O Mistério De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 8
Aparições


Notas iniciais do capítulo

Capítulo fantástico! (:
Leiam lá embaixo, ok?
Boa leitura!



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Fiquei estática; sem reação. Natasha permanecia quieta, como se Lauren nem estivesse ali.

- Falando? - indaguei, tentando soar menos aflita. - Eu...só estava vendo o nicho...

- Sei que estava falando com alguém - ela deu mais um passo. - Meu Deus! - ela arquejou de repente. - É a Natasha? Ela está aqui?

- Lauren - eu a segurei pelos ombros. - Calma, ok? Não pode contar pra ninguém.

- Mas...como? - ela quis saber. - Ela vai nos ajudar com a Vingativa?

Virando-a de lado enquanto ela fazia mais perguntas, fiz sinal com a cabeça para Natasha.

- Nos vemos a qualquer hora. - ela me disse, sumindo.

- Por que foi até lá? - perguntei para Lauren.

- Josh apareceu sem você e todos já estavam voltando.

Revirei os olhos.

- Mas era mesmo a Natasha conversando com você? - ela insistiu. - Que demais!

- Podemos deter a Vingativa, Lauren. - disse, esperançosa.

- Valerie! - vovó gritou da varanda, acompanhada de Cândida. - O que estava fazendo naquela árvore?

As cartas de mamãe pesaram uma tonelada no meu bolso, e engoli em seco.

Cândida me olhava com avidez.

- Sua neta é curiosa, Beth - ela disse, sorrindo.

- Vovó - eu disse, séria. - Precisamos conversar.

Vovó se fez de rogada.

- Seu avô está me chamando. - e se virou, entrando.

Suspirei, e Cândida percebeu.

- Oh, querida, eu sei. - disse ela. - Sua avó não gosta muito de encarar os fatos.

- Ela não quer me explicar a morte da minha mãe. - contei.

Com um suspiro, ela estendeu a mão.

- Venha comigo.

Aceitei. Lauren deu um aceno, e sumiu dentro da casa. Cândida me guiou pela varanda até chegarmos na cozinha, onde o fogo crepitava no fogão à lenha. Ela pegou uma cesta cheia de maçãs e se virou sorridente pra mim.

- Que bom que você e seus amigos se dispuseram a pegar frutas caídas pela fazenda. - falou ela. - Seria uma pena se tivessem perdido... - ela tirou os olhos das frutas e me fitou. - Quer me ajudar a fazer doces? Pra levar pra cidade de lembrança da fazenda...

Eu logo percebi o que ela quis dizer.

- Quer uma desculpa pra conversar comigo? - eu me aproximei.

Ela sorriu.

- Eu moro em Scarabas desde que nasci. Conheci sua mãe. - ela me olhou. - É muito parecida com ela. Sei que foi até a árvore do campo. Nossas histórias agradaram você, hã?

- Vocês acreditam...na Vingativa? - perguntei.

Cândida desviou os olhos das maçãs e olhou pra fora. Me pareceu que se formou lágrimas em seus olhos. Do que teria se lembrado?

- Ela tentou matar minha filha uma vez...

Choque.

- Sinto muito... - murmurei; desejando, por um minuto, não ter tocado no assunto.

- Não sinta. - ela disse, voltando a me olhar. - Sei das cartas que sua mãe escreveu. - ela apontou para os meus bolsos. - Ela tentou salvar a todos nós. Tentou salvar Jennie... - sua voz fraquejou, e suas mãos tremeram. Eu a segurei, achando que fosse cair.

- Dona Cândida? - eu a chamei, preocupada.

- Tudo bem - argumentou ela. - Sua mãe foi muito corajosa, Valerie. A morte dela foi um símbolo. Jennie tentou fazer a mesma coisa também, mas... - ela engoliu em seco.

- Jennie? - indaguei. - Sua filha?

Cândida me olhou nos olhos.

- Ela e sua mãe eram amigas. E a Vingativa as estava caçando. Jennie seguiu seu instinto, e previu o ataque. Ela tentou fugir de Scarabas uma noite. Sua mãe, que era muito esperta, disse pra ela esperar. Infelizmente, ela não seguiu o conselho. A Vingativa a encontrou e a matou.

Apertei sua mão com força. Cândida havia perdido a filha pra Vingativa!

- E você acha que - engoli em seco, nervosa. - , que foi a Vingativa que matou minha mãe?

Ela silenciou por um tempo.

- É difícil dizer. - ela segurou meus ombros com as mãos cálidas. - Mas vá, querida. Não deixe que essas mortes fiquem impune. Você, e só você será capaz de parar a Vingativa.

...[...]...

Já à noite, fiquei observando as cartas de minha mãe e pensando no que Cândida disse. Talvez, a morte e a lembrança da filha tivessem mexido demais com ela - mas eu já tivera provas o suficiente de que a Vingativa tinha que ser derrotada.

E ainda tinha Lila. Onde ela estaria agora? John havia prometido que encontrara uma solução, uma vez que estávamos isolados. Sem saída, sem luz e com medo...tudo aquilo contribuía para que a imagem de Annie só crescesse na minha cabeça.

- O que é isso? - Claire me pegou de surpresa e guardei as cartas desajeitadamente debaixo do travesseiro. Ela percebeu e bufou. - Valerie, qual é. Sei que escondeu algo aí.

Suspirei, derrotada.

- São da minha mãe. Parece que ela também tem um passado com a Vingativa.

- Devia mostrar pra sua avó, então. - ela sentou ao meu lado.

- Esse é o problema - me queixei. - Vovó não quer falar sobre isso comigo.

Claire pensou um pouco.

