46º Edição Dos Jogos Vorazes - Interativa escrita por Suzi


Capítulo 5
Colheita do D4- O órfão e a sofredora.


Notas iniciais do capítulo

Good reading *-*



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Distrito 4 é um dos distritos mais ricos de Panem. Sua indústria é a pesca, que é útil para os tributos nos Jogos Vorazes: eles têm experiência na utilização de redes e tridentes, formando anzóis a partir do zero, são bons nadadores, e sabem identificar a vida marinha comestível.

Clarisse Andrews (http://fiquelinkado.com.br/wp-content/uploads/2012/10/Diana-Agron-dianna-agron-15227745-500-5741.jpeg)

Respirou fundo quando subiu de volta à superfície, abrindo os olhos lentamente para conseguir se acostumar com a luz do sol.

Aquele era o único lugar que conseguia esquecer tudo de ruim que havia acontecido na sua vida, o mar era seu porto seguro, o único lugar onde conseguia ser realmente feliz.

—45 segundos!— Jenna, sua melhor amiga, exclamou sentada na beirada do cais, com um relógio marcando quanto tempo Clary conseguia ficar submergida.

—Droga— murmurou pedindo ajuda para subir no cais também.

—Está ótimo Clary— disse estendendo a mão para ela.

—Um tributo me mataria facilmente se eu perdesse o fôlego depois de 45 segundos— disse frustrada enquanto abraçava os joelhos.

—Clary, está pensando em se voluntariar?— Jenna perguntou preocupada estendendo uma toalha para ela.

—Não!— exclamou rapidamente, nunca havia passado pela sua cabeça se voluntariar, não depois de ter visto sua irmã ser brutalmente assassinada logo na cornucópia, e pensar que fazia apenas um ano— não quero ter o mesmo fim de Lily.

—Então pra que treinar tanto?— perguntou se levantando.

—Eu posso ser sorteada como Lily— disse se encolhendo dentro da toalha.

—Alguém se voluntariaria em seu lugar— Jenna tranquilizou-a.

—Ninguém se voluntariou no lugar de Lily— disse lembrando-se da expressão aterrorizada que sua irmã gêmea mostrou ao ser sorteada para os Jogos.

—Já tiveram uma filha de uma vitoriosa ano passado—disse levantando Clary— não vão querer outra, sua cabeça de ovo.

Clary soltou uma risada enquanto torcia os cabelos, e se despedia do mar, por alguma razão sentiu que não o veria tão cedo.

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—Clarisse!— Anne, ex vitoriosa e também sua mãe exclamou a procura de chamar a sua atenção.

Clary apenas repetiu o que vem fazendo desde a morte de sua irmã: ignorado-a.

Trancou-se no quarto desejando poder voltar no tempo e nunca ter feito sua mãe ganhar os jogos, era óbvio que sua irmã só foi para os jogos por ser filha de uma vitoriosa, isso era um fato.

Tomou um banho quente tentando deixar que a água leva-se embora todas suas mágoas e preocupações, o que é óbvio, não aconteceu.

“Esse vestido nos valoriza” , lembrou-se do que a irmã gêmea disse quando compraram os vestidos leves e brancos, é claro que as valorizava, elas eram completamente idênticas.

Deslizou o vestido pelo corpo tentando conter as lágrimas que teimavam em cair, a essas horas ela e Lily estariam provavelmente comparando uma a outra, completando suas frases, coisas que sempre costumavam fazer.

Espantou esses pensamentos enquanto trançava seu cabelo, a trança que Lily tanto gostava...

—Já chega Clary!— repreendeu a si mesma enquanto colocava a jaqueta vermelha e calçava as sapatilhas pretas.

—Filha, está pronta?— a voz de seu pai saiu mais como um sussurro do outro Aldo da porta, é claro que ele e sua mãe estavam arrasados, para eles Lily sempre foi a favorita, e agora estava morta.

Clary nada disse, apenas abriu a porta e passou por seu pai fingindo que ele nem mesmo estava ali.

Thomas Parks

Colocou o balde com os peixes que havia conseguido pescar em cima da pia.

—A pesca não foi tão boa hoje, não é mesmo?—John, seu avô, perguntou tirando os peixes do balde para que pudesse limpá-los.

—Estou só um pouco tenso por causa da colheita— apesar de suas palavras, seu estado não demonstrava preocupação, ele aprecia calmo, aliás Thomas sempre estava calmo.

—Não se preocupe, com certeza alguém ira se voluntariar— seu avô tranquilizou-o— não vai para os jogos.

Thomas apenas assentiu enquanto caminhava para o quarto, trancando-se lá.

Observou a foto que se encontrava ao lado de sua cama, um casal de costas olhando para um campo florido, era essa a única coisa que ele tinha para lembrar de seus pais.

Nunca os conheceu para falar a verdade, e ninguém no distrito parecia disposto a falar deles, ele não se importava muito com isso, para falar a verdade.

Após tomar um banho, vestiu apenas uma camiseta, uma bermuda surrada, e um par de chinelos, nunca se importou muito com as aparências, na realidade não precisava, Thomas era bonito por natureza.

