X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 17
Sismos


Notas iniciais do capítulo

OE OE OE :D Não me lembro muito bem do que tem nesse capítulo, porque, como eu já expliquei, ele era originalmente parte do anterior. Eu os separei para ficar mais simples pra vocês. Só lembro que tem uma informação crucial nesse capítulo, que vocês vão estranhar bastante. MAAAAAAAAAAS lembrem-se de que tudo sempre acaba bem :D UHEUHEUEHE (ou não)! Beeeeeeijos! E boa leitura!



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- Eu e os outros X-Men entramos no jato assim que percebemos que algo estava fora do comum... Olhe essas fotos... – Disse Charles, tirando do bolso várias fotos do que antes costumava ser aquela campina.

A foto não mostrava nada. Justamente isso: Nada.

- Tudo, num raio de dez quilômetros, foi dizimado... Nós conseguimos escapar a tempo de tirar as fotos... E por sorte não havia cidades por perto. Depois de algumas horas, voltamos ao local e encontramos você deitada no chão, aparentemente bem. Trouxemos você pra cá. – Explicou Charles, mostrando pontos escuros na foto: Tudo consumido pelo fogo, pelo poder...

- Eu... Eu não fiz isso... – Disse Alice, recuando ao observar as imagens.

- Sim. Foi você. E... bem... Existe uma organização chamada ESPADA. Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Alienígena. Eles perceberam o que aconteceu. Conversei com Abigail Brand, que dirige essa instituição. Você infringiu todas as Leis Intergaláticas. Eles querem levar você presa... Por tempo indeterminado. Na base deles, que fica no espaço sideral. E eu juro Alice, que se houver algo para ser feito e tirar você de lá, eu vou fazer. Nós vamos fazer. Você sempre será uma de nós, aconteça o que acontecer.

Alice encarou Charles durante longos segundos, entendo o que ele queria dizer. As coisas não estavam mais nas mãos de Utopia. Agora, uma agência queria levá-la presa. E o que era pior... Alice sabia que eles tinham razão em querer levá-la. Afinal, ela pusera em sério risco toda a humanidade e mais além. Ela não tinha outra escolha. Teria de se entregar, mesmo porque não adiantava fugir.

- Abigail está no quarto andar. Você tem quatro horas para se despedir de todos... E... eles vão acompanhar seu quadro clínico com detalhes. Vão acompanhar as transformações sofridas por você e por seus poderes. Eles vão estudar melhor o que aconteceu com você, e eu vou visitá-la sempre que puder... Uma vez X-Men, sempre X-Men. Eu... acho que é só. Encontre-me lá embaixo, Alice.

E Charles fez menção de abraçá-la. No entanto, Alice recuou. Ela caminhou em direção à janela da enfermaria, observando o vasto mar à sua frente. A imensidão azul, ondulando suavemente num dia que tinha tudo para ser comum. Uma imensidão que, por um descuido de Alice, poderia ter desvanecido em chamas...

Então, com as mãos trêmulas tocando as persianas da janela, ela observou Erik. Ele mordia um lábio, e seus olhos profundos revelavam preocupação e temor. Ele parecia querer ir até Alice, mas algo o impedia. E ela olhou para Charles. O Professor tinha a expressão comedida, como se quisesse ter o poder de mudar a situação. Era uma expressão de lamento, de impotência...

E Alice deixou que mais lágrimas a traíssem. Ela sentiu uma por uma escorrer pelas suas maçãs do rosto, e era como renovar o choque da realidade que ela vivia.

- Eu... Eu fiz isso! – Ela dizia, como se precisasse de mais confirmações. – Eu fiz isso...

E ela começou a chorar incessantamente. Entre lágrimas e soluços, ela chorava, levando às mãos à cabeça num gesto de desespero. Ela esperara tanto o fim da batalha... Achara que, com isso, teria paz e calmaria. Ledo engano... Tudo piorara desde então, e o peso de todas as consequências de seus atos pareciam cair sobre ela... E tudo o que ela enxergava para seu futuro eram grades de uma prisão.

E Alice berrava:

- Eu fiz isso!

E algo inesperado aconteceu. Conforme Alice chorava, a energia de Utopia vacilou. As luzes da sala oscilaram perigosamente, acendendo e apagando inconstantemente, à medida que Alice gritava. Faíscas saíam das luzes, e os monitores médicos também oscilavam, totalmente desregulados. A expressão de Charles se agravou, e ele olhou significativamente para Erik. Todos ali tinham percebido o que tinha acontecido, de modo que explicações não se faziam necessárias.

