Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 33
Três passos


Notas iniciais do capítulo

Prendam a respiração, gente! kkkkk' brinks
Mas, cara... esse capitulo... esse capitulo



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Tomei um banho demorado, tentando conter a ansiedade. Coloquei uma camiseta social preta e uma calça jeans. Chacoalhei o cabelo molhado e fiquei olhando para o espelho. Eu estava pronto cedo demais.

Ouvi o Eduardo Felipe chorar na sala e fui para lá, mas Camila chegou primeiro.

–Ele esta com fome... Eu acho. –Ela sorriu. Esse lance de pais de primeira viagem era estranho, mas estávamos tentando fazer dar certo. –Vai sair?

Ela caminhou até a cozinha. Me encostei na porta e observei ela esquentar a mamadeira.

–Sim, tenho um encontro com a Mel. Na verdade, já estou de saída. –Me virei. –Estamos torcendo por você.

Ok, era isso. Eu estava dirigindo para a minha ultima chance com a Melanie Steyr. Sim, o sobrenome da Mel é o nome de uma arma... Irônico, não?

Toquei o interfone e John atendeu, Mel saiu logo em seguida. Usava uma camiseta branca curta que deixava a mostra sua barriga e tinha o dedo do meio do mickey estampado, um shorts jeans escuro curto também, sneaker e maquiagem apenas no contorno dos olhos.

Entrelaçou os dedos nos cabelos da parte da frente da cabeça e suspirou.

O colar que eu dei? Estava lá, pendurado em seu pescoço.

–Oi... –Ela murmurou. A voz rouca, sexy e infantil soou baixa, cansada e, sem duvidas, desanimada.

–Não vamos mais jantar? –Perguntei.

–Isso não vai levar a nada Pietro. Você chega, bagunça meu mundo inteiro e nem tem a capacidade de me ajudar a arrumar quando vai embora. Daí quando eu deixo tudo arrumadinho, nos trinques, você volta e bagunça tudo de novo. –Encostou no portão. –E eu deixo.

–Tudo parece tão mais fácil na TV.

Ela deu o sorriso mais triste que meus olhos já viram. Seus lábios se curvaram para cima enquanto ela observava o chão prestes a chorar. Então ela parou de sorrir e olhou para o céu.

–Vai ver é por isso que é fácil, porque é fictício. Vai ver essa coisa toda de amor, de querer e talz... isso tudo é ficção. Besteira nossa.

–Se é de mentira... –Comecei e esperei ela olhar para mim para continuar. –Por que dói tanto? Porque dói tanto ficar longe de você?

E então, tudo e todos fizeram silencio. O mundo parou para que eu e Melanie finalmente nos resolvêssemos.

–Eu desisto. –Ela falou tão baixo que se o mundo não estivesse em silencio seria impossível ouvir, mas a tristeza em sua voz era notável a mil metros de distancia.- Eu sinto muito. –Ela falou. Muitos entenderiam isso como um pedido de desculpas, mas eu sabia o que ela queria dizer. Ela estava desistindo, apesar de sentir demais...

Três passos, três passos era o que nos distanciava. Sabia que tinha poucos minutos e mesmo assim não me movi, não por falta de vontade, acontecia uma guerra de medos e inseguranças dentro da minha cabeça.

Ouvi dizer que quando a gente morre, nossa vida toda passa na nossa frente como um filme. Por experiência própria posso dizer que é isso que acontece quando um sentimento esta prestes a morrer, você começa a assistir cada passo que deu antes de estar ali. A diferença é que a morte de um sentimento, quase sempre, é um suicídio. É você quem mata, é você quem morre. Não existe perigo maior do que sentir, não existe perigo maior do que tomar conta de algo tão precioso quanto um sentimento.

De repente um passo a frente, meu coração reuniu toda a minha vontade de você e me fez dar um passo em sua direção. Dois passos. Sem saber ao certo como dei o primeiro, dei um segundo passo em sua direção. Coragem. Era tudo que eu precisava para mais um passo, o ultimo passo, o passo que me levaria a você. Mais um passo e a distancia entre nós não existiria. Uma resposta, um passo da sua parte e então nossos corpos se juntaram em um abraço com gosto de saudades. Éramos um só. Olhei de cima para você e você ergueu a cabeça e seus olhos encontraram os meus, sorrimos. Não eram necessárias palavras para expressar qualquer coisa naquele momento. Juntei nossas bocas em um beijo com gosto de saudades.

Naquele momento, nesse momento, eu tive toda certeza do mundo, Mel.

Você ainda é meu. –Você sussurrou.

Ouvi dizer que quando a gente morre, nossa vida toda passa na nossa frente como um filme. Por experiência própria posso dizer que é isso que acontece quando um sentimento esta prestes a morrer... Por experiência própria posso dizer que, o alivio que toma o corpo quando o sentimento é salvo é... Mágico.

Fomos para um dos apartamentos que Mel havia herdado de seu pai. Devo acrescentar que ela dirigiu o carro e que, bom, ela não é das melhores motoristas (xingando as pessoas e infringindo as leis mais básicas de transito).

O apartamento era bem maior do que aparentava, estava organizado e limpo. Mel entrou na frente e olhou para mim.

–Legal. –tranquei a porta. –Vamos passar a noite aqui?

–Mais do que isso se você quiser.

Me aproximei dela e a beijei. Pude sentir que ela estava na ponta dos pés e a coloquei em meu colo. Continuamos o beijo. Cambaleei pelo corredor com a Mel em meu colo, a prensando na parede as vezes. Parei em frente a uma porta e ela fez que não com a cabeça. A terceira porta foi a certa.

Coloquei a Mel na cama e me deitei, ela se deitou sobre mim.

–Você é linda.

Rolou os olhos e me deu um selinho.

–Como você faz isso?

–Isso...? –Fiquei confuso.

–Como consegue me excitar e me broxar ao mesmo tempo?

–Ham... Desculpa?

A observei dormir por horas. Ela era linda... como pode alguém sorrir enquanto dorme?

–Você ronca. –Informei a ela quando ela acordou.

Ela fez cara de brava.

–Você ronca mais... e baba!

–Não babo!

–Baba sim! –Se sentou na cama e esfregou os olhos. –Babou no meu braço.

–Não babo!

–Olha aqui. –Estendeu o braço e me mostrou a “baba”.

–Eu babo?

–Você devia saber... Tem uma poça ai todo dia. –Apontou pro meu travesseiro.

Eu ia ficar bravo. Revidar e dizer que não era meu... ou que era normal, mas ai...

–Feliz aniversario, Mel.

Ela suspirou, olhou para os lados. Sentou-se de pernas cruzadas e apoiou a cabeça no meu ombro.

–Obrigado.

Pra quem estava comemorando seus vinte anos... Sei lá, eu esperava uma reação melhor. Um sorriso, no mínimo. Por que diabos a felicidade da Mel tem de durar tão pouco?


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Notas finais do capítulo

Awn'