Mais um dia no campo de batalha . Os Lutadores colocavam seus capacetes e entravam em suas naves. Tinha um certo tempo para fazer isso, então eles tinham de se apressar. E também, era cada um por sua conta, sem ajudar ou tagarelar. Aliás, todo jogo tem suas regras.

Um garoto de cabelo branco segurava o capacete de neon sobre seu peito e olhava com atenção seus irmãos entrarem nas naves. Ele estava um pouco nervoso. -o que não era um dos aspectos de um lutador- Finalmente, ele pôs seu capacete e subiu na nave depois de todos. Ele realmente não queria empacar com ninguém na decolagem. 

- Vamos lá Seth. Você pode fazer isso. - ele murmurou para si mesmo. - Pelo amor de Deus, não faça besteira. - persistiu.

Mas ninguém podia culpá-lo. Ser Lutador não era a coisa mais fácil do mundo. O Lutador fundador teve várias cicatrizes ainda quando criança, e só quando atingiu certa idade conseguiu dominar todas as técnicas de luta. Lutadores nascem da guerra e do ódio -nem todos, mas grande parte sim- e seguem apenas uma regra: honrar o nome Lutadores vermelhos. Quando eles atingem os 19 anos, eles podem ir para a terra dos Navegadores brancos, onde eles fazem parceria com eles e lutam juntos. Achou que os Lutadores tinham seu próprio orgulho e que não ligavam para ninguém a não ser eles mesmo? Não.

O fundador, era um homem honesto e humilde. Mas não nasceu em uma família digna de gentileza. Eles nasceram na terra cinzenta, mais conhecia como o ‘exílio das estrelas’. Seus pais eram muito rudes então forçaram-o a treinar até suar sangue. Então ele uma dia atingiu certa idade e pensou em impor justiça no mundo. Eliminando o mal e ajudando os outros, com a ajuda dos Navegadores.  

Seth balançou a cabeça e jogou longe a história sobre os Lutadores. Ele enfim ligou usa nave e partiu para o campo. Seu objetivo era destruir o núcleo inimigo. Que estava tentando infiltrar nas instalações deles. Quanto Seth avistou uma nave inimiga -ela era cinza com um detalhe alaranjado na lateral, e a nave dos Lutadores era preta com uma lista vermelha nas diagonais e em baixo. - se aproximando, ele acionou os raios lasers. Mas a nave parecia que nem tinha visto ele, pelo jeito que ela passou correndo claro que não ia perceber a nave da cor do céu, e foi para longe atrás dele. Esse foi o problema. Seth viu que a nave não ia dar o bote na nave dele, e sim na nave de um de seus irmãos que estava com a nave do lado oposto. 

Ele tentou dar a volta e tentar atingir a nave antes que ele acertasse uma de suas asas. Mas era tarde. O estrago já tinha sido feito. Contando com a gravidade, a nave caia apenas um pouco devagar. Seth tentou ligar para o piloto da nave. 

- Número 445. Alan, você está aí? - Seth gritou com o seu televisor. - Responda! - pequenos ruídos era ouvidos na outra linha. E o barulho do radiador pifando.

- S-seth… não faça i-isso. N-não tente me…nngh… ajudar. Zark vai ficar... muito bravo...

- Eu não dou a mínima para o que Zark pensa. Eu tenho que ajudar meu irmão! Os outros dão conta das naves. - Seth respondeu em um tom de raiva. 

Raiva não ia ajudar nada no momento. Quando Seth estava se aproximando na área do piloto, outra nave inimiga veio e acertou seu irmão para longe e quebrou o vidro do passageiro. O que fez entrar ar espacial e sufocá-lo. Seth não aguentou ver a cena e resolveu sair de lá. Ele avistou a nave inimiga e tentou nocauteá-la, mas a mesma foi mais rápida e chegou por trás, lançando um laser sobre uma das turbinas. O que fez Seth perder total controle de sua nave. Com o último - e pequeno- esforço que ele conseguiu para mexer o volante, ele posicionou sua nave para que caísse de volta na base. Ele caiu girando de um lado pro outro quando finalmente ele atingiu o campo de força que fez a nave pousar quicando. 

- SETH! - uma voz rouca gritou do outro lado da base. Um homem baixo de rosto enrugado e cabelos grisalhos, veio na direção de Seth, que estava deitado de bruços no chão. - MAS QUE DROGA. VOCÊ NUNCA ACERTA! - ele gritou, puxando o braço do garoto com força. Ambos usavam o mesmo uniforme, roupas pretas e com listas vermelhas nas laterais. 

- Z-zark... desculpe. Mas... você viu o que...

- Eu não quero saber! - ele continuou a gritar e jogou Seth para o lado. - Tudo que eu queria era que você pelo menos tentasse atingir uma daqueles inúteis! Você sabe que nossas regras são: cada um por si. Não ajude os outros. 

- Você acha que foi isso que o fundador queria? - Seth retrucou, levantando a voz. 

Eles se encararam por um bom tempo, até que Zark puxou um dedo e apontou para sua nave.

- Eu quero você fora daqui. Saia da terra dos Lutadores Vermelhos. Prove que você é fiel a nós e que pode pelo menos uma vez na vida fazer algo que é certo. - Zark gritou e deu as costas para Seth.

- Mas pai, eu...

- Não me chame de pai. Até que você prove sua honra para nós, você não tem o direito nenhum de me chamar de pai. Agora dê um fora daqui antes que eu chame os sanguinários.

Seth engoliu a seco. Os sanguinários eram cachorros do deserto, que nasceram com os Lutadores. Eles tinham dentes como se fossem espinhos e eram 3x maiores que um adulto. Indignado, o garoto resolveu entrar na sua nave, que tinha sido restaurada com a ajuda do campo de força da base, e partiu. Sem nem questionar as ordens do pai, quem ele mais temia. Mais do que os sanguinários. Ele não tinha mais nada a fazer do que ir embora. Como ele não tinha chance nenhuma de provar para o pai de que ele era capaz. - qual é, eu sou o Seth. O Seth!- pensou para si mesmo. Nem em outra vida ele conseguiria fazer algo por conta própria. Nada mesmo.

Essas frases e palavras ficaram dançando na cabeça de Seth. Até que ele decidiu jogá-las longe e seguir o caminho para a cidade principal de Skywalker. Mas agora, ele estava sozinho. Agora sim, ele tinha de fazer as coisas por ele mesmo. Apenas, sozinho.