Carry On.

-Três.-

Coloquei meu casaco roxo, e comecei a andar pela cidade de Inazuma. Tinha pressa. Se Tenma havia informações era necessário compartilhar comigo. Primeiro, fui a casa dele, mas Tenma não estava lá.

Claro, revirei os olhos, ele estava com Tsurugi. Na casa do Tsurugi. Porque eram namorados. Idiota. Porque não pensou nisso antes?

“Obrigado, Aki-chan.”

“Não agradeça. Espero ter ajudado.”

“Ajudou sim. Obrigado mais uma vez.” Reverenciei Aki como forma de agradecimento e fui embora.

A casa de Tsurugi fica do outro lado da cidade. Teria sido mais fácil, ter ido de carro. Mas agora que saía sem ela, fica tudo por isso mesmo.

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Dois garotos aproveitavam o Inverno em Inazuma. Na mesinha da sala, havia muitos chocolates, salgadinhos, morangos com chocolate, refrigerantes e pocys.

“Vamos lá. Eu deixei, agora é sua vez.” Tenma disse colocando um de seus dedos nos lábios de Tsurugi.

O azulado revirou os olhos, mas deixou que o morango fosse colocado em sua boca. Eles realmente, perderam metade do filme, O Senhor dos Anéis, pois ficaram namorando.

Tenma deu uma risadinha, e colocou seus braços no pescoço de Tsurugi. O azulado estava deitado sobre Tenma faz algum tempo, e gostava de ouvir o coração de Tenma se agitar com o toque que fazia no namorado.

Roçaram seus narizes algumas vezes, até selarem seus lábios em um beijo apaixonado, e quente. Tenma gemeu com toque a língua de Tsurugi fez no céu de sua boca, e puxou o azulado mais para perto.

Sim! Finalmente Tsurugi havia ganhado o dia. Estava esperando por isso. Era tão difícil fazer Tenma se render aos seus toques e carícias, e agora estava o ganhando. Bem ali, bem agora, bem naquele momento.

Suas mãos foram para baixo do tecido branco que Tenma usava, enquanto o castanho, fazia questão de tirar a jaqueta azul do seu azulado.

O beijo era mais apaixonante do que nunca. Era doce, sexy, ingênuo, e maravilhoso. De tirar o folego.

Quando separaram seus lábios, e o azulado estava indo atacar o pescoço alvo, quando o som da companhia tocou.

“Ignore-a.” Tsurugi pediu, enquanto colocava seus lábios no pescoço do namorado.

Tenma porém, impediu que o azulado fizesse mais toques em seu pescoço e pediu para que fosse atender a porta.

“Só pode estar brincando comigo, vou espancar o cara das cartas se fosse ele, de novo.” Tsurugi levantou dirigindo-se até a porta.

Tenma riu, e pegou seu chá quente, que estava na mesa. E tentou retomar a cena de Senhor dos Anéis, mas realmente já não sabia o que estava acontecendo. Quem era Frodo?

“Shindou?” Sibilou Tsurugi surpreso.

Tenma virou para ver o mencionado e também ficou surpreso com Shindou ali.

“Shindou-san, o que faz aqui? Ei, Tsurugi, deixe-o entrar.”

Tsurugi bufou e foi para cozinha.

“Eu interrompi alguma coisa?” Shindou perguntou sorrindo fraco, fechando a porta.

“Oh, não é nada. Você sabe como Kyousuke é. Não ligue. Mas enfim, o que aconteceu? O que o traz aqui?” Tenma sorriu.

“É, o que o traz aqui?” Perguntou Tsurugi na bancada da cozinha, obviamente, em um sarcasmo bravo.

“Ignora-o, Shindou. O que aconteceu? É algo com os novos Inazuma Japan?”

“Quer por favor, parar de me lembrar que esse povo existe?” Shindou pediu um pouco bravo.

“Mas existem, Takuto. Aceite que Kirino foi embora de uma vez.” Tsurugi sorriu oferecendo uma xícara ao visitante.

Tenma jogou um olhar fuzilante ao namorado.

“Como eu disse, Shindou, o ignora, tá? Finge que é uma mosquinha que não sabe o que fala.”

“Mosquinha que não sabe o que fala.” Tsurugi imitou Tenma.

“Eu não falo assim.”

“Tanto faz.” Tsurugi subiu para seu quarto.

“É, eu realmente interrompi algo, não foi?”

“Nada de importante. Você quer falar sobre Kirino?”

“Eu queria... Sabe, queria saber...”

“Porque ele foi embora, certo? Bem, ele contou a você, não contou? Ele recebeu uma oferta magnífica para jogar na América do Norte.”

“Essa parte eu sei, antes disso. Antes de ele me dizer isso. Ele queria me dizer outra coisa. Mas eu não consigo me lembrar do que é. Não sei dizer porque não lembro. Apenas... Não lembro, entende? Mas eu realmente acho que era algo importante.”

“Você ainda não percebeu não é Shindou? Não quer entender, não é mesmo?”

“Entender o que?”

“Veja, Tsurugi e eu. Nós estamos juntos.”

“Eu sei. Todo mundo sabe.”

“Sim, seu coração está se afundando em tristezas, porque não quer aceitar, que precisa de Kirino consigo. Entendeu? Como Tsurugi e eu. Você não precisa de Kirino só como amigo, e essas coisinhas... Precisa dele como... Bem, você entendeu!”

“Eu realmente não acho que eu esteja apaixonado por ele.”

“Você está desesperado por ele, Shindou.”

“Tenma, ele era meu melhor amigo. Shinsuke era o seu também, e isso não parece ter mudado nada para você.”

“Isso não é verdade! Shinsuke...”

“Agora, você lembra dele né?”

“Saía daqui! Vá embora! Se você não quer enxergar o que está na sua frente, que seja Shindou. Não enxergue. Apenas vá embora.” Tenma sobe para o quarto de Tsurugi.

Shindou vai embora.

“Ei, o que aconteceu?” Tsurugi perguntou, vendo Shindou ir embora de sua casa.

“Eu amava Shinsuke.”

“Eu sei, ele é seu melhor amigo.”

“Porque ele não consegue enxergar que está perdidamente apaixonado por Kirino?”

“Não quer aceitar. Mimado demais para conseguir aceitar que algo que o pertencia foi embora, e agora ele tem que lutar para trazê-la de volta. Venha aqui.” Tsurugi pediu para que Tenma o abracasse.

Tenma chorou baixinho no peito do namorado.

“Eu espero que ele enxergue logo, Tsurugi.” O castanho sussurrou, e recebeu um beijinho nos lábios.

“Vai por mim. Isso não vai durar. Uma hora ele admite.”

“Eu espero.”

***

“Pronto.” Kariya colocou seu namorado no assento vermelho e sentou ao seu lado.

Kirino acordou trinta minutos depois, assustado com o barulho da turbina do avião. Kariya riu da cara dele.

“Mas o que é isso? Porque está rindo, seu tonto?” Perguntou Kirino olhando aos lados.

“Você estava assustado. Foi engraçado.”

“Onde estamos, Kariya?”

“Em um avião.”

“Para onde estamos indo?” O rosado olhou calmamente ao namorado.

“Para o Japão.”

“Por quê? Sabe, que se não aparecermos nos treinos, somos expulsos do time, não sabe?”

“Eu já cuidei disso. Relaxe.”

“Kariya. Porque estamos indo para o Japão?”

“Quero ver meus pais adotivos de novo.” Kariya suspirou e completou. “E você vai ver Shindou, e quando encontrá-lo, vai se declarar para ele.”