A Batalha Do Labirinto - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Voltei!



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Nós caminhamos por o que pareceu ser cerca de meia-hora no meio de um corredor largo, que logo se duplicou em duas partes. San parecia um tanto quanto apreensiva em seguir Marley, mas eu a puxei junto de mim, antes que ela tentasse contestar. Eu conheço Santana, e sei muito bem que se Marley dissesse que estava sendo guiada por uma espécie de luz, Santana daria um jeito de dar meia volta e retornar ao nosso lugar de origem.

- Seus pais não vão ficar preocupados? – Santana perguntou, um tom levemente sarcástico. – Quer dizer, você está fora de casa há mais de uma semana.

- Eles não se importam. – ela respondeu, a voz parecendo um pouco magoada. – Eu poderia ficar um mês fora, eles não iam perceber.

- O que você quer dizer com isso?

A voz dela soou surpreendentemente suave. Eu sei que ela não brincaria com isso. Santana já havia tido suas más experiências com os pais, e aquilo a afetava.

Antes que Marley tivesse a chance de responder, um barulho alto ecoou no corredor. Marley se encolheu e agarrou meu braço. O chão começou a tremer. Ok, agora eu é quem estava ficando apavorada. Quer dizer, o que é que tem tanto tamanho para fazer um chão de pedra tremer? Aquela parecia a hora perfeita para correr.

Santana puxou minha mão, e eu não pensei duas vezes antes de sair em disparada. Mas não corremos nem três metros. A líder de torcida, deuses, como era mesmo o nome dela? Kelby? Shelby? Ah, sim. Kelly, a líder de torcida maluca que conseguiu me fazer explodir a sala de música, a empousai. É, ela estava lá, seguida de mais dois monstros iguaizinhos a ela. E o mais assustador foi aquele sorriso irônico que ela abriu ao me ver.

- Brittany Pierce! – ela sibilou. – Estávamos esperando por você!

Antes que eu pudesse puxar a minha espada, ela agarrou Santana pelo pescoço. Eu estava desarmada. Ela conhecia meu ponto fraco. Eu não apontaria nenhuma arma para ela enquanto ela não soltasse Santana.

- Vocês, semideuses, são tão frágeis. – ela murmurou. – Tão fáceis de quebrar…

- Tire as mãos dela. – eu rosnei, mas ela apenas riu.

- Levem-nos. – ela ordenou. – O mestre vai gostar de vê-los. Vai ser divertido.

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Eles haviam soltado Santana, e ela agora marchava agarrada ao meu pulso. Eu ia reagir, mas eles pegaram Marley. Alguma coisa sobre ela ser um brinquedinho mortal e sei lá o quê.

- O nosso anfitrião vai amar ver vocês. – Kelly, a líder de torcida mais estranha que eu já vi, anunciou.

- E quem é o anfitrião? – perguntei.

- Você logo verá. – ela sorriu, mostrando as presas com restos de alguma coisa que eu não tinha o menor interesse em descobrir o que era. – Ele é seu irmão!

- Meu o quê?

Irmão? Mas que porra ela queria dizer com isso? Eu pensei em Joe, mas não podia ser. Talvez algum outro ciclope, mas sei lá.

- Você fica. – Ela agarrou a camiseta laranja de Santana, fazendo-a soltar meu pulso.

- Não! – ela protestou, mas não havia muito que pudesse fazer. Não com uma faca no pescoço, pelo menos.

- Você, - apontou para mim. – entre. Divirta-nos, Brittany Pierce.

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Eu estava em uma arena. Não era tão grande, mas considerando que estávamos no subterrâneo, era enorme. E imunda, por assim dizer. Por deuses, alguém realmente devia tirar um pouco daquele excesso monstruoso de terra de lá. E uma limpeza também não faria mal algum. Qual é o problema de ser um monstro mais… limpinho?

Mas enfim, eu estava em uma arena. E tipo, todos os monstros que se pode imaginar estavam sentados ao meu redor. Além de caveiras. Isso era apavorante. Caveiras penduradas no teto, candelabros, parede, e inclusive nas arquibancadas, como se fossem enfeites.

Mas não era a péssima decoração ou a falta da limpeza que me horrorizava mais. No centro da arquibancada, dois semideuses dos quais eu não gostava nem um pouco, sorriam para mim. Bem, ao menos um dos gêmeos psicopatas sorria para mim.

- Sebastian, - cumprimentei ironicamente. – Sam.

- Antaeus, esta é uma de suas irmãs. – Sebastian continuava sorrindo. – Brittany Pierce. Boa diversão, eu garanto.

- Uma filha de Poseidon? – Antaeus grunhiu. – Então deve lutar bem.

- Sam, por favor. – chamei, mesmo sabendo que Santana devia estar odiando me ouvir falar com ele. – Nos deixe ir. Você sabe que é o certo a se fazer. Você não é mau.

