Reformatorio escrita por LiL


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

ooooi desculpa a demora, eu sei q eu demorei uma eternidade mais agr eu vou tentar postar mais regurlamente..
Booas leituraas ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373429/chapter/4

- Então deixa eu ver se eu entendi, você e o Ackarti viraram faxineiros da cozinha? - perguntou Carlos, durante o jantar.

- É. Foi a nossa punição, por você sabe. - eu disse num sussurro, não estava afim de compartilhar isso com o resto da mesa. Babi parecia achar o macarrão extremamente interessante ela nem piscava.

- O que? - se intrometeu Renata.

- Não te interessa. - rebati, ela me fuzilou com os olhos. Carlos colocou a mão no meu ombro.

- Ignore ela, Renatinha, a Alex esta de TPM, tipo daquelas pesadas sabe. Mais ela te adora, serio! - Carlos tentando ser conciliador era uma droga.

- Ela não tá sempre de TPM? - perguntou Renata, eu decidi recentemente que eu não vou com a cara dela.

- Cala a boca... - comecei mais Carlos não me deixou terminar, ele me deu um tapa na cabeça e o fuzilei com os olhos.

- O que há com vocês? - Lola entrou na conversa. - O clima esta super pesado!

Continuei com minha cara emburrada, eu não estava nem um pouco afim de ir lavar prato depois daqui, esse era o castigo por eu e Dean ficarmos nos atracando no campo, aquela treinadora maldita, devia apodrecer no inferno.

- Hein Alex? - chamou Carlos que me deu uma cotovelada.

- Que foi?

- O que houve com a Babi? - perguntou Lola.

- Por que eu saberia? - perguntei e Lola deu de ombros assim como Renata.

- Garotos, só pode ser. - disse Carlos como se fosse obvio.

- Cara, vocês só falam disso, agente senta nessa mesa, a Renata tá falando quem é mais gostoso, a Babi fica com cara de quem esta se cortando por garoto, o Carlos, ahh esse é um caso perdido e você Lola, meu eu não sei. - disse e todos olharam pra mim como se eu fosse anormal, ate Lola!

- Eu não sei se você percebeu, fofa! Mais não tem o que fazer nessa desgraça de lugar, a não ser as atividades, o resto do tempo é convivência e todo mundo aqui tá a perigo, então sim nos não temos do que falar. Se você não gosta da fruta, o problema não é meu, eu já fiquei com meninas... - disse Renata, mais a interrompi antes que aquilo ficasse pior que já estava.

- Fofa, pelo amor de Deus, de qualquer divindade da terra! - fiz uma pausa, carregando mais a ironia. - Cala a boca! Ou melhor vai pra o inferno! Ou melhor ainda...

- Amorinha... fica quieta. - disse uma voz no meu ouvido, senti meu corpo todo arrepiar, Dean. Me virei e ele estava com a habitual regata, a touca preta, um sorriso malicioso.

O pior foi que eu fiquei quieta, eu não queria que ninguém ouvisse ele me chamar assim, eu simplesmente odiava esse nome mais que tudo na face da terra, e depois desse nome acho que eu estava começando a odiar Dean, ou talvez Renata, ainda não me decidi, ou a treinadora, são tantas pessoas! Eu precisei contar ate dez se não matava Renata ou Dean. Carlos levantou e colocou as mãos nos meus ombros.

- Da um tempo, cara! - defendeu Carlos, olhei agradecida para ele. Dean revirou os olhos.

- Vem Alex, tá na hora! - disse Dean, eu levantei e o segui.

Eu parecia um cachorrinho, como eu odiava esse lugar.

- Au, au! - escutei Renata gritar, ahh agora ela me pagava.

Estava prestes a sair correndo e tentar estrangula-la, quando Dean me segurou pela blusa e começou a me puxar.

- Me solta, eu preciso matar ela! - gritei, tentando me soltar, ouvi ele suspirar, e me pegou no colo, me colocando sob seu ombro. - DEAN! ME SOLTA! SUA COISA!

- CALA BOCA ALEX!!! - ele gritou, eu tentei me soltar, mais acabei desistindo e deixei ele me levar.

Ele me largou de forma na gentil no chão e entramos na cozinha, era toda feita de aço, havia uma pia enorme com uma janela na frente onde os pratos eram jogados, tinham uma pilha infinita de pratos, só de olhar estremeci. Uma mulher magra, corcunda, com uma verruga enorme na testa, entrou na cozinha e jogou aventais na gente, um pra cada.

- Você enxágua. - disse apontando pra mim. - E você ensaboa, boa sorte.

- Estranha. - resmunguei para a mulher e Dean assentiu.

