É um dos mais pobres distritos de Panem. Sua principal atividade econômica é a indústria têxtil, em que são produzidos, por exemplo, uniformes de Pacificadores.

Bonnie Alerman (http://www.distrito13.com.br/wp-content/uploads/2012/01/Mackenzie-Lintz.jpg)

—Vamos Bonnie!— o pai, Jack Alerman, um vitorioso, gritou para ela quando ela errou a mira de uma das facas.

—Tem que ser mais ágil!— o irmão, Viktor Alerman, também um vitorioso, exclamou chamando-lhe a atenção.

—Eu não sou perfeita!— exclamou irritada fazendo com que seu pai e seu irmão a olhassem em desaprovação —desculpem-me, sabem que eu adoro treinar com vocês, mas às vezes vocês me pressionam de mais.

—Eu fui submetido a esse treinamento pelo meu pai, e ganhei— seu pai disse encarando-a.

—Papai me submeteu a esse treinamento e eu ganhei os Jogos passados— o irmão falou colocando a mão em u de seus ombros.

—Você está sendo submetida a esse treinamento por nós, e você vai ganhar— os dois disseram em uníssono.

Ela suspirou enquanto assentia e foi em direção a espada.

—Eu acho que preciso melhorar com a espada também— disse suspirando enquanto pegava a arma pesada que tinha quase o seu tamanho.

—Ótimo, tente decapitar aqueles manequins— o irmão falou apontando para os bonecos de plástico que se encontravam do outro lado do porão.

—Aqueles? Mas estão tão longes, porque não posso acertar esse aqui do lado?— perguntou confusa.

—Faça o que seu irmão mandou, Bonnie— o pai disse ríspido.

Ela seguiu o caminho cabisbaixa até os outros manequins, e quando ela estava bem longe, Jack puxou Viktor pelo braço.

—Tem certeza que já está tudo pronto com o prefeito?— sussurrou quase inaudivelmente.

—Tenho, ele disse que irá conversar com a Pearl, do jeito que ela é ingênua com certeza irá pensar que Bonnie está com vergonha de se voluntariar e pediu para você oferecê-la— devolveu o sussurro tomando o cuidado de observar se Bonnie não ouviria —tem certeza que o que estamos fazendo é certo?

—É claro que eu tenho, Bonnie não se ofereceria por conta própria— disse como se fosse óbvio.

—Pai, ela só tem treze anos— suspirou contando até dez.

—Calado! Ela está vindo— disse forçando um sorriso.

—Pronto, consegui decapitar todos os bonecos— disse com um sorriso triunfante.

—Lindo meu doce, agora vá se arrumar, está bem?— o pai pediu beijando-lhe a testa.

Bonnie nem se preocupou com a mudança de humor repentina de seu pai, ela na realidade já estava acostumada.

O que ela não desconfiava era o que seu pai estava planejando.

Após fazer sua higiene, vestiu um vestido cinza escuro muito sério para a sua idade, juntamente de meias calças pretas e sapatilhas também pretas.

Ela,s eu pai, e seus irmãos seguiram para o local da colheita.

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Jonh Macovesk

—John, acorde— Hugo, seu pai adotivo, que ele costumava chamar de Papai Noel, sacudiu-o gentilmente.

—Já?— perguntou sonolento.

—Sim, senhor, sabe muito bem que hoje é o dia da colheita— falou bagunçando seu cabelo.

—Minha primeira colheita— disse tenso.

—Justamente, é a sua primeira colheita, é impossível que você seja sorteado— o pai confortou-o.

—É bom que eu não seja sorteado mesmo, o que um garoto de doze anos, cego de um olho, poderia fazer de útil na arena, a resposta é nada!— disse se levantando.

—Não diga isso, você pode ser muito útil— o pai disse acariciando seu ombro.

—Eu sou um deficiente— murmurou entristecido.

Não deu tempo para seu pai pronunciar mais uma palavra, e foi logo fazer sua higiene.

Depois colocou uma camiseta branca, junto de uma bermuda cinza e tênis.

—Já está pronto John?— o pai perguntou surpreso.

—Sim— disse simplesmente, estava muito nervoso para dizer outra palavra.

—Não seja tão pessimista, você não vai para os jogos— o pai tranquilizou-o.

—Eu sei que não vou— disse sorrindo —mas é normal ficar um pouco tenso, você não ficou tenso em sua primeira colheita?

—Na minha primeira colheita, foi a colheita da 1ª Edição, como acha que eu me senti?— perguntou soltando uma risada.

—Quantos anos o senhor tinha?— perguntou curioso.

—Dezoito— disse dando de ombros.

—Como foi a reação de todos quando anunciaram os Jogos?— perguntou puxando um pincel e um pote de tinta.

—O de se esperar, todos ficamos apavorados— disse acomodando-se melhor no sofá —você não está pensando em pintar agora, não é mesmo?

—Estou— disse pegando uma folha de papel e começando a rabiscá-la com a tinta.

Alguns minutos depois sua camiseta já estava da cor do arco-íris.

