Solitária escrita por Lily Duncan


Capítulo 17
A aliança.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, gente. Espero que não tenham me abandonado, rs.
Trago a vocês mais um capítulo. Espero que gostem também!
Tenham uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373736/chapter/17

Passaram-se quatro dias após a morte de Tyler. Seu corpo havia sido arrastado para o salão por Robert e Pepper. Depois disso, Sophia tirou o corpo dele de lá e o levou para fora, o enterrando junto com o corpo desfigurado de Thor. Os adolescentes do quarto estavam realmente inquietos e brigavam por tudo. As meninas sentiam medo de qualquer ruído que ouviam. E ainda não haviam se conformado com o que Vanessa havia feito... matado Tyler. Tudo aquilo parecia tão normal para Sophia. 

Mas antes dos quatro dias, Sophia havia trancado Vanessa no porão, na noite em que ela matou Tyler. Sophia havia dito que precisava voltar para casa, pois ninguém podia desconfiar do que ela estava fazendo. Vanessa não pôde fazer nada além de concordar. Ficou no porão úmido, frio e escuro, com apenas alguns alimentos.

Quatro dias antes

Sophia caminhava rapidamente pela rua deserta e tortuosa em direção a sua casa, que ficava um pouco distante dali. Carregava sua bolsa de lado e seus óculos na mão. Ela havia derrubado-o quando estava enterrando Tyler, e por isso quebrou uma pequena parte dele. 

Seus olhos azuis já não pareciam tão azuis. Estavam vermelhos e qualquer vento que batia lacrimejavam. Sua roupa estava suja de terra e com algumas manchas de sangue. O que a sua mãe iria dizer?

Mamãe...

Ao lembrar-se da mãe, Sophia acelerou mais os passos. O que teria acontecido com sua mãe nesse tempo que ela ficou fora? Sua irmã Juy estava lá, e talvez com sua presença, Michel não tenha feito nada com ela.

----------------------------------------------------------------------------------

Tempo depois, Sophia se encontrava na frente do pequeno portão de sua casa. Já era tarde. Ela respirou fundo e o abriu, entrando com pequenos passos.

Na sala, não havia ninguém, assim como na cozinha. Subiu as escadas e entrou rapidamente para seu quarto. Colocou seu celular para carregar e jogou sua bolsa na cama. Andou um pouco até visualizar suas lentes de contatos. Jogou tudo dentro da bolsa e seguiu para o banheiro. Talvez um banho acalmasse seus ânimos.

A água estava fria e isso relaxou Sophia. Usou o sabonete que ganhou da avó quando fez quinze anos. Sophia tinha prometido a si mesma que nunca usaria aquele sabonete por ser uma relíquia, pois já não vendiam mais. Mas naquele momento, aquele foi o único sabonete que ela encontrou, sem contar que o cheiro dele a enfeitiçou.

Após sair do banho, colocou uma roupa confortável. Vestiu seu all star novamente e desceu as escadas. Deu de cara com a irmã, que estava abocanhando uma maçã.

– Sophia! – gritou ela. – Meu Deus! Como... como você está linda! – E abraçou-a, sorrindo. – Você estava na casa de uma amiga, posso imaginar. Eu estava realmente ansiosa para vê-la.

– Desculpe-me por não ter avisado, Juy. Nós trocamos mensagens todos os dias, mas de um tempo para cá fiquei meio isolada nessa parte de tecnologia. Nem o computador estou usando mais – sorriu. – Estou feliz por você ter voltado!

– Eu também. Ah, mas eu pensei que nosso encontro seria mais emocionante. Sabe, aqueles que envolvem choro e tudo mais – disse Juy, tirando uma risadinha da irmã. – Eu tenho algumas coisas para conversar com você...

– Sobre a mamãe, suponho – disse Sophia, abaixando a cabeça. – Eu tenho um ódio do papai. Ele é sujo e imprestável. Se não está dando certo, separa. Mas isso não funciona na cabeça daquele velho. Eu e mamãe não estamos aguentando mais.

– Soube que deu até policia aqui dias atrás. Soph, fique calma, tudo vai se resolver. Era assim comigo também. Na minha adolescência eu passei por várias coisas parecidas com essas. Papai sempre foi assim e acho que nunca vai mudar. Meu interesse de estudar fora era para ficar longe dele, mas pensei apenas em mim. Deixei você e mamãe sozinhas com aquele monstro. Eu me arrependo por isso, mas meus estudos foram bons. Talvez aqui eu não tivesse uma educação tão boa.

– Tudo bem, Juy. Eu não lhe culpo por nada. Quero que ele fique longe dela, apenas...

– Ele quem? – Sophia foi interrompida por uma voz rouca. Olhou para trás e viu seu pai. Estava machucado. Seus olhos estavam tão vermelhos quanto o de Sophia. Parecia que ele havia chorado muito.

– Não... nada... não interessa! – disse Juy, puxando Sophia para seu lado. Michel deu alguns passos até as duas.

