Apartamento 312. escrita por Sarinha


Capítulo 4
Capítulo 4 - Irônico destino




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Haviam se passado três dias desde que Finn Hudson foi para Stanford. A única notícia que se tinha dele era sobre a ligação que fez para Carole explicando o que havia acontecido. Ela estava tão espantada quanto Rachel, e por mais qeu apoiasse seu filho e se orgulhasse dele por estar em uma universidade conceituada, não concordava com o jeito que estava fazendo aquilo.
Rachel estava estática. Comia metade do que consumia normalmente, ficava fora de casa o máximo de tempo que conseguia e não tinha muita comunicação com o mundo externo. Ela não se sentia bem em lugar nenhum, nem mesmo em NYADA, que considerava o seu lar. Blaine e Kurt tentavam ajudá-la, mas estavam conscientes de que a garota precisava do seu próprio tempo para fazer as coisas voltarem ao normal, não era simples lidar com uma separação. O tempo que a judia passava em casa, era respondendo e-mails e ligações de curiosos perguntando sobre o término dela e de Finn, e de seu sumiço. Todos do Glee Club, juntamente com Mr Schuester e até mesmo Sue mandaram cartas para Rachel, e ela estava farta de tanta atenção para algo que ela só queria esquecer. Sua dor não era por perder Finn, e sim pelo prejuízo que isso estava lhe causando.

Quinn não parava de estudar. Não deixava de frequentar todas as festas que podia, e de trazer pessoas pra sua casa depois delas, mas a maioria do seu tempo era preenchida pela leitura de seus livros. O problema do aluguel ainda estava ativo, e ela não fazia ideia de como resolvê-lo. Poderia deixar o apartamento e ir para uma república, mas sujeitar-se a isso era sua última opção, ela não havia sido criada pra conviver em grupo.
A loira assistia a um documentário, quando seu celular interrompeu. Ao olhar no visor, viu que era Santana.
– Oi, Santana!
– Como vai, Fabray?
– Mais ou menos... Tentando equilibrar os estudos, e as contas! E você?
– Estou bem... Mas não liguei para te falar sobre mim, ou para saber sobre a sua vida... Já sabe da última?
– Última? Como assim, Santana? - perguntou, confusa.
– Céus, garota, você não tem facebook? - bufou.
– Ter eu tenho, mas acontece que algumas pessoas estão ocupadas demais estudando para perder tempo tendo uma vida social! - respondeu, ironicamente.
– Finn e Rachel se separaram! - gritou, como se estivesse empolgada. Não estava, mas o fato de ser uma grande fofoca lhe deixava animada de certa forma.
– O quê? Como assim?
– Também fiquei impressionada, você não vai acreditar na maneira que isso aconteceu!
– Tudo bem... Me conte.
– A orca conseguiu uma vaga para educação em Stanford... Eu francamente acho que ele foi aceito por pena, já que nunca conseguiria uma vaga em uma faculdade desse tipo.
– Continue, Santana.
– Pois então... Ele recebeu a bolsa há quatro meses atrás, então veio planejando tudo sem contar à Rachel, Kurt ou sua mãe... E ele resolveu dizer para a anãzinha bigoduda um dia antes de partir. Não é hilário? - gargalhava, divertindo-se com a situação.
– Não...
– Quinn, fala sério, não ta com dózinha da Rachel, não é? Você a odeia.
– Sim, sei disso, eu não gosto dela... Mas não vou me divertir se ela esta sofrendo. Finn é um idiota, eu sei o quanto ele pode fazer uma garota sofrer e não desejo isso pra ninguém, nem pra minha inimiga.
– Eu achei isso muito engraçado! A nariguda se gabava por achar que aquela rolha de poço era o melhor namorado do mundo, agora quebrou a cara.
– Lopez, se ligou para fofocar sobre o relacionamento deles, sinto muito, mas eu terei que desligar...
– Fabray, pode parar... Eu não estou te reconhecendo!
– A faculdade têm me feito muito bem, agora não tenho mais tempo para cuidar de outra vida que não seja a minha própria, e desejo o mesmo pra você. Tenha uma boa noite, Santana! - desligou o celular, sem esperar que ela dissesse tchau.
Sua mente borbulhava como um refrigerante sendo agitado, queria muito saber por dentro o que havia acontecido para que Finn e Rachel terminassem. Não tinha mais interesse algum no rapaz desde que havia se tocado de que era demais pra ele, mas sentia-se mal por ver Rachel sofrendo com sua própria ingenuidade.


