Um mês após a troca, as coisas corriam, de certa forma, normal. O The Guardians causava fervor por onde passava e muitos já o consideravam o novo fenômeno da música pop mundial. Por outro lado, os Mechanic Saint não tiveram a mesma sorte. A única missão que participaram foi enfrentar três aspirantes a cavaleiros desertores, no Santuário. E isso só porque, imaginando que os rapazes iam ficar dois meses com as pernas para o ar, Saori decidiu partir para a Grécia, levando seus protetores.

Na área externa do Templo de Athena, localizado atrás do Salão do Grande Mestre, Raymond estava encostado em uma pilastra reclamando sobre os acontecimentos. Os outros rapazes também estavam com ele, apenas escutando:

–Eu não acredito que eles reclamam dessa vida! Não fizemos absolutamente nada nesse mês!

–Ray não tire conclusões! – advertiu Angelo – Ontem eu estava conversando com aquele garotinho da Casa de Áries, o Kiki, e ele me contou boa parte das aventuras deles...

–Eu você acredita nisso, Angelo? Tá na cara que é lorota!

–Não é nenhuma lorota... Mechanic Phoenix. – indagou a jovem Athena, saindo de seu templo usando um vestido de véus branco com um cinturão dourado. – Por muitas vezes os Cavaleiros de Bronze me salvaram da morte... E, muitas vezes, chegaram até a perder a vida...

–Ah, Saori-san isso já é demais!

–Athena... – falou Sergio, se aproximando e ajoelhando em forma de reverência. – Peço perdão pelo comportamento grosseiro de meu companheiro.

–Não há necessidade de se desculpar por ele, Mechanic Cygnus... Eu espero que, em breve, Mechanic Phoenix passe a acreditar nas batalhas passadas... Eu voltarei para dentro do templo agora. Continuem a postos...

–Sim, Athena... – respondem todos, exceto Raymond, reverenciando-a.

Após a deusa se retirar, os Mechanic Saint decidiram ter uma séria conversa com Raymond:

–Cara... – começou Ruben – Se você tinha a intenção de conquistá-la, só está perdendo assim.

–Se liga, Ray! – alertou Ricky – Desrespeitando-a, você só gera a ira dela. Ela é uma deusa!

–Até você me dando sermão, Ricky? – irritou-se o Mechanic Phoenix – Pô, achei que pelo menos você estaria do meu lado...

–Ô Raymond, tenta entender uma coisa: durante esses dois meses, nós não somos o Menudo! Somos os Mechanic Saint, Cavaleiros de Athena! – exclamou Sergio.

De repente, um grito é escutado de dentro do Templo de Athena. Os rapazes correram para ver o que tinha acontecido e lá se deparam com a deusa caída no chão, aos pés da cama, com o rosto para baixo. Angelo e Ruben prontificaram-se para socorrê-la e, quando a viraram, a surpresa: o lado direito de seu rosto havia desaparecido:

–Athena?! Athena, o que houve? – tentou desapertá-la o Mechanic Dragon.

–Um... Ataque... – murmurou a deusa, sendo amparada por Ruben – Um guerreiro... Usando uma armadura... Tentou roubar meu rosto...

–Afrodite!! – exclamou Mechanic Andromeda, assustando todos.

–Afrodite? – questionou Sergio – O que você quer dizer com isso, Angelo?

–Afrodite, a deusa do Amor e da Beleza. Apenas ela poderia atacar dessa forma... Roubando rostos de jovens para que nenhuma moça possa ser mais bela que ela.

–Mas por que ela atacaria Athena? – perguntou Mechanic Pegasus.

–Primeiro porque ela é a deusa que protege a Terra e segundo porque Saori-san é uma bela jovem. Precisamos descobrir se esse foi o primeiro ataque...

Saori se levanta, cobre o lado perdido de seu rosto com o cabelo e fala:

–Sergio e Raymond. Eu quero que vocês dois sigam até a cidade mais próxima e telefonem para o Tatsumi no Japão. Peçam para que ele use a rede de informações da Fundação GRAAD para descobrir se houve incidentes parecidos...

–Sim. – respondem os dois Cavaleiros, saindo.

–Ruben, eu quero que você traga o Kiki até minha presença. Peça a ele que traga as ferramentas e matéria prima para confeccionar uma máscara para mim. Enquanto não descobrirmos uma forma de recuperar meu rosto, terei que usá-la.

–Sim, Athena.