Loucuras no Internato escrita por Lelly Everllark


Capítulo 35
Tretas e mais tretas – Parte 2.


Notas iniciais do capítulo

Não falei que voltava? Cá estou eu com o desfecho da ultima treta antes da bendita peça, que agora é pra valer, no próximo capítulo ela começa.
Então é isso, eu particularmente AMEI esse capítulo por que gente, o Nick finalmente disse (ou quase) o por que dele ser um idiota e eu amei kkkkk, vou parar com o spoiler e espero mesmo que vocês gostem!!
BOA LEITURA!! :3



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Meio que depois que eu fugi do pessoal eu me escondi na biblioteca, eu me sentia mais calma no meio dos livros e talvez se eu lesse algum eu me acalmasse. Pelo menos foi isso que eu achei, mas nem os livros me ajudaram a me acalmar.

Fiquei um tempo sozinha na biblioteca até alguém me encontrar, e infelizmente esse alguém foi o Lucas.

— O que está fazendo ai Nessie? – ele perguntou divertido.

— Achei que ia parar com esse apelido idiota – murmurei sem desviar os olhos do livro que estava lendo.

— Por que pararia? Te irritar é uma das coisas que mais gosto de fazer.

— Você não é o único – murmurei ainda sem olhá-lo.

— O que disse?

— Nada Lucas – suspirei finalmente fechando o livro e o encarando – O que você quer?

— Por que acha que eu quero alguma coisa? – perguntou dando um sorriso e fingindo que olhava um livro.

— Por que você não me procura ao menos que queira alguma coisa, geralmente essa coisa é me irritar, mas esse não parece ser o caso agora. Então o que é?

— Ok, você venceu, que quero ajuda com uma coisa. – admitiu e eu esperei, mas ele não continuou.

— Então? Que coisa é essa?

— Você pode mostrar onde fica o deposito de artes? – eu tive que rir com a pergunta.

— O deposito de artes? – perguntei entre as risadas.

— Viu, por isso eu não queria dizer. – disse fechando a cara.

— Ok – murmurei tentando normalizar a respiração e parando de rir – Mas o que você quer com o deposito de artes?

— A professora me pediu para pegar uns figurinos lá e eu não tenho idéia de onde fica.

— Por que você não perguntou?

— Não deu tempo, ela pediu e logo em seguida saiu gritando com o garoto do som.

— Certo – murmurei, eu não estava exatamente em um bom momento, mas levar o Lucas no maldito deposito de artes não ai matar. – Você está falando do que tem atrás do campo de futebol, certo?

— Deve ser – ele deu de ombros, mas eu vi um brilho estranho em seus olhos que preferi ignorar se não mudava de idéia.

— Vamos logo que a peça é daqui a pouco – contastei e fiquei de pé. Era só o que faltava, virar guia turística do Lucas. Bem, pelo menos assim que não penso na peça.

Seguimos em silencio pelos corredores e felizmente eu não vi ninguém, e com ninguém eu quero dizer o Nick mesmo. Mas eu não deixei de notar que o Lucas ficou o caminho todo mandando mensagens pra alguém, não que eu me importe pra quem seja, mas digamos que eu ainda não confio nele.

— Por que eu? – perguntei assim que passamos pelas portas duplas que separava a escola do campo de futebol e as mensagens de Lucas começavam a me irritar.

— Por que você o que? – ele perguntou desviando os olhos do celular para me encarar.

— Por que você me escolheu pra te levar lá?

— É que... – ele hesitou por um momento, mas continuou - Eu achei que você saberia onde é só isso, e também você é uma das poucas pessoas que conheço aqui.

— Entendo – murmurei, mas não acreditei na desculpa. Eu devia ter notado o comportamento estranho dele e ido embora, mas não vamos lá com o louco que jogou tinta em mim na sétima serie por que estou morrendo de raiva do idiota de quem eu gosto. É parece ótimo.

Quando nós finalmente estávamos perto do deposito o celular do Lucas tocou, ele olhou pra tela, depois pra mim e deu um sorriso como se, se desculpasse.