- Eu…

- Escolha sua arma, filha de Poseidon! – Antaeus ordenou.

Suspirei. Não teria escolha.

- Minha espada.

Risadinhas surgiram da arquibancada. O bronze brilhou em minhas mãos, e eu vi meu reflexo. De relance, encontrei os olhos de Santana. Não consegui lê-los, mas eu já imaginava o que passava por sua mente.

- ABRAM OS PORTÕES!

Uma empousai irrompeu dos portões, usando uma rede de bronze e uma armadura. Típica gladiadora, por assim dizer. Ela lançou a rede contra mim, mas eu desviei e, em menos de cinco segundos, transformei-a em pó. Mas a arena não irrompeu em aplausos. Todos permaneceram em silêncio.

- Muito rápido! – meu suposto irmão reclamou. – Espere eu mandar você matar!

Os portões se abriram novamente. Um semideus com um escudo e uma espada saiu de lá. Ele era negro, com os cabelos encaracolados em um corte estilo militar. Mas o que prendia a minha atenção era o tapa-olho que usava.

- Quem é você? – perguntei.

- Jake. – ele informou. – Eu tenho que matar você.

Eu não queria lutar com ele, mas não tive escolha. Ele me golpeou, rasgando parte do tecido da minha camiseta. Eu defendi mais alguns dos seus golpes, mas ele era meio lento, o que facilitou para mim. Consegui golpear seu peito com a base da espada, derrubando-o no chão e encostando a lâmina de bronze em sua garganta. Antaeus não parecia muito feliz, mas fez sinal para que eu aniquilasse o garoto. Mas eu não podia. Eu não acho que eu consiga matar um semideus. Então, ao invés disso, estendi a mão para ele e o ajudei a levantar.

- NÃO! – Antaeus urrou. – VOCÊ DESONRROU OS JOGOS!

- Desça até aqui, Antaeus! – gritei de volta. – Lute você comigo!

Eu vi que ele hesitou por um segundo, mas não podia fazer feio na frente de todos aqueles monstros, podia? Não, então por isso ele desceu.

- Brittany, não seja tola… - Sam avisou.

- Filho de Hermes! – vi o maxilar de Sebastian se contrair ao ouvir tais palavras. – Seja o nosso juiz.

Sebastian concordou com um aceno da cabeça. Olhei de relance para Santana, que sacudia a cabeça desesperadamente, mas era impedida de falar por uma mão que tapava sua boca. Lancei meu melhor olhar de desculpas e voltei para frente.

- Escolham suas armas. – Sebastian ordenou.

- Fico apenas com as minhas mãos. – o monstro riu.

- Minha espada. – repeti, erguendo Contracorrente.

E a luta iniciou. Eu golpeei Antaeus na coxa, fazendo-o urrar. E a perna dele virou… terra? E de repente, voltou a se reconstituir.

Olhei para Santana desesperada. Ele era filho de Poseidon com quem? Ah, certo. Gaia. A deusa da terra. É, talvez não tivesse sido uma ideia muito boa lutar com ele.

Foi ai que eu tive uma ideia. Ok, talvez não fosse a mais brilhante de todas, mas podia funcionar. Olhei mais uma vez para as correntes no teto antes de me jogar sobre elas, enquanto Antaeus me seguia.

Veja bem, eu não sei direito como fiz isso. Só sei que consegui passar uma corrente entre a outra, de modo que ele ficasse suspenso sobre o chão.

- Deixe-o ir! – Sebastian gritou irritado. – Ele é o nosso anfitrião.

Mas eu o ignorei. Com Contracorrente, cortei o estômago do monstro, de modo que ele se desfez em terra. Era alto demais para ele poder se regenerar.

Olhei para Sebastian, que parecia a ponto de explodir. Ele empunhou sua espada e levantou das arquibancadas, assim como fizeram os outros monstros.

- Matem-nas! – ele ordenou.

- Seb, poupe-a! – Sam pediu, apontando para mim. – Ela… ela pode ser útil.

Milhares de monstros vieram até mim. Santana sabe-se lá como, havia conseguido se soltar, e agora corria em minha direção, seguida por Marley.

- Eles são muitos. – ela murmurou. – Nunca vamos conseguir sair dessa.

Ela estava errada. O apito. O apito ainda estava no meu bolso. Eu não me sentia exatamente bem usando um presente de Quintus, até porque eu não confiava muito nele. Mas eu estava sem opções, então soei o apito.

Um latido ensurdecedor ecoou na arena. A Sra. O'Leary correu em nossa direção, esmagando alguns monstros com seus trezentos quilos.

- Vamos! – gritei, puxando Santana para cima da cadela.

Jake e Marley entenderam o recado e subiram também, se pendurando na coleira dela. Enquanto corríamos para longe, pude ouvir os gritos de Sebastian enquanto ele tentava nos seguir.


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Notas finais do capítulo

então?



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