Loucuras no Internato escrita por Lelly Everllark


Capítulo 34
Tretas e mais tretas – Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, em primeiríssimo lugar eu queria pedir desculpas pela demora, e dizer que mais uma vez eu não cumpri o que falei, é eu disse que depois desse capítulo a peça ia começar, mas não vai por que o capitulo ficou grande de mais e eu o dividi em duas partes, ou seja, daqui a pouco eu posto a outra, mas agora é serio (kkkkkk não sei se alguém ainda acredita u.u) depois do próximo a peça é pra valer Ok?
Enfim espero que gostem e até daqui a pouco...
BOA LEITURA!! ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373383/chapter/34

É claro que eu não me preocupei com a ameaça da Lucy.

Ok, talvez eu tenha me preocupado um pouquinho, há qual é? Aquela vaca armou o maior teatrinho para me humilhar no refeitório aquele dia, então é, talvez eu esteja um pouco preocupada com o que ela pode aprontar daqui para amanhã, afinal amanhã é o tal “grande dia”.

A semana passou sem nenhuma “reviravolta bombástica” por parte da Lucy, é ela ficou quieta, quieta de mais em minha opinião. E o Nick? Bem eu só não o matei ainda por que não quero passar a minha adolescência na cadeia.

As lembranças do nosso ultimo encontro fizeram meus olhos marejarem.

Eu tinha acabado de terminar o ensaio e tinha fugido do auditório como o diabo foge da cruz, ensaiar com o Nick foi no mínimo estranho, não tínhamos nos falado direito desde o “desastre do cupcake” e isso com certeza estava me incomodando, por que ele ficou todo irritadinho comigo? Se ele estava achando ruim que falasse alguma coisa. Mas as coisas ficaram ainda mais estranhas quando eu resolvi entrar na brincadeira, se ele vai me ignorar vou ignorá-lo também certo? Errado. Como eu faço isso se toda vez que ele me olha meu coração dá um giro de 360º? Argh! Que vida injusta.

Eu estava tão absorta em meus dramas e tentando chegar o mais rápido a qualquer lugar longe o suficiente do auditório que nem percebi quando alguém entrou na minha frente, resultado: dei um encontrão em alguém e cai sentada.

– Ai – gemi ainda sentada no chão – Será que você pode olhar por onde anda?

– Desculpa senhorita, mas a culpa também é sua – ele disse e meu coração errou uma batida. Olhei pra cima só para ver as orbes azuis de Nick me encarando divertidas.

O ignorei.

Estava prestes a levantar quando ele estendeu a mão direita na minha direção. Olhei pra ela sem entender, ele não está me ignorando ou algo assim? Resolvi não pensar muito no assunto e aceitar a ajuda.

– Obrigada – agradeci e estava prestes a dar meia volta e ir para o mais longe possível dele quando ele segurou meu cotovelo me fazendo parar.

– Podemos conversar? – perguntou quase parecendo ele mesmo outra vez, isso fez as borboletas (que eu nem sabia que existiam) no meu estomago se agitarem. Mas eu não ia amolecer tão facilmente.

– O que você quer conversar?

– Vamos – ele disse me arrastando para o jardim e ignorando minha pergunta. – Por que você está me evitando? – perguntou assim que chegamos, o jardim estava parcialmente vazio e... Espera! O que foi que ele perguntou? Como assim por que eu o estou evitando?

Isso foi a gota d’água.

– Eu estou te evitando!? – praticamente gritei – Foi você quem começou com isso, foi você quem fez cara de idiota quando o Lucas apareceu lá na cozinha e nos atrapalhou, atrapalhou o nosso BEIJO, diga-se de passagem, como você tem coragem de dizer que eu estou te evitando se você não faz merda nenhuma? E que tipo de pessoa beija outra sendo que tem namorada!? Já passou pela sua cabecinha loira que eu tenho sentimentos? Quer falar de atitude? Você pode, assim que tomar uma! Eu estou cansada Nick... Sabe por que eu aceitei sair com o Lucas naquele dia? Por que eu estava cansada de esperar uma atitude sua e você não fazer nada! Posso estar apaixonada, mas não tenho sangue de barata! – disparei tudo de uma vez e só me detive quando me dei conta do que tinha dito, eu falei bem na cara dele que estou apaixonada por ele, merda!

