Ela me puxa pela mão para perto da porta e quando abre vejo algo que parecia ser uma caixa nada pequena e com alguns furinhos.

- O que é isso Alice?

- Um pequeno presente.

Entro em casa e sento no chão para abrir o presente e então dele sai um pequeno cachorrinho que parecia mais um ursinho.

- Isso é para mim?

- Um pequeno presente que sua mãe iria lhe dar....

- Com assim?

- Nada...É só um presente.

- Ele é lindo...

- Ele se chama Wolf.

- Wolf?

- Ele já veio com esse nome.

Levanto do chão e abraço com força e quando me afasto fico apaixonada pelo meu novo amiguinho.  Eu sempre quis ter um cachorro mais minha mãe sempre dizia que eu era muito irresponsável para ter um. Passo o resto do dia ao lado de Alice e brincando com Wolf mais então o celular de Alice toca e o sorriso dela some rapidamente.

- O que foi Alice?

- Acho que você não vai gostar muito de ver isso.

Pego o celular da mão dela e vejo duas fotos de Louis aos beijos com April e pela roupa que ela usava era de hoje mais cedo.

- Lexi....

- Tome conta do Wolf...vou dar uma volta.

Saio de casa furiosa e subo na moto sem olhar para trás e tentando conter as lagrimas e vou embora em direção ao cemitério.  Quando chego lá corro em direção ao tumulo da minha mãe, já estava na hora de vim visita-la e eu sabia que isso faria doer mais e mais só que esse era o único lugar que me veio à cabeça.  Sento na grama úmida e fico pensando como eu era uma idiota de ter acreditado nele e o quanto eu tinha raiva de mim mesma por ter confiado nele e então começo a me lembrar do que minha mãe dizia sobre a família de Louis, sobre o medo que ela tinha deles e sempre para eu ficar longe deles.  Eu tinha que ser a estranha da família, a que não obedecia a ordens, mas então sinto a mão de alguém tocar meus ombros e sinto uma sensação boa, uma sensação que só sentia quando estava perto da minha mãe, uma sensação de amor verdadeiro e então quando olho para trás não vejo ninguém somente outra rosa deixada no chão. Pego a rosa no chão mais dessa vez não sinto ódio de quem estava fazendo isso, dessa vez eu não senti nada.
Vejo a primeira estrela surgir no céu e então percebo que estava na hora de voltar para casa e cuidar de quem realmente precisava de mim.

Quando chego entro em casa vejo minha tia deitada no sofá e Wolf deitado no chão perto dela e então fico olhando para ela pensando como devia ser difícil abrir mão de tudo para cuidar de alguém como eu.

- Lexi onde você estava?

- Fui visitar minha mãe.

Ela parecia estar brava mais minhas palavras a fizeram entrar em um silencio destruidor e eu sabia como ela se sentia em relação a isso.

- Vou para o meu quarto.

Pego Wolf no colo e vou embora para meu quarto e percebo que isso tinha a deixado mal mais não era minha intenção, eu sabia o quanto minha tia se remoía pela morte de sua irmã mais nova e então quando entro no meu quarto deixo Wolf dormindo na minha cama e começo a procurar uma das fotos antigas da minha mãe com ela, mas como sempre eu não sabia onde estava nada no meu quarto. Eu só queria ajuda-la, mas parece que eu sempre a machuco mais.  Pego meu material de desenho e começo a procurar um desenho antigo, um desenho que tinha feito de minha mãe mais parece que ele tinha sumido dali e então quando olho para a porta vejo minha tia me olhando.

- Oi Tia....

-Lexi...desculpe...

- Te desculpar pelo o que tia? Por você só querer meu bem e tentar me proteger? Mas eu sempre acabo te magoando mais e mais.

- Lexi você não tem que me pedir desculpas.

- Acho que é melhor parar essa conversa por aqui.

- Eu vou a cidade amanha comprar algumas coisas para o seu amiguinho ai.

- Obrigada.

Ela vai embora e eu fecho a porta do quarto sentindo raiva de mim mesma e então escuto meu celular tocar e quando vejo era Louis mais eu não queria atende-lo e nem nunca mais velo, mas parece que ele não entendia que eu não queria atender e ficava ligando e ligando varias vezes ate eu não aguentar mais ouvir aquele toque idiota.

 - O que você quer?

- Lexi eu posso explicar.

- Explicar o que? Que você por um acaso beijou a sua melhor amiga?

- Lexi me escuta por favor...

- Me escuta você.  Seu irmão me magoou muito, e vou te falar outra coisa eu nunca senti nada por você e nunca vou sentir e sabe de uma coisa? Seja feliz com aquela loira de farmácia.

Desligo o telefone e jogo contra a parede e deito na cama perto de Wolf para ver se conseguia esquecer mais um idiota na minha vida. Acabado pegando no sono e novamente me vejo naquele campo com aquele ótimo cheiro de rosas, mas dessa vez eu conseguia ver o rosto do menino de cabelos negros e ele era tão perfeito que não parecia ser real.  

- Lexi acorde.....

As palavras dele soavam como um sussurro e então corro na direção dele, mas antes que eu pudesse toca-lo me vejo em um lugar novo, me vejo no carro juntos com meus pais e eles pareciam tão felizes indo para casa e sorrindo e conversando, mas eu não podia escuta-los, eu não podia toca-los, somente podia velos e então vejo um carro desgovernado vindo à direção do nosso carro e então acordo na minha cama soando frio e quando olho para os lados vejo um pouco de sangue na minha cama e então percebo que tinha um corte na minha mão e eu não sabia como isso era possível.
Levanto da cama e corro ate o banheiro e então abro a torneira e deixo a agua cair sobre o corte.