Comecei a enxaguar, e passava o prato pra ele, ele ensaboava e me dava de novo e eu tirava o sabão, enquanto ele secava. Era um saco, era metódico, cansativo e nenhum de nos falava nada.

- Isso aqui tá insuportável. - reclamei.

- É. - concordou Dean.

Mais silencio.

- Qual é a dos hematomas? - perguntei como quem não quer nada, Dean pareceu ficar tenso ao meu lado, nervoso, não com raiva, mais com medo.

- Qual é a do sobrenome? - rebateu ele nervoso, ri.

- Ok, não vamos falar sobre nada disso. - disse.

Mais silencio, não era porque eu o odiava e ele com certeza não gostava muito de mim que precisávamos ficar quietos e fazendo esse trabalho idiota como dois robozinhos.

- Isso é um saco! - reclamei de novo, ele assentiu. - Piora quando você não fala nada.

- Não tenho nada pra falar com você. - uma frase! Ainda bem pelo menos uma frase.

- Bem, eu também não tenho, mais isso é um saco e... - olhei para a pilha enorme de pratos ao meu lado... Meu Deus.

- Talvez agente possa fazer algo pra ficar mais legal. - olhei pra ele e um sorriso malicioso se formava em seus lábios.

- Tipo o que? - perguntei cética.

- Tipo agente não fazer isso. - parei de enxaguar subitamente.

- O que você esta sugerindo? - disse me virando pra ele e vendo seu largo sorriso malicioso e os olhos brilhando.

Ele tirou o prato da minha mão, jogou na pia com força, fazendo o prato fazer um barulho ruidoso e riu baixinho.

- Se eu te dissesse que agente ia pixar agora, o que você acharia disso? - perguntou ele.

- Prefiro o termo grafitar, mais acharia isso incrível é claro, iria ser a coisa mais legal que eu faria em muito tempo. - meus olhos deviam estar brilhando, com certeza deviam, grafitar é como se libertar dos problemas, como se passassem para a parede, eu amava fazer aquilo, mais ninguém nunca entendia.

- Ótimo porque é o que vamos fazer.

- E quanto aos pratos?

- Dane se os pratos, agente continua amanha, o que poderia acontecer de ruim? Mandar agente lavar garfos também?

Definitivamente Dean sabia como convencer alguém, limpei minhas mãos num pano de prato e saímos pela janela da despensa, algum idiota deixou a despensa aberta, quando dois adolescentes esfomeados estavam lavando pratos na cozinha, eles tinham que ser muito ingênuos, Dean e eu pegamos todo o tipo doce e salgado possível colocamos numa sacola, ele desceu com a agilidade de um gato do parapeito da janela, para o chão.

Digo não era muito alto, mais eu não sabia como fazer aquilo, nunca pulei uma janela.

- Ta esperando o que? Desce logo, se não agente vai ser pego! - reclamou Dean.

Mais eu continuei parada, e se eu quebrasse a perna, eu tinha medo de quebrar partes do meu corpo.

- Cara você é retardada? - então ele me olhou curioso. - Você tem medo de altura?

- Não! - disse irritada. - Como eu desço?

- Você nunca pulou uma janela? - perguntou surpreso. - Amadora.

- Vai me dizer como desce ou não? - ele revirou os olhos.

- Certo, relaxe! Você se vira. - me virei. - Apóie os pés no parapeito. - apoiei. - Agora se joga pra trás e eu vou te pegar.

Meu corpo ficou tenso.

- Você vai me jogar no chão! - choraminguei.

- Alex, por favor, pare de drama! Você não confia em mim? - ele perguntou. - Não precisa responder! - completou depressa.

- Se me derrubar... - comecei a ameaça, mais me joguei de costas e fechei os olhos com força.

Seus braços rodearam minha cintura me impedindo de cair no chão, bem diferente de como ele me largou na cozinha a pouco, me colocou no chão ate meus pés delicadamente tocarem o chão, o gesto me pegou meio de surpresa, tanto que nem percebi que segurava seus braços com força e mesmo no chão eu não havia soltado. Esse lugar esta fritando com meus miolos.

Nos soltamos depressa e ambos suficientemente constrangidos, fomos andando pelo gramado fofo.

- Então qual é o plano? Cade as tintas? Que lugar você sugere?

- Tenho no meu quarto, roubei da aula de cerâmica.

- Como você conseguiu roubar aquelas tintas? Fiquei enchendo o saco do Carlos pra ele me ajudar.

- Tenho meus métodos.

- Que métodos?

- Posso manter meu mistério, por favor? - pediu.

- Você já tem muitos.

- Olha quem fala, amorinha! - provocou ele e eu ri pra não socar.

Chegamos ao prédio do dormitório e Dean barrou meu caminho.

