O Preço De Uma Escolha escrita por Agniz, Rosa


Capítulo 1
O inicio


Notas iniciais do capítulo

Galera finalmente postamos a Fic. Parceria Agniz e Beatriz o
Esperamos que gostem. E por favor comentem, precisamos saber o que acharam.



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“- Se caso você não percebeu a vida continua. Você querendo ou não vai ter que ir atrás de seus afazeres e deveres.”



Tentei não fazer careta ao ouvir essa frase fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. Rotina. Acho que era disso que eu estava cansada. Quando entrei no banho a única coisa que eu não queria me lembrar era daquilo que me esperava no outro dia na escola, quando eu chegasse e fizessem a chamada. Quando sai do quarto eu tinha um problema maior a enfrentar: Um Pai furioso e descabelado que acabará de chegar do hospital, e que ficou a madrugada toda de plantão. Mas acho que a pior parte é a que ele cuida dos filhos dos outros, e se esquece de mim, tudo bem que eu posso estar sendo uma mal agradecida, levando em consideração que sou adotada. Outra palavra que até hoje tendo entender, acho que não em si a palavra, mas sim o motivo que o levou fazer isso.
– Isabella, caso você tenha esquecido eu irei te lembrar: Suas notas estão péssimas.
–Não se preocupe, no final dou um jeito.
– Só que eu quero que você de um “jeito” agora e não lá na frente.- Ele disse fazendo aspas com os dedos e me olhando sério, uma sobrancelha se levantou e eu estava fazendo de tudo para não cair na gargalha pelo modo que ele me lembrou daqueles professores. Suspirei e fui ate a cozinha.
– Irei melhorar. - Eu disse despejando o leite na tigela e me sentando na cadeira. Ele suspirou, pegando uma xícara de café e se sentando.
– Por falar nisso, fiquei sabendo que você está faltando em todas as suas chamadas na escola. Incluindo a com a conselheira de alunos.
– Você quer dizer Psicóloga, que pelo que o Senhor deve saber, eu não preciso.
– Isabella, eu não estou lhe forçando a ir, estou apenas dizendo que... - Ele ficou mudo, então suspirou e se levantou indo para o escritório.
– Tudo bem, irei tentar descobrir esse enigma. - Eu disse em tom de deboche. Suspirei e fui até a varanda do meu quarto. Quem sabe aquele vizinho sarado pense em nadar. Olhei no quintal vizinho e a única coisa que vi foi o jardineiro que estava brigando com o cachorro por ter pegado suas luvas. Dei risada e voltei para o meu quarto, peguei minha mochila e desci.
–Pai, estou indo. – Bati na porta do seu escritório rapidamente antes de descer.
–Tchau, boa aula. - Parei onde estava achando que ele sairia daquele lugar e me daria um sorriso no mínimo. Ignorando a situação sai de casa e segui para Escola, mas parei ao ouvir me chamando na porta, voltei correndo e felizmente recebi um maravilhoso abraço e então segui para escola, um dos últimos lugares que nesse momento eu iria gostar estar. Ainda mais em pensar que a Esme, conselheira dos alunos iria querer ter aquele tipo de conversa; que pelo que sei, são conversas entre Pais e Filho.
Esme Masen era uma pessoa boa, era uma mulher que eu admirava, porém em certas coisas ela era meio chatinha, ainda mais quando vinha com esse assunto de Pais e Filhos. Eu tenho uma relação boa com meu pai, na medida do possível, do nosso jeito. Não preciso de ninguém me dando conselhos sobre isso.
Quando cheguei na porta da escola, o estacionamento e a entrada já estavam vazios, com toda certeza ir a pé para aliviar os pensamentos não havia sido uma boa ideia.
Suspirei e fui para secretaria.
–Atrasada de novo senhorita Cullen?
– Me desculpe. Mas juro que não acontecerá de novo.- Eu disse a senhora que estava na portaria, cujo não me recordo o nome.
– Vindo de você é difícil de se acreditar.
– Vai me deixar entrar ou não? - Eu disse já irritada.
– Com esse tom creio que o seu caminho é meia volta. - Quando eu ia retrucar ouvi uma voz conhecida.
– Pode deixar Isabella comigo. - Salva pelo gongo, chamado Esme.
–Mas... – A mulher começou a questionar, porém Esme a cortou.
–Tenho assuntos para resolver com a Senhorita Cullen, ela está indo para minha sala. – A mulher engoliu a seco e Esme voltou seu olhar para mim – Para minha sala, senhorita Cullen. – Assenti. Ela me salva e agora vai me matar?
