Sweet Mistake escrita por esa


Capítulo 13
Twenty Years Later


Notas iniciais do capítulo

sobre o titulo: ele já diz tudo né? 20 anos depois, ou seja, a lexi já tá com 36, assim como o james

cara, eu sinceramente não tenho palavras pra descrever o quão grata eu sou à todos que leram, comentaram, favoritaram e divulgaram a história
de verdade, muito obrigada, do fundo do meu coração
eu espero que gostem e esse capitulo eu dedico à todos vocês



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Dei uma última olhada na casa, checando se tudo estava em ordem. Subi até o terceiro andar – o sótão – e mirei cada detalhe do quarto de Melanie. Tudo arrumado. Abri os armários. Parcialmente vazios. Na estante de livros, nenhum dos que ela usaria no ano letivo se encontravam. Estava tudo certo, afinal, então desci e saí da casa.

-- Animada, filha? – James perguntou quando paramos o carro em frente à estação de Kings Cross. Melanie batia o pé ansiosamente nos bancos de trás do automóvel trouxa. James me lançou um olhar, um sorriso enorme em seus lábios.

Estávamos casados há 17 anos, os melhores 17 anos de toda a minha vida, que só conseguiram melhorar há 15 anos atrás, quando Melanie nasceu. Descemos todos do carro e James a ajudou com o malão, que estava mais pesado que nunca.

-- Está bom aqui. – ela falou quando chegamos ao portal que ligava a estação de Kings Cross e a plataforma 9 ¾, antes de atravessarmos a parede. – Você já podem voltar. – seu sorriso era doce, por mais que ela estivesse tentando nos expulsar dali.

Não era como se estivesse com vergonha, ela nos amava e nos aceitava como seus pais, e sempre nos demos muito bem, mas ela já tinha 15 anos, não era mais uma criança, e geralmente sentia-se sufocada por mim. Porque eu queria estar sempre presente, mostrar a ela que ela tinha uma mãe, alguém que se importasse. Não queria que ela passasse pelo que passei.

-- Não se preocupe, não vamos ficar em cima de você, Mel, só vamos atravessar para nos encontrarmos com Alvo e Lily, faz algum tempo que não nos encontramos e estou louco para ver aqueles pestinhas que meu irmão chama de filhos! – James depositou a mão no ombro da filha, a puxou para perto e deu-lhe um beijo na testa, logo seguido por um abraço. – Faça uma boa viagem até Hogwarts, e nos mande cartas.

Ele correu e atravessou a parede. Mel e eu ficamos ali, paradas, uma segurando a mão da outra, sorrindo para aquela visão que muitos trouxas julgariam impossível ou lunática. A abracei com força, e ela retribuiu o gesto.

-- Nada de se meter em encrencas, hein. – brinquei com ela, tocando a ponta de seu nariz com meu indicador. Ela deu risadas altas. – Falo sério, não passe muito tempo com seus primos! – desta vez nós duas rimos. – Está com seu uniforme no malão, certo?

Ela assentiu com a cabeça, um sorriso nos lábios.

-- Vou sentir sua falta.

-- Também vou sentir sua falta, mãe. – ela soltou nossas mãos e agarrou o malão com força. – Até o Natal.

Ela atravessou, as rodinhas do malão criando um ruído mais alto que o normal. Olhei ao redor, nenhum trouxa por perto, e atravessei também. Não foi difícil encontrá-la no meio de todas aquelas crianças e adolescentes. Com os cabelos castanhos e compridos, cacheados nas pontas e os olhos azuis tão límpidos quando o mar, Mel subiu a bordo do Expresso de Hogwarts, acompanhada de Carrie, sua melhor amiga.

James e Alvo estavam conversando próximos ao trem, com Jennifer, Lily e Nick, seu marido. Os gêmeos de Alvo estava cada vez maiores, os olhos do pai, com toda a certeza, mas definitivamente carregavam os cabelos cor de fogo da mãe. Quando ficara grávida, Jennifer tivera de tirar todos os piercings de seu corpo, mas suas tatuagens continuavam ali. Lily e Nick tiveram um filho, que por incrível que pareça, nascera loiro e de olhos escuros, ele realmente parecia com o pai.

A coisa mais curiosa, no entanto, não estava nos genes, mas sim nas Casas. Um dos gêmeos de Alvo, Patrick, fora para a Grifinória, orgulhoso e imponente. Enquanto o outro, John, fora mandado para a Sonserina, a Casa à qual sua mãe pertencera. Jennifer era uma ótima pessoa, e era de uma beleza estonteante. Ela e Alvo formavam um lindo casal.

Já no caso do filho de Lily, Charlie, o garoto fora para uma casa que nenhum dos pais esperaria. Com Lily tendo sido da Grifinória, e Nick da Lufa-Lufa, foi uma certa surpresa quando o garoto anunciou que estava na Corvinal.

Os gêmeos de Alvo e Charlie eram quase da mesma idade, e já que eram primos passavam um bom tempo juntos. Pegaram seus malões e seguiram para o trem, que já estava prestes a sair. James envolveu minha cintura, acenando enquanto o trem sumia.

-- Eles crescem rápido. – ele sussurrou em meu ouvido, e estava certo. Parecia que ontem mesmo éramos nós embarcando naquele trem para nosso último ano em Hogwarts. Apertei sua mão com mais força, recordando nosso último dia de aulas.

Havia uma poeira negra e densa por todos os limites de Hogwarts. Lembrei do que Alvo dissera naquela manhã para James. ‘Perder você aqui por um ano será um luto.’ E então caiu na gargalhada. Aquilo fez sentido quando acordei e mal pude enxergar além de meu nariz.