Nick não tinha dito nada, de novo. Só ficou lá me encarando com cara de idiota.

– Pra mim já chega... – murmurei sentindo as lagrimas queimarem os meus olhos, me desvencilhei do seu aperto e esperei alguns segundos para ver se ele dizia ou faia alguma coisa, mas só ficou lá me encarando. – IDIOTA! – gritei e disparei para o meu quarto, lá estava eu outra vez chorando por causa dele. Por um momento eu pensei ter ouvido um “Mel! Espera!”, mas deve ter sido só fruto da minha imaginação.

Balancei a cabeça para me livrar desses pensamentos antes de começar a chorar outra vez, é claro que nos vimos mais depois disso, principalmente na peça, mas as coisas estão cada vez mais estranhas e eu venho o evitando o máximo que eu posso, não quero vê-lo, nem falar com ele nem nada parecido com isso, o que é bem idiota se levar em conta que eu estou no meu quarto, abraçada ao casaco (é eu não devolvi mesmo) do idiota em questão (o que é muito patético eu sei) e sentada na minha cama.

– Em Mel? – Samy me chamou me tirando dos meus devaneios, ela está sentada na cama da Kate junto com a mesma, estamos a cinco no nosso quarto. – Que tal uma noite das garotas?

– Claro – respondia ainda meio alheia, mas por fim cheguei à conclusão de que isso é tudo o que eu preciso para não pensar, no Nick, na peça ou na Lucy.

– Ok então – Sophi deu um pulo da sua cama – Vamos precisar de comida e os filmes ruins que tem na biblioteca. Mel quer ir buscar comigo?

– Eu vou – Kate se ofereceu antes de eu se quer pensar em responder.

– Serio? – Sophi perguntou desconfiada.

– É, por que não?

– Quer mesmo que eu responda? – Sophi perguntou irônica e Kate revirou os olhos. – Tudo bem, vamos logo!

Elas saíram e eu, Annie e Samy ficamos conversando. Principalmente sobre garotos, sobre os garotos, Annie estava contando do seu relacionamento megafofo com Bê à Samy quando Sophi e Kate voltaram, a loira com uma pilha de DVD’s e alguns pacotes de batata frita de churrasco, e a morena com um pequeno engradado de latas de coca-cola e vários pacotes de salgadinhos e biscoitos.

Nos acomodamos no meio do quarto sobre o tapete felpudo e nos apoiamos nas almofadas, meio sentadas, meio deitadas e comendo.

– Sobre o que estavam falando quando chegamos? – Sophi perguntou comendo outra batata.

– Sobre como nem todas tem a sorte da Annie de encontrar o príncipe encantado – Samy suspirou pegando outro biscoito de chocolate.

– Também pensava assim até o Damon aparecer – Sophi confessou.

– Não sei o que você vê nele, mas o Damon está longe de ser um príncipe encantado – falei.

– Você só diz isso por que ele é seu irmão, mas ele é o meu príncipe encantado.

– Bem que dizem que o amor é cego – provoquei.

– Eu que o diga – Sophi debochou e eu estava prestes a perguntar o que ela estava querendo dizer com isso, ai me lembrei do filho da mãe dono do casaco que eu ainda estou abraçando e a graça subitamente acabou e eu fechei a cara.

– Hei, você está bem? – Sophi perguntou parecendo preocupada. – Eu só estava brincando, você pode gostar do idiota do meu irmão.

– Não, tudo bem, eu estou bem – assegurei sentindo os meus olhos pinicarem, bem eu? Essa foi à piada do século.

– Aham sei – Samy murmurou e quatro pares de olhos curiosos se viraram na minha direção – Pode começar a falar.

