Paradise On Hell escrita por Gilbert


Capítulo 11
Noite do baile p2 e... You drive me a little crazy


Notas iniciais do capítulo

O final é pra deixar vocês curiosos mesmos.
Eu não sei quando vou postar de novo, por causa das provas. MAS PROMETO NÃO DEMORAR MUITO!
Eu não coloquei link de musica, mas fiz o capítulo ouvindo Daylight e One more night do Maroon 5 (com o Boyce Avenue cantando) e Every Road e Everything I Ask For do The Maine. Se vocês quiserem ouvir e tal, eu recomendo. Depois me digam se gostaram, haha.
Espero que gostem do capítulo..
Não se esqueçam de comentar! :D



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– VOCÊ TA BEIJANDO ELE MESMO????? - Alguém atrapalhou meu momento feliz, gritando feito um louco.

Alguém não, um animal: Tyler. No começo eu tinha achado legal ele ficar com ciumes, mas já tava passando dos limites. Até porque ele não vinha falar comigo, só dava uma de babaca que não aceita perder quando eu estava com o Klaus.

– Você só pode ta de brincadeira né? - Falei, nervosa.

– Tyler, cara, eu não sou seu inimigo. Se você ta fazendo isso pra me irritar, já conseguiu, mas chega né?

– CALA A SUA BOCA. - Ele falou com Klaus e depois se virou pra mim. - Sério.. Eu sou feio? Estranho? Beijo mal? - Ele perguntou.

– Não, você é só nojento mesmo. ME ESQUECE! - Falei.

Engraçado como as coisas mudam. A alguns dias atrás eu me imaginaria fazendo a mesma cena se o visse com outra.

– Então ta, fica com ele, só que depois, quando você se arrepender, eu posso não estar mais disponível.

Tyler fez uma cara de choro, e eu até pude ver seus olhos lacrimejando, e em seguida saiu dali. Ele estava com um andar pesado, como se realmente estivesse magoado, mas aquela ceninha de garoto bom que perdeu a garota não colava pra mim faz tempo. Eu sei lidar com orgulho ferido, já que, depois da Elena, eu me considero a pessoa mais orgulhosa do mundo.

– Você ta bem? - Klaus perguntou, passando os dedos de uma maneira suave pelo meu rosto.

– Ele é só um idiota, nada que eu não possa superar. - Respirei fundo.

– Então vamos dançar. - Ele levantou e estendeu a mão para que eu a segurasse. Depois me guiou até a pista de dança.


DAMON'S P.O.V.



– Alunos.. - A diretora foi até o microfone, e chamou. E só nessa hora eu larguei Elena pra prestar atenção, e tentei me segurar pra não rir do batom borrado dela. - Está chegando a hora de encerrarmos a votação de rei e rainha. Quem não votou, ainda há uma chance!


– Quem são os indicados pra isso mesmo? - Elena me perguntou.

– Acho que Lexi, Caroline, Clarisse e uma outra que acho que se chama Megan. De homem foi Stefan, Klaus, Matt e Tyler.

– Espera.. CAROLINE? Se ela ganhar, ela vai ficar i n s u p o r t a v e l. - Ela reclamou, fazendo uma careta.

– Todo mundo é insuportável pra você. - Falei, e ela revirou os olhos.

– Quase todo mundo...

– Tanto faz, o "quase" não faz de você uma pessoa menos chata. - Sorri.

– Posso ser chata, mas isso não atrapalha em nada você encostar esses lábios nojentos nos meus e depois tentar me engolir, desesperadamente. - Ela falou baixinho no meu ouvido, em tom de provocação.

– E também não te atrapalha a corresponder no mesmo segundo, né? - Respondi a provocação, e ela arqueou uma sobrancelha. - Não adianta fazer essa cara, você sabe bem que é verdade. E, inclusive, você não consegue esconder o fato de que ta louca pra me beijar de novo.

Apertei o corpo de Elena contra o meu e lambi seu lábio, em seguida a beijei. Dessa vez ela foi mais resistente, cerrou os dentes e não deixou que minha lingua passasse. Afastei nossas bocas e a encarei, ela sorriu vitoriosa e revirou os olhos em seguida.

Você é impossível. - Reclamei.

– Isso é..

Não deixei que terminasse de falar, assim que ela abriu a boca eu a beijei, e dessa vez não teve como ela resistir. Ela tentou se afastar no inicio, mas eu sou mais forte, persisti até que ela cedeu. Nos beijamos por alguns segundos, até Elena morder com força a minha lingua, me fazendo gemer e me afastar. Ela riu da minha cara.