— Alô, sim, você pode esperar um minuto? – ele atendeu, depois tirou o celular da orelha e tampou o alto-falente com a mão – Você pode ir indo na frente? - perguntou olhando pra mim e eu fechei a cara, era guia turística agora sou o que? Carregadora? – Os figurinos são para a peça e a professora vai me matar se eles não chegarem a tempo. Por favor, eu preciso muito atender essa ligação.

Suspirei e me odiei muito, mas cedi.

— Tudo bem.

— Valeu mesmo Mel, já chego lá – avisou e virou em direção ao jardim. - Isso mesmo, tudo pronto – dizia enquanto se afastava.

Suspirei outra vez, é acabei de me meter em outra roubada por causa dele. Sou uma completa idiota. Segui pisando duro em direção ao bendito deposito ao qual eu fiquei presa com o Nick, diga-se de passagem, morrendo de raiva do Lucas por ter me trazido aqui e de mim por ter caído nessa cilada, sem nem ao menos ter ideia de que a verdadeira cilada ainda estava por vir.

Cheguei ao deposito e me deparei com a porta do mesmo aberta, estranhei, mas resolvi não me preocupar com isso, hesitei em entrar, só que no fim decidi ir logo com isso, entrei e contestei que não tinha luz lá dentro e já estava começando a ficar escuro, estava prestes a sair para chamar o Lucas e dizer que tínhamos que ir atrás de uma lanterna ou qualquer coisa assim, mas a porta se fechou do nada com um baque. A ultima coisa que vi antes que ela se fechasse por completo foi um vulto loiro, o que está acontecendo aqui?

— Hei! Abre essa porta! Eu estou aqui dentro! – gritei batendo na porta – Hei! Me tira daqui! – comecei a entrar em pânico dentro daquele cubículo escuro e cheio de mofo – Por favor, me tira daqui! Socorro!

Quase 15 min. de berros desesperados depois e nada. Quem quer que tenha fechado a porta o não me viu ou... A minha ficha caiu um pouco tarde de mais, é obvio, como eu não vi antes? O vulto loiro. Só tem uma pessoa que vai se beneficiar com o meu sumiço, a pessoa que queria o meu papel e a única que faria algo como me prender no deposito. Lucy vai me pagar por isso a se vai!

É talvez eu tenha ficado louca, mas quem mais poderia ser? Por que alguém fechou a porta, alguém viu que eu tinha entrado aqui e me trancou, alguém fez isso e se não foi o pastel do Lucas só sobrou uma pessoa louca o bastante para me prender aqui, uma que já tinha me ameaçado, uma que disse que ia ter o seu papel de novo custe o que custar, o quase isso. E a Lucy é a única que se enquadra em todas essas categorias.

Será mesmo que aquela vaca oxigenada fez isso?

— Alguém me tira daqui! – gritei mais uma vez – Socorro! Por favor, socorro!

Não adiantava gritar e eu sabia disso não tinha ninguém aqui além de mim e do Lucas, o Lucas lembrei meio tarde dele.

— Lucas! Hei, você está ai!? Me tira daqui! Socorro! – continuei gritando, mas nem sinal do pastel loiro. Esmurrei a porta até sentir as minhas mãos doerem, quando desisti de gritar e bater, escorei as costas na porta e escorreguei até o chão me sentando.

Quando a ficha de que eu estava presa em um deposito, sozinha, com a noite chegando, e tendo certeza de que ninguém ia aparecer para me salvar eu desabei em lagrimas, afinal não tinha muito mais o que eu podia fazer, abracei os joelhos e apoiei a cabeça sobre os mesmos e comecei a arquitetar meu plano de vingança, Ok não era bem uma vingança, mas era ao menos um jeito da Lucy pagar pelo que fez, me trancar no deposito já era de mais, e isso tudo por quê? Pelo Nick? Pela peça? Eu não sabia a resposta, mas só a ideia dela conseguindo qualquer um dos dois me tirava do serio, o Nick é MEU e a peça que eu não tinha certeza que queria fazer até horas atrás, também!

