Quando abriu os olhos, não imaginou ver que estava deitado sobre uma areia branca e fofa. O mar quebrava lentamente na praia. Ele se sentou e estava usando uma blusa de seda branca como uma túnica élfica, uma calça também branca e estava descalço. Ele olhou para o seu lado e viu Saphira. Ele não conseguiu tocar a sua mente, mas ela logo abriu os olhos e levantou o pescoço.

–Tudo bem? – ele perguntou.

–Estou. Nós morremos, não é? Aqui é o céu como vocês chamam? – ele se assustou ao contatar que ela falava mesmo, não através da mente.

–Você pode falar...

–Acho que sim. – ela olhou para si mesma e balançou a cabeça. – Estou mesmo usando a boca para falar, mas por quê?

–Eu não sei. – ele se levantou.

Ele olhou ao seu redor. Era estranho se sentir calmo. Então quando menos notou uma luz iluminou tudo e a figura de um grande dragão branco espectral apareceu em frente á eles. Era maior que Glaedr ou Shruikan, e tinha uma aura poderosa emanando dele.

Eragon e Saphira. A voz do dragão ecoou pela praia como um trovão.

Eragon se ajoelhou e Saphira abaixou a cabeça respeitosamente.

Eu sou o espírito de Umaroth, o dragão de Vrael, líder dos Cavaleiros de dragão antes da nossa queda.

–É uma honra falar contigo. – Saphira disse admirada.

Eu que me sinto honrado. Há tempos queremos conhecê-los.

–Queremos? Há mais aqui?

Aqui é apenas um lugar entre a vida e a morte real. Nós, todos os dragões estamos sim mortos, mas nossa essência não pode morrer. Enquanto o mundo se lembrar de nós estaremos vivos. Eu estou aqui, usando toda a força que eu possuo e de todos que caíram nas mãos de Galbatorix para falar com vocês. Glaedr já deve ter falado para você Saphira sobre os Eldunarí.

–Sim, ele falou. Eu me lembro, o coração dos corações.

–O que? – Eragon perguntou.

Algo que é nosso maior segredo. Eu aprecio a coragem dos dois pelo feito, planejar a própria morte foi algo difícil. Mas tudo vai se resolver, eu consigo ver que vocês são mesmo os únicos que irão vencê-lo.

–E como faremos isso? Você nos dará a sua força? – Eragon perguntou.

Não, eu lhes darei todo o conhecimento que se foi perdido com os dragões. Vocês devem vencer Galbatorix com a nossa sabedoria.

–Mas... Se apenas a sabedoria fosse necessária, Oromis e Glaedr estariam nos ajudando. – disse Saphira.

Eles estão ajudando. Oromis entrou na luta ao perceber que os dois se foram.

–Mas nós morremos mesmo? – Eragon perguntou.

Estão no intermédio para a morte, por isso eu ainda posso ajudá-los á voltar. Devem ir logo, mas da próxima vez, nos veremos do outro lado dos portões e não haverá volta.

–Espero que isso demore bastante. – Eragon tentou olhas atrás do dragão tentando ver os portões que ele falava.

Sim, não será em um futuro próximo.

O dragão rugiu com um coro de outros rugidos e Eragon e Saphira sentiram uma rajada de poder invadir os dois. Tanto poder que tinham medo de explodir. A mente deles foram inundadas de conhecimentos de dragões e seus Cavaleiros, assim como imagens, cheiros, sons e sentimentos. Então eles sentiram como se estivessem ficando pesados e começaram a afundar na areia.

–Espere! E o Eldunarí poderá nos ajudar á derrotar Galbatorix? – Saphira perguntou.

Não, mas poderá ajudar á encontrá-los. Você não é a última, deixe que seu coração á guie.

Então os dois, num piscar de olhos voltaram a seus corpos.