Eu até tentei desconversar, mas não teve jeito no final das contas contei tudo a elas desde o beijo no beco daquela boate onde nós quase fomos presos (foi ai que as coisas começaram a desabar) até a nossa ultima “conversa” eu gritando com ele e dizendo que estava apaixonada.

– E eu achando que a minha vida amorosa era complicada – Kate disse depois que eu terminei – Então o que vai fazer agora?

– Boa pergunta – murmurei pegando uma quantidade absurda de batatinhas e enfiando na boca e quase morrendo engasgada no processo.

– Hei! Se matar com batatinhas não vai resolver o seu problema – Sophi assegurou me entregando uma latinha de refrigerante. Bebi e voltei a respirar novamente (ou quase isso).

– Eu sei – murmurei assim que parei de tossir – Mas isso é mais fácil que pensar em uma maneira real de resolver o problema. E Kate a sua vida amorosa não é complicada, você que complica ela, acho que se você fosse no quarto do Jason agora e o beijasse vocês resolveriam seus problemas.

– Primeiro estamos falando de você e não me mim. – ela começou - Segundo a minha vida amorosa não é exatamente fácil por que só vou ficar com o Jason se ele parar de ser o galinha que é, e terceiro como você bem disse é mais fácil tentar se matar com batatinhas que procurar uma solução real para o problema.

– Já eu acho que se vocês enrolarem de mais vão perder eles para uma piriguete qualquer. – Samy contestou – E estou falando isso por experiência própria, lembram do Victor o garoto que me convidou para a festa no inicio do ano? Então, nós estávamos quase começando um relacionamento, mas eu não sabia se era isso mesmo que eu queria, ai eu fiquei nesse chove e não molha e outra garota foi lá e levou ele, literalmente, ele se mudou com uma prima pra Chicago.

– Nossa, por que você não me disse nada? – perguntei.

– Por que ele não era o amor da minha vida nem nada assim, mas isso serviu para me mostrar que quando ele, o amor da minha vida, aparecer eu não vou deixá-lo ir assim tão fácil. Então se eu fosse vocês tentaria um pouco mais. Não vai matar, vai?

– Desde quando a minha amiga é uma piscóloga tão boa? – perguntei tentando quebrar um pouco o clima de fim de relacionamento.

– Eu sempre fui – ela disse sorrindo.

– Samy tem razão, vocês deviam ao menos tentar – Sophi disse sorrindo e comendo um biscoito.

– Falou à garota que esperou o namorado se declarar pra ela – Kate rebateu e Sophi ficou vermelha, mas acho que foi de raiva.

– Pelo menos o meu fez, e o seu? – a loira perguntou fechando a cara.

– Ele não é meu namorado! – Kate gritou.

– Ok, já chega – Annie interveio. – São situações diferentes com pessoas diferentes, até por que se a Kate o Jason for para acontecer, vai acontecer, não importa o que atrapalhe!

– Não estou falando? Eu preciso de uma fada madrinha assim como a Annie – Samy disse divertida e se jogou sobre ela a abraçando – Você me promete que se eu encontrar o cara perfeito você me ajuda a conquistá-lo?

Annie riu, mas balançou a cabeça de forma afirmativa.

– Prometo.

– Ok, chega de drama, não vamos deixar aqueles idiotas estragarem a nossa noite! – Kate disse ficando de pé. – Música ou filmes?

– O que? – perguntei confusa.

– O que vamos fazer agora? Ouvir musica ou assistir filmes? – ela esclareceu. – Então?

– Música! – gritamos todas juntas e foi ai que a bagunça realmente começou.

Passamos o restante da noite cantando e dançando, bem isso até alguém reclamar da bagunça e a diretora aparecer e nos mandar ficar quietas, por que já tinha passado da hora de irmos dormir e só não ia nos dar mais detenção por que amanhã era a peça, e esse foi o segundo motivo, tínhamos que ir dormir para estarmos bem amanhã. No fim ela arrastou Samy do quarto e disse que se não fossemos dormir não ia ter peça que nos salvasse da detenção.