– Agora a gente só se beija quando EU quiser. Porque ta mais do que provado que você não resiste a mim, mas eu resisto a você! - Ela piscou e eu sorri, com a lingua latejando. Não neguei, afinal, ela tinha falado a verdade mesmo.

– Confessa que isso foi desnecessário.

Muitas coisas que eu faço são desnecessárias, mas me fazem feliz.

Não respondi, só a encarei.


– Finalmente as votações acabaram. - A Sra. Saltzman falou no microfone, puxando a atenção de todos. - Esse é o momento mais importante da noite, então, eu queria pedir para subir ao palco Caroline Forbes, Lexi Branson, Clarisse McGuines, Megan Hiller, Klaus Mikaelson, Matt Donovan, Tyler Lockwood e Stefan Wasilewski.


Eles subiram. Tyler era o mais animado.. Ele subiu jogando beijo pra "platéia" que aplaudiu. As vezes era dificil entender o por quê dele ser popular, mas, fazer o que.. Era meu amigo, afinal.

– Será que a Carol ganha? - Bonnie chegou junto com Jeremy, do nada, falando com Elena.

– Espero que não! - Elena disse.

– Não fala assim.. E, hmm, vocês dois hein? - Ela falou, com uma cara de "eu sabia" pra mim e pra Elena. Eu e Jeremy rimos, e Elena ficou meio vermelha.

– Elena sendo disputada na escola, olha que coisa legal em carrancuda! - Jeremy implicou.

Pra falar a verdade, acho que era a primeira vez que eu ouvi a voz do cara.

– Eu odeio vocês, todos. - Elena falou nervosinha.


– Então, vamos anunciar os vencedores? Queria chamar aqui para dar as honras, Elena Gilbert e Damon Salvatore.


– Pronta? - Falei com Elena e estendi meu braço para ela entrelaçar os braços dela.

Mas ela não o fez. Simplesmente deu um sorrisinho e foi andando na frente. Eu balancei a cabeça e fui atrás. Parecia que a Encrenca nunca iria sossegar até me tirar do sério.

A Diretora passou o papel com o nome dos vencedores para Elena e o microfone pra mim, que a agradeci e fui para o meio do palco.

– Bom gente, como vocês fazem o favor de sempre votar em mim para organizador e não pra rei, eu vou ter que fazer as honras, ao lado da pessoa mais insuportável da escola. - Falei, o povo da escola riu e assobiou, já a nervosinha estava, pra variar, nervosinha.

– Damon deve ta achando que ta apresentando um prêmio importante, e que ele é o centro das atenções.. - Ela falou enquanto puxava o microfone da minha mão. - Bom gente, sem enrolações, os vencedores são.. - Ela abriu o papel, fez um suspensezinho, e finalmente falou - Lexi Branson, eca, e Matt Donovan.

Agora só dava para ouvir os aplausos vindos da nossa platéia estudantil. Entregamos o microfone de volta para a Sra Saltzman.

– Como a tradição diz, os vencedores terão que dançar uma música juntos. E os nossos organizadores, se quiserem, são bem vindos para acompanhar.

Lexi estava vibrando por ter ganhado, e o tempo todo me lançava olhares, fazendo cara de nojo para Elena. Eu apenas a ignorava. Ela não valia o esforço nem pra tentar fazer ela cair em si. Matt estava indiferente, mas a conduziu até o meio da pista de dança.

– Vai dançar comigo de novo, Leninha? - Perguntei, e ela me encarou.

– Desculpa, mas não rola, preciso de fazer xixi. - Apertei os olhos, aquilo parecia mais uma desculpa pra fugir. - Eu to falando sério.

Nós descemos do palco, mas não paramos na pista de dança. Elena foi em direção ao banheiro, e eu fiquei encostado na parede, pensando em nada e observando Lexi e Matt dançarem, sem prestar muita atenção. Eu tinha me acostumado tanto com as irritações da Elena, que na hora que ela não estava, eu sentia falta. Bobagem isso, não? Além de bobagem, é muito sem sentido: sentir falta de ser irritado.


– Pô cara, tu podia ter roubado pra EU ter ganhado junto com a Caroline. - Tyler chegou reclamando.


– Ah, e como eu ia fazer isso, espertalhão?

