O sábado começou cedo, até mesmo o sol já estava presente nas primeiras horas da manhã. Harry estava disposto a ficar na cama até a hora do almoço como sempre fazia aos sábados, porém Ginny não deixaria isso acontecer, não hoje.

—Harry James Potter! Gritou Ginny ao sair do banho e ver que o noivo ainda estava na cama. –Você quer que Hermione nos mate?

—Ainda é cedo! Ele respondeu com a voz abafada pelo travesseiro. –Você é o principal da festa, não eu.

Ginny bufou começando a ficar irritada, andou até a cama e puxou as cobertas, derrubando Harry da cama.

—Você tem dez minutos para tomar banho, se arrumar e descer para tomar café. Ela disse saindo do quarto. –E a roupa que você deve usar está separada em cima da poltrona!

Harry levantou do chão irritado, entrou no banho, fez a barba, vestiu a roupa que Ginny deixou separada e desceu mal humorado para tomar café. Ginny e Lily já estavam na mesa, apenas esperando ele para começarem a refeição.

—Por que esse mal humor, Harry? Lily perguntou ao ver o filho cortando o pão com força demais. –Meu prato não tem culpa!

—Alguém não quis acordar. Ginny respondeu sem esconder o riso por tê-lo derrubado da cama.

—Eu vou lembrar disso quando você me pedir para comprar comida no meio da noite ou te acompanhar naquelas aulas chatas sobre partos e cuidados de bebês! Ele disse bravo.

—Harry James Potter! Sua mãe o repreendeu. –Não foi essa a educação que eu lhe dei! Não fale com Ginny desse jeito nunca mais!

—Desculpa. Harry se desculpou, não deveria ter falado daquele jeito com Ginny. –Foi uma semana estressante, só isso. Ele se referia ao repouso forçado de Ginny e a aparição de Cho.

—Agora você já sabe do que sou capaz de fazer quando você não me obedecer. Ginny brincou, entendendo o mal humor dele.

Logo após o café da manhã, Harry deixou sua mãe e noiva na casa de Hermione, voltaria mais tarde para buscar Ron, pois antes precisava fazer algo ou não iria aproveitar esse importante dia.

—Harry? Cho ficou surpresa ao vê-lo na recepção do hotel em que estava hospedada.

—Eu vim te entregar isso. Harry não estava confortável naquela situação, queria ir embora o quanto antes. –Pode vender o apartamento, eu não me importo, faça o que quiser com ele!

—Tudo bem, podemos conversar sobre isso? Ela perguntou, as pessoas passavam e podiam escutar a conversa deles. –Podemos subir ou...

—Não, eu preciso voltar e ajudar a arrumar o chá de bebê dos meus filhos. Ele respondeu apressadamente. –Só precisava entregar isso a você, pois quero começar essa nova parte da minha vida sem nenhuma interferência do meu passado.

—Então é isso? Cho aceitou o envelope, não iria chorar desta vez na frente dele, já havia chorado demais e de nada adiantou. –É assim que nos despedimos um da vida do outro?

—Sim. Harry estendeu a mão para um aperto, feliz por estarem fazendo isso como adultos, deixando as magoas para trás. –Espero que tenha uma boa vida, Cho.

—Você também, Harry. Ela apertou sua mão, era a melhor despedida que poderiam ter depois de tudo que viveram.

Um peso enorme foi tirado de Harry, agora seu passado estava no passado, sua história com Cho e qualquer coisa que ainda o prendia no Japão estavam com um ponto final.

—Aí está você! Disse Ron ao ver Harry entrando em sua casa. –Onde você estava?

—Resolvendo uns problemas. Ele respondeu com um sorriso aliviado no rosto. –Sobrou bexiga para eu encher ou você já arrumou tudo?

—Não, Hermione me expulsou da cama faz pouco tempo. Ron entregou várias bexigas para o cunhado. –Tem muita coisa para fazer!

O resto da manhã e parte da tarde, eles ficaram só arrumando os últimos detalhes da decoração, Hermione estava no comando e não deixava que ninguém fizesse de outro modo diferente do qual ela queria. Luna, Neville e os meninos, assim como Teddy e Emma apareceram um pouco antes da festa para ajudar.