- Vai indo pro campo, eu te encontro la com as tintas.

- Não vou ficar la sozinha, quem garante que não é você me enganando e antes que você pergunte, não eu não confio em você. Também não ligo pra suas revistinhas de mulher pelada, por isso eu vou com você.

- Alex cala a boca! - ele disse e fechou os olhos, antes de me encarar.

- Ah pelo amor de Deus, eu sei que você tem! - todos tem.

Ele revirou os olhos e me puxou pela blusa, entramos no corredor completamente escuro, aquilo com certeza era a coisa mais divertida que havia acontecido desde que coloquei os pés nesse reformatório idiota. Paramos numa porta, como qualquer outra e antes que pudesse sequer protestar Dean fechou a porta na minha cara e antes que pudesse praguejar ele já estava de volta com uma sacola de tintas e pincéis.

- Sua medrosa eu disse que ia ser rápido, custava ter ficado la?

- Custava! - rebati, eu tinha certeza absoluta que ele revirou os olhos mesmo que eu não pudesse ver.

Dean segurou minha mão e começou a me guiar pelos corredores escuros, um frio percorreu minha espinha e por um segundo eu me perguntei o que eu estava fazendo da minha vida? Com certeza não era isso que meus pais queriam, mais eles já haviam perdido o direito de querer alguma coisa, mas eu queria mesmo essa vida clandestina? Voltamos ao campo que parecia meio medonho a noite sob a luz fraca da lua.

- Onde? - perguntei enquanto analisava as tintas que ele tinha roubado.

- Na parede da arquibancada.

- Legal. - disse simplesmente com a cara enfiada nas tintas. Levantei com um pincel largo nas mão. - Certo legal tudo isso, agora o que você quer?

- O que eu quero? - perguntou inocentemente. Falso. Ate parece que ele estava fazendo tudo isso só pra ver minha felicidade.

- É você roubou as tintas, mais não sabe pintar, o que você quer? - repeti, ele levantou os braços em sinal de rendição.

- Quero que você pinte alguém, ou melhor zoe alguém.

- Quem?

- Paul.

- O que tem contra ele? - perguntei curiosa, abrindo todas as tintas na minha frente.

- Muitas coisas.

- Não tem uma resposta menos abrangente? - perguntei irônica.

- Você é insuportável.

- Falou o legal! - rebati na ironia.

- Ele fica me ferrando por ai.

- Por que você não da uma surra nele? - perguntei, tenho certeza que Dean conseguiria, bom ele ficaria muito machucado mais ainda assim, ah Deus os hematomas. Me virei preocupada pra ele. - Ele bate em você?

- Não! - ele disse rindo da minha preocupação. Corei e me virei para a parede.

- O que quer que eu pinte?

- Paul com uma camiseta colorida, ele vai entender.

- So isso? O que significa? - ouvi ele suspirar.

- Sera que você pode só pintar por favor, antes de sermos pegos?

- Ok, ok. Relaxe vai ficar incrível. - garanti.

Comecei a pintar, tentei o máximo lembrar os traços de Paul, ao mesmo tempo que eu tinha que fazer parecido com ele, tinha que ser uma caricatura.

- Acho que vou colocar ele com um nariz enorme, o que acha? Por que serio já viu o tamanho do nariz dele, é medonho. - disse e Dean caiu na gargalhada, mesmo eu não tendo como objetivo ser engraçada.

- Faz! Vai ficar ótimo! - ele disse limpando lagrimas dos olhos.

Quando terminei a pintura, Paul estava com um nariz enorme, mais era possível reconhece-lo por causa do cabelo muito loiro e dos músculos enormes, ele usava a camisa com todas as cores do arco íris como Dean pediu.

- Você quer assinar? - perguntei.

- Com certeza.

Ri.

- Bom agente vai tá muito ferrado amanha, mais beleza. - disse e ele assentiu, mais parecia animado.

- E eu vou levar uma surra, mais ver a cara daquele idiota vai ser o melhor.

- Você pode bater nele também.

- Aquele cara só tem músculos, parece ate que foi programado pra bater, não sabe fazer mais nada.

- Carlos adora ele, acha ele gato.

- Você acha? - perguntou subitamente me encarando, dei um sorriso surpreso.

- Não faz meu estilo. - disse, me virei pra admirar meu trabalho uma ultima vez. - Vou colocar um A e um D.

- Vai colocar mesmo sua inicial? - perguntou surpreso.

- Direitos autorais, não vou deixar você levar todo o credito. - escutei ele rindo, enquanto terminava de assinar. - Oficialmente pronto!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixeem reviwes por favoooor
Obrigada por lerem
bjus ;*