The Chase

ザ - チェイス

— Juvianne? Onde você está?? Preciso falar com você!— Gritou Carmélia, esperando por uma resposta.

— Estou aqui. O que você quer, hein?- Respondeu Juvianne, cansada.. tinha acabado de chegar do trabalho.

        — Estou cansada de ficar aprisionada em casa, quero passear, como uma adolescente normal. – Disse mais calma.

          - Carm, você já é maior de dezoito, já está bem velha para ainda se comportar como uma criancinha em fase de crescimento, aliás, estou cansada.. não pode ser amanhã? -  Desanimou, já sabendo a resposta da garota.

  - “ ENE, Á, Ó, TIO ", N-Ã-O! Eu quero hoje, por favor.. sempre fico vinte e quatro horas só no meu quarto, apenas vegetando.  – Gritou novamente, ninguém segurava essa garota, seu espírito era teimoso demais.

 - Okay, você venceu guria, vamos passear! Dar umas voltas, porém, voltaremos logo, tenho que descansar e você tem que ajudar o Shidda a fazer a faxina da casa. -  Falou Juvianne, com um tom irônico no começo.

— Teimosia é algo bom, sempre consigo o que quero utilizando-a, haha. – Tomou a razão, fez o que sabe fazer de melhor, ser teimosa, sua característica mais visível, aparente.

       

Juvianne e Carmélia sempre andavam de mãos dadas até o carro, era um costume de infância de Carmélia, sempre olhar para os dois lados antes de atravessar e pegar nas mãos abafadas e pequenas de Juvianne. Desde pequena fazia essas coisas, e até hoje faz por costume.

— Posso saber aonde as garotinhas vão?  - Interrogou Shida, encostado no portão, vestindo roupas típicas de faxineiras.

      - Como ousa me chamar de garotinha rapaz? Eu que tenho todo o direito de te chamar de pirralho!—  Reclamou Juvianne, abismada com o que Shida disse.

Esqueci que o termo “garotinha” apenas funciona com a Carmélia agora, já que você está bem velha. – Gargalhou – E a senhorita, aonde vai sem dar-me um beijo de bom dia? -  Zombou de Juvianne, como sempre, mas ela sabia que não era por mal, ambos interpretavam ofensas como apenas brincadeiras. E cobrou um beijo de bom dia para Carmélia.

Carmélia jogou-se nos braços de Shida,  deu o beijo de bom dia e correu para o carro com uma animação e tanto!, queria muito “ sair para tomar um ar fresco “.

Não demorem muito! Temos que fazer a faxina dessa casa, está horrenda, e não farei isso sozinho!— Gritou, esperava que elas o escutassem do carro.

Não demoraremos!— Carmélia sentiu um arranhão na garganta, estava a forçando demais gritando e berrando de uma maneira exagerada.

— Ju.. Quero brincar com aquelas crianças. – Carmélia apontou para um grupo de crianças brincando em um parquinho.

— Não, iremos apenas passear... Temos que voltar logo para ajudar na faxina! – Suspirou, uma menina daquela idade querendo brincar com crianças?! Quantos anos ela pensava que tinha?

— Ah, então ta, melhor passear do que ficar trancada no meu quarto. – Carmélia fez uma expressão tristonha acompanhada com um biquinho.

— Acho bom. – Disse Juvianne, bem baixinho, observou a expressão deprimida da garota e sentiu-se culpada de não deixá-la sair, viver, como uma pessoa normal. Sabia que isso era para seu bem, Carmélia era ingênua demais.

— Deixe-me ver aquela fontinha, pelo menos. É uma fonte que realiza desejos, tenho moedas aqui. – Apontou para uma fonte, Carmélia observou um mendigo próximo, e como sempre, a curiosidade tomou conta do seu ser.

— Fontinha? Tenho cara de babaca? Sei que você vai querer puxar assunto com aquele miserável, te conheço. – Suspeitou Juvianne, parecia conhecer Carmélia mais do que ela mesma.

— Aaah Ju! É só uma simples fontinha, juro que não puxarei assunto com aquele mendigo, apenas jogarei uma moeda na fonte, após isso, iremos para casa. – Carmélia tentou fazer a cabeça de Juvianne, e conseguiu.

