Passou-se dois dias desde sua última briga e a relação delas ia de mal a pior. A dupla que antes conversava por horas a fio agora só se falavam para dar os comprimentos e perguntas coisas que eram realmente necessárias. Quinn tentou se reaproximar durante esse tempo, mas Rachel não saia da defensiva, evitando qualquer tipo de contato. Esse era um modo que ela arrumou para não sofrer, já que realmente achava que estava sentindo algo pela loira irresistível que morava junto dela.
Rachel vinha se concentrando no Vocal Gold. Estava substituindo uma das solistas que se ausentou devido a uma turnê por todo os Estados Unidos com seu grupo de dança, e vinha dando cada vez mais sugestões para Lotta, que a adotou como sua nova Cinderella do mundo de NYADA, o que lhe deixava mais feliz lá. Mas em casa, ela andava de cabeça baixa para não olhar nos olhos de Quinn.
Antes do desentendimento, combinaram com Kurt e Blaine de realizarem uma noite com filmes e um jantar especial, feito por Quinn Fabray. Como Rachel não queria ter que dar um motivo ao casal por desmarcar o jantar em cima da hora e Quinn achava essa uma forma de se reaproximar da morena, não cancelaram nada. Assim que chegou a noite da ocasião, ambas esperavam vestindo vestidos de inverno e com toda a comida preparada. 
- Quinn! Estava morrendo de saudades de você! - Blaine celebrou ao ver a amiga com quem não falava a um tempo. Não fazia nem uma semana que eles nãos e viam, mas pela intimidade que tinham e o modo como se identificavam um com o outro, um dia longe parecia um mês.
- Olá, querido! Senti saudades suas também. - o puxou para um abraço apertado.
- Trouxemos taças de creme de morango para a sobremesa! - Kurt chegou atrás, carregando uma bandeja com o conteúdo em cima. - É incrível como alguns namorados não te ajudam a carregar as coisas, não é? - provocou o moreno, que logo apanhou a bandeja de sua mão, como um pedido de desculpas pela distração.
- Kurt! - a morena apareceu do quarto e correu para abraçar o melhor amigo.
- Rach... - segurou-a pelos ombros - Hm, esta mais bonita hoje! - disse, enquanto entrava na casa dela.
- Sei disso, acho que é pelo meu cabelo. - comentou, mexendo em suas mechas com orgulho.
- Entrem! Entrem! - Quinn pediu.
Ao entrarem, abriram uma garrafa de vinho e começaram a beber lentamente, com cuidado para não se embreagarem. Conversaram sobre diversos assuntos, Rachel continuava dificultando afeto com Quinn e os garotos repararam isso, eles conheciam suas garotas.
Quando foram pra mesa, a morena fez questão de se sentar entre Kurt e Blaine, para ficar o mais longe possível da colega. Aquilo havia lhe entregado totalmente, já que era algo que ela nunca faria em sã consciência.
- Fico feliz vendo que vocês manteram a amizade que formaram até agora. - Blaine comentou sem pensar, fazendo a  mesa toda ficar em silêncio.
Eles sabiam que o clima não era dos melhores, na verdade, o casal gay estava arrependido de ter ido até lá, e o moreno teve a intenção de ser totalmente provocativo. Rachel riu ironicamente, abaixando a cabeça, então largou os talheres que segurava no prato, causando um barulho que ipermeou o cérebro de Quinn, que estava amedrontada com a reação que ela poderia ter.
- Eu também fico... É claro que não estamos totalmente acostumadas uma com a outra. Por exemplo, eu odeio o fato da Quinn magoar a todos que tentam se aproximar dela, mas convivo com isso porque sou uma boa colega de apartamento. - cruzou os braços.
O casal não sabia bem o que fazer, a morena estava desafiando sua colega e eles não queriam ter que presenciar uma conversa que era melhor elas terem sozinhas. Quinn não aguentava mais a ideia de ter que sempre correr atrás de Rachel, e não suportaria aquilo na frente de seus amigos, humilhação é algo que ela não engoliria calada.
