na janela segurando o celular, o olhando com um grande sorriso. Não teve como evitar, e o sentimento de culpa, que a pouco tomava conta dele, sumiu. O sorriso, tão enorme quanto o dela, tomou conta do seu rosto. Por que, Deus? Por que o simples sorriso de Sophie mexia mais com ele do que um beijo da namorada?

"Quer descer pra dar uma volta? - Thomas Löhnhoff"

Ele não evitou, sendo aquele convite errado ou não. Olhou pra cima outra vez, flagrando o lindo sorriso de Sophie ao ler o convite, e a observando digitar.

"Vou só pegar um casaco e desço. - Sophie Montini"

Ela desapareceu da janela, e em menos de cinco minutos saiu pela porta da grande mansão, correndo. Estava como sempre, maravilhosa.

Se cumprimentaram com rápidos beijos no rosto, evitando a demora no gesto para que não acontecesse um acidente e o beijo fosse parar na boca. E sem destino os dois começaram a andar.

– O que estava fazendo aqui sozinho? - Sophie perguntou franzindo a testa.

– Só vim respirar um pouco, pensar na vida. - Ele falou sorrindo.

– Eu poderia te ajudar, como boa amiga. Seria um belo novo começo de amizade, não? Posso tentar te dar algum conselho, ou sei lá, essas coisas que fazem os amigos. Não sei se...

– Sophie. - Thomas a interrompeu. - Não quero ser grosso com você. - Ele disse com um sorriso torto no rosto. - Mas como poderia me ajudar ou me dar algum conselho se meu maior problema é você?

Uau, na lata. A pele de Sophie ficou avermelhada, a garota havia ficado completamente sem graça. Não sabia o que dizer. Aliás, quem saberia o que dizer em uma situação como aquela?

– Desculpa, mas.. - Sophie pausou, um pouco insegura. - Você disse que podíamos ser amigos, não queria que nossa amizade fosse um problema pra você.
Thomas balançou a cabeça negativamente.

– Não, Sophie. É de outro tipo de problema que estou falando. O problema é comigo, não com você. Você não tem culpa nenhuma.

– Eu não estou entendendo.

– Esquece, você não precisa entender. - Ele disse sorrindo fraco.

Ficaram em silêncio por um tempo, alguns minutos, vou dizer. As palavras de Thomas poderiam ter sido muito duras, talvez. De qualquer modo, ele se sentiu no dever de desfazer aquilo, de deixá-la confortável outra vez, porque aquele silêncio que os dois estavam no momento não era muito aconchegante.

– Quais são seus planos pra hoje? - Ele perguntou abrindo um sorriso grande.

– Planos? Eu nunca tenho planos. - Sophie disse. - Eu acho que não existe vida mais chata que a minha. - Ela completou, também dando lugar a um sorriso.

– Você já tentou jogar vídeo game? Eles costumam alegrar qualquer vida chata.

– Eu jogava às vezes com o namorado da minha irmã. - Ela respondeu. - Mas ele sempre acabava comigo.

Thomas soltou uma risada.

– E seus namorados não jogavam? - Ele perguntou.

Opa, Löhnhoff estava jogando verde.

– Eu nunca namorei, Thomas.

– Porque nenhum cara era bom o suficiente pra você, eu aposto. - Ele brincou com um sorriso. Sophie também sorriu.

– Porque sempre achei besteira namorar sem estar apaixonada. - Respondeu a garota, olhando para o nada enquanto andava. - Acho que é muito sofrimento pra pouca coisa, sabe? Por alguém que você não ama.

– Poucas pessoas hoje em dia namoram por estarem apaixonadas. - Thomas fez sua observação, sem pensar bem no que falava.

Sophie não tinha como ignorar o que o rapaz havia dito, por mais que quisesse. Todas as partes do seu corpo gritavam para que ela fizesse a pergunta que ela estava prestes a fazer.

– Você namora porque está apaixonado? - Ela perguntou, finalmente.

Ah, agora sim Thomas havia se dado conta do que tinha dito, e para isso tinha tido que ser colocado contra a parede. Ele encarou a morena, o que piorou sua situação. Simplesmente porque não, não era possível mentir olhando naqueles olhos.

– Se eu estivesse apaixonado eu não teria beijado você, teria? - Ele respondeu com uma pergunta, sem deixar de olhar para menina.

Outra vez havia deixado Sophie sem graça. Ela, que mirava os olhos verdes no rapaz, olhou para frente outra vez, e fez silêncio. Quis sorrir, mas se controlou.

– Um amigo meu comprou uma nova versão de vídeo game e me chamou pra ir jogar. Quer ir? - Ele mudou de assunto.

– Sua namorada não se importaria? - Sophie perguntou, mordendo os lábios com a proposta tentadora.

Não que ela gostasse muito de vídeo game, ela nem sabia jogar, aliás. Mas era Thomas, ela iria de olhos fechados para qualquer lugar com ele.

Olivia não se importaria? É claro que se importaria, e Thomas responderia aquela famosa frase de homens canalhas que estão prestes a cometer uma traição. No caso de Thomas, outra.

– Ela não precisa saber, precisa?

Sophie sorriu pra ele. Ah, Thomas não estava se esforçando nadinha para resistir à Sophie Montini.