Rachel dirigia a caminho de casa, ia devagar demais em comparação aos outros dias, tentando atrasar seu cronograma para não ter que ver seu apartamento tão cedo. Sentia-se cansada, então parou de dar voltas pela cidade e chegou logo em seu objetivo.
Ao abrir a porta, pisou em alguns envelopes que haviam no chão. Fechou-a, então se agaixou e pegou as cartas, jogando-as em cima da mesa. Tomou seu banho, que a cada dia ficavam mais demorados. Vestiu-se com um pijama folgado e prendeu o cabelo no salto. Fez seu chá de limão e mel, tentando descansar a voz desgastada pelo dia que teve e enquanto o degustava, leu as cartas.
Uma era de Tina, desejando coragem à amiga, pedindo para que ela ficasse bem. Outra carta era de seu tio, e também tinha uma de Brittany, que havia feito um desenho com giz de cera de Rachel sendo uma estrela na Broadway e Finn, um mendingo perdido pelas ruas da cidade. Aquilo fez seu dia melhor, então colou o desenho em sua geladeira. A sensação de bem estar não durou muito tempo... Havia uma carta que ela ainda não havia lido: aluguel. Sua cabeça doeu por alguns segundos.
Quem sempre o pagava era Finn, com o dinheiro que ganhava no Starbucks, enquanto ela cuidava de outras contas. Agora teria que arcar com tudo sozinha, e não conseguiria nunca. Sequer havia pensado nisso, eram tantas novidades ruins em sua vida que ela não conseguia ser consciente de tudo.
Tinha pouco prazo para pagar o aluguel, e menos ainda para suas contas se acumularem. Teria que dar um jeito na sua vida.
Sem pensar muito, ligou para seu melhor amigo.
– Kurt! Preciso falar com você, é muito importante...
– Sim, Rach, diga...
– Meu aluguel chegou, eu preciso pagar logo!
– Você não tem o dinheiro?
– Não tenho agora, mas nisso eu até poderia dar um jeito... Acontece que não sei como pagar todas as contas, agora que estou sem Finn.
– Pensou em alguma coisa?
– Não pensei em nada... Não faço ideia do que fazer! Kurt, eu nunca fiquei individada em toda a minha vida.
– Calma, pequena, vamos dar um jeito nisso... Já pensou em ir morar em uma república?
– Se eu fosse, seria a de Cassandra e... Acredite, eu odiaria morar lá. - bufou, lembrando de todas as vezes em que a rígida professora pegou no seu pé sem necessidade.
– E dividir o apartamento, já pensou nisso?
– Pode ser uma boa ideia, mas... Não sei, eu não conheço ninguém que more sozinho aqui em New York!
– Eu conheço, Berry! Podemos fazer um jantar... De negócios! Com essa pessoa amanhã, se quiser.
– Um jantar? Eu adoraria.
– Então está combinado!
– Espera... Não vai me dizer quem é?
– Não adiantaria, você não conhece a pessoa. Mas amanhã conhecerá, fique tranquila.
– Você sempre salva a minha vida, não é mesmo? - gargalhou, sentindo-se feliz por ter com quem contar.
– Essa é a minha obrigação, estar sempre por perto pra te ajudar.
– Muito obrigada, Hummel!
– Disponha... Barbra, vou desligar... Blaine esta me esperando para dormir. Boa noite!
– Boa noite, mande um abraço para Blaine.
Kurt desligou, então deitou-se na cama, ao lado de seu namorado.
– O que houve? - ele perguntou, curioso.
– Tive uma ideia que vai solucionar os problemas de nossas duas melhores amigas, de uma só vez.
– Kurt, elas se odeiam... Tem certeza do que esta fazendo?
– Estou tão certo como nunca estive! - sorriu, malicioso.

