Uma Narradora Intrometida escrita por Lia Eno


Capítulo 7
Uma Narradora Intrometida


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pessoal, mas esse capítulo e Nathalia não me deu permissão pra contar, então resolvi deixar ela mesmo narrar. Sintam-se como se estivessem lendo o que eu escrevo !



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E novamente estava eu com a mesma tesoura, na mão direita, se cortando. Mas foram pingos de sangues confusos.

Andi decidiu que não olharia mais na minha cara, e eu? Eu não! Não respeitei sua vontade e comecei a pertuba-lo. Ele até me deu alguns socos que eu procurei levar na brincadeira, meus braços ficaram roxos, e era mais um motivo pra mim esconde-los de tudo e de todos.

Eu consegui fingir pra Babi que eu estava bem, recuperada, mas na verdade todas as tardes, todas as noites, eu estava ali chorando, soluçando, me ferindo...mas chegou uma hora que eu cansei. Cansei de me cortar e mesmo que me desse um alívio meus braços estavam carne viva, doía demais pra colocar a blusa de manga comprida, mas eu tinha que coloca-la pra ninguém ver as marcas.

E foi nessa época que eu comecei a fazer coisas erradas. Aliás já fazia um tempinho que eu havia mudado. Mudado postura, as notas tinham mudado, muita coisa mudou, até meu relacionamento em casa.

Acho que essa narradora, essa tal de Lia nem falou muito de mim, não é mesmo? Mas fica entre nós eu li a história e se eu estivesse narrando seria muito diferente. Pra melhor? Não sei...

Então, voltando ao que me aconteceu...foi nessa época que eu comecei a fumar. Fumar. Fumei por um mês até minha mãe descobrir, e aí tudo piorou. E foi aí que eu comecei a roubar. E essa história eu vou contar detalhadamente.

- Vamos Nath, é rapidão minha mãe mandou eu comprar salsicha - disse Nikole me puxando pelo braço.

- Eu não quero ir...

- Vamos logo é rapidão! 

- Ok.

Entramos no mercado. Mercado Dia, um bem pertinho da escola. Mercado pequeno, uma quinta-feira, poucas pessoas. 

Estava eu, Nikole, Gabriel (um amigo de Nikole) e Luis o japonês nosso amigo de sala (mas espera aí que você vai ouvir falar mais dele).

Estava passando, quando de repente me surgi a seguinte pergunta:

- Dúvida eu roubar um danone Ni?

- Dúvido - disse Nikole nem dando muita importância e indo pegar a salsicha.

Era um corredor longo, olhei pra frente, olhei pra trás, e rapidamente peguei um negocio e enfiei na bolsa. Nem vi se era danone, e não era, era um iorgute.

Obs: Iorgute com mel haha.

- Eu vi isso viu - Disse Gabriel andando em minha direção do final do corredor.

- Eu também vi - Disse Luis.

- Nathalia o que é isso? Devolve isso garota. Tá loca? - disse Ni se aproximando de mim.

- Você dúvidou. Eu não vou devolver, fica suave. De boa, só pra ver se consigo sair despercebida.

- É maan testar a segurança do mercado - disse Luis sendo irônico.

O Gabriel  só dizia '' Vamos embora Luis, vamos embora, isso vai dar merda''.

- Calma Gabriel tá em choque? Sorri merda e para de dar piti, disfarça, sorria, disfarça! - eu disse com medo de sermos pegos (aliás de eu ser pega) por causa dele.

- É mano, você é o único negro aqui, honre sua raça - disse Luis.

Me surpreendi com a reação de Luis, ele soube disfarçar bem, não me fez perguntas, ou ficou medo, ele simplesmente riu e fez piadas. A Ni ria, mas disfarçou bem também, e o Gabriel...bom ele tentou, e pelo menos não nos ferramos.

Saímos do mercado e no fundo todos suspiraram de alívio.

- Tá vendo a segurança do mercado não é boa - eu ri.

- Dessa vez agente se safou - Ni riu.

- Dessa vez e nas próximas também - comentou Luis.

- Que proxima vez? Eu nunca mais venho no mercado com a Nathalia - respondeu Gabriel.


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Notas finais do capítulo

continua no proximo capítulo gente *u*



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