- Tia!!!!!

O corte doía cada vez mais e eu não sabia o que fazer e quando minha tia finalmente aparece olho para ela assustada e então ela não diz nada somente sai e volta segurando uma caixa de primeiros socorros.

- Pronto Lexi agora vá dormir por que você tem aula amanha cedo.

Ela vai embora me deixando apenas com a lembrança de como aquele menino era perfeito e por que ele dizia para eu acordar.
Quando o dia amanhece mudo meu habitual estilo de ir para a escola por algo diferente, algo mais simples e então prendo meu cabelo num rabo de cavalo mal feito e coloco meus fones de ouvidos e vou embora de casa pensando como seria estranho chegar naquela escola e ver todos rindo da minha cara.  

Salto da moto e vejo April e seu grupinho de copias rindo e olhando para mim mais nem ligo e então Louis aparece com uma cara de quem passou a tarde inteira bebendo, passo direto por ele e vou para a aula do Sr. Robins.
Sento na ultima carteira como sempre e tento esconder o curativo com a manga do casaco e então April e suas amigas aparecem, mas eu prometia a mim mesma que nada que elas fizessem ou falassem iria me abalar.
Foi fácil aguentar a aula do Sr. Robins e as outas aulas e então quando o sinal da hora do lanche toca tudo começa a piorar, vejo todos me olhando e cochichando e a essa altura não tinha achado Alice ainda, o que só fazia piorar tudo, e então Louis aparece para piorar o resto.  

- Lexi me escuta por favor...

Ele conseguia fazer todos olharem para nos o que me fazia me sentir pior ainda.

- Louis quando você não estiver bêbado a gente conversa.

Dou as costas e começo a andar em direção à sala de artes e então ele me segura pelo pulso me machucando e me fazendo sentir mais raiva dele.

- Você dorme com meu irmão, dorme comigo, com quem mais você vai dormir Lexi?  Você não passou de uma pura curtição, uma aposta com April e eu nunca imaginaria que você era tão tola assim.  Eu sabia que você era estranha mais não sabia que era tão estranha ao ponto de me pedir para te ensinar a amar.  

Todos começam a rir e então vejo Alice surgir entre a multidão e do lado dela o menino que vi em meus sonhos, e percebo que ele é o mesmo que vi ao lado dela ontem.

- O corpo é meu, logo, eu durmo com quem eu quiser. Que bom que foi pura curtição e que você aproveitou, já que você é péssimo de cama, duvido que vá ter outra curtição tão longa. Eu que sou estranha? Tem certeza? Não sou eu que faço apostas pra conseguir alguém. Como você pode ensinar alguém uma coisa que você não sabe? Devia é ter pedido pra você me ensinar a mentir, isso sim você sabe fazer, e muito bem por sinal. Mas eu gosto da verdade, vai ver que é por isso que nunca gostei realmente de você.  

Dou um tapa na cara dele e percebo que todos ainda riam mas eu não estava achando a mínima graça naquilo.

- Você não vale NADA. E pede pro seu irmão te ensinar a satisfazer uma Mulher, já que você não é capaz.

Saio correndo em direção ao estacionamento sem pensar duas vezes, eu estava me sentindo a pior das pessoas, eu não podia acreditar que eu fui tão idiota assim, eu não podia acreditar que eu confiei nele e o pior de tudo que um dia em pensei que conseguiria ama-lo.  Subo na moto e ligo o motor mais não vou embora fico ali parada pensando a aonde ir e como eu era uma estranha e que agora seria motivo de risos de todos.  

Chego em casa e vou direto para o meu quarto sem parar para falar com minha tia ou dar atenção a Wolf e então deito na cama na esperança de esquecer esse maldito dia. Pego no sono e percebo que eu estava no lago e então o menino aparece de novo, mas dessa vez não tento ir ate ele, somente sinto no chão e começo a chorar.

- Não chore....Não se abale por ele. Somente acorde.

Como sempre as palavras dele soavam como um sussurro e então tento abrir os olhos, mas me vejo de novo no carro com meus pais, eu tentava avisa-los do que ia acontecer, mas como sempre não podiam me ouvir e não podia toca-los, mas então tudo fica preto e acordo no meu quarto novamente.

Levanto da cama e vou ate a sala então vejo Alice sentada no chão brincando com Wolf, corro ate ela e a abraço com força e começo a chorar sem hesitar. 

-Vai ficar tudo bem Lexi...

Afasto-me dele e tento controlar as lagrimas.

- Quem era aquele ao seu lado hoje?

- É o menino novo, ele mora na casa enfrente da de Louis.

- Qual o nome dele?

- Klaus Luch por quê?

- Por nada.

- Depois que você foi embora Klaus deu um belo soco na cara de Louis.

- Serio?

- Sim...

- E ele esta morando sozinho aqui?

- Não. Ele tem um irmão mais velho e uma irmã que esta para chegar.

- Como você sabe de tudo isso?

- Nos conversamos muito.

- Que tal esquecermos essa tarde e irmos levar o baby Wolf para passear?

- Que tal eu levar ele para passear e você descansar?

- Ok.

- Vou dormir aqui hoje com você...então já volto.

Ela pega Wolf e vai embora me deixando sozinha, começo a sentir raiva de Louis de novo e acabo deitando no sofá para ver se consigo pensar em outra coisa. Começo a sentir aquela sensação de conforto que senti uma vez no cemitério e tudo parecia estar melhor, era como se meus problemas fossem tirados de mim. Escuto um barulho no meu quarto e então levanto para ver o que era, e então escuto o barulho novamente, mas quando chego lá somente acho uma rosa na cama, fico ali parada segurando a rosa ate que....