Stay Strong escrita por Mandie Cruz


Capítulo 25
Dragon Slayer, emfim


Notas iniciais do capítulo

Como avisei apenas postaria em Abril, então cá está e espero sinceramente que lhe agradem.
Com carinho, Mandy.
PS: Avisando que comecei a postar os capítulos no Animespirit.



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Narrado por Lucy.

Fazia dois longos dias desde que retornamos ao palácio de Lilian – e Acnologia. Depois do incidente na praia, a paz reinava em silencio inquietante, tal como o mar antes da tempestade. Ansiava pelo meu treinamento como uma Dragon Slayer, porém quando o assunto chegava a Lilian, a mesma procura desviar ou iniciar uma conversa diferente. Fitei as borboletas planarem elegantes acima das flores, estava no jardim interno lendo um livro emprestado por Della, “a dragonesa bipolar leitora de mentes”.

Folhei novamente a mesma página, relendo o trecho romântico em que o personagem principal nega o amor de sua companheira de viagem alegando estar apaixonado por outra pessoa. Encostei por completo o corpo na árvore de maior porte naquele local. Suspirei entediada fechando devagar os olhos, bocejei esfregando as pálpebras com o punho cerrado.

– Lucy-sama – ignorei o chamado e a cutucada leve no ombro – Por favor acorde, vossa majestade deseja conversar contigo. – dragonesa, supus pela voz feminina, catucou de novo meu ombro.

Dando conta que não me deixaria em paz, resolvi abir os olhos bocejando e respondendo o chamado. Percebi que era Arieta. O seu cabelo negro estava solto caindo sobre os ombros em ondulações brilhantes. Ela me ajudou a levantar, limpei minha calça suja de terra ergui a sobrancelha pedindo uma explicação, por que estava tão cansada que não havia entendido muito bem o que a própria tinha dito.

– Vossa majestade deseja conversa contigo. – foi o pronunciado, simples e sem resposta concreta, como o assunto a ser tratado. Não queria reclamar então apenas assenti a seguindo pelo corredor do palácio.

Atravessávamos passagens desconhecidas por mim e descemos por uma escadaria mau iluminada. Engoli em seco. Para onde ela estava me levando, creio que Lilian não estaria em um andar tão abaixo do solo, pelo menos é o que penso. Fingi uma tosse, com o intuito de chamar sua atenção presa nos degraus sob nossos pés. Ela parou e fitou meu rosto, verificando-o devagar, senti minhas bochechas pegarem fogo, não gostava quando as pessoas me encaravam por muito tempo. Vi sua mão agarrada a mangá de minha blusa, a mesma tremia e estava mais pálida.

– Para onde estamos indo? – perguntei incerta de que gostaria de ouvir sua resposta, pois sua expressão me parecia um tanto “assustada”.

Arieta mordeu os lábios receosa colocando uma mexa escura atrás da orelha. – Estamos indo para o inicio de sua nova vida. – escutei seu murmurar falho e logo depois fui empurrada para dentro de uma sala.

O “cômodo” onde me localizava continha tochas espalhadas pelas paredes de rocha maciça. Respirei fundo sentindo a umidade no ar frio e da caverna – essa era a palavra ideia que descrevia o local. Virei-me procurando localizar Arieta em algum lugar. Ela não estava junto a mim. As portas por onde entrem – fui empurrada – se encontravam fechadas. Trancada.

Não sabia ao certo se ficava com medo e gritava implorando por ajuda ou explorava buscando uma saída. Por via das dúvidas escolhi a segunda opção, a mas viável na minha concepção. Não queria pagar de bebê chorão depois de todo trabalho que tive para construir minha quase nova “eu”.

Andei em linha reta. Havia apenas um corredor. Longo, muito longo. Em poucos momentos pensei que escorregaria por causa do musgo. Acho que andei por pelo menos cinco minutos até encontrar uma porta dourada. A maçaneta grossa atraía minha mão como mel atraía moscas e flores à beija-flores. A rodei e a próxima coisa que visualizei foi um tanto inesperada.

Narrado por Autora.

Lilian, mesmo de costas sabia que Lucy a observava “horrorizada”, talvez. Respirou fundo, cortando mais profundamente a mão. A adaga dourada cravejada de rubi era machada com o mais puro vermelho escarlate. As gotas de sangue pingavam dentro da taça prateada misturando-se ao líquido transparente de cheiro forte. Quando achou suficiente a quantidade de sangue despejado sessou o movimento de corte da adaga, colocando-a sobre o pequeno altar iluminado por velas. O odor de ferrugem se instalava em suas narinas fazendo-a agitar-se de ansiedade.

Segurando a taça entre as duas mãos direcionou-se a maga, que em seu canto tremia silenciosamente. Lucy não conseguia desviar o olhar. O que Lilian está planejando? Se perguntava internamente.