-- Sou eu ou o quarto está um pouco... preto? – a voz de Joane soou abafada e longínqua, por mais que eu soubesse que ela estava bem na cama ao lado. Dei uma risada alta, sem nem ao menos fazer ideia do por que estava rindo tanto.

-- Gente? – a voz de Zoe parecia ainda mais abafada, já que ela ficava do outro lado do cômodo. – Não é só o nosso dormitório que está assim. Hogwarts inteira está assim.

O grito mais agudo que eu já ouvira na vida veio de Debra, que pulava na cama tão alegre que o barulho passara a ser alto, mesmo que ela estivesse a alguns metros de mim. Ela gritava coisas e mais coisas, mas eu não conseguia entender.

-- Debra, pare de pular e só então fale. – Joane resmungou, e pelo barulho, jogou-se de volta na cama.

-- Se Hogwarts inteira está assim e se já perdemos o horário, porque já passa de meio-dia, significa que não teremos mais aulas, para o resto de nossas vidas! – ela gritava tão alto que àquela altura não acreditava mais que a névoa negra poderia abafar qualquer uma das palavras.

-- Estamos formadas... ESTAMOS FORMADAS! – desta vez foi Kate quem começou a gritar. De repente senti algo bater com força em meu rosto, um travesseiro. – FORMADAS!! – e então, antes mesmo que eu pudesse parar para pensar no quão difícil aquilo seria estávamos fazendo uma guerra de travesseiros.

Devido à falta de visão digamos apenas que muitas coisas foram quebradas. Qualquer pessoa normal pararia a guerra de travesseiros e arrumaria o que estava quebrado, mas estávamos tão felizes de nos formarmos que mal demos atenção àquilo. Na verdade, quando acabamos, metade do quarto estava quebrado.

Graças à Merlin Zoe fez um feitiço antes que qualquer um pudesse notar que havia algo de errado e tudo fora concertado. Ou pelo menos, eu acho, já que não conseguíamos ver muita coisa. A névoa começava a ficar menos densa agora, mas tudo continuava escuro e confuso.

Quando descemos para o café da manhã, ou melhor dizendo o almoço, todos os alunos estavam de pijamas, pantufas, gorros, cachecóis e tinha alguns de meias. A névoa continuava densa, mas não tanto quanto antes. Mal via a comida que estava em meu prato, mas faminta como nunca antes coloquei tudo pra dentro.

Frango e panquecas, acho que era isso. O suco era de abóboras. Não comi nenhuma sobremesa, pois fui arrastada para fora do Salão Principal antes mesmo de poder tocar em um pequeno doce que tinha aspecto de chocolate. Não tentei me soltar da pessoa, mas não fazia ideia de quem era. Só quando ergui a mão e toquei nos cabelos da pessoa eu soube. Era James.

-- James? James pare de me arrastar... – tentei protestar, mas ele continuou me puxando. Quando parou, achei que não voltaria à me arrastar, e de certo modo estava certa. Ele me pegou no colo e me jogou sobre um ombro, me carregando como a um saco de batatas.

-- Shhh, você está estragando o meu sequestro. – sua voz soou séria e brincalhona ao mesmo tempo, e eu não contive uma gargalhada. Então ele apressou o passo até que começou a correr. Eu sacudia em suas costas, rindo como uma idiota. Quando ele me colocou no chão estávamos nos jardins.

-- Por que estamos aqui? O que tem de tão especial aqui?

-- Não é aqui, mas cansei de te carregar. Você fica pesada depois de um tempo. – ele gargalhou alto enquanto eu cruzava os braços e fazia um beicinho. – Ei, você sabe que estou brincando. Quer dizer, eu realmente cansei...

Ele me seu um beijo rápido, e então começou a me guiar, agora nós dois com os pés no chão, nenhum de nós sendo arrastado, por assim dizer. Estávamos na Casa dos Gritos.

-- James, por que não estamos em Hogwarts? – perguntei, a curiosidade maior que a vontade de me manter em silêncio. A névoa não estava ali. Era bom poder enxergar novamente.

-- Quero te levar a um lugar especial para comemorarmos nosso ultimo dia de aulas. – ele falou por fim.

-- A Casa dos Gritos não é um lugar muito romântico. – soltei sem querer, logo levando as mãos à boca.

Ele riu alto.

-- Não é aqui, bobinha. Mas não podemos aparatar em Hogwarts, então... – ele estendeu o braço para mim. – Me concede tal honra?

Dei uma risada e alcancei seu braço. E então aquela sensação quase incomoda de aparatar, um anzol puxando meu umbigo. Fechei os olhos porque aquilo, de algum modo, me dava tontura. Quando os abri quase cai sentada. Estávamos em Paris, bem em frente à Torre Eiffel. O sorriso de James brilhava com a minha expressão.

-- Bem vinda ao começo de nossas vidas. – suas palavras eram tão calmas, me faziam tão bem. Naquele momento eu soube que, em Paris ou em qualquer outro lugar no mundo, tudo que eu mais queria era estar ao seu lado.

Três anos depois daquilo James me pediu em casamento, naquele mesmo lugar, bem em frente à Torre Eiffel. Talvez estes fossem alguns bons motivos para eu amar tanto Paris.

-- Lexi? – ele me perguntou quando chegamos em casa, o sol se pondo, e eu já sentindo falta da música alta e costumeira que ouvíamos vindo do sótão. Era estranho ficar ali sem Melanie, afinal ela sempre estava tão presente...

-- Sim. – respondi da cozinha. James apareceu à soleira da porta com duas malas grandes. Ele sorria.

-- Que tal uma visitinha à Paris?

É, talvez estivesse na hora de Melanie ter um irmãozinho...


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Notas finais do capítulo

obrigada por terem me motivado e transformado a história no que ela se tornou, não seria nada sem vocês, muito obrigada ♥