– Era só ler os nomes errado na hora. - Explicou, impaciente.

– Tyler, você sabe que a Sra Saltzman lê os nomes antes né? - perguntei.

– E por que ela faria isso?

Revirei os olhos.

– Por que ela ama ler e tal. - Respondi com sarcasmo, mas ele não entendeu.

– Eca, quem gosta de ler? Ler só se for história em quadrinho.

– Ty, como você chegou no ensino médio mesmo? - Ele me olhou, como se eu fosse o idiota.

– Dã, passando de ano. - Ele revirou os olhos. - Você ta meio lento hoje hein? - Preferi não responder.


– Ei, Tyler, deixa eu falar com ele um pouquinho? - Lexi interrompeu minha conversa super produtiva.


Eu nem tinha visto a dança acabar.

– Claro, mas só tenha paciencia, ta dificil conversar com esse aí hoje. - Ele disse, enquanto se retirava dali.

– Lexi, eu não tenho nada pra falar com você. Sem ofensa. - Falei de uma vez.

– Não seja malvado. - Ela fez um biquinho e eu olhei pro lado impaciente. Então ela pegou meu rosto com as mãos e virou pra ela. - Você não pode ter me esquecido assim, tão rapido.

– De novo isso?

– Já disse pra não ser malvado. - Ela beijou o canto da minha boca.

– Lexi, para, eu to falando sério. Para! - Falei num tom sério.

– Isso é por causa da Elena? Ta apaixonado por ela por acaso? Você sabe que eu posso te fazer esquecer dessa menina bem rápido.

Lexi me beijou. Foi uma coisa muito rapida, quando eu vi ela já estava atacando meus lábios. Mas, por mais dificil que fosse, eu não correspondi. Não senti vontade de corresponder. Mas não conseguia afasta-la, sempre que eu tentava ela me puxava de volta. Ela tentava a todo custo conseguir passagem para a língua. Até uma hora que eu consegui segurar suas mãos e a afastei.

– ESCUTA BEM O QUE EU VOU DIZER. - Falei um pouco mais alto, devagar e sério. - EU. NÃO. QUERO. MAIS. VOCÊ! Eu não gosto mais de você. Eu nunca gostei, nós terminamos por um motivo, você sabe bem qual. Me deixa em paz, vai viver sua vida. Você não precisa de mim, e muito menos eu preciso de você!

Deixei Lexi sozinha e fui procurar Elena, cruzando os dedos para que ela não tivesse visto nada. Eu sei que não tinhamos nada, mas porra.. E ia ser muito dificil de explicar isso pra ela.

–-

– Bonnie, cadê Elena? - Perguntei.

– Damon, ela saiu daqui meio nervosa, e falou pra não deixar nenhuma alma ir atrás dela. Eu aconselho sinceramente a você só procurá-la amanhã!

– Tem certeza?

Ela balançou a cabeça, como um "sim" e aí eu tive certeza de uma coisa: Eu tava fodido.


ELENA'S P.O.V.


"Para com a palhaçada, qualé. Vocês não estão juntos, Elena. Lembra que beijo não significa nada? Então! Beijo é só beijo, nada mais que isso. Só beijo. SÓ BEIJO SUA IDIOTA! Vocês só se beijaram, foda-se se ele beijou outra depois. Você nem gosta dele, lembre-se disso também. Ele é um idiota!" Era disso que eu fiquei tentando me convencer.

Eu tava deitada na cama, com mil cobertas em cima de mim e o ar condicionado em 10 graus. O quarto tava congelando, porque só assim eu conseguia pensar melhor. Pensar em como não matar o Damon, ou a Lexi.

NA VERDADE FODA-SE, eu não fazia ideia do por quê eu tava me importando tanto com isso. Foda-se mil vezes, tudo e todos.


Acabei adormecendo sem nem perceber, de tão nervosa que eu tava. Eu não deveria ter me sentido daquele jeito, e não sei o porque aquela luta interna aconteceu. O que eu mais queria era arrancar os cabelos da Lexi e o coração do Damon. Há quem julgue como ciúmes, já eu julgo como "um momento de surto, que não vai acontecer mais". Essas coisas passam, e eu não gostava de me sentir envolvida com nada, me sentia vulnerável. E vulnerabilidade era algo que eu queria fora da minha vida.


Acordei de manhã cedinho, Caroline tava com a cara escondida embaixo de milhares de cobertas, mas Bonnie já estava acordada.