Samy é claro armou o maior barraco e quase nos meteu em mais uma confusão, mas depois de tudo ela cedeu e foi com a diretora por que nós imploramos, diga-se de passagem, afinal não era ela que ia ficar na detenção.

Dormir foi outro problema, eu estava nervosa de mais pra isso, e não era a única, por que eu e Annie ficamos até mais tarde conversando sobre tudo o que podia dar errado na peça, Kate foi a primeira a capotar, Sophi foi logo depois, e depois de muito conversar até Annie dormiu e eu fiquei. Depois de pensar mais do que suficiente na peça, fui pensar no idiota que não saia da minha cabeça, é eu sei que é burrice, mas o que eu posso fazer se ele não sai nem minha cabeça nem do meu coração? Martelei sobre a idiotice dele por um tempo, mas no fim o sono me venceu e literalmente apaguei.

Quando o celular despertou eu quis sumir, e não foi só por ter que levantar da cama não.

– Vamos garotas que hoje o dia vai ser de mais! – eu ouvi a voz da Sophi ainda de olhos fechados.

– Só mais 5 minutos – Kate choramingou e eu decidi abrir os olhos. Sophi já estava pronta, usando uma calça jeans uma blusa vermelha de renda e uma sapatilha dourada, espera aquela sapatilha era minha? Annie estava no banheiro e Kate ainda na cama cobrindo o rosto com a coberta.

– Você pode ficar na cama Kate – Sophi esclareceu passando mais um pouco de rímel.

– Graças a Deus – ela agradeceu e se ajeitou melhor na cama tirando a coberta do rosto e sorrindo. E eu estava preste a fazer o mesmo que ela quando Sophi cortou o meu barato.

– Você não Mel, temos ensaio geral em uma hora, afinal hoje é o grande dia. – disse sorrindo e terminando de passar o batom – Estou pronta, vamos?

– Fazer o que né – murmurei e me obriguei a sair da cama.

Quando Annie saiu do banheiro com uma calça jeans escura e uma regata florida eu entrei, tomei um banho e acabei vestindo uma calça jeans e uma camiseta azul com o escudo do Capitão América estampado, no fim Kate também levantou, tomou banho, colocou uma das suas muitas blusas pretas com caveiras de strass e foi tomar café com a gente. Encontramos Samy e os meninos no refeitório, todo mundo estava falando da peça.

Felizmente Nick e Jason tinham trabalhos atrasados para entregar e não iam comer coma gente, eu não tinha falado com ele depois de toda aquela gritaria e não estava exatamente ansiosa pra isso, quer dizer, eu digo a ele que estou apaixonada e ele não faz nada? Tenho ao menos o direito de querer matá-lo, certo?

O dia e o ensaio foi uma correria, ou melhor, o ensaio não foi, não tivemos como ensaiar, todos, sem exceção tivemos que resolver coisas relacionadas à peça, figurino que sumiu, letras de musicas que alguém esqueceu, instrumentos desafinados, atores que deram dor de barriga, teve de tudo, ninguém parou nem para respirar, e eu gostei disso, não que eu preferisse encarar o Nick encima de um palco, mas evitá-lo me fazia bem.

– Conseguimos! – a Sra. Laurence comemorou, faltavam três horas para a peça e tínhamos resolvido tudo, já estava tudo pronto, só esperando a peça. – Vocês foram ótimos, e eu tenho certeza de que essa peça vai ser um sucesso! Estejam aqui faltando uma hora para começar o espetáculo. Estão dispensados. – e praticamente nos chutou do auditório.

– Vocês vão fazer alguma coisa agora? Por que nós podíamos... – Sophi começou, mas eu a interrompi.

– Eu vou! Tenho que é... Estudar para... Aquela prova lá. Tchau! – dei uma desculpa muito da esfarrapada e literalmente sai correndo de lá. Eu estava apavorada, e nem era com a possibilidade de me encontrar o Nick, era com a constatação de que eu ia atuar, e atuar em uma peça grande, com um público enorme e daqui a algumas horas. É eu vou morrer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai o que acharam?
Comentem please :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Loucuras no Internato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.