Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 34
Para sempre


Notas iniciais do capítulo

Gente, com um grande aperto no coração, estou postando o ultimo capitulo dessa fic...



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Ta, talvez seja verdade esse papo de que o tempo—e só o tempo—cura tudo.

Sonhos são perigosos. Eu, melhor do que a maioria das pessoas, sei o perigo que é voar com um sonho e despencar quando ele não se realiza. Sonhar é quase um suicídio. O sonho te da asas, a imaginação te da impulso, a esperança te da confiança e a realidade te leva ao chão.

Eu não podia me permitir uma felicidade temporária, não podia me permitir voar e depois ser arrastada ao chão novamente. Por mais que eu, meu deus, eu amo o Pietro, mas não posso confiar a ele minha felicidade. Não posso ser burra a esse ponto.

Ser feliz é um privilegio.

–Bom dia. –Ele sorriu.

–Vá a merda, Pietro.

–Poxa. –Ele ergueu as sobrancelhas em um ato de provocação. –Começou cedo, rainha do universo.

Resmunguei alguns xingamentos a seu respeito e depois ignorei sua cara emburrada.

–Para de me encarar! –Falei a ele enquanto ele devorava tudo o que via a nossa frente.

–Não to te encarando! –O fuzilei com os olhos. –Ta, talvez eu esteja. Mas é que você fica tão linda brava, usando minha camiseta social que quase chega nos seus joelhos...

–Não tente ser fofo, Srº Manson.- A quem eu queria enganar? Não dava Ra ficar brava com ele.

–Não estou tentando, eu sou fofo. –Se exibiu. –Além do mais sou lindo e conquistei você. –Apontou para mim com um o que restava do terceiro pão que ele estava comendo.

–Minha nossa, você parece um avestruz esfomeado!

–Você gosta. –Ele piscou e eu revirei os olhos.

Escovamos os dentes e eu me deitei na cama por pura preguiça. Tirei a camisa dele e me enrolei em uma toalha.

–Pode ir embora, se quiser. Eu vou tomar um banho e depois ir pra agencia.

Ele bufou, mas no fundo sabia que eu só queria o provocar.

–Cara, eu realmente queria muito não saber e ficar bravo com isso. Mas é tão evidente que você é boa nisso, de ser sozinha, sabe? Você é auto suficiente e qualquer cara na sua vida, inclusive eu, sou apenas um objeto de enfeite, um acessório barato que pode ser trocado.

Dei de ombros.

–I dai?

–I daí que eu, porra, eu não me importo. Eu não me importo de ser um objeto facilmente manuseável nas suas mãos, mas você se importa em ser qualquer coisa pra qualquer um. Como eu disse, você é auto suficiente, mas isso não significa que você não precise de alguém pra te deixar feliz.

Novamente dei de ombros e bocejei.

–Se eu sou auto suficiente, posso ser “auto suficientemente feliz” sozinha. –Fiz aspas no ar.

–Não, significa que você é independente. Ser independente não é ser feliz.

Olhei para o chão e depois para ele, que colocava a camisa.

–Como eu já disse: Pode ir embora, se quiser. Eu vou tomar um banho.- Dei as costas a ele e entrei no chuveiro e, droga, eu estava chorando.

Eu não sabia exatamente porque raios, mas eu estava chorando muito. As lagrimas pulavam dos meus olhos e escorriam juntamente com a água quente pelo ralo da banheira.

A verdade é que eu usei muito tempo estando infeliz sem realmente admitir isso e tentando matar toda a felicidade que poderia existir na minha vida. Eu era basicamente um ogro.

–Sabe, você é a única pessoa que tem uma banheira e ainda assim usa só o chuveiro.

Enxuguei um pouco as lagrimas, mesmo sabendo que, apesar da água do chuveiro se misturar com as minhas lagrimas, meus soluços me dedurariam.

–Demora muito e... Dane-se.

Olhei para ele e ele estava enrolado em uma toalha. Ele se desenrolou e se sentou do lado oposto ao que eu estava de pé. Acho que ele esperava que eu me sentasse ali mesmo, mas eu passei minhas pernas pelas suas costas e me sentei em seu colo, de frente pra ele.

–Sei que é fácil pra vocês mulheres fingirem que não estão excitadas, mas não é a mesma coisa com os homens... –Ele coçou a nuca.

–Tudo bem. –Sorri. –Nós já fizemos mais do que ficar excitados um na frente do outro. –Dei de ombros. Dei uma mordida de leve em seu pescoço e depois tracei um caminho de beijos até seu maxilar. Com a mão esquerda segurei seus cabelos, puxando-os de leve e com a direito arranhei suas costas.

–Pensei que precisasse conversar. –Com uma das mãos ele me pressionava mais contra seu corpo, e a outra estava em minha coxa.