- E eu odeio o fato da Rachel ser tão mimada e se achar o centro do universo, mas sou uma colega de apartamento maravilhosa! - sorriu em contrapartida.
Rachel se admirou com o que ela disse, não esperava uma resposta, só queria provocá-la para lhe torturar mais um pouco por ter lhe dispensado.
- Pois prefiro ser mimada do que afastar todo mundo que tenta contato comigo. - levantou-se da mesa, correndo até o seu quarto.
- Berry, isso não acabou! - a loira se levantou também, indo atrás dela e batendo a porta do quarto, mantendo apenas as duas ali.
- Vai embora do meu quarto. - gritou, desorientada.
- Que merda, Berry! Por Deus, pare de se comportar como uma adolescente mimada, sua juventude já passou! Não estamos mais em Lima, seu pais moram longe de você agora, aqui não é  velho mundo onde você choramingava para Mr Schue cada vez que não conseguia os solos que queria. Chega, garota, chega! - gritou de volta.
Quando seus olhos encontraram novamente os dela, pode vê-la chorando. Seu coração se partiu em mil pedaços, aquilo foi tão dolorido como se um prédio fosse contra o seu corpo.
- Você não entende, Fabray, você nunca vai entender. 
- Então me explique! - lhe cobrou.
- Você não merece explicações, porque você vai compreender que a minha tristeza não é por ter levado um fora de Quinn Fabray e sim porque eu esperava algo de nós, eu acreditei em você. - limpou as lágrimas que caiam sobre seu rosto.
- Rach, eu não queria... - chegou perto dela, posicionando sua mão perto de seu rosto.
- Não! - disse alto - Não toque em mim, não vou deixar que você me magoe de novo. Vá procurar as prostitutas com quem você costuma sair! - empurrou sua mão.
- Vamos tentar conversar, vamos concertar isso. - lhe convidou.
- Eu recuso o seu convite. Sei com vai funcionar, eu já fui iludida antes. Você vai dizer coisas pra tentar me convencer e eu vou cair como uma patinha, porque lá no fundo eu tenho esperança de que as coisas possam dar certo. Mas vai ser só mais uma de suas mentiras, e eu vou acabar isso pior do que estou agora.
- Não é isso, eu nunca te magoaria, não de propósito!
- Pare com isso, Quinn! Eu esto tentando criar defesas contra você para não me iludir e não está me ajudando, então por favor, fique longe de mim. Você é só mais uma quebradora de corações! - se afastou de seu corpo, pegando a chave de seu carro que estava em cima de uma cabeceira e saiu do apartamento as pressas.

Rachel Berry dirigia em alta velocidade, mas ainda assim tomava todo o cuidado que podia, para evitar que algo maior acontecesse. Seus olhos lacrimejados embaçavam a visão da estrada, e mesmo assim ela se mantia obediente. Ouvia Barbra Streisand, o que não era uma novidade e pensava sobre como o amor podia ser complicado. Em sua cabeça, Finn seria sua primeira e última decepção amorosa, mas Quinn apareceu, e fez o amor parecer mais doloroso ainda. A judia não queria estar apaixonada por uma garota, mas era o que estava acontecendo e ela se dispôs a entregar-se totalmente a isso. Fabray não conseguia entender que só por aceitar a si mesma como bissexual Rachel já estava sendo uma heroína e oferecendo-lhe uma prova de amor. 
Seus pensamentos voavam no decorrer que o tempo passava, ela não tinha rumo algum, queria apenas espairecer e voltar para casa melhor do que quando saiu. Todo o seu raciocínio foi ntrrompido brutalmente por um carro que vinha de lone, mas parecia não ter um lugar pra chegar. Tentou desviar, e foi impedida pela sua vulnerabilidade do momento, a garota simplesmente entrou em choque e não conseguiu ter qualquer reação. Com a força de um carro desgovernado e a incompetência de Rachel, houve-se um grande impacto.