Solitária escrita por Lily Duncan


Capítulo 19
O Beijo quente.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Dedico ele a meu amigo Thomas, que finalmente resolveu comentar "Solitária", rs.

TENHAM UMA BOA LEITURA!



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As duas garotas de cabelos longos seguiam em direção a casa de Sophia, que ficava logo à frente. Estavam preocupadas. A preocupação era uma coisa que corroía por dentro das duas. Não sabiam se toda aquela loucura daria certo. Sophia dissera que iria pegar algo para incendiar o casarão para eliminar as provas do que realmente rolou ali. Seu coração batia forte e ela não conseguia esconder o medo que estava presente em seu corpo.

 Chegaram ao anoitecer. Deixaram os sapatos do lado de fora e correram para o quarto no andar de cima. Sophia permitiu Vanessa a tomar um banho e disse que iria emprestar algumas roupas para a menina.

Enquanto Vanessa permanecia no banho, Sophia foi em direção a cozinha e pegou fósforo. Jogou dentro do bolso direito da sua blusa e voltou para o quarto, onde encontrou Vanessa se trocando. Elas deram uma boa olhada no quartinho pequeno. Então Sophia sentiu a necessidade de contar para sua irmã, mas não estava com coragem de encará-la.

– Preciso deixar avisado para onde vou após tudo isso acabar e se conseguimos fugir – falou Sophia a Vanessa que estava roendo as unhas. Ela assentiu.

Sophia tirou uma folha de seu caderno e pegou uma caneta na escrivaninha. Estava suando frio. Suspirou e começou a escrever:

Juy, querida irmã, lhe peço para ter paciência. Eu já fiz e não tem como correr atrás, e se desse, não iria, pois foi mais do que satisfatório. Coisas horríveis aconteceram num lugar. Coisas horríveis que eu planejei e executei. Não digo horríveis, porque pude sentir o calor do poder invadindo meu corpo. Minha vingança já foi feita, ou pelo menos a maior parte dela. Eu sei que, após tudo isso acabar, policia vira atrás de mim e eu estarei preparada. Vou fugir para Oklahoma, para a casa de uma conhecida. Eu lhe peço: Não vá atrás de mim! Será perigoso de mais, suponho. Não quero colocá-la em perigo. Diga à mamãe que eu a amo e que tudo ficará bem. Prometo que voltarei quando tudo estiver mais calmo.

Dobrou o pedaço de papel e colocou em cima do caderno. Ela tinha certeza que sua irmã iria vim no seu quarto e acharia o bilhete. Sophia sorriu para a folha escrita antes de se levantar.

– Preparada para encarar aquilo? – perguntou Vanessa, mostrando preocupação. Sophia assentiu e sorriu para a mais nova amiga.

– Vai dar tudo certo, Vanessa. Eu sei que vai.

E desceram para a sala, onde não havia absolutamente ninguém, nem mesmo Juy, que costumava rondar a casa de noite. Saíram e foram seguindo em direção a rua deserta que levava ao casarão, um lugar que agora havia três adolescentes presos e confusos.

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Elas haviam chegado a mais de uma hora e Sophia não sabia ao certo como terminar aquilo sem ser pega.

– Tive uma ideia, Vanessa – disse Sophia, feliz por ter achado uma pequena solução para seus problemas. – Quero deixar Alice por último. Chame no alto falante, Carly e Johnny. Quando todos tiverem sido executados, você coloca fogo na casa. Eu havia visto uma garrafa de álcool lá no porão, quando lhe tranquei. Enquanto você coloca fogo em tudo, eu vou distraindo a policia, se eles estiverem aqui. Você sai do casarão e me encontra na mata logo atrás.

– Tudo bem. Mas você tem certeza que isso ira dar certo? – perguntou Vanessa, confusa. Sophia balançou a cabeça.

– Última alternativa, minha amiga!

                                             ✿

Johnny e Carly se encontravam na sala, inquietos. Não sabiam o que haveria ali, mas já esperavam o pior. Sophia recarregava a arma com munições que havia roubado da garagem de sua casa. Mal podia esperar para acabar com aqueles adolescentes e fugir para o colo de Matthew.

Espero que ele me entenda. Se realmente me amar, não me deixara na mão.

Puxou a bolsa e arrumou-a no ombro. Ainda sorrindo, saiu do quartinho. Johnny e Carly arregalaram os olhos. Não podia acreditar no que acabaram de visualizar. Sophia era a mandante de tudo isso.

– Não! – gritou Carly, colocando a mão na boca. – Você... você é a maníaca!

Sophia aproximou-se dos dois e sorriu. Os dois estavam sentados no sofá, mas levantaram assim que Sophia se aproximou. A menina riu por um breve momento e interrompeu Johnny, quando ia abrir a boca para dizer algo.

– Calem a boca. Estou cansada dessa ceninha cafona e repetitiva – disse Sophia, na pura ignorância. – Ficaram surpresos? Não deviam. Deviam ter sacado no mesmo instante em que colocaram os pés aqui. Mas são burros de mais para fazerem algo racional!

Carly e Johnny não ousaram dizer nenhuma palavra, apenas olhavam Sophia, tensos. O coração dos dois batiam aceleradamente. Então Sophia continuou:

– Chegaram tão longe com a obediência. Acho legal isso. Acho nobre – passou a mão nos cabelos louros. – Muito engraçado a forma que chegaram aqui, não é? São apaixonados por festas?

Não era uma pergunta retórica. Como não veio resposta, Sophia se irritou. Jogou a bolsa no chão, depois abriu-a tirando de lá seu Iphone. Colocou Stand By Me, na voz de Prince Royce para tocar. Cantando junto, Sophia agachou-se ao lado dos adolescentes.