Depois que o medo passou a raiva se apoderou de mim e eu me lembrei do meu celular em meu bolso. O peguei e amaldiçoei Lucy um pouco mais quando vi as horas, eram 17h09m e a peça começava as 18h00m, aquela vaca me paga! Estava prestes a ligar para Kate quando a o brilho da tela diminuiu e a mesma quase apagou por completo, olhei a bateria, estava em 3% como o celular estava ligado eu não fazia ideia, resolvi pensar nisso depois por que eu não tinha tempo, decidi que ligar era uma péssima ideia por que não daria nem para completar a ligação sem o telefone desligar, então resolvi mandar uma mensagem mesmo.

Estou presa no depo...

Foi tudo o que eu consegui digitar e enviar antes que o telefone desligasse de vez. Olhei para a tela escura do celular decidindo se agora eu o tacava na parede, chorava mais um pouco ou voltava a esmurrar a porta. No fim não fiz nenhuma dessas coisas, só sentei no chão e fiquei lá encarando os fundos do deposito que já estava começando a ficar escuro de verdade.

Encarei os meus pés pelo que me pareceu uma eternidade tentando ligar os pontos, será que Lucy planejou tudo isso ou só aproveitou que eu estava aqui? E se planejou será que Lucas estava no meio? E... Os últimos momentos com Lucas me vieram à mente, as muitas mensagens, o telefonema urgente, “Isso mesmo, tudo pronto” foi o que ele dissera pra quem quer que fosse. Não poder ser, o pastel loiro está metido nessa confusão também? Será?

Estava prestes a recomeçar com os questionamentos quando a voz dele cortou o ar eu quase chorei de alivio.

— Mel, você está ai? – Nick gritou do outro lado da porta.

— Nick! – gritei ficando de pé – Socorro! Eu estou aqui dentro! Me tira daqui!

— Já vou – garantiu e 5 min. depois a porta se abriu e eu nunca fiquei tão feliz em ver aquele idiota – Graças a Deus você está bem – disse sorrindo e eu meio que me atirei sobre ele o abraçando.

— Obrigada – murmurei com o rosto escondido em sua camiseta.

— Você está bem mesmo? Se machucou? O que estava fazendo aqui? Quem te trancou?

— Eu estou bem, não estou machucada, serio mesmo e quanto a quem me trancou aqui e o que eu estava fazendo aqui, acho que tem ligação, mas ainda preciso checar umas coisinhas. Mas e você não devia estar na peça?

— Ela ainda não começou e mesmo que tivesse eu não ia saber, eu e o pessoal estamos te procurando a mais de uma hora, e depois daquela mensagem sem nexo que você mandou pra Kate todo mundo ficou mega preocupado, Damon quase teve um AVC de preocupação.

Eu me separei dele e ri.

— O Damon é muito exagerado, e a mensagem saiu daquele jeito por que o meu celular descarregou, então era aquilo ou nada.

— Entendo – murmurou e eu entendi que a euforia por eu estar “salva” estava acabando, o clima pesado que nos cercava já estava começando vir a tona outra vez.

— Bom, é melhor nós irmos, certo? Acho que o pessoal ainda está preocupado e eu tenho contas para acertar com uma certa vaca oxigenada – murmurei essa ultima parte e comecei a seguir em direção a escola, mas Nick segurou o meu cotovelo e me fez parar.

— Espera.

— Dá ultima vez que me pediu isso não terminou muito bem – disse ainda de costas pra ele – Melhor nós irmos.

— Estou falando serio Mel, temos que conversar.

— Não temos não! – praticamente gritei tentando me livrar do seu aperto – Dá ultima vez que conversamos você ficou lá com cara de pastel!

— Não, dá ultima vez você gritou comigo tudo o que queria e não me deu nem chance pra falar! – acusou e meu sangue ferveu, puxei meu braço com tudo e me livrei do seu aperto, mas me virei para encará-lo.

— Eu esperei Nick, esperei que você falasse alguma coisa, mas você não disse absolutamente nada! NADA! E eu estou cansada disso, você é um...

Eu o teria xingado, mas ele não deixou e me calou com um beijo, e o beijo estava tão bom que eu tive que fazer um grandessíssimo esforço para afastá-lo de mim.

— O que você... – eu comecei, mas ele colocou um dedo sobre os meus lábios para que eu me calasse.