– Você ta bem? - Ela perguntou, e eu fiz um "sim" com a cabeça, enquanto me alongava na cama. - O que aconteceu?

– Nada, eu fiquei nervosa com meu pai e tal...

– Me engana que eu gosto, eu vi que Damon beijou a Lexi. Eu te avisei que ele era um idiota. - Olhei pra ela e concordei.

– Mas não to nem aí pra esse garoto, a gente só sei beijou. Não rola mais nada.

– Sei que gosta de se fazer de durona.. Então vou concordar ta? - Eu ri e revirei os olhos.

Não tava com clima nem pra discutir sobre isso. Ainda estava com sono. E tava dando graças a Deus que não iria ter aula.

– E Caroline? Finalmente conseguiu o que queria!

– Ela ta uma pilha de nervos por que não foi coroada ontem, mas ta feliz que pelo menos conseguiu um carinha pra confortá-la.

– Jura que ela ficou chateada por causa dessa bosta? - Perguntei incrédula.

Não é possível que a loira azeda realmente era tão fútil quanto parecia.

– BOSTA É A SUA CARA, eu queria muito a coroa! - Caroline surgiu do nada na conversa. - Desculpa, to nervosa.

– Ai Carol, se serve de consolo, eu votei em você. - Menti. Eu nem tinha votado.

– Eu também. - Bonnie disse.

– Awwwwwwn, eu amo vocês.

– Sem melação! - Reclamei, enfiando a cara no travesseiro.

– Elena, sempre tão fofa. - Bonnie brincou.

– GENTE, SÃO QUE HORAS? - Caroline gritou, se pondo de pé.

– Sete e pouco, por que? - Bonnie respondeu.

– DROGA, EU TENHO TREINO DAS LIDERES DE TORCIDA HOJE, MERDA MERDA.. Tem jogo daqui a três dias! - Falou, enquanto corria pro banheiro pra se arrumar.

Eu e Bonnie rimos. Caroline dava importancia pra tanta coisa sem necessidade!!

– Desculpem, mas eu ouvi toda a conversa. - Rebekah falou, eu nem tinha reparado na presença dela ali, perto da janela, mexendo no NoteBook. - Lexi não presta, Elena. Não mesmo. Ela fez alguma coisa ontem, Damon pode ter culpa, mas acredite, ela é a maior culpada! - Ela falou, simplesmente.

– Há, como se eu não soubesse. Os dois são idiotas, e eu cansei de idiotas na minha vida! - Falei, levantando da cama e indo em direção ao meu armário.

– Concordo com a Elena. Todo mundo sabe que o Damon é o maior galinha da escola... Claro, depois do Tyler! - Bonnie completou.

– É, talvez vocês tenham razão. - Ela se levantou. - Se me dão licença, eu tenho que ir encontrar meu namorado. - Rebekah pegou uma bolsa e saiu do quarto em seguida.

– O Sotaque dela não é insuportável? - Falei com Bonnie, quando senti que ela ja estava longe.

– Menos Elena, menos. - Ela disse.


~#~


Já era quase 16 horas e Caroline ainda não tinha voltado do treino, Rebekah ainda estava com Stefan e Bonnie ainda estava com o Jeremy. Eu estava sozinha, lendo revista de moda e pensando no quanto aquela escola era chata. Eu sentia falta, demais, da minha antiga escola, dos meus antigos amigos, com quem eu me recusava falar enquanto estava aqui, do meu pai sem namorada e, do mais importante: o sol. Aqui fazia frio praticamente todo dia, o sol quase nunca aparecia, fora que chovia quase sempre a noite, o que era bom pra dormir e péssimo pra acordar. Era tudo meio entediante e chato, tipo filmes antigos, os quais eu me recusava ver exatamente por causa do tédio.

– Elena, a gente precisa conversar. - Damon apareceu do nada, nervoso, e se sentou ao meu lado.

– E por que exatamente a gente precisa conversar? - Perguntei, fechando minha revista.

– Eu tenho que me desculpar, ué.

– Não precisa, por favor, você não fez nada de errado. - "Fez sim", minha mente alertava. - Você beijou outra, grandes coisas.

– Não torna as coisas mais complicadas. - Ele falou, me encarando.

Não respondi. Quando ele ia abrir a boca pra falar mais, o celular dele deu alerta de mensagem. Ele a leu e depois olhou pra mim novamente.

