Meu Sonho Impossível escrita por Ladra de Estrelas


Capítulo 1
Capítulo 1: Você gosta de mim?


Notas iniciais do capítulo

Hey minna, esse capítulo é algo como um prólogo, e depois eu irei explicar e descrever os personagens! Espero que gostem, kissus...



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"Já parou para pensar que talvez, seja você mesmo que dificulta tanto a sua própria vida?" (os adolescentes)


Eu estava subindo a escada. De novo. E logo AQUELA escada. Será que eu não conseguiria aprender? Provavelmente não. Eu sabia que não devia. Para falar a verdade, eu gostaria de fazer qualquer outra coisa. Mas era inevitável. Era como se algo maior me empurrasse naquela direção. Eu sabia dos “riscos”. E não queria corrê-los. E mesmo assim, ali estava eu. Naquelas malditas escadas.

Obriguei as minhas amigas a subirem comigo sob uma desculpa é claro, algo idiota como beber água, mas elas sabiam que aquilo era mentira. Todas sabiam da minha estupidez. Mas não me julgavam. Afinal, elas sabiam exatamente o que eu sentia. Na verdade, elas faziam as mesmas besteiras...

Enfim, subimos a escada e seguimos em direção ao bebedor. Andando normalmente, exceto eu que obviamente andava olhando para todos os lados procurando. Eu não sei qual era o meu maior desejo: se era vê-lo ou não, sinceramente. E enquanto os segundos passavam lentamente eu ficava procurando-o desesperadamente e ao mesmo tempo desejando que ele não estivesse ali. Quando estava prestes a desistir e começar a imaginar aonde ele poderia estar a essa hora, eu o vi. E amaldiçoei-me mentalmente. Ele estava lindo. Mesmo com aquele corte de cabelo horrível e aquele uniforme pior ainda. Até assim ele ficava um deus, e que deus, diga-se de passagem. Um senhor Apolo.

Desviei o olhar da sua direção, para ele não notar que eu estava observando-o e olhei a minha volta a procura das minhas amigas. Foi quando notei que eu havia parado de andar a algum tempo e elas já estavam mais adiante, em frente ao bebedor. Comecei a caminhar na direção delas, mas ouvi meu nome ser chamado. E eu conhecia aquela voz. Conhecia bem demais para o meu gosto. Torci para que não fosse ele, rezei rapidamente para que fosse qualquer outra pessoa, qualquer.

Virei a cabeça lentamente na direção da voz e vi minhas preces não serem atendidas. Era ele mesmo. É claro que era. Eu reconheceria a sua voz no meio de uma discussão num salão lotado. Olhei em seus olhos rapidamente com vergonha e abaixei a cabeça.

–Oi. – eu disse timidamente- o que foi? – falei tão baixo que não sabia se ele havia ouvido.

– É verdade que você gosta de mim? – aparentemente ele tinha ouvido. Mas hein, espera, o que ele disse?

– C-como?- eu devia ter ouvido errado só pode.

– Eu perguntei se é verdade que você gosta de mim. – oh meu deus, então eu ouvi corretamente. Bem direto ele, não é? Mas isso eu já sabia. Ele não era de enrolar, falava o que queria sem vergonha nenhuma. Eu admirava isso nele, bom, pelo menos até antes de agora. – E aí? Não vai me responder? – e como eu faria isso?!!! Tudo o que eu mais precisava era responder aquela pergunta. Finalmente desabafar. Então por que eu não conseguia? Vi o seu rosto começar a se fechar e vi que ele estava ficando impaciente. Obriguei minha boca a se mexer.

– Eu ouvi isso direito? – resolvi ganhar um tempo extra pra pensar em como dizer aquilo. Ele afirmou com a cabeça que

sim

. Ai meu deus!!! O que eu faço agora. Eu tenho que dizer

sim

!- Hum, bem, não. – O quê? Como assim não! Eu tinha merd@ na cabeça? – Olha não me entenda mal. Eu gosto de você, como amigo, ou conhecido, sei lá. – Com certeza eu tinha titica na minha cabeça! Que papo era aquele de amigo? – Foi isso que você quis dizer? – ele negou com a cabeça.

– Eu quis dizer como atração. – ele parecia tão sério ao dizer aquilo. Será que tinha alguma intenção a mais?

–Bom, foi o que eu pensei. Mas não, eu não te amo. Se for isso o que você queria dizer. – Como assim não o amava? Mas era só nisso que eu pensava ultimamente! Por que eu não conseguia dizer a verdade? Será que eu era Tão burra assim? Fala sério. Ele me olhou em dúvida. – Que foi? Não acredita? – eu rezei para que ele dissesse que sim, que acreditava e que eu pudesse ir embora logo dali.

– Não, não acredito. – Mas hoje não era o meu dia não é? – Se fosse verdade você me olharia nos olhos. – Bem talvez, ou talvez não, finalmente a sorte sorria para mim.

– Na verdade não. – Eu disse bem mais audível agora. – O que acontece é que eu não gosto de olhar nos olhos das pessoas. – Ele me olhou sem entender nada. – É que eu acho estranho olhar nos olhos de uma pessoa enquanto ela está olhando para mim. – Expliquei. Ele ainda parecia um pouco confuso. – É algo muito pessoal, romântico até. – agora ele parecia entender. Mas por algum motivo eu queria explicar melhor e não conseguia calar a boca. – Quando as pessoas me olham nos olhos, eu sinto como se elas pudessem ver minha “alma”. – fiz sinal de aspas no ar. – Como se elas pudessem ler os meus pensamentos, descobrir os meus segredos. – não sei por que fiquei aliviada depois de explicar para ele. - Sem falar que os seus olhos são muito bonitos. – completei baixinho para ele não ouvir e olhei diretamente para ele como se quisesse confirmar. Coisa que eu não precisava, porque francamente, os olhos dele estavam gravados a ferro em minha mente.