– Uma linda música para se ouvir, não acham? Ainda mais se for a última música para se ouvir na vida – e gargalhou.

Na sua frente, a menina de cabelos cumpridos sentou-se novamente. Carly já estava esperando o pior, como seu amigo, Johnny. Não tinham mais esperança em sobreviver. Estavam presos por uma maníaca e agora ela acabara de dizer que iria mata-los ao som de Prince Royce.

– Acabe logo com isso, Sophia – sussurrou Johnny, chorando. Sophia apoiou a mão em seu ombro.

– Não é simples. É algo tão complexo que vou ter que fazer devagar, para se tornar mais fácil de entender, certo? – disse Sophia, num tom brincalhão, como se tivesse falando de um trabalho escolar para os amigos.

Vanessa saiu do quartinho e aproximou-se de Sophia. Sussurrando, disse as seguintes palavras:

– Melhor terminar rápido. Estou sentindo que daqui a pouco policias chegaram aqui e estaremos realmente encrencadas.

Sophia assentiu e voltou-se a atenção para a bolsa, tirando de lá uma outra faca. Repetiu a música e sorriu para Johnny, puxando-o para o centro da sala.

– Vai ser rápido e não doera tanto – informou Sophia, rindo. Johnny fechou os olhos. Estava esperando a facada, que não veio. – Primeiramente quero que tire sua camisa para eu ver o corpinho de um gay. Na verdade, nunca tive a oportunidade de conhecer um. Eu acho os gays realmente interessantes. Parecem mais atraentes. Está entendendo?

Johnny tirava a roupa rapidamente. Carly e Vanessa observavam e Sophia sorria. Após estar desprovido de camisa, Sophia aproximou-se dele.

– Lábios delineados. Olhos expressivos e verdes. Cabelo preto, cumpridos e negros. Barba bem feita – dizia Sophia. – Corpo um pouco definido. Que você fez para manter essa boa forma? – Perguntou a Johnny.

– Eu... eu faço natação... talvez isso tenha me ajudado – estava vermelho de vergonha. Sophia sorriu para o menino novamente e colocou seus braços por volta de seu pescoço.

– Você me parece bem atraente, John – disse Sophia, olhando no fundo de seus olhos. – Preferia o Robert, concordo, mas você está valendo.

Ao ouvir o nome de Robert, Carly saltou do sofá. Parecia enfurecida.

– Onde está Robert? – perguntou, raivosa. Sophia virou-se para ela.

– No quintal, enterrado, ora. Onde mais poderia estar um cadáver? Enterrado, amiguinha – Sophia foi sarcástica.

Ignorando a menina ao seu lado, que estava chorando, Sophia puxou Johnny mais para si. As respirações dos dois estavam coladas.

– Qual é a maior tortura para um gay quando tem uma mulher prestes a lhe beijar? – perguntou Sophia, mas antes que Johnny pudesse responder ou tentar processar o que ela acabara de dizer, prendeu-o junto ao seu corpo e lhe beijou.

Ele permaneceu com os olhos abertos e paralisado. Nunca havia beijado uma garota antes, apenas meninos. Sophia o envolveu com um beijo quente e presente, aqueles que eram chamados de "beijo de cinema". Houve língua, uma coisa que Johnny odiou.

Soltou-o e olhou para ele. Estava paralisado ainda. Sophia não hesitou e puxou a faca, fazendo um corte no braço de Johnny. Ele gritou e depois ajoelhou no chão. O corte foi extremamente profundo. Carly estava chorando compulsivamente.

Sem perder tempo, Sophia sacou, então, a arma que estava na sua cintura. Mirou para o peito dele, mas desceu um pouco mais, onde localizava as partes intimas do garoto. Mas não atirou, em vez disso, aproximou-se novamente. Agora ele estava ajoelhado, chorando. Olhou para o menino e agachou ao seu lado. Cravou a faca em seu pênis, o fazendo gritar mais ainda.

– Se seu beijo foi ruim, imagina o sexo – falou Sophia, enfiando mais fundo a faca, fazendo sangrar mais. – Pensaria em fazer algo pior, mas meu coração é bondoso.

Johnny não disse nada, apenas abaixou a cabeça.

– Não abaixe a cabeça! Eu quero ver o momento em que a vida abandonar seus olhos – gritou Sophia. Carly chorava e Johnny agonizava.

Quando viu que ele estava demorando de mais para morrer, Sophia levantou-se e deu o último tiro em sua cabeça, o fazendo cair para trás. Carly deu um grito tão agudo que fez os tímpanos de Sophia doer. Enfurecida, Sophia caminhou até ela.

– Me mata, Sophia! Me mata! – gritava Carly.

– Seu pedido é uma ordem – e deu outro tiro.

Carly caiu para o lado, ensanguentada. Vanessa estava aterrorizada, mas não chorou. Queria dizer a Sophia para acabar com Alice logo, porém não disse nada.

Embora Sophia soubesse que policia poderia chegar ali a qualquer momento, continuou parada, olhando para os dois corpos.

– Eram mais bonitos quando estavam vivos – admitiu.

E foi assim que ela a viu. Alice estava parada na escada, com a mão na boca e chorando. Ela não conseguia dizer absolutamente nada. Sophia sorriu para a menina.

– O grand finale!

Alice deu pequenos passos até chegar a uma distancia segura a Sophia. As duas se entreolharam. Sophia riu.

– Só falta eu. Acabe logo com isso, vamos! Atira em mim, Sophia!

– Aí, aí. Como é ousada, não?

[...]


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Bem, está quase no final da fic, e isso me deixa triste e no mesmo tempo feliz. Vai ter continuação, então não preciso ficar triste, não é? rs

Comentem o que acharam, por favor! Tchau, até logo.