A segui pelo extenso corredor ate sua sala e por fim chegamos. Ela abriu a porta para mim e apontou para uma das cadeiras a frente de sua mesa. O Escritório era agradável, porem seu rosto não estava nenhum pouco agradável, tentei ir pensando em uma desculpa.
– Isabella, decidiu fazer uma visita a escola?
– Claro, tinha que ver o que ia ter de almoço.
– Muito engraçado isso de sua parte, Isabella.
– Olha, você pode usar ate o palmatorio, mas, por favor, me chame de Bella. - Quando eu pensei que ela realmente ia pegar o palmatorio, ela sorriu, isso foi um alivio enorme.
–Boba. Mas... Bella. Só queria conversar com você, e você some. É conversar e não uma guerra.
–Meu Pai te mandou falar comigo.
– Talvez, se ele ao menos lê-se os recados que mando, pouco provável, já que é você que entrega. Ou eu prefiro pensar que você entrega.
–Eu... ah Esme, sabe como é... – Dei de ombros.
–Não Bella, eu não sei como é. Conte-me, irei adorar ouvir. – Ela se recostou mais em sua cadeira e sorriu carinhosamente.
–Ah... Meu pai trabalha muito e quando chega está sempre muito cansado, prefiro poupar ele de tantos aborrecimentos. – Sorri amarelo. – Sinceramente Esme, eu entrego, não todos, mas entrego.
– É um bom começo eu ouvir você falando que entrega. – Ela disse me olhando. – E quando você entrega o que ele diz?
–Ele faz a mesma coisa que estamos fazendo, conversando.
–Bella sei que não é fácil, mas você tem que facilitar, tentar entender.
– Diz isso porque não é... Não...
–Não o quê?
–Não é adotada, e tem apenas um Pai, que na verdade é apenas de coração, não que eu esteja reclamando, mas é que apenas é complicado, e piora quando ele fica o dia todo no escritório e diz que tem que resolver um assunto que não me diz respeito. – Eu já estava com a voz mais alta.
–Ninguém tem a vida perfeita. Posso lhe contar uma coisa? Sou viúva. E criei um filho sozinha.
Eu não sabia o que dizer a ela, talvez pelo fato dela saber e entender o meu pai e talvez por ela saber exatamente o que eu sinto ou talvez mais.
–Bella, você tem muita sorte de ter algum que te ame como o Sr. Cullen. Ele te escolheu, na verdade os filhos escolhem a gente, então... Você escolheu ele para ser seu pai e eu tenho certeza que ele faz o máximo que pode para estar presente na sua vida.
– Eu tenho sorte de ter ele, eu sei disso. Ele é um ótimo pai pra mim... mas é complicado. As vezes parece que sou um empecilho na vida dele, que ele poderia ter tido algo melhor do que eu se eu não tivesse aparecido na sua vida.
–Querida. – Ela se apoiou na mesa – É difícil criar um filho sozinha, acredito que para ele deve ter sido da mesma forma. Lembro-me quando meu filho era menor e sempre me perguntava aonde estava o seu pai, por que só ele não tinha pai... É difícil. Não se importe em ser adotada, pai e mãe é quem cria e não só quem põe no mundo.– Ela me olhou com ternura, realmente conversar com ela não era tão ruim.
–Esme, não sei o que a senhora está fazendo, mas que esta funcionando está. – Eu disse e então ouvimos o sinal da segunda aula.
– Acho que vamos nos encontrar outro dia? - Ela perguntou me olhando enquanto eu pegava minha mochila.
– Talvez. - Eu disse olhando-a.
– Você não muda. – Ela disse sorrindo e balançando a cabeça.
–As pessoas não mudam, apenas projetamos nelas o que queremos, mas no final vemos a realidade. E de fato não mudei, mesmo você não me conhecendo desde criança.
–Com certeza. A final, creio que quando você era criança adorava questionar, todas são assim.
–Tem razão, nesse quesito eu creio que... Piorei. – Eu disse rindo e saindo da sala dela, os corredores logo estavam lotados para troca de sala. Quando sai de lá, foi como se a realidade me atingisse, a quem eu estava enganado, eu poderia conversar e tudo, mas sei que as coisas não estavam bem. Achei minha sala e entrei. Estava abafada, e eu tentei ignorar o fato que era professora de química, aquela que uma vez coloquei laxante na água dela. Era no oitavo ano, e creio que eu costumava não prestar a atenção na aula, já que de fato ela é professora de química e com toda certeza percebeu como estava a “mudança na consistência da água” segundo ela mesma disse.


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Notas finais do capítulo

O que acharam???
...Ainda há muito para vir...
Beijos e Até o