Tirou os fios de cabelo negros que caíam sobre a sua testa, deixando ainda mais a mostra seus olhos verdes penetrantes, ele estava pronto, era seu último ano, talvez isso explicasse seu nervosismo, não era como se fosse um pressentimento de que ele iria para os Jogos esse ano, ao menos era isso o que ele pensava.

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Alexia Brosnan era talvez a representante de distrito mais estranha, possuía o corpo extremamente modificado cirurgicamente, procurando talvez “o corpo perfeito”, o que obviamente não dera certo. Seus cabelos eram de um tom vermelho sangue, e batiam na altura dos seus joelhos, seus olhos eram verdes claros demais, era quase impossível ver sua pupilas, sua boca também era extremamente inchada, algumas escamas esverdeadas cobriam a sua pele. Sim ela tentava parecer-se com uma sereia.

Caminhou fazendo propositalmente barulho com seus saltos agulha, o vestido verde escuro transparente arrastava-se pelo chão, ela segurou o microfone com força, e sorriu mostrando todos seus dentes artificialmente brancos.

—Bem vindos, bem vindos, sejam todos bem vindos!—exclamou tentando fazer uma voz sexy, sem sucesso— bem vindos aos Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre ao seu favor!

Logo em seguida, o vídeo costumeiro foi passado, e obviamente, ninguém prestou atenção, todos já sabiam exatamente o que o vídeo falava.

—Agora vamos sortear os “babies” que poderão ser o orgulho do distrito!— disse animada, irritando os adolescentes com a sua mania de chamá-los de “babies”— primeiro as damas! Alguma voluntária?— ninguém se pronunciou, o que era raro em um distrito carreirista— Clarisse Andrews!

Clary congelou no lugar, ela tinha certeza de que mantinha a mesma expressão que Lily fez ao ser sorteada, olhou desesperadamente para sua mãe, que se encontrava sentada ao lado do prefeito, ao lado dos ex vitoriosos que seriam os mentores esse ano, sua mãe apenas fez um sinal indicando que ela subisse.

Clary obrigou seus pés a se moverem, e teve a impressão de que se fosse feita de ferro, um rangido horrível seria feito a cada vez que ela movesse as pernas, aceitou a ajuda de Alexia, pois mal conseguia manter-se em pé.

—Meu Deus! Parece que Lily Andrews voltou dos mortos!— exclamou impressionada.

O comentário fez Clary a olhar com repulsa.

—Muito bem, parece que teremos outra filha de Anne Andrews nos Jogos!— exclamou jogando os cabelos para trás.— agora os garotos, algum voluntário?—novamente ninguém se pronunciou— Thomas Parks!

Mesmo estando apavorado, Thomas conseguiu manter a expressão calma no rosto, caminhando sem nenhuma dificuldade até o palco, aceitando a ajuda de Alexia como se só para ser gentil.

—Muito bem, aplausos para Clarisse Andrews e Thomas Parks, os tributos que representarão o distrito 4 na 46ª Edição dos Jogos Vorazes!— gritou fazendo-os apertar as mãos.

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—Clary— Jenna exclamou aos prantos correndo em sua direção— não consigo acreditar!

—De certo modo eu já esperava— Clary disse se esforçando para não chorar.

—Hey, você treinou, pode ganhar!— encorajou-a — mesmo não tendo se voluntariado é uma das melhores carreiristas que eu já vi — disse cutucando a barriga dela, tentando animá-la.

Clary forçou um sorriso, mas tinha certeza que saiu mais como uma careta.

—Tempo esgotado!— um pacificador exclamou.

—Boa sorte!—Jenna disse sorrindo— Eu sei que você consegue.

— Clarisse— a voz de sua mãe soou sura e fria.

Clary virou-se para ela com o olhar vazio, reparando que seu pai também se encontrava ali.

— O que você quer?— perguntou seca.

—Seu colar da sorte— sua mãe estendeu para ela um colar em forma de clava de sol.

Ela reconhecia o colar, Lily usava um colar idêntico ao dela.

—Achei que te faria sentir perto de casa— disse dando de ombros—Boa sorte, lembre-se de tudo que treinou nesses anos.

Clary apenas assentiu enquanto tentava sem sucesso colocar o colar.

—Eu te ajudo— seu pai disse tirando o colar de suas mãos e colocando-o nela.

—Tempo esgotado!

Seus pais acenaram e saíram. Alguns amigos vieram visitá-la, porém, nenhum deles conseguia afastar o medo que ela estava sentindo.

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—Thomas!— seu avô exclamou espantado— eu não sei o que dizer.

—Tudo bem, prometo que tentarei voltar— Thomas disse mantendo a calma.

— Como consegue ser sempre tão calmo?— o avô perguntou espantado.

—Talvez tenha herdado isso do meu pai ou da minha mãe— disse dando de ombros— só prometa que irá se virar sem mim.

O avô apenas assentiu enquanto o abraçava.

—Tempo esgotado!

Não houve mais visitas para Thomas.


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Notas finais do capítulo

Mandem fichas, estamos quase completando o /
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