– Sabe Lucy, chegou o momento. – anunciou a dragonesa. Seus olhos azuis tão escuros quanto a noite cintilavam em seriedade. O cabelo lilás solto destacava-se no vestido branco que utilizava.

– Momento de que exatamente? – ousou perguntar enquanto dava um passo adiante. – O que é tudo isso? – gritou fixando seus olhos nos da rainha. A dragonesa por sua vez não respondeu, nem ao menos chiou. – Me diga algo… – nada, apenas o silêncio assustador fazia-se presente entre elas. – Por favor!

Lilian suspirou. Havia chegado a hora e poderia voltar atrás, estava tudo planejado e todos esperam uma resposta positiva tanto dela e de Lucy. Principalmente os anciões, mesmo que não aprovassem que a magia de Dragon Slayer seja passado para humanos. Com os pensamentos ainda nos anciões franziu o cenho e encaminhou-se na direção da loura.

– Se tornar a Dragon Slayer do infinito não é tão fácil Lucy. – comentou Lilian. E neste momento uma luz foi iluminou-se na mente de Lucy. Então era isso, pensou sorrindo.

– Eu sei..

– Não, você não sabe. Não tem a menor ideia. Pessoas antes de você morreram tentando alcançar este objetivo e mesmo assim deseja continuar com isso. Deseja ter o mesmo fim que os outros. – digamos que essas palavras duras abalaram Lucy. Como assim outros morreram? Ela não havia sido a primeira? E se não por que não contaram nada sobre o assunto consigo?

Sentiu um bolo forma-se na garganta e não compreendida o motivo. Na verdade não havia motivo concreto por sentir a queimação nos olhos, os soluços subirem a boca e o choramingo espontâneo. Apenas sentia que deveria chorar neste momento. Neste instante. Talvez estivesse chorando pelas vidas perdidas ou por si própria. Sua vida. Levou a mão a bochecha constatando que o líquido salgado estava mesmo lá, decaído de seus olhos chocolates.

– Compreendo se quiser desistir, não há nada de errado em falhar e saber que falhou e uma das mais maravilhosas qualidades humanas. – falou Lilian de modo carinhoso e um tanto quanto maternal.

Não. Não. Não. E não. Isto está errado. Lucy se negava em acreditar nessa hipótese. Quer dizer, ela trabalhou tão duro, treinou tanto, obteve vitórias para que? Para no final descobrir que falhou. Que não consegui alcançar seu objetivo e concordar com todos da Fairy Tail, com o Natsu. Definitivamente provaria o contrário. Prometeu para si mesma que ficaria mais forte.

– Não. – Lilian a fitou surpresa, pensando que ela desistiria como fizeram alguns antigamente. Notou o orgulho tomava conta de seu peito. Ela havia lhe ensinado bem. Muito bem para dizer a verdade. – Não posso crer que todo meu trabalho duro seja jogado no lixo. Que seja desprezado e diminuído. Então por isso, peço, que me diga como eu posso me tornar uma Dragon Slayer.

A rainha sorriu. Não um sorriso comum, um sorriso luminoso, cheio de orgulho, por que finalmente encontrou a pessoa “correta”. Esticou os braços oferecendo-a a taça. Lucy não entendeu, no entanto pegou o objeto, incerta do que faria a seguir.

– Agora, beba tudo. – ordenou Lilian.

– Espera! – exclamou a loura. – Você derramou seu sangue aqui e quer que eu beba. – contorceu o rosto em uma careta e afastando a taça do corpo. Aquilo seria nojento. – Desculpe dizer isso, mas é nojento, Lilian, nojento!

– Beba tudo e beba agora. – a expressão da dragonesa endureceu. Ela entendia que é nojento, porém não tinha outro jeito. Lucy negou determinada a arranjar um jeito diferente. Lilian sorriu sádica. – Se você não beber isso neste momento, tenha certeza que farei esse líquido descer sua garganta por bem ou por mau. Você é quem decide e devo dizer que adoro a segunda opção.

Não demorou muito, Lucy virou taça ingerindo o líquido avermelhado igual água. Claro que o líquido possuía um gosto extremamente forte e azedo. O gosto enferrujado do sangue descia de má vontade pela garganta. Quase vomitou, engolido de última hora o líquido que subia quente. No mesmo momento que sentiu o líquido instalar-se no estômago, uma queimação subiu por suas veias, seguindo de uma sensação gélida, depois dores atingiram-na violentamente. O que estava acontecendo? Não sabia responder.

Lilian abraçou-a fazendo um carinho em suas costas, dando-a apoio moral como se entendesse muito bem como ela se sentia. Lucy sentiu o corpo amolecer e a consciência perdesse em um lugar longe até que emfim desmaiou.

– Agora só depende de ti. Se sobreviver tenho certeza que se tornará a melhor. Se não, será homenageada por todos desta terra.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!