Rachel não dormiu direito, sua consciencia estava tão pesada que era como se ela tivesse cometido um crime. As coisas sempre estavam dentro do eixo em sua vida, era a primeira vez que algo dava errado e ela ainda não era adulta o suficiente para lidar com imprevistos da vida. Pensou em ligar para os seus pais, mas logo mudou de ideia por não querer voltar a ser dependente, havia ido longe demais para isso.



No dia seguinte, procurou esquecer dos seus problemas em NYADA. A escola era tão boa e cara... Ela não podia deixar que seus problemas pessoais atrapalhassem seu desempenho, e decidiu que não iria. O caminho até a Broadway era árduo, se não estivesse concentrada, não chegaria longe.
Perguntou algumas vezes para Kurt e Blaine sobre quem era sua possível nova colega de apartamento, mas eles se recusaram a responder, alegando que a demora para contar faria sentido no final, e ela resolveu simplesmente não desconfiar, pois já tinha coisas demais em sua cabeça. Eles eram seus melhores amigos e não a colocariam em encrenca sob hipótese alguma, então deixou que tudo ficasse nas mãos deles.
Assim que saíram da universidade, Rachel, Kurt e Blaine foram comprar algumas coisas para fazer o jantar. Fariam macarronada, algo que Barbra era ótima cozinhando.