– Salva pelo Stefan, eu falo contigo depois. - Damon se levantou e saiu.

Só Deus sabe o quanto eu me segurei pra não voar no pescoço dele ali mesmo. De longe vi Tyler caminhando lentamente, com cara de quem nem tinha dormido a noite. Foi aí que tive a brilhante ideia, e Tyler ia ajudar. Ele era burro, tudo o que eu precisava.

– TYLER - gritei, enquanto corria até ele. - Preciso que me ajude.

– Dependendo, não vai me pedir pra comer veneno não né? - Ele perguntou, apreensivo.

– Não, idiota, preciso que diga pro Damon que a gente vai sair junto. Se ele perguntar, se ele não perguntar não diga nada, eu mesma falo.

– E o que eu ganho com isso?

– Uma foto da Caroline de sutiã. - Falei, e a expressão dele mudou num segundo.

– Feito.


DAMON'S P.O.V.


– PRESTA ATENÇÃO NO JOGO SALVATORE! - O técnico falou, quando Matt acertou a bola na minha cabeça antes que eu pudesse segurar.

– FOI MAL! É que tem pessoas que só conseguem levar a boa quando eu to distraído. - Falei, provocando.

– Agora eu sou o culpado? - Matt perguntou, e Stefan veio pra mais perto.

– Stef, eu citei algum nome?

– Não lembro de ter escutado.

– EI, GAROTINHAS, NADA DE DISCUÇÃO NO CAMPO HOJE, TÃO ME OUVINDO? - O Treinador veio, puxando Matt pra trás quando ele ameaçou vir pra cima.

– Desculpa aí, a gente não vai fazer nada. - Stefan tentou acalmar a situação.

– VOLTEM PRO JOGO!

– cheguei, to em qual time? - Tyler chegou, como sempre atrasado.

– Primeiro vai colocar uniforme, depois você vai pro time do Matthew.

Ele obedeceu.


Foi um dos jogos mais demorados e chatos do mundo. Matt ficava o tempo todo me provocando com a bola, e tentando me acertar. Mas agora eu tava com a cabeça no jogo, e conseguia escapar. Tava empatado 9x9, e por algum motivo sempre que algum dos times tentava avançar pro 10º gol, alguém saia machucado. Muitas vezes por minha culpa e do Stefan, outras por culpa do Elijah e do Matt. Tyler apesar de ser nosso amigo, tava dando vantagens pra eles, ele era competitivo e odiava perder.


Matt conseguiu pegar a bola e tava correndo o mais rapido que podia pra chegar no gol.

– KEVIN, MARCA ELE. - Gritei, enquanto corria atrás do imbecil.

Ele conseguiu jogar Kevin pro lado e tava avançando sem nenhum impedimento.

– STEFAN??? - Olhei, e ele já estava sendo jogado no chão. - PORRA.

Corri o mais rápido que pude, até que finalmente eu estava o acançando. Ele ia fazer o ponto, então eu improvisei: pulei no chão e agarrei seu calcanhar, fazendo-o cair e, consequentemente, a bola também. Aquilo não era certo, mas quem liga? Perder pra ele eu não ia.

– Treinador, isso foi falta! - Matt levantou e reclamou, se fazendo de vitma. Ele nem se importou com o fato de eu ter o derrubado em si.

– Tanto faz, o jogo acabou.. - O Treinador falou. - Matt, Elijah, Kevin e Yago, eu preciso falar com vocês. O resto ta libeado.

Dei um sorrisinho de canto e Matt me lançou um olhar mortal, como se eu fosse morrer de medo. Não tenho medo de cara feia, ainda mais vindas dele.


Fui até a arquibancada pegar minhas coisas que tinha deixado espalhadas por lá, pra depois ir tomar um banho no vestiário. Quando eu tava indo em direção ao meu destino, vi Elena encostada na porta do vestiário masculino, digitando alguma coisa no celular e com uma cara de quem iria aprontar. Era uma das caras que eu menos gostava, porque na maioria das vezes tinha uma vitima, e essa vitima hoje, tinha grande chance de ser eu. Ela tava com aquele ar de superior de que "nada tinha acontecido", mas dava pra sacar que ela tava nervosa com algo. Alguém. Eu. Caso contrário ela não teria ido embora da festa ontem assim do nada. Ela é orgulhosa demais pra admitir que ficou chateada.


– O que ta fazendo aqui? - Perguntei.

– Oi pra você também. - Ela falou e eu a encarei. - Nada que te interessa. - Completou.

