– Senhorita Maia? - o professor disse depois de voltar à sala de aula. A sala inteira parou com o que estavam fazendo e encarou a garota que se levantava confusa.

O cenho de Samanta esta franzido. Primeiramente o professor saiu da sala depois da secretária do reitor da universidade o chamar e depois ele volta chamando pelo nome de Sam.

– Cinco rapazes estão lhe procurando pelo campus inteiro. Agora estão na sala do reitor - ele disse arqueando suas grossas e brancas sobrancelhas. O professor microbiologia era velho e careca, o que fazia os olhos dos alunos doerem quando a luz refletia em sua cabeça.

O cenho se é possível, de Sam ficou ainda mais franzido. A morena arrumou seus materiais e colocou sua bolsa nos ombros, descendo os degraus da sala em formato de anfiteatro. Ela agradeceu em tom baixo para o professor que sorriu para ela e saiu da sala, só ouvindo o professor continuar sua aula antes da porta se fechar.

– Qual o problema desses garotos? – Sam falou consigo mesma pegando o celular no bolso da sua mochila e verificando se havia alguma mensagem ou chamada perdida. Não havia nenhum sinal dos garotos, nada que mostrasse que eles iriam passar ali no meio da aula dela.

Samanta já estava cursando veterinária, logo que voltou da turnê conseguiu terminar o colégio e só então se inscreveu para o curso que sempre quis. O namoro de Harold e Samanta estava firme e forte, apenas com brigas bobas iniciadas pelo ciúmes de Samanta.

Os pés de Sam já haviam começado a doer, pois o campus da universidade era extremamente enorme e onde era o prédio do curso de veterinária era muito longe da sala do reitor. Ela andava rápido, seu peito subia e descia rapidamente, seus cabelos balançavam no rabo de cavalo e seus ombros latejavam por causa do grande peso que tinha em sua mochila.

Os dedos de Sam apertavam o celular, que segurava ainda nas mãos. Assim que avistou o prédio principal da universidade obrigou suas pernas a ficarem mais ágeis para alcança-lo mais rápido. Sentiu seu coração acelerado, pois havia duas semanas que não via nenhum dos garotos. Eles haviam viajado para o Japão por causa de uma campanha publicitaria e desde então nenhum deles viram-se.

Guardou o celular no bolso do jeans e esperou a porta elétrica do prédio se abrir para finalmente entrar no lugar. Como a porta era de vidro conseguiu ver a secretária andando de um lado para o outro com uma bandeja, e encima dela haviam biscoitos, xicaras de café e chá e outras coisas que Sam não identificou.

Adentrou no lugar e sentiu o ar congelante do ar condicionado bater em seu rosto. O dia estava estranhamente quente, em pleno outubro aquilo era estranho de se ver.

Mordiscou o lábio assim que viu a cabeleira escura de Zach de costas para ela. Retirou a mochila das costas, deixando-a no chão próxima a porta e correu para abraçar o moreno, pois havia sido o primeiro que seus olhos viu.

Zach se assustou ao sentir os braços da garota ao seu redor, mas então correspondeu o abraço, começando a rir gostosamente. Ninguém nunca diria que em algum dia Samanta já odiou algum deles.

– É assim então? – Lourenço disse cruzando os braços logo atrás de Samanta. A morena começou a rir e soltou o moreno, só então notando que os outros quatro também estavam lá. O reitor estava encostado na porta de sua sala encarando tudo como se fosse a coisa mais estranha do mundo abraçar alguém que se ama.

– Essa é a única vez que irei deixar vocês interromper alguma aula e retirar uma aluna! – o homem disse voltando para sua sala. Todos eles começaram a rir e então Sam abraçou seu melhor amigo apertando-o contra si.

Lourenço havia se tornado seu melhor amigo, muito mais amigo do que todos os outros ali.

– Senti tanta sua falta – disse a garota quase aos prantos. Não aguentava mais ficar longe de nenhum deles.

Se afastou do amigo e olhou para Harold, que tinha seus braços cruzados e uma expressão séria que dizia “você prefere ele do que eu?” Instantaneamente Sam começou a rir e abraçou o namorado, enrolando seus braços envolta do pescoço do dono dos olhos esverdeados.

– Estava com tanta saudade de você – ela disse selando rapidamente seus lábios aos do rapaz, que sorriu e alisou as costas da pequena menina. A conversa que eles tiveram então fora de olhares, nenhuma palavra a mais fora dita, o que fez os outros ficarem incomodados e começarem a zoar os dois.

– Ai como vocês são chatos – Harold riu se soltando da namorada, que fora abraçar Liam e Noah logo em seguida. Então se lembrou que assim que voltaram da turnê Noah acabou por terminar com Alison, o que deixou Samanta muito triste, e os empresários furiosos. O plano de ter todos os meninos namorando fora destruída, mas a imagem da banda não havia se alterado, apenas melhorado, para a surpresa dos empresários.

– Você vai ter que faltar os restos das aulas, porquê seu pai está querendo que nós vamos almoçar com os empresários – Liam disse remexendo no cabelo da Maia, que estava de costas para ele. Sam franziu o cenho mais uma vez e cruzou os braços.

– Da ultima vez que ele disse para eu acompanhar ele para o trabalho eu acabei namorando com essa coisa – ela disse apontando para o namorado, que se fez de ofendido e fingiu começar a chorar, fazendo todos rirem.

– Dessa vez ninguém ira ser obrigado a namorar ninguém, acredite – Noah disse passando um dos braços envolta do seu pescoço, o fino braço de Sam passou pela cintura de Noah, abraçando-o de volta.

– Mas agradeço por ele ter me obrigado a ir para aquela reunião, senão nunca iria conhecer vocês – ela deu de ombros mordiscando o lábio e beijando a bochecha do irlandês.

– Então vamos indo minha princesa? – Harold, que já havia pego a mochila da garota, disse sorrindo e estendendo a mão na direção da garota, que segurou a mesma e se aproximou dele. Sem ninguém mais falar alguma coisa o casal saiu do prédio principal sendo seguidos pelos outros quatro rapazes logo atrás.

Samanta entrelaçou os dedos nos de Harold enquanto carregava um enorme sorriso no rosto. Nunca havia pensado que uma mentira poderia mudar sua vida para melhor, tornando-a feliz de verdade.