– Então vamos. Eu vou pegar meu carro em casa e... - Ela disse, já se virando para o lado contrário ao que andava, voltando para casa.

– Nada de carro, linda. Você precisa conhecer o transporte público. - Ele respondeu a puxando outra vez.

– Eu o que?

– Ônibus. No popular, busão! - Thomas respondeu de pronto, sorrindo.

– Thomas, você ficou louco? Eu tenho um carro, pra que vou andar de ônibus?

– Vem Sophie, vamos para o ponto logo e para de reclamar. - Ele disse, puxando a menina para que ela andasse junto com ele.

– Que ponto? Além de tudo temos que esperá-lo em um ponto?

– O que você pensou? Que o ônibus buscasse todo mundo onde a pessoa estivesse a qualquer hora do dia?

– Não é assim? Mas se ele não pega as pessoas onde querem e não deixa as pessoas onde querem porque elas pagam?

– Porque elas pagam pelo serviço que ele faz, Sophie! Ele deixa perto e pega perto.

– E daí? Você disse transporte público. Escolas públicas não se pagam, faculdades públicas não se pagam, e por que se pagam transportes públicos?

– Aí você fala com um especialista no assunto, que te garanto que não sou eu. Aliás, é uma boa observação. - Thomas elogiou, sorrindo. - Esse é o ponto. - Ele falou, apontando para o ponto de ônibus, onde havia uma placa com o desenho do veículo e várias pessoas esperando.

– E o que temos que fazer? Tem algum botão para apertar para avisar ao motorista que chegamos? - Ela perguntou. Thomas ergueu as sobrancelhas e a olhou.

– Temos que esperar, Sophie. - Ele disse, encostando o corpo num poste.

– Todas essas pessoas vão com a gente? - A morena quis saber, olhando de rabo de olho para multidão que estava no ponto.

– Não todas, mas acredito que a maioria. O ônibus para cidade enche muito a essa hora.

– Enche? - Ela perguntou erguendo uma sobrancelha.

Mais e mais perguntas até chegar o ônibus, que demorou um bom tempo. É claro que a cada ônibus que passava Sophie perguntava porque não podiam subir, e Thomas precisou explicar cinquenta vezes que cada ônibus tinha um destino diferente.

E que graça teria se o ônibus não chegasse lotado? Pois bem, foi assim que ele parou no ponto, e obviamente a maioria das pessoas que estavam ali entraram nele.

– A gente não cabe aí, Thomas. - Sophie falou, sem querer subir.

– Anda logo, Sophie. - Ele reclamou no degrau do ônibus, com a mão esticada para ajudar a menina a subir.

– Mas não tem mais lugar pra gente sentar. - Ela falou.

– Ah, você jura? - Ele perguntou debochado. - Anda, vem logo.

A menina pegou na mão do rapaz e, com dificuldade, conseguiu subir.

A porta fechou quando ela entrou, e se não tivesse sido segurada por Thomas, a garota teria caído devido a rapidez que o motorista dirigia.

– Thomas, tem um monte de gente em pé. - Sophie observou, olhando nervosa para o corredor do ônibus lotado.

– Daqui a pouco as pessoas saem e a gente senta. - Ele disse. - Duas, por favor! - Thomas falou ao trocador, dando o dinheiro das duas passagens.

Ele passou na roleta, e Sophie, um pouco desajeitada, fez a mesma coisa. As mãos grandes do rapaz seguravam as pequenas mãos da moça, para que não se perdessem, e ele passava pelo meio das pessoas para tentar arrumar algum lugar para ficar com ela. E lá atrás, num cantinho, foi o melhor espaço que ele conseguiu. Tiveram que ficar grudados um no outro, assim como todos que estavam naquele ônibus.

– As pessoas aqui fedem. - Sophie reclamou para Thomas, quando os dois finalmente puderam parar em um lugar fixo.

– Fala mais baixo, Sophie. - Ele chamou atenção da garota, deixando escapar um sorriso.

A menina mais uma vez se desequilibrou quando o ônibus deu uma balançada, e outra vez Thomas a segurou pela cintura.

– Segura aqui antes que você caia, Sophie. - Thomas falou, apontando com o olhar para a barra onde ele e as outras pessoas em pé seguravam.

– Eu não vou segurar aí. - Ela falou, fazendo uma careta. - Isso é sujo! - Ela disse.

– Então você prefere cair? - Ele perguntou, franzindo a testa.

– Não. - Ela respondeu. - Eu vou segurar em você.

Sophie colocou cada mão em um ombro de Thomas, segurando firme ali.

– Não me deixe cair, Thom. - Ela falou olhando pra ele.

O apelido do garoto, usado por Sophie pela primeira vez, havia saído naturalmente, e, junto com o olhar dela, bem perto do seu, poderia ter o matado. Quando olhava pra ela ele sabia bem que não conseguiria resistir por muito tempo, que talvez resistir agora estivesse sendo em vão. Uma hora ou outra ele acabaria com isso, uma hora ou outra deixaria Olivia para ficar com ela. E só sabia disso porque, olhar nos olhos dela, estava sendo cada vez mais difícil. A proximidade de Sophie deveria ser proibida, porque era realmente muito perigosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTEMMMMMMMMMMM, LINDAS!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hold On" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.