– Que fofa você.

– To só esperando o Tyler. A gente vai pra algum lugar aqui na escola mesmo, mas ele sumiu. - Falou, normalmente.

Espera.. Tyler?

– Tyler, aquele Tyler?

– Tem outro? - Ela me olhou, pela primeira vez desde que começou a conversa.

– Por que vai sair com o meu melhor amigo? - Eu realmente tava ficando nervoso.

– Por que beijou aquele projeto de vagabunda oxigenada? - Ela perguntou, guardando o celular. - Vou "sair", entre aspas, com ele porque eu quero.

– Pra começar, foi a Lexi que me beijou, eu nem a boca mexi e depois dei um ultimato nela. Então isso tudo é ciumes? Vingancinha? - Ela massageou as temporas, provavelmente para segurar a vontade de me dar um tapa na cara.

– Não.. Já parou pra pensar que nem tudo o que eu faço tem a ver com você? - Ela perguntou.

– Ele não é seu tipo. - Falei, ignorando a pergunta. - Eu sou seu tipo.

– Só se eu fosse uma idiota, aí sim você seria meu tipo.

Cruzei os braços no peito e a encarei.

– Você nem curte ele. Já até falou mal dele pra mim e pra escola toda.

– Ouvi dizer que ele beija muito bem. E a Lexi, beija bem? - Ela aqueou as sobrancelhas. Apertei os olhos.

– Cuidado em, quando se tem ciumes é porque se importa!

– A boca dela tinha gosto de que? De morango? Eu não to com ciumes.

– Gosto de cereja. - Sorri e ela revirou os olhos.

– Por que ta com esse sorrisinho estampado na cara, estúpido?

– É que eu te falei pra tomar cuidado com o ciúmes, e você não me ouviu.

Ela me mostrou o dedo do meio.

– Cadê o Tyler mesmo? - Ela provocou.

Antes que eu pudesse responder, vi de longe que o Matt tava vindo nessa direção, junto com Stefan e o traidor do Tyler. Sem pensar duas vezes, joguei Elena sobre meus ombros e entrei no vestiário masculino com ela. Pra minha sorte, estava vazio. Elena não poupou socos nas minhas costas, mas eu não reclamei, larguei minha mochila num cantinho e entrei com ela em um dos banheiros, fechando a porta atrás de nós. A coloquei no chão.

Você é gorda. Muito pesada.

Ela chutou minha canela e bufou.

– Gorda é a mãe. - Ri da irritação dela. Ela olhou pra cima, onde estava um chuveiro. - Pretende tomar banho, campeão? Porque eu posso te dar uma surra com essa mangueira antes! - Ela pegou a mangueirinha com as mãos.

– Há.. Não vamos tomar banho. Ainda. E você não vai me bater.

Elena ia responder, provavelmente me xingar, mas ouvi barulho de alguém entrando no vestiário e tampei a boca dela com as mãos rapidamente, a encostando a parede e prendendo meu corpo junto com o dela. Assim ela não poderia falar, e nem se mecher.

– Quem ta aí? - Perguntei.

– Stefan e Tyler. - Responderam.

– Tyler ta de saída, tchausinho pra vocês, mais tarde eu tenho um encontro.

Olhei pra Elena e balancei a cabeça em reprovação. Ouvi alguém batendo a porta, e julguei que Tyler já havia se mandado.

– Stefan?

– Fala.

– Sabia que o Tyler vai sair com a Elena? Quem é mais traidor, ele ou ela? - Perguntei, e ela revirou os olhos. Tirei a mão de sua boca, e ela ficou quieta.

– Mas você não beijou a Lexi depois na festa?

– Lexi me agarrou, com aquele papinho de sempre, mas eu não correspondi ao beijo. - Falei mais pra Elena que pro Stefan.

– Eu nem sabia que você e Elena tava junto. Mas sempre soube que você gostava dela! - Ele falou.

Filho da puta. Elena deu um sorrisinho de vitória e segurou o riso em seguida. Fiquei sério e me encostei na porta.

– Não gosto dela. - Falei, e ela deu um pisão no meu pé. Tampei a propria boca pra não gemer de dor.

– Imagina que não. Do jeito que você falava dela, essas briguinhas sem noção e a irritação toda. Isso é sinonimo de gostar. Gostar é um passo pra paixão.