– Muito bem. Achei que não iria mais voltar para a casa, Sophia, querida – disse ele, tentando encostar-se a uma mecha de cabelo dela. – Depois do que você me fez, acho que está arrependida, não?

– Arrependida? – ela olhou serio para ele. – Você acha que estou arrependida? Por acaso você se arrepende também? Por ter feito e falado aquelas coisas horríveis para mamãe? Ou você apenas acha que tudo isso é normal, papaizinho? – usou um tom de ironia na ultima palavra.

Michel abaixou a cabeça e uma linha clara de lágrima escorreu dos seus olhos. Sophia olhava para ele firmemente.

– Eu fiz coisas horríveis sim, Sophia. Eu quero me redimir. Quero fazer coisas melhores e me desculpar por tudo que eu tenha feito.

– Ah é? – riu ela. – Você acha que é tão simples assim, não é mesmo? Bater, espancar, humilhar e no final de tudo dizer apenas “desculpe” e achar que está tudo certo? – abaixou a cabeça novamente por alguns segundos.

– Sophia, não é apenas uma simples “desculpe”. Estou me desculpando de coração, pois eu me arrependi – disse ele. Alguma coisa na sua voz deixava Sophia confusa. Por alguma razão, ele não estava sendo sincero.

– Eu não acredito em você, Michel! – gritou Sophia. – Não quero olhar mais para a sua cara!

– Mas Sophia...

– Nada de mas – virou-se para a irmã. – Vou pegar algumas coisas e voltar para a casa da minha amiga. O clima daqui está desagradável o suficiente para me fazer partir. Diga à mamãe que eu vou voltar para vê-la, tudo bem?

Juy apenas assentiu.

Sem olhar para trás, Sophia subiu para o quarto para pegar sua bolsa e celular. Desceu mais rápido do que subiu e foi direto para a cozinha. Pegou alguns alimentos e pois na sua bolsa. Voltou para a sala e abraçou a irmã.

– Volte logo, irmãzinha – disse Juy, sorrindo para ela.

E saiu da casa, com passos arrastados. Ela não queria partir novamente e deixar sua mãe e irmã com o seu pai. Estava com medo do que ele estava planejando. Mas ela precisava terminar sua vingança. Estava tão perto de tudo acabar...

--------------------------------------------------------------------------------------------

Sophia estava de volta ao casarão. Todos permaneciam aonde ela os deixou. Ninguém, aparentemente, saiu do lugar. Ela não fazia ideia de qual passo tomar, mas tinha uma certeza em mente: Fazer Vanessa confiar nela.

Era uma boa, todos nós sabemos. Com Vanessa ao seu comando, as coisas iriam ficar mais fáceis de serem cumpridas. Sophia iria torturá-los e depois Vanessa acabava com o resto.

Após comer algumas coisas, Sophia subiu para o porão e trouxe Vanessa para baixo. Conversou com ela um pouco e Sophia notou que Vanessa estava aflita. O medo ainda persistia em seu corpo e isso a preocupava. Quanto mais medo ela tiver, menos confiança a Sophia ira ganhar.

Mas o que eu faço para ela confiar em mim?

– Preciso de sua ajuda – disse Sophia quase imediatamente. – Não posso fazer tudo isso sozinha, você sabe. Quero que você me ajude com algumas tarefinhas por aqui.

Vanessa olhou para a menina loura na sua frente e logo entendeu.

– Já não é o bastante para você o que eu fiz com o Tyler? – perguntou ela, num tom de voz baixo. – Eu tenho medo do que você possa me pedir.

– Não fique assim, Vane! – falou Sophia, indo para perto de Vanessa e segurando suas mãos amigavelmente. – Eu vi que posso confiar em você e acho que você também pode confiar em mim. Se fosse para eu fazer algo com você, eu faria agora. Mas não, eu quero que você confie em mim e termine isso junto comigo. Eu deixo você sair daqui viva se você me ajudar...

– O.k, Sophia, vamos lá. Diga-me o que você quer.

– Primeiramente quero que você suba para o quarto e diga que estou os chamando para descer. Diga que você é meu braço direito e que se não obedece-la, você ira acabar com eles sem pensar duas vezes – sorriu. – E é claro, você estará dizendo a verdade. Quero que você seja minha aliada aqui. Quero fazer as coisas junto com você. Quero ser um par, uma dupla. Se eles te aborrecerem, você com certeza poderá dar um fim neles por si própria.

– Tenho medo disso – disse Vanessa olhando para baixo tentando pensar. –, mas me parece legal. Você realmente me deixara ir embora?

– Sim, Vane. Dou-lhe minha palavra. Mas quero uma aliança forte. Quero poder confiar em você cem por cento.

– É claro. Eu topo, Sophia.

– Muito bem, querida! – disse Sophia abraçando Vanessa e sorrindo.

[...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem o que acharam, por favor. A opinião de vocês é muito importante para mim.
Não me deixe desmotivada a escrever, o.k?
Beijos, até logo, leitores!