Star Kingdom escrita por chaoticmonki


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gomeeeen, aqui está o 3º capítulo ;-;
Enfim, esperem que gostem, boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373214/chapter/3

– Ei, Aly! - eu senti alguém mexendo de leve o meu ombro - Acorde. Nós já chegamos em Skywalker.

Abri minhas pálpebras dolorosamente, que demorou um pouco para voltar o foco, quando me deparei com os olhos esmeralda de Abel. Por trás do seu sorriso forçado, eu sabia que ele não estava 'feliz' com aquela reviravolta. Eu conheço ele desde pequeno, e ele com certeza não queria estar aqui.

– Vamos logo, dorminhoca. Skywalker espera por você. Eu liguei pra um tio meu que mora por aqui. Então você vai viver na casa dele.

Eu olhei para ele, preocupada.

– Não tem problema? - perguntei - Digo... a culpa foi minha de estar aqui, eu não mereço a casa do seu tio e... eu não atrapalhar ele ou algo assim?

– Claro que não! - ele respondeu, balançando as mãos. - Bah, aquela rainha é um pouco estúpida, na minha opinião. - concordei com a cabeça - E aliás, o meu tio nem vai se importar. Ele passa a maior parte do tia bebendo nos bares e jogando. Graças ao meu pagamento nos Navegadores Brancos, ele consegue se sustentar.

Apesar de ele gastar em bebidas e apostas?, pensei, porém, não disse nada.

– Então, não terá problema eu ficar na casa dele?

Ele balançou a cabeça de leve, fazendo com que seus cabelos lisos caíssem sobre os ombros, e depois me apontou uma chave de bronze com chaveiro de couro escrito '41'.

– Essa é a chave do apartamento dele. E eu escrevi um mapa para você não se perder. Ah e... não confie em muitas pessoas, tá? Nem todas aparentam ser como elas agem. Há muitos saqueadores, assassinos, e... outros... - ele disse, desviando o olhar.

Descemos da nave e ficamos parados na porta da mesma.

– Obrigada. É muito gentil da sua parte fazer isso. Porém, eu não tenho nada a perder. Mas obrigada. - Abracei o seu peito -porque ele era mais alto que eu, muito mais alto.- o que fez ele se endireitar e me abraçar de volta.

– Não há de que. Aliás, somos amigos, não é? - ele finalmente falou. E eu percebi que sua orelha estava ficando um pouco vermelha. Deve ser por causa do frio.

Mas é claro! Mas... eu acho que agora, isso é um adeus. - ele assentiu, fazendo cara de cachorrinho sem dono.

Eu sei que aquela era a última vez que iríamos nos ver, mas era um pouco 'doloroso' ficar mais tempo ali, sabendo que eu teria que ir. Então eu dei meu último adeus e agradeci por tudo pelos últimos anos. E finalmente fui para dentro da cidade.

–--


O ar ali era no entanto um pouco... ruim. Era um habitat totalmente diferente do que os campos verdes dos Navegadores. Como por exemplo, nos nossos campos, era tudo verde, cheio de vida e com um ar puro. Até mesmo à noite. Mas aqui horrível de se respirar!



Essa cidade tinha cheiro de enxofre e máquinas pifando. A fumaça das fornalhas tomavam conta da área térrea e um pouco da aérea. Animais? Pfft. Eram uns animais estranhos misturados com fênix e um papagaio, mas de metal. Olhos de rubi e a casca em volta saindo fora, deixando totalmente à vista a parte de metal. As pessoas eram carrancudas e corcundas. Alguns tinham cicatrizes, outros roupas surradas e rasgadas em várias partes. Teve um que carregava algo parecido com uma metralhadora nas costas.


E sem contar que o chão era sujo e no meio-fio acumulava água suja que os ratos iam de lá pra cá. E não, não estou sendo fresca. Mas vá viver metade da sua vida em um lugar limpo de depois ir para um totalmente o contrário do outro. Mas era por uma... boa causa?

Não. Eu fui expulsa da minha suposta casa e vim parar aqui. Ás vezes, é até bom pegar os hábitos desse tipo de lugar, certo?, os pensamentos tomaram conta da minha cabeça, fazendo com que eu nem percebesse que um cara estava tentando roubar a minha bolsa. Porém, fui mais ágil e apontei uma faca para ele.

Ele riu e comentou algo como:

–Ah, desculpe, eu não sabia que a boneca tinha uma arma. Erro meu. - e depois se escondeu nas sombras de um beco. Suspirei e guardei a faca. Mas que droga! Eu teria que passar o resto da minha vida nisso? Pra proteger minha bolsa?!

Me virei e comecei a seguir o mapa bem detalhado que Abel fez pra mim. - E se aquilo foi por causa de uma bolsa, não quero nem ficar pra saber o pior. - Cheguei ao final do mapa, que dava em um sobrado comprido com vários apartamentos. O 41 era no andar de cima. Olhando para os lados, certificando-me de que ninguém me seguiu, e andando na direção do sobrado. Eu abri a porta e me deparei com a coisa mais normal do mundo. Bagunça.