     - Okay, mas vá rápido! Só vou deixar você jogar moedas nessa fraude porque quero ir logo para casa. - Juvianne concordou com a idéia de Carmélia, estava cansada, estava com pressa para voltar.

Carmélia aproveitou que Juvianne estava distraída dando uma olhada nas lojas próximas de lá e foi diretamente ao mendigo.

— Olá senhor! Sou Carmélia, prazer em conhecê-lo. – Cumprimentou o mendigo e entendeu a mão, esperava não ficar no vácuo.

O Mendigo não fez absolutamente nada. Ficou ali parado, a deixou completamente no vácuo, parecia não querer assunto com a garota, olhava para ela de um jeito assustador, para que apenas ficasse com medo e fugisse como todas as outras pessoas lá.

A menina não mexeu um músculo, não aparentava estar assustada, porém aguardava uma resposta. Isso ele percebeu.  

   - Olá garota, meu nome é Nelson. – Tossiu. - Não está assustada? Você deveria estar com medo de mim, como os outros. Não pareço muito confiável, eu sei. – Disse o mendigo, queria que a menina sumisse de lá, não estava segura perto dele.

— Não, nada disso, eu não sou como essas outras pessoas, não o julgo pela aparência. Eu sei que não deveria estar aqui falando com você, mas senti pena. – Carmélia não agüentou ver o sofrimento, a miséria do coitado, tinha que ajudá-lo de algum jeito, ou ficaria com a consciência pesada.

      -  Haha, você é uma boa garota, tenho pena dessas pessoas ignorantes que não raciocinam como você. – Tossiu. - Quero perdi-lhe um favor. -  Elogiou-a, parecia única, então teve a oportunidade para pedir tal coisa.

— Eu prometo, juro que realizarei seu favor, farei de tudo para te ajudar. – Carmélia queria realmente ajudá-lo, sua intenção não era fingir parecer uma boa pessoa.

— Estou tão feliz! Conheci uma raridade, você. Enfim, quero que vá a esse local.. – Tossiu— E acampe lá! Lá tem muitas pessoas diferentes de você, o oposto, esse lugar me traz tantas lembranças valiosas, principalmente aquela pedra, oh, aquela pedra.. Tão valiosa, quero que a pegue para mim. -  Pediu o mendigo, mostrou o endereço do suposto “lugar”.

       - Que pessoas más, você tem boas lembranças de lá e não te deixam entrar, desprezíveis. Trarei a pedra para você, juro! É uma promessa, e vou cumpri-la.  - Carmélia fez uma expressão séria, deu para ver que a jovem estava falando a verdade.

—  Obrigado... Carmélia. - Tossiu— Esperarei por você. – Após dizer isso, Nelson desapareceu.

—  De na- Abriu os olhos - Ahn? Onde ele está? Nelson? Ele sumiu.. Será que ele correu? - Olhou desesperada para todos os cantos próximos  - Haha, deve ter ficado muito feliz, essa pedra realmente deve ser uma raridade mesmo!


 Carmélia se assustou, escutou a amiga mais velha gritando seu nome, parecia estar a procurando, correu até a voz da amiga, e foi logo levando bronca.

—  CARMÉLIA! EU DISSE PARA VOCÊ IR ATÉ ESSA FONTE FAJUTA E APENAS JOGAR AS MOEDAS! ACHA QUE NÃO TE VI CONVERSANDO COM AQUELE MENDIGO HORROROSO?! SABIA QUE VOCÊ PUXARIA ASSUNTO COM ELE, TE CONHEÇO! AGORA VAMOS LOGO, TOMARA QUE NÃO TENHA FALADO NOSSO ENDEREÇO UM ALGO DO GÊNERO PARA ELE.—  Gritou Juvianne, Carmélia ficou até surda depois dessa gritaria desnecessária.  

— Ta bom, já estou indo mala sem alça, vá à frente. – Propôs Carmélia, fazendo a amiga se enraivecer, queria chegar logo em casa, mas a menina não colaborava.  

Juro que cumprirei sua promessa, Nelson.. Sou uma pessoa boa, ajudarei as pessoas julgadas miseráveis, já que ninguém os ajuda, alguém tem que tomar uma atitude. E essa pessoa sou eu, Carmélia.

CONTINUA...