– Meus olhos não são os únicos bonitos aqui. – disse ele olhando para mim. Não acredito que ele ouviu! Eu queria poder enfiar minha cabeça no chão. Ou desaparecer. Qualquer coisa. Corei com o comentário, ah, como eu era idiota! Ele provavelmente notou a minha vergonha e riu. Ah, como eu amava esse som. Era a perfeição.

Nunca consegui achar outras palavras para descrever o quanto eu gostava do seu riso. Na verdade na maioria das vezes isso parecia pouco. Nem mesmo divino era o suficiente para dizer o quanto eu amava aquele som. Gostaria de ouvi-lo e vê-lo sorrindo para o resto da minha vida. Com certeza isso bastaria. Acho que eu não precisaria nem mesmo respirar. Ele parou de rir aos poucos e eu quase soltei um gemido de desprazer. De repente comecei a me sentir vigiada e abri os olhos. Espera, eu abri os olhos? Como assim? Será que eu havia fechado os olhos para ouvir melhor o riso dele? Ai que vergonha. Tenho certeza de que corei novamente. Finalmente levantei o olhar para fitar os seus orbes e vi que ele estava me encarando atentamente. Bastante pensativo, até. Se eu não estava corada antes, com certeza estava agora. Ah, porque eu não sabia me tele transportar? Ou ficar invisível? Ele sorriu de canto e eu quase gritei! Eu A-M-A-V-A aquele meio sorriso. Ele ficava com uma pose bad boy, mais sedutor e sexy. Se é que aquilo era possível... Mas enfim. O que interessa é que eu enlouquecia quando ele fazia aquilo. Era tão atraente, charmoso. Eu estava quase babando. Ou talvez estivesse babando mesmo. Quem sabe?

–Bom, eu tenho que ir. – o que? Eu estava louca por acaso? Tudo o que eu mais queria era poder ficar ali para sempre, apenas olhando para ele e ouvindo o seu riso, mas pensando melhor, eu já estava uma pilha de nervos e poderia começar a gaguejar a qualquer momento! Sem falar que eu já tinha pago a minha cota de micos do século!!!

–Certo, até mais então. – ele disse de um modo tão neutro e casual que me fez invejar ainda mais a sua espontaneidade. – Outra hora a gente continua a nossa conversa. – ele deu um sorriso simples e verdadeiro, que quase me desviou a atenção do que realmente importava! Ele disse que nós continuaríamos a nossa conversa o que só revelava que ele não havia acreditado em nada que eu disse. E com razão, não é?! Era tudo uma mentira deslavada mesmo! Fazer o que? Eu não podia simplesmente chegar pro cara e dizer: e aí mano, sabe, a gente mal se fala, se conhece muito pouco, na verdade eu te conheço muito bem, porque sou uma completa stalker e visito o seu facebook todo dia, e você nem sabe que eu existo, mas olha que legal, eu sou apaixonada por você faz mais de um ano e quero ser sua namorada! Não dá! Duvido que alguma garota com a sanidade mental razoável, ou completamente piradinha como eu, diga esse tipo de coisa. É claro que eu não precisava mentir na maior cara de pau para o cara, mas... Simplesmente não deu para evitar!

Fiz um pequeno aceno com a cabeça para ele e me virei na direção das minhas amigas. Todas estavam olhando para gente, e agora principalmente para mim, com uma cara de que não acreditavam no que viam e ao mesmo tempo com AQUELA cara que anunciava que eu teria que relatar detalhe por detalhe da conversa ou senão eu não teria paz. Enquanto eu caminhava na direção delas e dava uma ultima e rápida olhada na direção dele, não pude evitar pensar que aquele dia prometia. E muito. Eu só não sabia o quanto.

Apesar de sentir que o dia “prometia”, eu ainda me sentia enjoada, arrependida, assustada, e um monte de outras coisas depois daquela conversa e pelo que eu via no rosto das minhas amigas, era óbvio que teria que contar tudo o que acontecera. E sinceramente, eu não estava preparada para ter aquela conversa, nem de longe, e com certeza estava cansada demais de mentir, então subitamente parei e dei meia volta. Corri até as escadas, aquelas malditas escadas, e desci com a máxima velocidade que pude. Não sei se peguei as meninas com a guarda baixa, ou se elas entenderam e quiseram me dar um pouco de espaço, ou as duas opções, só sei que elas não vieram atrás de mim e, agora, isso era o melhor que elas poderiam ter feito.

Cheguei ao primeiro andar e comecei a correr pelas arcadas aleatoriamente, eu não tinha um rumo em mente, só deixei os meus pés me levarem para qualquer lugar longe dali. A verdade era que eu queria esconder-me em algum canto e chorar, ou ficar relembrando esses últimos minutos, não tinha muita certeza do que fazer exceto pela parte de me esconder em um canto. Talvez o melhor fosse analisar a situação minuciosamente, ou não pensar nela de modo algum, mas naquele momento, eu só conseguia fazer meu corpo se mexer, nada a mais.

Eu corri por mais alguns segundos e quando percebi estava ali, no “auditório” do colégio. Aquilo só podia ser brincadeira, com tantas salas e/ou banheiros abertos, eu escolhera o local mais disputado da escola, sendo que tudo que eu queria era paz e tranqüilidade para botar a minha cabeça em ordem. Hesitei antes de girar a maçaneta com medo de que alguém estivesse ali dentro, ou que eu fosse ser pega e punida depois, mas naquele momento tudo estava tão incerto e caótico que uma confusão a mais uma a menos não faria diferença agora. Além do mais, eu estava disposta a arriscar.


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