–Shiu! –Beijei seu queixo e depois mordi sua boca.

Ele retribuiu o beijo e, porra, que beijo! Primeiro seus lábios tocaram de leve os meus, deu uma mordidinha em meus lábios e então nossas línguas se encontraram. Eu não queria estar em qualquer outro lugar. Aquilo tudo era tão... Perfeito.

Aprendi uma coisa, uma coisa importante, com o Pietro. Eu aprendi que quando as pessoas realmente gostam de você, elas voltam. E não importa realmente quantas vezes elas se vão se, na verdade, elas não se vão por completo. E eu tinha todas as certezas de que Pietro nunca se fora realmente, ele sempre estivera ali, comigo, porque ao meu lado era o seu lugar. Seu único lugar, porque ele era meu e eu dele. Eu sei que é estranho, mas estou falando de relacionamento e não posse.

Pietro era meu, mas ao mesmo tempo do mundo. Ele ia, mas nunca por completo porque sempre existira uma parte dele que queria ficar comigo.

Quando a tarde chegou, fui obrigada a dar uma “mini festa em minha casa”. Não era exatamente uma festa, mas estavam todos os meus amigos lá e tínhamos comidas e bebidas. Foi perfeito.

A Sam estava ótima, tudo graças ao John que era o cara certo pra ela, para sempre. O Math estava com uma nova namorada e, devo alertar, ele estava com uma nova na semana seguinte, outra nova na outra e assim por diante. Greg arrumou um novo emprego como fotografo e me orgulho em dizer que ele agora trabalhava comigo e com a Sam. Luca, imaginem, começou a namorar com a Camila e, bom, nós nos dávamos bem agora, porque não tem como eu não gostar de quem minha versão masculina não gosta. Eu e Pietro... bom: Nós brigamos e nos reconciliamos, brigamos e nos reconciliamos, brigamos e nos reconciliamos, brigamos e nos reconciliamos... Para sempre.

Vou explicar o sentido de para sempre: Para sempre é uma palavra perigosa porque pode ser interpretada por qualquer um de qualquer forma. É perigosa porque é mais uma daquelas palavras que, bom, não tem um sentido muito oficial. Então, pra ser mais sincera, vou dar a minha humilde (e certa) opinião do que realmente significa. Significa que ficamos juntos na nossa pequena eternidade, não só eu e o Pietro, mas todos nós. Eu vi de pertinho o Eduardo Felipe crescer e, cara, como eu queria que ele fosse uma mini replica do Pietro ao invés de uma replica masculina perfeita da mãe, e, na boa, ele era a criança mais linda e divertida com quem já convivi. Nosso pequeno pra sempre foi perfeito, porque estávamos todos juntos afinal. Apesar das brigas, das ofensas e de todos os palavrões que trocamos, estávamos juntos em uma coisa sincera. Sincera como os nossos palavrões e o nosso amor. Porque, sim, eu amo o Pietro, assim como amo o filho dele com a minha ex-rival loira (que, droga, não era de farmácia), meus amigos (inclusive a minha ex-rival loira não oxigenada)... e é isso que significa o pra sempre. O “pra sempre” é o nome que se da ao período se tempo que nós nos sentimos felizes sem medo do fim, porque não da pra se arrepender quando algo bom chega ao fim.

Por isso eu não me arrependo de ter vivido um “pra sempre” com o Pietro, nem se ser a complicada e perfeitinha dele. Não me arrependo de ter posto um fim no nosso pra sempre tantas vezes, porque, convenhamos, nossas reconciliações eram ótimas.

Eu e Pietro fomos eternizados, mas nosso pra sempre não esta nem na metade ainda... Ainda temos muitos momentos complicados e perfeitos para viver juntos. Ainda temos muitas brigas e reconciliações, xingos e elogios, tapas e beijos, derrotas e vitorias... Ainda temos muitos momentos para serem eternizados e convidados a fazer parte do nosso pra sempre. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer a todas vocês, leitoras que recomendaram, comentaram, favoritaram, ou apenas leram. Quero agradecer a todas vocês que dedicaram um tempinho do seu dia para olhar se eu tinha escrito um novo capitulo e pedir desculpa por todas as vezes que as decepcionei kk'
Muito obrigado a todas vocês que acompanhara "Complicada e Perfeitinha." até o fim e que sofreram e sorriram com a historia do Pi e da Mel e de todos os outros personagens da fic. Resolvi terminar a historia assim e eternizar a Mel e o Pi como eles são desde o começo da fic, simplesmente como a Mel e o Pi, sem que eles envelhecessem ou tivessem filhos (que isso fique a critério da imaginação de vocês)... Espero que tenham gostado! Eu vou sentir muita falta de escrever essa fic.
MUITO OBRIGADO, VOCÊS SÃO DEMAIS!