Sério, a bagunça era quase igual ao meu quarto. As gavetas abertas e algumas meias saindo para fora. Roupas usadas -ou não- espalhadas pelo chão e a coberta totalmente desdobrada. No entanto, como era tarde, o quarto estava escuro e só era iluminado com um poste da esquina. A cor laranja cobrindo cartas de pôquer sobre a cama. Havia várias garrafas vazias em diferentes cômodos também. Em cima da criado mudo, na janela, no banheiro, cozinha -o lugar menos provável de aparecer - e em cima do gaveteiro. Fui difícil andar sem pisar em algo que quebrasse ou fizesse barulho. -como os salgadinhos espalhados que fazem um som alto quando esmagados - E por algum motivo engraçado, a parede da sala refletia uma cor azul-aqua na parede. Mas eram meus neons do uniforme que brilhavam. Se eu não quisesse chamar atenção, era melhor eu ir comprar roupas que não deixasse na cara que eu era uma Navegadora.

Vai saber né. Me apoiei no peitoril da janela -depois de afastar as garrafas, claro- e dei uma checada na vista. Era boa até, dava para um grande espaço da rua e uma esquita, onde havia o poste que iluminava minha casa. E logo na parte de baixo, fazendo parte do sobrado, tinha um jardim com alguns brinques para crianças. Apesar de velhos e enferrujados, algumas crianças estavam brincando lá. Me dirigi à rua, e vi que eles possuíam um mercadinho e um brechó ao lado.

Isso é ótimo! Algo para comprar comida e roupas perto de casa! Estou morrendo de fome, pensei, deixando minha bolsa no sofá e descendo as escadas do condomínio com um largo sorriso na boca. As pessoas do mercado pareciam ser gente boa, até. Era um senhor com dentes amarelados e olhos quase se fechando. Como eu era nova, ele me deu um pacote de bolacha salgada, sem cobrar nada. E depois, fui ao brechó.

Eles não tinham roupas muito claras e nem muito escuras. Mas eu resolvi pegar uma blusa preta, cortada nos ombros, e uma calça preta que na parte de cima era uma saia, junto com uma bota de cano-alto marrom. Não foi caro, e novamente, a dona parecia uma pessoa legal. Ela tira a mesma aparência do senhor do mercado, mas ela não era careca e sim tinha cabelos enrolados e seu sorriso era carinhoso. Ele me cobrou uma oferta especial que eram apenas uns trocados. - isso devia ser bastante para eles? Pois quando ela pegou os meus trocados ela ficou muito feliz -.

Não sei ao certo, mas quando eu estava no banheiro do meu novo apartamento, eu ouvi a porta bater de leve.Terminei de me trocar e fui ver quem era. - Vai saber, eu esqueci de trancar a porta e podia ser qualquer um. - Mas era só um homem alto de cabelos cinzas em um rabo de cavalo que caia no ombro. Ele me lembrou Abel, mas quando ele virou o rosto para mim, sua expressão era mais velha. Tinha barba e seus olhos eram mais achatados, que dava a expressar que ele estava bravo. Ele estava fumando.

– Que sorte. Volto pra casa e tem uma linda jovem no meu banheiro.

Hum.... mas o que...

– Estou brincando. - Ele riu quando viu minha expressão - Você deve ser a amiga de infância de Abel, certo? Deixe-me ver... Aly, se não estou errado?

Eu concordei com a cabeça. Ele olhou para os meus braços cruzados e apontou um dedo para o uniforme.

– Esse é seu uniforme? - ele perguntou, sem expressão.

– É sim. Mas eu achei melhor comprar algo que não fique na cara que sou uma Navegadora. Eu causaria um tumulto ou problemas.

– Realmente, aliás, meu nome é Roger. E Navegadores não são bem-vindos aqui pelo fato das pessoas pensarem que eles são muito 'certinhos' e cheios de frescuras. Mas os Cavaleiros são bem acolhidos. Será que é pelo espírito de maldade que habita neles? 

Eu virei o olho. Eu não costumo falar sobre os Cavaleiros. Certo, eles são fortes. Mas eles são meio vingativos e cruéis. Nunca que eu pensaria me dar bem com um. Há muito ódio neles. Eles se dão bem entre si, mas, nós temos uma rixa entre CavaleirosXNavegadores. Eu ouvi que há muito tempo atrás, um Cavaleiro e uma Navegadora se apaixonaram. Eles morreram, porque temos esse certo 'laço' que não pode ser quebrado. Por exemplo:

Cavaleiro X Navegadora


Cavaleiro/Navegadora X Pessoa Normal

♥ Aprovado.

Ou algo parecido. De qualquer forma, não teria como me apaixonar por alguém. A não ser que alguém faça algo totalmente insano por mim que me faça me apaixonar por essa pessoa. Ou algo do tipo. Mas eu juro, prometo e cruzo meu coração que,

NUNCA, me apaixonarei por um Cavaleiro.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Star Kingdom" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.