Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 4
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Na Arena é matar ou morrer. Os alunos ainda estão saindo da escola. Cada um com uma estratégia diferente, e a confiança cada vez mais frágil.



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38 minutos de jogo...

Na escola, a sala de aula permanecia em um silêncio absoluto. Os alunos que ainda estavam lá apresentavam diferentes reações, uns choravam em suas carteiras, outros roíam as unhas e Helia acabara de vomitar de ansiedade. Isso não pareceu de maneira nenhuma incomodar o General, que quebrou o silêncio para falar:

– Temos mais 2 mortes confirmadas... Parece que a turma de vocês está em um ritmo bem rápido.

Helia parecia que ia vomitar outra vez, mas aparentemente não tinha mais nada para vomitar. O General então chamou:

– Garota nº 5, Daiane!

Daiane se levantou da carteira aos prantos e se dirigiu até a frente da sala, onde um soldado jogou uma bolsa bruscamente para ela, que a deixou cair no chão. Ela ajuntou a bolsa desesperada e saiu da sala chorando. Depois de alguns passos no corredor, a garota começou a correr o mais rápido que podia, deixou a escola para trás, passou pelo estacionamento, quase tropeçou em um berimbau que estava jogado no chão, atravessou a praça, virou a direita em direção ao Teatro e deu de cara com os corpos ensanguentados de Andressa e Anacleto.

Chorando ainda mais desesperada, ela continuou correndo, as lágrimas agora embaçando sua visão, mas ela não se importava. Queria apenas encontrar um lugar para se esconder. Ela viu o Supermercado logo à frente e decidiu entrar. Ao entrar, percebeu que ainda não havia aberto sua bolsa, a garota abriu cautelosamente a bolsa, mas não conseguia ver seu conteúdo, apalpou a lanterna e a acendeu. Olhou dentro da sua bolsa e encontrou um par de luvas de boxe. “Não tenho a menor chance com isso aqui” ela pensava.

De repente ouviu um barulho e apontou a lanterna para o final de uma das prateleiras, onde um pote de café havia caído. “Bosta! Tem alguém aqui!” Ela pensou, e imediatamente desligou a lanterna e ficou em silêncio no absoluto escuro. Estava longe demais da porta do Supermercado para conseguir sair correndo e não teria a menor chance se aparecesse alguém com uma arma melhor. Então ela resolveu ficar imóvel, em silêncio no escuro.

***

Na sala de aula, o General chamou:

– Garoto nº 4, Daniel.

Daniel se levantou imediatamente, caminhou até a frente da sala e pegou uma bolsa comprida e relativamente não tão pesada quanto ele pensou que fosse. Deu uma breve olhada para os colegas que ainda estavam na sala e saiu caminhando pelo corredor, ao chegar na escada parou, abriu sua bolsa e tirou de lá uma katana. Tirou a espada da bainha e admirou sua lâmina. “Vai servir pra alguma coisa”, ele pensou. Com a espada na mão, ele desceu as escadas e observou atentamente a saída da escola e refletiu “E se tiver alguém lá fora esperando eu sair para me atacar?”. Ele então desceu outro lance de escadas e se encaminhou para uma saída do lado da escola, pulou o muro e foi parar no estacionamento.

Olhou atentamente para os lados e começou a correr, de repente parou bruscamente. Avistara Amanda, ao lado de um carro. E aparentemente Amanda também o vira, eles se encararam por uns segundos, e sem dizer nada Daniel saiu correndo o mais rápido que pôde do estacionamento. Ele pensava “Puta que pariu! Ela me pegou de surpresa, ainda bem que consegui fugir... Aposto que ela está lá esperando alguém desprevenido aparecer pra poder fazer um ataque surpresa... Essa Amanda sempre foi muito esperta... Haha, quase me pegou! Mas não foi dessa vez, preciso ter cuidado com ela, aposto que não pensaria duas vezes antes de meter uma bala na minha cabeça.”.

Ele corria pela praça, e sem parar, se decidia para que lado ir, havia a rua do Teatro à direita e a rua do Correio à esquerda, que dava acesso a avenida da cidade. Ele pegou o caminho da esquerda e seguiu correndo pelas ruas iluminadas pelos postes da cidade. Precisava encontrar um lugar para passar a noite e conseguir suprimentos.

***

Cezar estava no Supermercado reunindo suprimentos, havia deixado um pote de café cair de uma prateleira acidentalmente e viu a luz de uma lanterna que se apagou em seguida. Alguém estava ali, e estava assustado. O Supermercado estava na escuridão total, e ele conseguia escutar a respiração de quem estava ali, parece que a pessoa não havia percebido que respirava tão alto, e estava imóvel.

Ele se aproximou, o som de respiração ficava cada vez mais alto, ele se aproximou mais ainda, não sabia quem estava ali. Ele estava apreensivo e com muito medo, mas não poderia se deixar levar pelo medo. Enfrentaria o que tivesse que enfrentar. Ele se aproximou mais, pegou a lanterna e a acendeu, a luz iluminou o rosto de Daiane que estava encolhida em um canto, ao lado de sua bolsa e chorando.

– Quem está aí? – Ela perguntou, a luz ofuscava sua visão.

Cezar pegou a lanterna e iluminou o próprio rosto.

– Por favor, seja rápido! – Daiane choramingou – Só não me faça sofrer muito...

– Você está jogando? – Cezar perguntou.

– N-não... Eu não quero jogar... – Ela disse.

– Só vou jogar se você me obrigar a jogar. – Cezar falou – Que arma você recebeu?

Daiane lhe mostrou o par de luvas de boxe. Cezar pensou aliviado “Ela não iria conseguir me matar nem que tentasse”. E então ele saiu do Supermercado, deixando Daiane para trás, sozinha no escuro.

***

Amanda ainda estava no estacionamento da escola, preocupada “Merda! Nunca tomei um susto maior na vida... Daniel... Por que ele não me atacou? Ele estava com uma espada ninja, poderia ter me executado aqui mesmo... Será que ele também não quer jogar? Ele sempre me pareceu muito legal... Eu deveria falar com ele se eu encontra-lo, nós poderíamos pensar em um jeito de escapar dessa juntos... Todos nós... Escapar!”

Ela avistou outra pessoa saindo da escola, era Delhidiani (Garota nº 6). Amanda finalmente encontrou alguém que pudesse confiar. Ela chamou:

–Delhi!

Delhidiani olhou para Amanda surpresa, ela segurava uma pistola com silenciador e mirou em Amanda assustada. Amanda começou a falar:

– Não se preocupe! Eu não estou jogando... Abaixa essa coisa Delhi, vamos nos manter unidas!

– Você sabe que não dá para ficarmos unidas! Só um sobrevive e você sabe disso! - Delhidiani disse mantendo a arma na mira da colega.

– É claro que eu sei disso... Mas isso são as regras deles! Não precisamos jogar, a gente pode bolar um plano sei lá, escapar dessa. Todos nós, juntos!

Delhidiani sabia que esse era um plano praticamente impossível, mas dadas as circunstâncias ela preferia ter uma ilusão compartilhada.

– É... A gente poderia... Escapar juntos, todos nós... Acho que a gente conseguiria, tem pessoas inteligentes na sala, aposto que elas conseguem pensar em alguma coisa. - Disse Delhidiani, abaixando a arma.

– Aliadas? – Amanda perguntou.

– Aliadas. – Disse Delhidiani, correndo indo abraçar a amiga. – Eu confio em você.

Sobreviventes: 32 e contando...




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Notas finais do capítulo

Esse foi um capítulo um pouco mais calmo, o que acharam? Comentem! O próximo sairá em breve.



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