Não poderiamos esperar outra coisa de Nikole. Ela com mais raiva e mais força ainda virou a mão na face de Nathalia, e cravou suas unhas em seu braço direito.

- Você acha que é quem pra bater na minha cara? - perguntou Nikole pressionando sua unha, enquanto Nathalia tentava tirar sua mão.

- Sabe Nikole, durante esse dois anos eu aguentei seus desaforos, aceitei seu jeito. Mas exatamente por pensar que era seu jeito. Mas eu gosto de verdade do Anderson e você se intrometer na minha relação...Isso foi demais! E vadia tem que apanhar na cara mesmo queridinha - ela conseguiu enfim se soltar e partiu direto pro cabelo de Nikole. Agarrou ele com as suas duas mãos, e com toda sua força puxou sua cabeça até o chão e a rastejou para a sala.

- Me solta! - dizia Nikole tentando se soltar dando socos nas coxas de Nathalia.

- Sua vadia. Você mecheu com a garota errada - Nathalia jogou Nikole no sofá e esperou ela vir pra cima, o que não aconteceu porque Nataxa e Nayara chegaram.

- Que barulho é esse? - Nayara perguntou ainda na escada,que ficava atrás do sofá.

 - O que aconteceu com seu braço Nathalia? Tá sangrando - Nataxa disse logo em seguida.

- Foi essa vadia...Vem Nikole, vem me bater pra você ver se você também não vai sair sangrando - Nathalia encarava Nikole enquanto limpava o sangue que escorria por seu braço.

Nayara e Nataxa desceram rapidamente as escadas e levaram Nathalia pra se limpar enquando Nikole apenas chorava.

- Agora você chora? Mas na hora de se engraçar com o namorado dos outros se não pensa né? - Perguntou Nataxa logo após voltar da cozinha.

- Ni por que você tá chorando? - Perguntou Babi que acabava de surgir na sala.

- Brigou com a Nathalia. Bem feito, ela devia ter batido mais. Imagine a Nikole apanhando da Nath - Nataxa riu.

- Mas por quê? O que houve? Nataxa não bota mais fogo na fogueira, se for pra falar coisas desse tipo é melhor nem perder seu tempo - disse Babi sentando do lado de Nikole.

- Depois dessa eu vou até sair - respondeu Nataxa saindo da sala para ir pro quarto.

- Me diga, o que houve? - perguntou Babi.

- Ciúmes. Ciuminho besta. Eu não tenho culpa se o namorado daquela vaca fica de gracinha comigo...E depois eu sou e errada? Aff! - respondeu Nikole.

- Ciúmes besta não. Até agente que é sua amiga estranha...você não deveria passar tanto tempo assim com ele. Você sabe que ela gosta mesmo dele né? Custa evitar problemas? E Ni me desculpa mas eu vou ser bem sincera. Um menino só fica de gracinha quando agente dá liberdade. E se você fosse amiga mesmo dela, você não deixaria. E poxa! Agente é amiga a dois anos. Eu gosto tanto de vocês...e por isso não quero que briguem. Seria bom se você pedisse desculpas a ela. Mas não agora, todo mundo está de cabeça quente.

- Mas eu não dei liberdade nenhuma Babi! Ele que é safado! E ele é meu Best, eu só ''passo muito tempo com ele'' por causa disso. É eu sei, vocês podem achar que não mas eu também não gosto de brigas. Mas não vou pedir desculpas, ela me bateu primeiro, eu apenas me defendi, a errada dessa história é ela! Eu apenas me defendi.

- Cadê a Nath? - perguntou Mica ainda na escada ao lado de Nataxa e Barbára - A Na comentou que ela brigou com a Ni. Ela se machucou?

- Não foi nada grave. Só alguns arranhões - respondeu Babi.

- Arranhões nada, essa aí enfiou as unhas na Nath. Furou ela. Ah...queria que fosse comigo pra essa aí ver se eu não rasgava a cara dela - intrometeu-se Nataxa indo pra sala.

- Mas eu já estou bem. A Nay fez um curativo em mim - disse Nathalia saindo da cozinha e entrando na sala.

- Está mais calma agora? - perguntou Babi.

- Eu nem estava nervoza - riu Nathalia.

- Pelo visto já passou - todas riram menos Nikole.

- Voltei meninas - gritou Raika voltando pra dentro da casa de Babi e indo pra sala.

- Faltava só você. E agora que estamos todas aqui, e agora que tudo já passou e todas estão calmas vamos começar a festa do pijama? - disse Babi toda empolgada, dando ênfase 'a festa do pijama' -Como vocês sabem mamãe e meu pai deixaram a casa especialmente pra nós essa noite, então vamos aproveitar.

- Sua mãe confia mesmo em você... - comentou Barbára.

- É porque ela é uma boa filha e nunca deu motivos pra mãe dela desconfiar - continuou Mica.

 Ficaram até ás cinco da manhã acordadas comendo, brincando, dançando, assitindo filmes, se divertindo. Nathalia nem olhava na cara de Nikole, e Nikole não fazia questão de olhar na dela.

- Meninas eu já estou com sono - disse Mica bocejando.

- É já está tarde...acho melhor irmos dormir - aconselhou Babi.

Todas foram por quarto.

No quarto de Babi tinha apenas quatro camas, e duas delas eram de colchões inflaveis, por isso teve que durmir duas em cada cama. Raika e Nathalia em uma, Nikole e Micaella em outra. Babi e Barbára em uma, Nayara e Nataxa em outra.

Um pequeno detalhe: Nataxa era bissexual.

Todas já estavam dormindo, mas Nataxa e Nayara não. Nataxa colocou sua perna sobre as de Nayara, e passou suas mãos delicadamente em sua barriga massageando, mas era apenas uma brincadeira. Nayara naquele momento sentiu uma excitação, uma vontade...que jamais sentirá com um menino. Nataxa se virou, e ficou frente a frente com Nayara olhando ela nos olhos, e nesse momento Nayara estava cara a cara com a ''monstruosidade'' que estava nela, e que ela não queria que tivesse. Mas ela não resistiu, foi aproximando seu rosto do dela, pra ela o ato de Nataxa não foi uma brincadeira...até que deram um selinho, dois selinhos, três selinhos. E Nataxa abriu os lábios delicadamente, Nayara fez o mesmo. E então as duas ficaram. As mãos de Nataxa deslizaram sobre todo o corpo de Nayara e ela se arrepiou. Depois de alguns minutos Nayara disse que estava com sono, e então as duas resolveram dormir. Nataxa acabara de ficar com a menina e já se arrependia por ter ''pegado'' uma de suas amigas. Nayara a mesma coisa, mas por outro motivo, um muito mais preocupante: a descoberta de seu gênero sexual.

O resto da noite passou, Babi foi a primeira a acordar e acordou as outras. Ás 13:00 de um domingo todas já estavam acordadas.

Os pais de Babi chegaram ás 14:30 e levaram todas pras suas devidas casas.