—O que iremos fazer? Teddy perguntou se jogando no sofá para descansar um pouco. –Aguentar toda essa loucura e Hermione mandando em nós a tarde inteira?

—Não! Ron respondeu rapidamente. –Hermione é minha esposa e estou acostumado com ela mandando em tudo, mas nunca a vi desse jeito! Precisamos sair daqui!

—Vocês vão ficar aqui ou ajudar Neville a cuidar dos meninos? Ginny sentou ao lado de Harry no sofá. –Aceitem o meu conselho e vão cuidar das crianças! Hermione está impossível!

—Cuidar de crianças? Teddy não ficou muito animado. –Achei que iriamos para algum pub e beber a tarde toda.

—Vocês irão fazer isso semana que vem, na despedida de solteiro do Harry. Emma lembrou o marido. –Será legal ficar com os meninos, Teddy.

—Despedida de solteiro? Ginny não sabia que Harry teria isso.

—É, todo homem deve ter uma! Teddy respondeu feliz com a menção da festa, mas recebeu um olhar reprovador da esposa. –Não será nada demais, Emma, apenas iremos sair e beber, assim como fizemos na minha despedida de solteiro.

—Espero que sim, pois não quero daqui um tempo uma criança aparecendo na nossa porta dizendo que é seu filho! Ela brincou fazendo todos rirem, mas o riso encerrou quando Hermione apareceu na sala. –Só estávamos descansando!

—Certo. Hermione sentou ao lado de Ron, demonstrava estar cansada demais. –Preciso descansar um pouco também, antes que tudo comece.

Houve pouco tempo de descanso, logo os convidados chegaram e a festa começou. Os homens aceitaram a sugestão e foram ajudar Neville a cuidar dos meninos, levaram as crianças para brincar no Greenwich Park, o mesmo parque que Harry levou Ginny na noite em que ela conheceu sua família.

Orgulhoso da sua mais nova aquisição, Harry fez questão de levar Ron e Teddy no seu novo carro, uma minivan típica para grandes famílias e perfeita crianças pequenas e suas enormes bagagens, muito parecida com a que Neville e Luna tinham para carregar seus filhos.

—Esse carro não é horrível comparado ao lindo Bentley que você tinha, Harry! Teddy disse olhando torto para o interior do carro. –Isso não é nada mais que um carro enorme e feio!

—Tem bastante espaço aqui atrás. Ron estava adorando o espaço que tinha para esticar suas pernas no banco de trás. –Talvez eu precise comprar um logo e olha esses bancos, isso é couro?

—Esse foi o motivo pelo qual eu comprei. Harry sorriu satisfeito pela compra. –Esses bancos são especiais, se sujar é fácil de limpar... Por que você irá precisar comprar um, Ron?

—Bem... Ron ficou sem jeito de dizer, mas por fim disse orgulhoso do próximo passo que ele e Hermione estavam planejando. –Hermione e eu estamos tentando ter um bebê.

—Isso é ótimo, Ron! Harry o parabenizou. –Espero que aconteça logo, assim nossos filhos irão crescer juntos, assim como eu e Teddy! Não é legal, Teddy?

—É. Teddy respondeu não tanto animado como eles. –Estou perdendo meus amigos, estão todos ficando responsáveis e tendo filhos...

—Logo será você, Teddy! Ron riu da lamentação do amigo. –Ou você acha que Emma irá querer aquela enorme casa que vocês moram vazia? Não irá demorar muito e você estará dirigindo todo bobo um carro feio e grande como esse com crianças chorando e estragando tudo!

—Eu irei rir muito quando esse dia chegar! Harry o provocou. –E só para deixar claro, eu ainda tenho o Bentley, esse carro irá ficar para Ginny, será o meu presente de casamento para ela. Assim ela e minha mãe irão parar de implicar com o meu carro.

—Bom plano! Disse Ron e Teddy concordou. –Talvez eu possa fazer o mesmo com Hermione.

Logo que chegaram ao parque, os meninos quiseram jogar bola. Teddy, Ron e Harry formaram um time e Thomas, Ethan e Archie o outro. Neville ficou apenas olhando enquanto cuidava do pequeno Louis, também queria um momento para descansar.

