Before Leaving' escrita por Codinome Clarisse


Capítulo 4
One coffee between street corners.


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos, cá está um capítulo não tão bom. Peço desculpa pelos erros, caso encontrem algum. Espero que gostem. Boa leitura...



"De todos os loucos do mundo eu quis você, porque a sua
loucura parece um pouco com a minha ♫"



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Alexis se curvava sobre a mesa vez ou outra espetando, com o garfo, alguns pedaços de panqueca em meu prato.

– Porque não pediu panquecas ao invés do seu misto quente? – Falei enquanto a observava saborear mais um pedaço de panqueca envolto com calda de framboesa.

Ela fez que não com a cabeça e até tentou falar algo, mas sua boca ainda estava cheia. Ri da sua cara e ela fez uma careta desengonçada enquanto mastigava. Tomei o misto quente de sua mão e passei a comer o que sobrou do mesmo.

– Eu não iria conseguir comer uma porção de panquecas inteira mais um misto quente, então...

– E o que eu tenho a ver com isso?

Ela deu de ombros.

– Querendo ou não, você teria que pedir panquecas, para eu poder pegar alguns pedaços e matar meu desejo. E aí sim eu poderia me deliciar com o meu misto quente em seguida... – Ela deu um sorriso metido. – Que aproposito, você comeu tudo.

Sorri.

– Você detonou com as minhas panquecas.

– Só peguei alguns pedacinhos de nada, não faça drama por isso, garoto suicida.

Fiz uma careta.


Apesar de ser uma sexta-feira ficamos matando tempo ali, naquele pequeno café, boa parte da manhã. Entre um deboche e outro Alexis soltava algum fato de sua vida, medindo as palavras a cada frase e pensando bem antes de “revelar” qualquer coisa.



Entretanto a garota ruiva não teve papas na língua ao me bombardear com suas perguntas. Desde perguntas idiotas a mais sérias.



E eu... Eu já não respondia por mim mesmo. Estava rendido, praticamente a mercê dela – acredite quando digo que era quase impossível não se render àqueles imensos olhos verdes.


Seus lábios estavam pintados num tom vermelho cereja. E as palavras que saiam dos mesmos eram um tanto quanto melódicas, tampouco importava sobre o que falavam, a melodia que produziam era hipnotizante.

– Está me escutando, Anthony? – Alexis estalou os dedos poucos centímetros antes do meu rosto, chamando minha atenção.

– Mas é claro que sim.

Seus olhos semicerraram, e passaram a me analisar.

– Sobre o que eu estava falando?

– Sobre umas garotas que nunca ouvi falar e a banda que elas formaram em sei lá que ano, em algum lugar aí. – Dei um sorriso exibido.

– Você mora em uma caverna ou sei lá? Impossível não conhecê-las!

Dei de ombros.

– Sou obrigado a saber quem elas são, por acaso?

– Se pretende andar comigo, de agora em diante, será mais do que obrigado a saber.

Fiz uma careta.

– Você acha que manda em alguma coisa? – Soltei uma risada debochada.

– Tudo bem então...

Alexis se levantou e me deu uma última olhada antes de sair por completo dali. Outra vez me hipnotizando com seus olhos cor de esmeralda.

– Espera! – Falei quase de imediato. Em seguida levantei a mão, chamando a garçonete que recolhera os pratos há poucos minutos. Pedi-lhe uma caneta emprestada e ela não demorou a trazê-la.

A garota ruiva ainda estava de pé, em minha frente, com os olhos grudados em mim.

– Como é mesmo? Th...

The Runaways.

Escrevi o nome da banda na palma da mão direita, e mostrei-lhe, para que conferisse.

– Agora estamos nos entendendo, garoto suicida. – Ela deu um sorriso exibido.

Por alguns segundos seus olhos se focaram na parede atrás de mim, na qual estava pendurado um relógio velho. Seus ponteiros marcavam 10h30 – se é que estavam certos.

– Que foi?

Seus olhos voltaram a me enxergar, e ela mordeu de leve lábio inferior.

– Tudo bem... Quer que eu te deixe em casa?

Ela fez que sim com a cabeça.

– Seria legal se você pudesse e tal...

Dei-lhe um sorriso bobo enquanto me levantava e deixava algumas notas sob o porta-guardanapo.

Alexis saiu na minha frente. Quando sai pela porta, ela sorriu para mim.

A garota ruiva estava encostada sobre o capô do meu mustang 64. Os raios de sol batiam sobre ambos fazendo com que a pintura vinho, que cobria o velho mustang, cintilasse e o vermelho que cobria os fios de cabelo de Alexis parecesse mais vivo.

Um sorriso de canto a canto fora plantado em meus lábios ao me deparar com a cena. Segui até ela com passos lentos, sem pressa alguma.

Alexis ergueu uma das mãos barrando alguns raios de sol que lhe atingia os olhos e mais uma vez deu aquele seu sorriso exibido enquanto me encarava.

– Vai demorar muito aí? – Ela deixou escapar um riso debochado ao terminar a frase. Acelerei os passos e logo entrei no carro. Poucos segundos depois ela estava sentada no banco do carona.

Alexis me dissera o endereço onde morava, mas eu não conhecia o lugar. Raramente ia à parte sul da cidade, portanto ela foi me guiando o caminho inteiro. Sua atenção se dividia entre as estações de rádio, as quais ela mudava de cinco em cinco minutos, e as ruas pelas quais passávamos.


Trinta minutos depois eu estava virando numa rua, a qual dava para um condômino com casas de luxo, em sua maioria. “Uau”, pensei comigo mesmo.



– É aquela lá... – A garota apontava para a última casa da rua, a qual tinha o número vinte e três gravado em vermelho na parede branca, numa espécie de relevo artístico, um pouco a esquerda da porta de entrada. Estacionei o carro em frente à casa de dois andares.


Antes que Alexis pudesse dizer algo, alguns gritos ecoaram de dentro da casa. Em intervalos de poucos segundos mais alguns gritos vieram em reposta e logo se pôde ouvir algo de vidro se estilhaçando em uma parede ou no chão... Não sei dizer em qual. Alexis se voltara para mim, seus olhos arregalados, e o pânico estampado no rosto. Logo tirei o cinto e fiz menção de sair do carro, para lhe acompanhar até a casa.

– Valeu pela carona... – Ela disse enquanto me segurava pelo braço.

– Não me importo em entrar com você... – Ela fez que não com a cabeça.

– Não precisa...

A garota ruiva tirou o cinto e saiu às pressas do carro, e seguiu até a casa com passos rápidos. Pouco antes de adentrar à mesma, ela se virou para mim e deu um breve sorriso, sumindo porta adentro segundos depois.

Fiquei parado ali por alguns segundos, e os gritos pareciam ter cessado. Mais alguns segundos encarando a casa e então decidi ir embora.

Meio intrigado e ignorando minha mente, que gritava para eu ficar, segui de volta para a parte norte da cidade. Para a minha casa, melhor dizendo.


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Notas finais do capítulo

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