Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark
Notas iniciais do capítulo
Os alunos continuam a deixar a escola e se deparam com um dos mais primitivos instintos humanos: o medo.
1 hora e 39 minutos de jogo
19 alunos já haviam deixado a escola, e o número de alunos dentro da sala de aula ia ficando cada vez menor. O medo e a tensão aumentavam conforme os alunos saíam e os nervos estavam à flor da pele. Já haviam 4 mortes e ainda faltavam 16 alunos começarem o jogo de fato. Uma ausência de som assustadora dominava a sala de aula e a já costumeira quebra de silêncio do General para chamar o próximo aluno continuava:
– Garoto nº 10, Gustavo.
Gustavo estava sentado no fundo da sala, ele se levantou calmamente e pegou sua bolsa. Saiu da sala em silêncio, e enquanto caminhava abriu sua bolsa "Dei sorte!", ele pensava, havia encontrado um fuzil. Ele estava disposto a jogar, não só isso, ele queria jogar. Pretendia matar todos! Um por um, até restar apenas ele, vitorioso, campeão absoluto.
Ele desceu as escadas e caminhou até a saída da escola, olhou para os lados com cuidado e com o fuzil em mãos, passou pelo estacionamento, atravessou a praça em direção ao Teatro da cidade, seguiu pela direita e foi até o supermercado. O supermercado estava escuro, ele abriu a bolsa, tirou a lanterna e começou a andar por entre as prateleiras, selecionando uma variedade de produtos que ele acreditara que seriam úteis ao longo do jogo.
***
Na sala de aula, o General chama:
– Garota nº 11, Helia.
Helia se levantou visivelmente abalada. Pegou uma bolsa às pressas e saiu correndo pelo corredor “Era pra ser apenas uma viagem... Uma simples viagem de formatura... Estava tudo certo... Tudo certo... Por quê justo a nossa turma?... Não é justo... Era apenas uma viagem de formatura...” ela pensava. Estava quase saindo da escola quando se lembrou de abrir a bolsa.
Ela abriu a bolsa apressada, tirou de lá uma pistola e deu um leve sorriso. Não porque seria mais fácil matar com ela, mas a fez se sentir mais segura, menos apavorada. Helia colocou a alça da bolsa no ombro e saiu da escola, agora ela precisava encontrar um lugar para se esconder, tentaria chegar o mais longe possível no jogo. Mas será que ela teria coragem de matar? Ela refletia. Será que ela, presidente de classe, conseguiria matar os seus próprios amigos? E se tivesse coragem, o que faria depois, quando tivesse sangue em suas mãos? Ela preferiu parar de pensar nisso.
Saiu da escola, passou pelo estacionamento correndo, atravessou a praça e decidiu entrar no Teatro da cidade, onde passaria a noite sem precisar enfrentar ninguém, e pensaria no que iria fazer e para onde iria ao dia seguinte, caso sobrevivesse. Ela notou que as portas do Teatro estavam fechadas, por sorte ou por azar, o portão do lado estava aberto, ela desceu por um corredor que dava acesso à uma porta lateral do Teatro, que para sua surpresa, estava aberta.
***
Heloísa (Garota nº 12) havia deixado a sala de aula e andava com pressa pelo corredor, o que ela faria a partir de agora? Para onde iria? Como se manteria viva? Será que conseguiria vencer? Eram perguntas que ela fazia a sí mesma. Logo ao descer a escada, se lembrou de abrir sua bolsa, abriu-a cautelosamente e encontrou uma raquete de tênis.
“Só pode ser brincadeira... Como vou conseguir sobreviver com isso?” Ela pensava, frustrada, chorando... Pensava nos amigos e na família. Não queria sair da escola, não queria jogar, mas também sabia que alguns colegas seus já haviam entrado no jogo, ela escutara do próprio General que 4 alunos já haviam sido assassinados. Ela precisava sair da escola, alguém sairia logo depois dela. Heloísa manteve a raquete em mãos, na esperança de que talvez todos tivessem recebido armas semelhantes.
Saiu da escola, caminhou alguns metros e de repente escutou alguém a chamando, ela olhou para os lados assustada. Percebeu que o barulho estava vindo do estacionamento da escola e viu que quem a estava chamando eram suas amigas Amanda e Delhidiani:
– Calma Heloísa, não precisa ter medo... Nós não estamos jogando. - Amanda começou falando.
– É, nós decidimos que não vamos participar disso... Vamos dar um jeito de sair dessa... Juntos! - Completava Delhidiani. Heloísa olhou perplexa para as amigas por um instante, com as lágrimas em seu rosto ela disse:
– -E-eu.. Eu também não quero jogar... - Ela disse, correndo indo abraçar as amigas. Amanda falava:
– A gente pode bolar alguma coisa... A situação não precisa ficar assim, tem pessoas lá fora que são contra O Programa... Elas podem impedir isso!
– É.. Não vamos matar ninguém, não precisamos disso! - Disse Delhidiani. Heloísa estava muito contente de ter encontrado suas amigas, fez ela sentir menos medo. Elas a haviam esperado e a chamado, se importavam com ela.
– Alguém mais vai se juntar a nós? - Perguntou Heloísa.
– Sim! Mas precisa ser alguém de confiança... - Respondeu Amanda. - Acho que o Luciano se uniria a nós.
– É... Podemos chamar ele! - Heloísa disse com entusiasmo.
***
O supermercado estava mergulhado na escuridão, Daiane estava escondida atrás de uma das prateleiras, ela havia escutado passos e sabia que tinha mais alguém ali. Ela poderia ter saído antes, sabia disso, mas estava assustada demais para abandonar a aparente segurança do supermercado. A pessoa que estava ali não se incomodava em fazer barulho, e isso só aumentava o medo de Daiane. Mas talvez se ela se escondesse e ficasse em silêncio absoluto, a outra pessoa iria embora antes de perceber que ela estava ali.
Ela viu que a outra pessoa estava no canto oposto da prateleira, conseguiu ver quem era, era Gustavo e ele estava armado com um fuzil. Ela se escondeu atrás da prateleira do corredor em que Gustavo estava e depois foi em silêncio até a seção de prateleiras ao lado e se escondeu novamente. Ficou observando dali, o momento em que Gustavo sairia daquele corredor de prateleiras para depois ela saber onde se esconder novamente.
Estava com medo, muito medo, conseguia até escutar o barulho do seu coração, que batia forte e acelerado. Ela ficou observando o final daquele corredor, mas Gustavo não aparecia. Será que ele ainda estava pegando coisas da prateleira? De repente ela escutou um barulho atrás dela, se virou, e Gustavo estava ali, de pé em sua frente, com o fuzil em sua mira. E antes que Daiane pudesse dizer alguma coisa, Gustavo disparou. Daiane caiu no chão, morta.
Sobreviventes: 30 e contando...
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Acharam legal o capítulo? Comentem! Muitas coisas ainda estão por acontecer nessa história.