Eles passaram a tarde toda brincando no parque, os meninos pareciam estar nada cansados, enquanto os adultos estavam totalmente sem energia para mais nada. Era hora de ir embora, o pequeno Louis estava cansado e precisava de fraudas limpas. Enquanto todos procuravam um jeito de guardar tudo que trouxeram de volta no carro, Harry aproveitou para ir até o Observatório Real.

No caminho encontrou o senhor Jones, vigia do parque e seu amigo há anos. Ficou conversando e atualizando o senhor das novidades, não se prolongou muito, ainda tinha que ir ao observatório. Chegando ao observatório, Harry teve uma linda visão do rio Tâmisa e ao fundo o por do sol.

—Olá, pai. Ele começou a falar o que pretendia. –A última vez que estive aqui eu lhe apresentei uma bela mulher lembra? Então, eu irei me casar com ela semana que vem e a proposito, você será avô. Sim, seus netos podem chegar a qualquer momento. Theo William Potter, William é em homenagem ao irmão de Ginny. E Nathan James Potter, James é em homenagem a você, pai.

Harry parou de falar e ficou observando o momento em que o sol se encontrou com o rio, deixando o rio alaranjado, da mesma cor que o sol, formando uma das coisas mais belas que ele já havia visto.

—Desculpe não vir aqui com tanta frequência, mas tudo aconteceu tão rápido e... Não, eu não estou reclamando. Eu estou feliz, pai. Eu realmente estou feliz com a minha vida e com a família que eu estou formando. Queria que você estivesse aqui para conhecer a mulher incrível que eu irei me casar, Ginny é ruiva assim como a mamãe, então acho que temos algo com ruivas. E queria que você estivesse aqui para conhecer seus netos e traze-los ao parque para jogar bola, assim como fazíamos. Harry olhou no relógio e viu o quanto estava atrasado. –Desculpa, pai, mas eu tenho que ir. Prometi a Ginny que ficaria pelo menos cinco minutos no chá de bebê. Da próxima vez, eu irei voltar com os seus netos, tudo bem? Até mais, pai.

O chá de bebê não poderia ter sido mais animado e perfeito, Ginny ganhou vários presentes, presentes esses que muitos ela não sabia qual era a sua utilidade. Mas sua mãe, Lily e todas as mulheres da festa que tinham filhos diziam o quanto tudo que havia ganhado seria útil. No final da festa, quando a maioria dos convidados já estavam indo embora e os homens chegaram com as crianças, Sirius apareceu.

—Cheguei muito tarde? Sirius perguntou ao cumprimentar todos, em especial Ginny lhe entregando um embrulho. –Não poderia aparecer sem presentes para os meus...

—Netos. Harry completou. –Os meninos irão te chamar de vô, se você quiser, é claro.

—Será um prazer ser chamado de vô por esses lindos meninos. Sirius sorriu feliz, Harry era seu afilhado e o mais próximo que tinha de filho.

—Fraudas. Ginny abriu o embrulho de Sirius. –Obrigada, você acertou no presente! Agora só espere até ter que trocar essas fraudas!

—Serei um avô participativo, terei todo tempo do mundo para trocar fraudas, leva-los para andar de moto...

—E como fará isso se nunca está aqui? Lily perguntou curiosa. –Acabei de me aposentar, terei todo o tempo para cuidar dos meus netos.

—Bem, eu fiz o mesmo. Ele riu do espanto e surpresa de todos. –Estou velho, já era hora de eu parar. Agora irei ficar em casa cuidado dos meus netos!

—Então teremos que dividir, pois eu também quero cuidar muito dos meus netos! Molly sorriu. –Não é, Arthur?

—Sim. Arthur concordou. –Alguém para cuidar não irá faltar!

—Quero ver toda essa disposição se eu ligar no meio da noite pedindo ajuda porque os meninos não param de chorar. Harry brincou, feliz por ver o quanto seus filhos já eram amados por todos antes mesmo de nascerem.

Assim que a festa oficialmente acabou, todos ficaram para ajudar Hermione com a limpeza e arrumar a casa. Ginny e Harry agradeceram muito à amiga, pois não poderia ter ficado melhor. Com certeza, esse seria um dia que no futuro seria lembrado como um dia repleto de felicidade.