SERÁ QUE ALGUÉM PODE FAZER ELE CALAR A BOCA? Fechei os olhos pra não encarar Elena, que, pelo modo que sua respiração batia na minha cara, tinha certeza que estava achando graça daquilo tudo.

– Ei, cara, se tu não vai tomar banho, porque ta ai dentro?

– Eu vou tomar banho sim.

Elena me lançou um olhar mortal quando fui aproximando minha mão para ligar o chuveiro. Quando o fiz, antes que a água pudesse acertá-la, ela nos girou, trocando a posição e fazendo a água ME acertar. Muito esperta. Mas bom... Já que eu ia tomar banho, tirei minha camisa, em seguida minha calça e meu tênis, ficando só de boxer. Lancei um sorrisinho malicioso pra elena, que fechou os olhos.

Dois minutos depois, mais ou menos, Stefan saiu o vestiário e Elena destampou os olhos, encarando apenas a minha cara e tomando muito cuidado pra não descer os olhos. Ela deu um sorriso.

– Então quer dizer que você gosta de mim?

Eu te odeio.– Falei, sorrindo também.

– O sentimento é recíproco. - Ela falou, e eu a puxei pra mim, fazendo com que a água caisse sobre ela tambem.

– Qual sentimento? O gostar ou odiar? - Perguntei, a encarando.

– O que você sente. Você sabe bem qual, né!– Afirmação, não pergunta.

Elena entrelaçou os braços em volta do meu pescoço.

– Vai sair com o Tyler mesmo?

Ela balançou a cabeça negativamente. Eu sorri. Inclinei meu rosto para poder beija-la, mas ela agarrou meu cabelo, o puxando e me impedindo.

– O que é? Ta com raiva ainda?

– Não sei, ainda tenho que pensar sobre isso tudo.

– Então me beija! - Pedi.

Só te beijo quando eu quero, lembra? E depois que você beijou aquela nojenta, eu vou demorar a querer. - Ela mordeu meu queixo.

Depois de me olhar por um segundo, ela me empurrou pra trás e saiu do banheiro.

– VOU TE VER MAIS TARDE? - Gritei, quando ouvi os passos se afastando.

– TALVEZ. - E fechou a porta.


BONNIE'S P.O.V.


– Jer, você pensa no futuro? - Perguntei, enquanto me ajeitava em seus braços.

– De vez enquando, por que? - Ele me olhou de cima.

– Eu to nele?

Você é o meu futuro. O meu passado e o meu presente também. - Sorri.

– Porque vamos nos formar, e depois só Deus sabe pra onde iremos, quem seremos. - Balancei a cabeça. - Pensar nisso me apavora de vez em quando.

– Amor, se depender de mim, eu vou a onde você for.

– Promete?

Ele não respondeu. Apenas me beijou. Um beijo intenso e lento, mas que me transmitia o que ele sentia. Jeremy mordeu meu lábio inferior e depois me encarou.

– Eu prometo.

– Que bom! - Falei, e lhe dei outro selinho. - De todas as pessoas da escola, quando eu cheguei aqui, você era o ultimo por quem eu imaginava que iria me apaixonar, sabia?

– Oh, e por que? Eu sou lindo, legal, e muito cheiroso.

– A parte do cheiroso eu até concordo.

– Assim você magoa os meus sentimentos, sabia?

– Mas eu to falando sério. - Falei, voltando ao assunto. - Mas, olha pra mim agora..

– Eu nunca pensei que eu fosse gostar de alguém, e agora sou totalmente vulnerável a você. Isso não ta certo. Devia ser considerado um crime!

– Crime gostar de mim? - Perguntei, fingindo ofendida.

– Isso, e também deveria ser crime ser assim tão linda.

Ele me olhou com mais desejo, apertando a mão na minha coxa. Em seguida me beijou novamente. Minhas mãos arranharam suas costas, por dentro da sua camisa, e o beijo foi ficando cada vez mais "molhado". Eu sabia no que ia dar, então interrompi com um selinho.

– Jer, e se alguém chegar? - Perguntei, ofegante.

Nós estavamos no quarto dele, escondidos obviamente, já que seus colegas de quarto não estavam na escola hoje. Jeremy levantou e foi em direção a porta, a abriu e olhou o corredor, pra se certificar que não tinha ninguém, depois ele fechou a porta e a trancou com chave.

É só a gente não fazer muito barulho.– Ele sorriu, malicioso, e voltou para cama, encontrando meus lábios imediatamente.


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