— Só me escuta Ok? Por favor – pediu e eu assenti ainda meio abalada pelo beijo – Daquela vez você gritou comigo e disse tudo o que queria, me xingou muito, e com razão, não vou dizer que você estava errada, por que não estava, e sobre eu beijar uma garota namorando outra, isso não é verdade foi naquele dia que eu pedi um tempo pra Lucy, na verdade eu queria terminar com a Lucy a muito tempo ela é que fingia não ouvir o que eu dizia, e foi por você que decidi tomar uma iniciativa de verdade, te achei linda e louca desde a primeira vez que eu te vi – ele abriu um sorriso lindo e eu fiz uma careta o divertindo ainda mais - E quero deixar bem claro que eu não fiz nada aquele dia do beijo no beco da balada, por que da ultima vez que nos beijamos antes disso, aquele dia na sala depois do karaokê, você fingiu de mim a semana toda, então decidi não pressionar, mas acho que fiz mal, e sobre aquele babaca do seu amiguinho, o Lucas, ter atrapalhado nosso beijo pra te chamar para sair, eu queria matá-lo pelo simples fato de querer chegar perto de você, mas você parecia querer sair com ele, então eu respirei fundo engoli minha raiva e deixei pra lá por que eu não tinha nada com você, mas depois que eu vi ele te beijando no corredor meu sangue ferveu, foi por isso que eu estava de mal humor naquele café da manhã que a Samy chegou, por que só de pensar que era ele e não eu que estava beijando você me dava raiva. E não diga que eu não me importo, por que eu estava e estou morrendo de ciúmes de você.

Eu tive que piscar algumas vezes para ter certeza de que era mesmo o Nick que estava ali na minha frente, se era ele mesmo que tinha dito aquilo tudo, afinal era de mais para o meu coração.

— Viu? Foi por isso que eu não disse nada da outra vez, depois de ver o quanto você estava magoada comigo eu fiquei meio chocado, e depois você saiu correndo e eu até tentei te chamar, mas você nem se quer virou e...

— É serio mesmo isso tudo? – perguntei o interrompendo. Ele sorriu.

— Cada palavra – garantiu e eu sorri, essa foi a minha vez de beijá-lo.

Quando nos separamos corados, sorridentes e ofegantes uma pergunta me veio à mente.

— Então isso quer dizer o que? – perguntei.

— Como assim?

— Você também gosta de mim ou o que? – perguntei corando um pouco mais, afinal ele já sabia que eu estava apaixonada por ele.

— Se eu gosto de você? – ele perguntou se divertindo as minhas custas e eu o olhei feio, mas assenti – A resposta é...

— Ai estão vocês! – alguém gritou e a minha vontade era de matar o filho da mãe – Estávamos preocupados! Pessoal o Nick está aqui, e ele está com a Mel! – Jason gritou.

Depois disso foi uma sessão de abraços e de “Onde você estava?” e “O que aconteceu?” quando respondi mais ou menos a todas as perguntas Damon mandou uma mensagem a Sophi (ela, Annie e Bê estavam se preparando para a peça já que eu e Nick tínhamos sumido) para dizer que eu estava bem e já estava indo, e ela respondeu que eu chegasse logo por que a vaca oxigenada já estava tomando conta de tudo feliz da vida, e isso só aumentou minhas suspeitas. Eu, Samy, Nick, Kate, Jason e Damon resolvemos seguir o conselho da minha cunhadinha e seguimos para o auditório correndo a quase 100 km/h e quase atropelando alguns convidados da peça no caminho.

Quando chegamos Lucy e Lucas pareciam ter visto um fantasma quando eu apareci.

— Surpresa por eu estar aqui? – perguntei cínica e Lucy engoliu em seco.

— Na-Não – ela gaguejou, mas se recompôs – Por que eu estaria?

— Não sei – me fiz de boba – Mas pretendo descobrir.

— Chega de papo! – a professora ralhou com a gente – Já estamos atrasados, agora que você está aqui Mel, vá se preparar! E Lucy você volta para o seu antigo papel, vamos logo que o show tem que continuar!


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Notas finais do capítulo

Eai? Vão comentar sim ou claro?
Eu mereço, foram dois capítulos de uma vez só, isso vale alguma coisa, certo?
Beijocas de cocada e até a próxima... ^-^
PS: Vou ficar esperando os comentários de vocês!



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