Alice, ao atingir aquele nível extremo de poder, abrindo mão do controle que sempre tivera, agora não tinha mais estabilidade sobre seus poderes. Depois de ter deixado seus próprios poderes controlarem-na, agora ela os tinha totalmente instáveis e imprevisíveis. Era impossível prever quando ou como os poderes dela oscilariam, o que só a tornava ainda mais ameaçadora e perigosa.

Não poderia ser intervenção da Fênix, porque esta fora destruída na batalha. Ora, a Fênix era invencível. No entanto, tinha sido destruída e provavelmente estava muito longe, apenas esperando a hora certa para voltar e atacar novamente. E isso levaria tempo... Os X-Men, na batalha, não encontraram vestígios da Fênix, e Charles sabia que ela não tentaria mais nenhuma invasão mental. Isso só piorava as coisas para Alice. Ela surtara por causa dos próprios erros. E o que antes diferenciava Alice da Fênix – que era seu autocontrole -, não diferenciava mais nada. Alice estava instável, imprevisível, tal como sua inimiga fora um dia.

Atendendo ao olhar específico de Charles, Erik correra ate Alice, novamente abraçando-a e tentando fazê-la se acalmar. E a cena era triste... Alice com o rosto enterrado no peito de Erik, chorando desesperada. A expressão de lamento do Professor. E a expressão de Erik, atormentada, desejando fazer o impossível para tomar as dores da amada...

- Eu prometo. Nada de ruim vai te acontecer... – Disse Erik, acariciando os cabelos de Alice. Ele queria, na verdade, era ter forças para acreditar na própria promessa que fazia.

Uma hora depois, Alice foi se despedir dos X-Men e de Utopia. Erik tentara fazê-la desistir de se entregar, mas ela sabia que precisava ser presa. Afinal, ela cometera o ato pelo qual estava sendo acusada. Precisava pagar por isso. E outra, depois da pequena demonstração de descontrole que tivera, ela sabia que ficar perto dos outros mutantes não seria seguro para eles. A ideia de deixar outros inocentes em perigo a torturava.

Assim, todos estavam reunidos no saguão principal de Utopia. Alice obrigou-se a não chorar, porque com cada X-Men ali presente, ela tivera momentos únicos e especiais. Ela se despediu de Scott, Kitty, Kurt, Vampira, e todos os outros. Abraçou-os fortemente, agradecendo por tudo.

Despediu-se até mesmo de Charles, que ela ali encontrou novamente. Alice abraçou-o como abraçaria a um pai de verdade, e um flashback percorreu sua memória... Um flashback desde o momento em que o encontrara no aeroporto, totalmente perdida; até aquela despedida, com Charles chamando a atenção dela porque ela se descontrolara. Charles sempre esteve ali, nos melhores e piores momentos, observando-a, ensinando-a, amparando-a... Sendo um verdadeiro professor e pai. As lições que ele lhe ensinara nunca a deixariam, e cada palavra de inspiração e fé, ficariam gravadas na alma de Alice junto com os olhos compreensíveis do Professor. A imagem que ela guardaria dele era essa... Sua disposição para ajudar os outros, e para ensinar todos a terem fé no que acreditam.

- Você nos salvou. E é isso o que importa pra nós. – Comentou Scott, e Alice fez a pergunta que sempre tivera vontade.

- Obrigada, Scott... Mas... Me responde uma coisa. Qual é a cor de seus olhos? – Alice riu, sem jeito.

- Azuis. – Comentou Scott, rindo. E abraçou-a novamente. – Volte pra nós, aqui em Utopia. Estaremos esperando.

E Alice sentiu seus dutos lacrimais arderem novamente. Ela engoliu o choro e acenou para todos. Segundo Charles, Abigail esperava na entrada de Utopia.

E faltava a última missão de Alice. A mais difícil até aquele momento. A missão que mais lhe causaria dor e desalento. Erik a aguardava no canto, longe de todos. Remexia a mão agitadamente, e não fitava ninguém especial. Parecia deslocado, absorto em pensamentos. E a missão de Alice era essa: Despedir-se de Erik Magnus Lehnsherr. Seu Erik, seu protetor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Coerente? A Alice agiu bem? Quero saber *-*