Acordei, com o barulho do despertador, toda entrelaçada com Ri. Minha perna atravessava seu tronco, minha cabeça em seu peito e a dele descansava na minha. Eu estava adorando aquilo. Senti minha barriga embrulhar. Queria sair dali o mais rápido possível para ir ao banheiro, mas não queria acordar Ri, já que ele tem a incrível mania de "descansar" mais um pouco antes de levantar.

O que eu faço Deus?? Tentei tirar a perna de cima dele, mas ele agarrou-a e não tive com sair mais. As minha opções eram: Ou acorde ele ou pula da cama rápido e assuste-o.

–Riley... Ri... -disse sacudindo-o de leve. - Amor, preciso ir ao banheiro.

–Hmmm? - ele disse meio atordoado. - Vá querida.

–Não posso! Está me prendendo.

Ele olhou em meu rosto, parecia que agora ele estava me vendo nitidamente, e depois olhou para baixo. Percebeu que estava se agarrando em minha perna.

–Oh, desculpe. - ele disse me fitando e dando um sorriso.

Ah aquele garoto. Eu podia muito bem abusar dele se não fosse o embrulho no estômago voltar... e dessa vez mais forte. Desci da cama o mais rápido possível e corri para o banheiro. Eu vomitara. Mas a questão era: Porque? Escovei os dentes para tirar o gosto horrível da boca e fui ao encontro de Riley.

–O que houve? Está passando mal? - disse Ri me segurando nas costas.

–Eu vomitei... Não sei o porque!

–Deve ter comido alguma coisa que não fez bem pra você.

–Mas eu não comi nada! - fiquei apavorada.

–É isso!! Não comeu nada. Está com o estomago vazio amor. Tem que comer alguma coisa! - ele disse passando a mão na minha barriga.

–Talvez seja isso... - estava em dúvida.

Como eu poderia estar passando mal por que eu não comi nada, sendo que acabei de acordar? Isso é impossível.

–Vamos cuidar disso! Você. Vá tomar seu banho e se troque. Estarei lá embaixo preparando um delicioso café da manhã. - ele disse e me deu um beijo na testa. - Eu te amo. Esse enjoo vai passar rápido.

–Obrigada amor. Eu te amo.

Eu ouvi seus passos na escada até desaparecer totalmente. Aquilo. Aquele gesto, de cuidar de mim, fez com que eu percebesse: Eu nunca, jamais na minha vida, encontraria alguém mais perfeito do que Riley. Ele era especial. Parece que aquele garoto era um anjo, que entrou em minha vida para tornar tudo melhor.

*POV RILEY*

Quando Mel saiu correndo pro banheiro e voltou me avisando que havia passado mal, fiquei meio receoso. Porque ela teria vomitado? Ela não comera nada que a pudesse fazê-la mal. Eu tive que mentir para ela, para que não ficasse apavorada. Eu não queria vê-la em pânico. Não queria ter que dar preocupações para ela. Não. Agora que tudo estava bem. Decidi fazer o café da manhã hoje. Fui para a cozinha e vasculhei os armários e a geladeira. Queria fazer algo que não fizesse Mel passar mal... Ela não poderia vomitar no meio da sala de aula. Fiz uma sala de frutas para ela. Maçã, banana, mamão e tudo que tinha direito, e acrescentei creme de leite. Aquilo parecia bom. Fiz um suco de laranja e torradas com geleia de pêssego. Aquilo parecia bem saudável. Era impossível Melinda passar mal com aquilo... só se estivesse péssimo aquilo.

Quando percebi, Mel já estava na entrada da cozinha.

–Hmmmm... que delícia! Torradas, salada de frutas e suco de laranja? Perfeito. - ela disse com um sorriso enorme no rosto. Meu favorito de todos. Ela me dera um beijo de agradecimento e sentou-se para comer.

–Espero que isso a satisfaça. E que esteja bom... - eu disse. Corei quando falei a última frase.

– Tenho toda certeza que está bom meu amor. - ela disse dando uma colherada na salada de frutas.

Ela mastigou umas duas vezes e fechou os olhos lentamente.

–Meu Deus! Que delícia! Quero isso de sobremesa no jantar. Pode fazê-lo novamente?

–Claro!! O que você não pede chorando que eu não faço sorrindo? - disse dando um beijo nela.

–Que bom, porque eu estou amando isso! Vou levar o resto dessa salada para o almoço na escola. Se importa?

Eu iria comer aquilo agora. Mas ela não precisava saber.

–Pode sim! Leve! Agora coma o resto do seu café porque, se não, iremos nos atrasar novamente!

–Sim senhor.

Melinda terminava de comer seu café da manhã enquanto eu colocava o resto da salada de frutas em um tapoer e embrulhava-a com um saco de papel. Terminei de comer as minhas torradas e meu suco e subi com Melinda para escovar os dentes.

–Amor, pode escovar os dentes primeiro, eu vou me trocar. - disse à Mel.

–Tudo bem.

Melinda foi escovar os dentes e eu me troquei. Espero que ela não passe mal novamente. Pelo dia inteiro.

*POV MELINDA*

Além de lindo, carinhoso e atencioso, ele cozinhava bem. Ganhei na loteria! Não é possível! Aquilo estava divino.

Fui escovar os dentes, quando senti aquele enjoo novamente. Ah não! Eu não quero vomitar! Pelo amor de Deus! Eu odeio isso. Segurei a vontade e continuei a escovar os dentes. Eu teria que ir ao médico para saber o porque daquilo. Eu não aguentava mais. Acho que seria aquilo o dia inteiro. Não poderia comer que teria enjoo. Não poderia beber que teria enjoo. Não poderia, sequer, ter uma emoção forte demais que teria enjoo. Aquele dia seria um porre. Tinha certeza disso.

–Vamos Ri? - disse pegando a mochila na cadeira.

– Claro. Melinda... Está se sentindo bem? Tem certeza de que quer ir para a escola? Eu aviso a sua mãe...

– Eu vou... não tem problema. Se eu me sentir enjoada na escola eu juro que volto pra casa. - eu queria ficar em casa... mas eu não queria dar motivos para mamãe ficar preocupada. Ela não podia. Estava grávida!!

–Tudo bem, mas eu dirijo hoje. - ele pegou a chave de minhas mãos.

–Ok...

– Espere! O quadro! Temos que entrega-lo hoje!

O quadro! Claro! Havia me esquecido.

–Vou pegá-lo.

Subi até o "paraíso" e peguei o quadro.

Riley me ajudou a coloca-lo no carro. Colocamos a parte do pano para baixo, já que poderia estragar se deixasse para cima mesmo com o plástico protegendo-o . Fomos para a escola. O primeiro tempo havia começado. Aula de Artes! Entrega do trabalho. Riley levou o quadro para a sala.

–Muito bem queridos. Eu vou fazendo a chamada e pedindo a entrega do trabalho. Vamos lá.

A Sra. Ava foi chamando as duplas e mostrando o quadro para a turma. Era um mais lindo que o outro. Amei todos. Até que chegou a nossa vez.

–Riley e Melinda. Podem entregar o trabalho meus amores. - Sra. Ava disse sorrindo.

Riley levou o quadro embrulhando no saco preto. Chegando lá na frente, a Sra. Ava posicionou o quadro em cima da mesa e puxou a proteção dali. Quando o quadro foi revelado, eu não acreditei no que tinha visto. Não era possível! Senti o enjoo voltar. Dessa vez triplicado.

Continua...