Quinn se preparava para o jantar. Colocou um vestido vermelho, sobretudo e sapato preto. Não sabia como se vestir, já que Blaine não havia sequer dito quem era a pessoa que poderia dividir o apartamento com ela. Enquanto se maquiava, lembrava-se de todas as regras para um encontro formal. Se quisesse continuar no apartamento de Brooklyn teria que impressionar e mostrar o quanto poderia ser boa como amiga. Sua vida dependia de alguém quem ela nem sabia quem era, o prazo do aluguel estava se esgotando e isso era desesperador. Foi de carro, cantando os sucessos da banda Queen até o edifício onde seus amigos moravam, então, pediu ao porteiro para que a deixasse subir. Ele já a conhecia e lhe deixaria subir, mas tinha um estatudo para cumprir, então ligou para o casal antes de permitir que ela subisse.
– Sim, Mark... Mande-a subir! - Kurt disse ao telefone, antes de desligar.
– É uma garota? - Rachel, que estava sentada no sofá assistindo televisão se levantou.
– Sim, Berry! - Blaine respondeu - E você já vai saber quem é...
A morena ficou apreensiva, esperando de pé pela colega de quarto. Quando a campainha tocou.
– É ela! - Blaine disse - Vou atender...
Ao abrir a porta, Rachel não queria acreditar... Era Quinn Fabray, sua arqui-inimiga por toda a dolescência, a garota que atirava smoothies em seu rosto e tentava roubar seu namorado diariamente. Por um momento, chegou a pensar que tudo aquilo era uma grande pegadinha.
– Berry? - Quinn estava espantada.
– Fabray? - Rachel teve a mesma reação.
Quinn parou pos uns segundos e olhou a garota da cabeça aos pés. Seu corpo havia se desenvolvido de forma assustadora, talvez aquilo fosse culpa das aulas de dança em NYADA... Ela estava diferente, não era mais a anãzinha que a loira havia conhecido no WMHS, agora parecia uma verdadeira mulher, e tudo aquilo era impressionante para ela, e lhe causava desejo, de forma estranha mais causava.
Berry teve quase a mesma reação... Sua inimiga não havia mudado nada, apenas parecia muito mais bonita do que antes, o que ela achava que seria impossível, já que a considerava perfeita. Passou dois anos andando diariamente pelas ruas de New York sem se encontrar com ela e não imaginava que quando a encontrasse novamente lhe veria tão bonita.
– Garotas, conheçam suas novas colegas de quarto! - Kurt ironizou, divertindo-se com a situação das duas ao lado do namorado.
– Vocês só podem estar brincando... Eu não vou morar com essa garota! - a morena pegou a bolsa em cima da mesa de centro e foi em direção à porta.
– Ta com medo que eu pise em você quando morarmos juntas, anãzinha? - barrou seu caminho da porta, arrumando uma desculpa para que ela não fosse embora. Poderia não gostar de Rachel, mas precisava muito manter seu apartamento.
– Pelo contrário... Estou com medo de pisar em alguns dos seus filhinhos. - piscou, maliciosa.
– Garotas, será que da pra pararem? - Blaine puxou Rachel, com medo de que as duas se agredissem.
– Será que da pra você parar, Warbler? - a judia gritou - De onde tirou a ideia de que eu poderia morar com ela?
Kurt assistia tudo aquilo e ficou irritado com a rivalidade entre as duas.
– Calem a boca, vocês todos! - gritou, fazendo com que todo o apartamento aquietasse. - Sentem-se, Rachel e Quinn!
As duas sentaram, assustadas com a reação totalmente inesperada do amigo. Procuraram ficar longes uma da outra, mas Quinn conseguia sentir o cheiro da morena mesmo de longe, e achou-o estonteante.
– Olhem para mim. - sentou na frente das duas - Quinn, você precisa pagar o aluguel do apartamento e Rachel, você precisa de um companheiro de quarto em New York. Vocês tem apenas alguns dias para resolverem os seus problemas e só uma pode resolver o problema da outra. Meninas, vocês querem voltar para Ohio, aquele inferno de cidade onde vocês duas terão que se suportar da mesma maneira, sendo envergonhadas pelo fato de não terem terminado a faculdade?
– Não. - as duas responderam em coro.
– Então vocês terão que levar isso a sério e superar essa briga idiota que já deveria ter acabado à muito tempo. - alegou.
– Briga idiota? Quinn inventada apelidos para mim e os escrevia nos muros do Mckinley, ela jogava raspadinha em mim todos os dias, ela fazia planos pra roubar meu namorado e você quer mesmo que eu ache isso uma briga idiota?
– Na verdade, você roubou meu namorado... - Quinn interviu.
– Rachel, ela fez as mesmas coisas comigo, me diminuindo todos os dias... Mas ela mudou! A antiga Fabray não existe mais, conforme-se!
– Não existe? Então porque ela acabou de me ofender?
– Porque essa briga se tornou pessoal... - Blaine sentou-se ao lado de Kurt.
– É o seguinte, vocês não precisam se suportrar, não precisam ser grandes amigas ou algo assim... Mas se querem ter um futuro aqui nessa cidade, terão que ter respeito uma com a outra.
– Rachel... Podemos morar juntas se você quiser. - Fabray disse, surpreendendo a todos e sorrindo para à morena.
– Só esta falando isso porque precisa de mim para pagar o seu aluguel... - a morena bufou.
– E você precisa do meu apartamento para morar... Acho que não sou a única com interesses em jogo. Eu não quero ser despejada e você não quer ser uma sem-teto.
– Prefiro ser uma sem-teto do que morar no Brooklyn! - mexeu no cabelo, orgulhosa.
– Não se preocupe, Berry, o apartamento tem muito espaço, seu nariz entra e sai com tranquilidade... - replicou.
– Céus, como vocês são infantis! - expressou Kurt.
– Façamos o seguinte... Amanhã eu e Kurt levaremos Rachel ao Brooklyn, ela conhecerá o apartamento, e então deixamos nas mãos de vocês. - Blaine explicou.
– Por mim tudo bem. - Quinn apressou-se em dizer.
Os três fitaram Rachel, curiosos pela resposta que ela daria. A morena respirou fundo, sem acreditar na resposta que daria.
– Esta tudo bem pra mim também... - abaixou a cabeça, dando um suspiro.
– Isso! - Hummel gritou, animado. - Vamos jantar, vou abrir uma garrafa de vinho em comemoração.
Rachel e Quinn não estavam animadas, pelo contrário, estavam totalmente despreparadas para uma nova vida juntas. O jantar foi silencioso. Blaine e o namorado bem que tentaram animá-lo, mas as garotas só respondiam o que lhes era perguntado, e não conversavam entre si em momento algum. Aquilo era constrangedor. E para elas também, por estarem com o pensamento uma na outra e ao mesmo tempo permanecerem distantes.


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Notas finais do capítulo

Bem, leitores, essa foi a primeira cena faberry da história, a primeira de muitas, já que elas são nossas protagonistas, claro! Como podem ver, as garotas têm uma grande barreira que as impedem de ter um bom relacionamento, mas há muita coisa pra acontecer... E eu conto com vocês pra em acompanharem! A fanfic toma seu rumo agora, e eu peço para que fiquem comigo acompanhando tudo isso. Obrigada!