—John, você se sujou todo— choramingou.

—Desculpe— murmurou olhando para a camiseta acidentalmente toda rabiscada.

—Agora você não tem tempo de se trocar, temos que chegar na colheita rápido— disse suspirando.

E eles seguiram para o local da colheita.

Pearl Lasly era de longe a mais ingênua das representantes, sua pouca idade era resultado disso, era a segunda representante mais nova da edição, mas mil vezes mais ingênua do que Carly.

Usava um vestido rosa Pink berrante, que dava a impressão de que ele havia sido recortado, usava também um salto verde fluorescente, e a maquiagem completamente cintilante, sem contar no cabelo que batia nos seus joelhos no tom de roxo brilhante, e claro, para honrar seu nome, colares, pulseiras e anéis de pérola.

—Bem vindos, bem vindos, sejam todos bem vindos!— disse com o sotaque carregado as capital —feliz Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre ao seu favor!

Logo depois o vídeo foi passado, mas não antes de Pearl fazer um discurso sobre como ela sabia que todos tinham aguardado ansiosamente por esse dia, de como todos amavam o dia de colheita, e de que sabia que todos adorariam ir para os Jogos, porém, infelizmente, só dois jovens sortudos poderiam ter a honra de participar.

—Muito bem, agora chegou o momento decisivo, o momento que escolheremos os sortudos que terão a honra de ir para os Jogos— disse sorridente enquanto dava pulinhos —primeiro as damas, voluntárias?— perguntou sorrindo abertamente para Bonnie que a olhou sem entender.

—Bonnie Alerman se oferece como tributo!— seu pai levantou-se da cadeira que havia sido designada para ele em cima do palco e gritou apontando para a filha.

—Oh que emocionante!— Pearl exclamou sorrindo exageradamente —pode subir aqui queridinha!— exclamou a chamando.

A garota estava estática, não conseguia mover nenhum músculo, como seu pai pode ter feito isso com ela? Aliás, ele podia ter feito isso com ela? Isso não era contra as regras?

Só se deu conta que havia ficado muito tempo parada quando dois pacificadores a levaram para o palco.

—Não precisava ter vergonha queridinha, se queria ir para os Jogos era só ter levantado os braços e se voluntariado— disse sorrindo para ela enquanto acariciava seus cabelos.

—Bem, agora os garotos, algum voluntário?— ninguém se pronunciou, então ela tirou um nome do fundo do globo de cristal, fez suspense e depois leu animadamente — John Macovesk!

O garoto quase desmaiou, sentiu o café da manhã voltando, estava suando frio, sentiu o seu olho bom lacrimejar, as pernas vacilarem, ele tinha doze anos, doze anos, era um tempo de vida tão curto,e Le não podia morrer justo agora.

—Venha queridinho, não tenha vergonha!— exclamou fazendo sinal pra ele ir.

Ele obrigou suas pernas a se moverem, e pelo caminho pode ouvir alguns sussurros como “pobrezinho, vai morrer no primeiro dia”, ou então “coitadinho, um limitado na arena, é realmente uma pena”, ao chegar no palco, aceitou a ajuda de Pearl pois tinha certeza que se não o fizesse acabaria caindo.

Pearl o olhou com pena ao perceber que o garoto era cego, mas sorriu gentilmente para ele.

—Aplausos para Bonnie Alerman e John Macovesk, os tributos que representarão o distrito 8 na 46ª Edição dos Jogos Vorazes!— exclamou animada fazendo-os apertarem as mãos enquanto poucos aplausos eram ouvidos pelo lugar.

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—Bonnie?— Viktor perguntou desconfiado quando entrou na sala.

—Saia daqui!— gritou aos prantos —eu sei que você sabia!

—Bonnie...

—Cale a sua boca!— gritou mais uma vez —eu vou morrer e a culpa vai ser de vocês!

—Não diga isso, você não vai morrer!— disse tentando tocá-la sendo impedida pela mesma— eu serei seu mentor, não deixarei anda de ruim acontecer com você!

—Tempo esgotado!

—Filha...

—O que faz aqui?— perguntou ainda chorando —eu não te quero aqui!

—Bonnie eu posso explicar...

—Não pode explicar nada, a verdade é que você e Viktor sempre em culparam por mamãe ter morrido no meu parto!

—Não diga bobagens filha!— o pai suplicou tentando tocá-la.

—Tempo esgotado!

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—Filho!— Hugo gritou desesperado indo diretamente abraçar John.

—Papai!— exclamou lutando contra as lágrimas.

—Vença, você tem que vencer!— encorajou-o.

—Eu vou tentar, eu prometo!— disse convicto.

—Por favor, não em deixe na mão— pediu abraçando-o mais forte.

—Não vou deixar, eu vou ganhar, eu prometo— garantiu-lhe.

—Eu sei que vai!

—Pense pelo lado bom, eu vou ganhar e enfim seremos ricos— disse sorrindo.

O pai apenas assentiu enquanto separava-se lentamente dele.

—Tempo esgotado!

Não houveram mais visitas para ambos.