–Bem... Aconteceu tudo muito rápido.

Ele abaixou a cabeça e colocou-a entre suas mãos

–Riley! Pare de me enrolar e conte logo! - eu soquei a lateral da maca.

–Quando a Loira levantou os punhos para te acertar, a primeira coisa que eu pensei foi em impedi-la. Mas quando corri pra para-la, foi tarde de mais. - seus olhos já estavam empoçados. Ela lutava contra elas, mas não conseguiu. - Ela te acertou em cheio, e te lançou contra a pilastra que havia ali. O impacto do teu corpo contra o chão foi tão espantoso e tão absurdo que você arrecadou várias fraturas pelo corpo. - Ele já estava em lágrimas e sua voz falhava a cada palavra. - Seus braços estão roxos, por causa do soco que aquela vadia te deu.

Olhei meus braços e vi que estavam totalmente roxos. Aquilo doía. Muito, mas não quis dizer para Riley. Ele continuou.

–Você torceu o tornozelo, fraturou a tíbia e cortou a cabeça. Meu amor, me desculpe por não ter te protegido. Eu sinto muito! - ele chorava mais que antes.

Eu estava em choque! Aquela desgraçada fez tudo isso comigo? E ainda Riley quer levar a culpa? Nem fodendo.

–Ei! Não chore! Não foi sua culpa querido! Não foi! Não se culpe por nada pelo amor de Deus! Venha aqui.

Ele se levantou e ficou perto de mim. Com dificuldade, levantei meu braço direito e o puxei para perto. Ele me beijou.

–Eu te amo. A culpa não foi sua! Não foi! Não se culpe por nada por favor!!

–Tudo bem... - ele beijou mais uma vez. - Eu amo você mais que tudo.

Ele passou a mão por cima da minha barriga e lembrei do nosso filho.

–Ri. Ri?

–Sim?

–E o... o nosso filho? Ele está bem?

Riley me fitara. Naquele momento, a tristeza tomou conta de mim. Lágrimas começaram a sair. Meu bebê. Ele se fora?

–Me diga! Ande! - eu o apressava.

–O médico não me disse nada.

–Então pergunte! Vá chamá-lo!!

–Mel, eu não sei se é uma boa ideia!

–Eu preciso saber se meu filho está vivo.

Procurei pela campainha e avistei-a perto de um pequeno criado mudo no meu lado esquerdo. Apertei-o sem pensar duas vezes.

–O que fez? - Riley indagou-me

–Chamei a enfermeira! E cale-se! Não quero que me interrompa nem um minuto ouviu? - aquilo não era uma pergunta e sim uma ameaça.

Ele levantou os braços em sinal de rendição e sentou-se na poltrona que estava a minutos atrás.

–Sim querida? - a enfermeira entrou no quarto e vindo em minha direção.

–Poderia chamar o doutor Hale aqui por favor? Preciso saber uma coisa dele.

–Está bem. Quer mais alguma coisa? Está com fome?

–Não estou com fome, obrigada. Mas eu queria uma coisa... - fiz um sinal para que ela chegasse mais perto. Não queria que Riley ouvisse. - Poderia me dar algum remédio para parar essa dor que estou sentindo no braço? Ela chega a ser insuportável!

–Pode deixar querida! Eu darei logo depois que o Dr. Hale vier, porque você sentirá um pouco de sono.

–Tudo bem! Obrigada!

–Qualquer coisinha, chame ok?

–Pode deixar!

Ela saiu. Riley me fitou.

–O que pediu para ela que eu não pude ouvir?

–Não precisa saber. Não é muito importante!

Ele bufou. Depois de alguns minutos, o Dr. Hale havia chegado.

–Olá senhorita! Está se sentindo melhor?

–Oi, pode me chamar de Melinda! Eu não me importo! Sim estou melhor. Mas eu queria saber uma coisa...

Riley levantou-se e se juntou a nós.

–Fale, querida! - Dr. Hale me pediu.

–Meu filho corre risco de vida? Ele está bem?

–Está tudo bem com ele sim. - fiquei aliviada. Riley pareceu se sentir igual. - Parece que ele não corre risco de vida não! Algo protegeu sua barriga e impediu que acontecesse alguma coisa grave com ele.

Dei uma leve risada e estendi os braços, mostrando os hematomas que haviam ali.

–Deus! - ele ficou pasmo. - Então foi você que o protegeu?

Concordei com a cabeça.

–Você! Você foi a mãe mais protetora que eu já vi!!!

Corei com os elogios. Riley afagou meus cabelos e sorriu.

–Ela será a melhor mãe do mundo! Eu tenho certeza disso!

Depois disso, eu corei mais ainda. Parecia uma pimenta por inteiro.

***

Chegamos em casa, e minha mãe correu para mim.

–Meu Deus filha! Fiquei tão preocupada. Riley contou para mim! Você sempre arranjando encrenca, não é?

–Ela mereceu!!

–Não importa! Você se machucou gravemente!!!

Bufei.

–Olhe, por favor. Eu peço que não fiquem com raiva de Riley. Ele tentou impedi-la e não conseguiu. Ele ficou no meu lado o tempo todo. Não saiu dali nem um segundinho.

–Tudo bem. Eu não ficarei! Ele é um ótimo garoto!

Riley pareceu envergonhado. Fui indo para sala com a ajuda do Ri, já que aquela tala no meu pé não ajudava em nada, quando ví meu pai correndo até mim.

–Ei! Está melhor?

–Estou sim! Não se preocupe.

–Como não! Olhe seu estado!! -Pai, confie em mim. Estou bem.

Meu pai me abraçou e depois olhou para Riley.

–Olhe, não fique com raiva dele. Ele tentou impedi-la e...

–Não ficarei! Eu sei o que aconteceu! Um amigo meu estava no hospital na hora do ocorrido! Eu não estou brava com ele! Estou brava com você!

–EU?

–A senhorita! Quem mandou avançar na mulher?

–ELA ESTAVA SE INSINUANDO PARA O RILEY! QUASE COLOCANDO OS PEITOS PRA FORA E MOSTRANDO PRA ELE! AINDA POR CIMA... - virei-me para Riley - CADÊ AQUELE CARTÃO QUE ELA TE DEU HEIN? APOSTO QUE ERA PRA ENCONTRAR VOCÊ EM ALGUM LUGAR!

–Está aqui. E não! Não era nada relacionado aquela anormal.

Não entendi? Como não era nada relacionado a ela? COMO?

–Hã?

–Eu perguntei para ela, antes de acontecer aquilo, se ela conhecia alguma loja para coisas de bebê. Roupas, coisas para o bebê e afins. Ela me deu um cartão da loja.

–Atá... Então é isso. Ataquei-a por um motivo a menos.

–Como assim?

–Eu fiquei nervosa quando ela estava mostrando o decote para você, mas percebi que você não estava ligando, então me segurei ali. Depois ela chacoalhou os seios e te deu um cartão. Perdi o controle e aconteceu o que aconteceu. - me senti envergonhada.

–MEU DEUS! - falaram em coro.

–Ah, qual é! Eu sinto ciúmes! Todos sabem disso!

Deram risada e me ajudaram a ir para sala. Pediram para que eu contasse tudo e Ri também. Ficamos ali um bom tempo.

Continua...