- Coloque-a contra a perde. Ou então, busque outras fontes. - e deu de ombros, indo dormir. Ao lado dela, Sara sonhava.

Quando fui guardar as cartas, encontrei o amuleto de Lila. Eu o peguei e segurei com força. Lila havia dito que era um elo de comunicação.

- Lila - eu apertei o amuleto contra o peito, indo até a janela. - Essa cidade é mesmo governada pelo sobrenatural. Por favor, volte. Isso pode machucá-la. Não faça isso por minha causa.

Suspirei. Como se ela fosse ouvir...

Lá fora, avistei uma figura. Tremendo, tentei pegar o celular para tirar uma foto. Mas foi só eu me virar e a figura sumiu.

Engoli em seco. O amuleto escorregou da minha mão devido ao suor. Quando o peguei novamente, senti um flash.

Eu estava em uma estrada escura, um pouco deserta. Chovia. Logo vi um carro tentar atravessar. Não demorou para que eu o reconhecesse.

Era o carro de Lila.

Ele estava atolado na lama. Quando ela saiu do carro, olhou ao redor, como se sentisse minha presença. Eu a chamei, mas não houve resposta.

A visão se desfez.

Lila corria perigo.

Como teria encontrado outra saída?

- Valerie? O que foi? - Claire quis saber.

- Eu vou...lavar o rosto. - disse, embora tivesse saído do quarto rápido demais para que pensassem que estivesse tudo bem.

Eu teria que procurar John.

No banheiro, esqueci que não havia luz elétrica e não tinha uma vela. Peguei o lampião da cozinha; embora andasse por toda a casa no meio do escuro com bastante medo, e com a sensação de que algo apareceria e me assustaria.

Apoiei o lampião na pia de modo que iluminasse o espelho. Lavei o rosto e suspirei. Quando voltei a me olhar no espelho, meu sangue congelou e quase infartei.

A Vingativa estava atrás de mim.

Tinha uma expressão carrancuda no rosto cheio de cicatrizes. O cabelo cobria um pouco, e usava um vestido cinza-escuro sujo.

Ela me encarava e eu estava petrificada, sem mexer um músculo. Do nada, ela soltou um grito horrível, e foi de encontro a mim pra me agarrar. Tapei os ouvidos, mas me desequilibrei e caí. Nisso, me arrastei para fora em um desespero horrível, e o coração à mil.

Corri pelo corredor ofegante e tremendo. Foi quando vi uma mensagem na parede; como se tivesse sido horrivelmente rabiscada com as unhas:

SAMMANTHA FOI A ÚNICA VÍTIMA QUE ME ESCAPOU

MAS VOCÊ NÃO ESCAPARÁ

Minha respiração estava cada vez mais acelerada. Num ato súbito de proteção ou sobrevivência, saquei o celular e consegui a foto. Tinha uma prova.

Segui pelo corredor em passos cautelosos e medidos. Minha mãe havia sido a única pessoa que Annie não havia matado?

Então o acidente não foi proposital. A Vingativa não matou minha mãe. E isso significava que eu estava no topo de sua lista negra.

Cheguei na cozinha um pouco mais calma, mas ainda tensa com a possibilidade de levar outro susto.

Uma sombra se projetou atrás de mim. Eu me retesei, esperando o pior. Quando senti tocarem meu ombro, e me virarem, fechei os olhos.

- Valerie? - eu os abri ao ver que era a voz de Steve. Relaxei, finalmente voltando a respirar. Ele riu. - Não devia estar dormindo?

- Você viu John? - perguntei.

Ele me olhou de uma maneira estranha; da cabeça aos pés. Eu usava uma blusinha fina e simples, cor de salmão e de alcinha; e um short pequeno, os quais usava pra dormir.

- E aí, sabe? - repeti, um tanto desnorteada.

- Por que você o procura - ele deu um passo, se aproximando. - , quando eu estou bem aqui?

- Hã? - eu não entendi, mas me afastei.

- Você está muito sexy, sabia? - disse ele, me pegando pela cintura.

- Não gosto disso, Steve. - eu fiz com que ele me soltasse. Steve não era daquele jeito.

- Por que você não me beija?

- Porque não estou afim! Quero saber onde está John! - eu o olhei. - E por que eu beijaria você?

- Por isso.

Steve me agarrou com força, me beijando. Não vou dizer que ele não beijava bem, mas aquilo me pegou de surpresa. Nos encostamos na bancada, onde ele avançou mais, agarrando meu cabelo. Uma sensação estranha tomou conta de mim...num momento, eu o queria longe. No outro, eu queria que ele me beijasse mais.

- Sempre soube que quis isso... - sussurrou ele, mordiscando meu ouvido com a voz cheia de desejo.

- Não... - murmurei de volta, embora parecesse que havia um aroma no ar que bagunçava meus pensamentos.

Então eu liguei os fatos.

A Vingativa. Namorados.

Quando tive a compreensão, eu larguei Steve, e foi como se eu voltasse à mim.

- Você não... - gaguejei e disparei pra fora dali. Seria muita coincidência se minutos depois de a Vingativa aparecer acontecesse aquilo?

O lampião apagou, mas não parei de correr.

- John! - agitei os braços quando o avistei nas casinhas dos fundos. Ele me olhou assustado.

- O que está fazendo aqui?

- A Vingativa... - disse, ofegante. - Ela...apareceu...tentou me...

- Merda! - ele soltou o que tinha nas mãos com força.

- Preciso da sua ajuda. E rápido. - disse por fim.

- Há o que possamos fazer. - ele entrou dentro da casa e o acompanhei. - Descobri como podemos enganá-la.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Estava pensando em fazer algo mais hot no prox cap, oq acham?
Comentem, por favor!
Bye, bye



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